PARA REFLETIR

março 31, 2009

O RELÓGIO DA PAIXÃO – 20:00h – JESUS INSTITUI A EUCARISTIA

março 31, 2009

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O RELÓGIO DA PAIXÃO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

20:00 hs. JESUS INSTITUI A EUCARISTIA.

Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (Jo 6, 51.56)

…como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou… (Jo 13,1)

…Isto é o Meu CORPO, que é dado por vós; …Este cálice é a Nova Aliança em Meu SANGUE, que é derramado por vós… (Lc 22, 19-20)

Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é Meu CORPO. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é Meu SANGUE, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. Digo-vos: doravante não beberei mais desse fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de Meu Pai. (Mt. 26, 26-29)

O SERMÃO DE DESPEDIDA.

Logo que Judas saiu, Jesus disse: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele. (Jo 13,31)

…No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo… (Jo 16,33)

A ORAÇÃO SUMO SACERDOTAL.

JESUS, levantando os olhos ao céu, disse:

PAI, é chegada a hora. Glorifica teu FILHO, para que Teu FILHO glorifique a TI; (Jo 17, 1).

…e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ELE dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. … EU TE glorifiquei na terra. Terminei a obra que ME deste para fazer. Agora, pois, PAI, glorifica-ME junto de TI, concedendo-me a glória que tive junto de TI, antes que o mundo fosse criado. (Jo 17, 2-5)

“Manifestei o Teu Nome aos homens que do mundo ME deste”… (Jo 17, 6)

“Por eles é que EU rogo… guarda-os em Teu Nome, a fim de que sejam um como NÓS. Conservei os que me deste… Dei-lhes a tua palavra… Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. … Santifica-os pela verdade. A Tua palavra é a verdade. Santifico-ME por eles para que também eles sejam santificados pela verdade. (Jo 17, 9-18)

Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em MIM. (Jo 17,20)

PAI, quero que, onde EU estou, estejam coMigo aqueles que ME deste, para que vejam a Minha glória. Manifestei-lhes o Teu Nome, e ainda hei de lhO manifestar, para que o amor com que ME amaste esteja neles, e EU neles. (Jo 17, 24.26)

Pai Nosso…, Ave Maria…, Glória ao Pai…

Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.

Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich:

Por ordem do Senhor, o mordomo pusera novamente a mesa e colocara-a um pouco mais alto e no meio, coberto de um tapete, sobre o qual estendera uma toalha vermelha e em cima desta, outra branca, bordada a crivo. Por baixo da mesa pôs um jarro de água e outro de vinho.

Pedro e João, indo à parte da sala onde era o forno do Cordeiro pascal, buscaram o cálice que haviam trazido da casa de Seráfia. Transportaram-no solenemente, dentro do invólucro; eu tinha a impressão de que carregavam um Tabernáculo. Colocaram-no sobre a mesa, diante de Jesus. Havia também um prato oval, com três pães ázimos, brancos e delgados, marcados com sulcos regulares; eram por estes divididos em três partes, no sentido da largura e no duplo de partes da largura, no sentido comprimento. Os pães estavam cobertos. Jesus já lhes fizera ligeiras incisões, durante o ceia pascal, para parti-los mais facilmente e pusera por baixo da toalha a metade do pão partido no banquete pascal. Estavam também sobre a mesa um cântaro de água e outro de vinho, como também três vasos, um com óleo grosso, outro com azeite, o terceiro vazio e mais uma espátula.

Desde os antigos tempos reinava o costume de partir o pão e beber do mesmo cálice no fim do banquete; era sinal de fraternidade e amor, usado por ocasião de boa vinda e despedida. Creio que há alguma coisa a este respeito também na Escritura Sagrada. Jesus, porém, elevou esse uso à dignidade do Santíssimo Sacramento. Até então tinha sido somente um rito simbólico e figurativo. Pela traição de Judas foi levado ao tribunal também a acusação de ter Jesus juntado alguma coisa nova às cerimônias da Páscoa; Nicodemos, porém, provou com trechos da Escritura Sagrada, que esse uso de despedida era muito antigo.

O lugar de Jesus era entre Pedro e João. As portas estavam fechadas; tudo se fez com solenidade misteriosa. Depois de se haver tirado do cálice o invólucro e levado à parte separada da sala, rezou Jesus, falando num tom solene. Vi que lhes explicava todas as santas cerimônias da última ceia; era como se um sacerdote ensinasse aos outros a santa Missa.

Em seguida tirou da bandeja em que estavam os vasos, um tabuleiro corrediço, tomou o pano de linho que cobria o cálice e estendeu-o sobre o tabuleiro. Depois o vi tirar do cálice uma patena redonda e pô-la sobre o tabuleiro coberto. Tirou então os pães que estavam ao lado, num prato coberto com um pano de linho e colocou-os na patena, diante de si. Os pães, que tinham a forma de um quadrilátero oblongo, excediam dos dois lados a patena, cuja borda, porém, permanecia visível na largura.

Em seguida puxou para si o cálice, tirou dele um copinho, colocando também os seis copos pequenos à direita e esquerda do cálice. Depois benzeu o pão àzimo e, creio, também os óleos, que estavam ao lado, levantou a patena, em que estavam os pães àzimos, com ambas as mãos, olhou para o céu, rezou e ofereceu-o a Deus, pôs a patena no tabuleiro e cobriu-a. Depois tomou o cálice, mandou Pedro derramar vinho e João derramar água, que antes benzera e juntou ainda um pouco de água, que colheu com a colherzinha. Benzeu o cálice, levantou-o, ofereceu-o, rezando e colocou-o no tabuleiro.

Mandou a Pero e João derramarem-Lhe água sobre as mãos, por cima do prato em que anteriormente foram postos o pães àzimos e, tirando a colherzinha do pé do cálice, apanhou um pouco de água que lhe correra sobre as mãos e espargiu-a sobre as mãos dos dois Apóstolos. Depois passou o prato em redor da mesa e todos lavaram nele as mãos. Não me lembro bem se foi essa a ordem exata das cerimônias; mas tudo isso, que me lembrou muito o santo Sacrifício da Missa, comoveu-me profundamente.

Durante esse santo ato tornou-se Jesus cada vez mais afetuoso; disse-lhes que agora queria dar-lhes tudo que tinha: sua própria pessoa. Era com se derramasse sobre eles todo o seu amor e vi-O tornar-se transparente; parecia uma sombra luminosa.

Orando com esse amor, partiu o pão nas partes marcadas, as quais amontoou sobre a patena, em forma de pirâmide. Do primeiro bocado quebrou um pedacinho com a ponta dos dedos e deixou-o cair no cálice.

No momento em que o fez, tive a impressão de que a SS. Virgem recebeu o Santo Sacramento espiritualmente, apesar de não estar ali presente. Não sei agora como o vi; mas pensei vê-la entrar pela porta, sem tocar no chão aproximar-se de Jesus, do lado desocupado da mesa e receber o santo Sacramento em frente d’Ele; depois não a vi mais. Jesus dissera-lhe de manhã, em Betânia, que celebraria a Páscoa junto com ela, marcando-lhe a hora em que, recolhida em oração, devia recebê-la espiritualmente.

O Senhor rezou ainda e ensinou; todas as palavras lhe saíram da boca como fogo e luz e entraram nos Apóstolos, com exceção de Judas. Depois tomou a patena com os bocados de pão (não sei, mas se a tinha posto sobre o cálice) e disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por vós”. Nisso estendeu a mão direita como para benzer e, enquanto assim fazia, saiu dEle um esplendor, suas palavras eram luminosas e também o era o pão que se precipitou na boca dos Apóstolos, como um corpo resplandecente; era como se Ele mesmo entrasse neles. Vi-os todos penetrados de luz; só Judas vi escuro.

O Senhor deu o Sacramento primeiro a Pedro, depois a João; em seguida fez sinal a Judas para aproximar-se; foi o terceiro, a quem deu o SS. Sacramento. Mas a palavra do Cristo parecia recuar da boca do traidor. Fiquei tão horrorizada, que não posso exprimir o que senti nesse momento. Jesus, porém, disse-lhe: “Fazei já o que queres fazer” e continuou a dar o Santo Sacramento aos Apóstolos, que se aproximaram dois a dois, segurando alternadamente, em frente um do outro, um pequeno pano engomado, bordado nos lados, o qual cobria o cálice.

Jesus levantou o cálice pelas duas argolas até a altura do rosto e pronunciou as palavras da consagração sobre ele. Nesse ato ficou transfigurado e como transparente, parecendo passar tudo o que lhes deu. Fez Pedro e João beberem do cálice, que segurava nas mãos, colocando-o depois na mesa; João passou com a colherzinha o SS. Sangue do cálice para os copinhos, que Pedro ofereceu aos Apóstolos, os quais beberam dois a dois de um copo. Creio, mas não tenho absoluta certeza, que Judas também participou do cálice; não voltou, porém, ao seu lugar, mas saiu imediatamente do Cenáculo.

Como Jesus lhe tivesse feito um sinal, pensaram os outros que o tivesse encarregado de algum negócio. Retirou-se sem ter rezado e feito a ação de graças, por onde se vê como é mau retirar-se sem ação de graças, depois de tomar o pão quotidiano ou o Pão Eterno. Durante toda a refeição, eu tinha visto ao pé de Judas a figura de um pequeno monstro vermelho e hediondo, cujo pé era como um osso descarnado e que ás vezes lhe subia até o coração. Quando saiu de casa, vi três demônios cercarem-no; um entrou-lhe na boca, outro empurrou-o para frente e o terceiro correu-lhe à frente. Era noite e eles pareciam alumiá-lo; Judas corria como um louco.

O Senhor deitou o resto do Santíssimo Sangue, que ainda ficara no fundo do cálice, no copinho que antes estivera dentro do cálice; pondo depois os dedos por cima do cálice, mandou Pedro e João derramarem água e vinho sobre eles. Feito isso, fê-los beber ambos do cálice e o resto vazou-os nos outros copinhos, distribuindo-os pelos outros Apóstolos. Em seguida Jesus enxugou o cálice, meteu nele o pequeno copo, contendo o resto do Santíssimo Sangue, colocou em cima a patena, com os restantes pães àzimos consagrados pôs a tampa e cobriu o cálice de novo com o pano, colocando-o depois sobre a bandeja, entre os seis copinhos. Vi os Apóstolos comungarem dos restos do Santíssimo Sacramento, depois da ressurreição de Jesus.

Não me lembro de ter visto o Senhor comer as espécies consagradas, a não ser que eu não reparasse. Dando o Santíssimo Sacramento, deu-se de modo que parecia sair de si mesmo e derramar-se nos Apóstolos, numa efusão de amor misericordioso. Não sei como posso exprimi-lo.

Também não vi Melquisedec, quando ofereceu pão e vinho, come-lo e bebê-lo. Soube também porque os sacerdotes o consomem, apesar de Jesus não o ter feito.

Dizendo isso, Catharina Emmerich virou de repente a cabeça, como para escutar; recebeu uma explicação sobre esse ponto, da qual pôde comunicar somente o seguinte; “se, porém, os sacerdotes não o recebessem, já se teria perdido há muito; por isso é que se conserva”.

Todas as cerimônias, durante a instituição do SS. Sacramento, foram feitas por Jesus com muita calma e solenidade, para ao mesmo tempo ensinar e instruir os Apóstolos, os quais vi depois tomarem notas de certas coisas, nos pequenos rolos que tinham consigo. Todos os movimentos de Jesus, para a direita e para a esquerda, eram solenes, como sempre que estava rezando. Tudo mostrava em geral o santo Sacrifício da Missa. Durante a cerimônia e em outras ocasiões, vi também os Apóstolos se inclinarem uns diante dos outros ao aproximarem-se, como ainda fazem os sacerdotes de hoje.

Instruções secretas e consagrações

Jesus deu ainda instruções secretas. Disse aos Apóstolos que continuassem a consagrar e administrar o SS. Sacramento, até o fim do mundo. Ensinou-lhes as formas essenciais da administração e do uso do Sacramento e de que modo deviam gradualmente ensinar e publicar esse mistério; explicou-lhes quando deviam receber o resto das espécies consagradas e dá-lo à SS. Virgem e que deviam consagrar também o SS. Sacramento, depois de lhes ter enviando o Divino Consolador.

Instruiu-os em seguida sobre o sacerdócio, sobre a preparação do Crisma e dos santos óleos e sobre a unção. Estavam ao lado do cálice três urnas, duas das quais continham misturar de bálsamo e diversos óleos e algodão; as urnas podiam ser postas em cima da outra. Jesus ensinou-lhes muitos mistérios, como se devia preparar o santo Crisma, a que partes do corpo se devia aplicar e em que ocasiões.

Lembro-me, entre outras coisas, que mencionou um caso em que a sagrada Eucaristia não podia mais ser recebida; talvez se tenha referido à Extrema-Unção: mas as minhas lembranças a tal respeito não são muito claras. Falou ainda de diversas unções, inclusive a dos reis e disse que os reis sagrados com o Crisma, mesmo os injustos, possuíam uma força interna misteriosa, que não era dada aos outros. Derramou, pois, ungüento e óleo na urna vazia e misturou-os; não sei mais positivamente se foi nesse momento ou já por ocasião da consagração dos pães, que benzeu o óleo.

Vi depois Jesus ungir a Pedro e João; já por ocasião da instituição do SS. Sacramento lhe derramara sobre as mãos a água que sobre as suas lhe correra e os fizera também beber do cálice que Ele mesmo segurava.

Saindo do meio da mesa, um pouco para o lado, pousou as mãos primeiro sobre os ombros e depois sobre a cabeça de Pedro e João. Em seguida mandou que ficassem de mãos postas e colocassem os polegares em forma de cruz. Inclinaram-se os dois Apóstolos profundamente diante do Mestre (não sei ai estavam de joelhos). O Senhor ungiu-lhes os polegares e indicadores com ungüento e fez-lhes com o mesmo também o sinal da cruz na cabeça. Disse-lhes também que essa unção devia permanecer com eles até o fim do mundo.

Tiago o Menor, André, Tiago o Maior e Bartolomeu receberam também ordens. Vi também o Senhor ajustar em forma de cruz, sobre o peito de Pedro, a faixa estreita de pano, que todos traziam ao pescoço; aos outros, porém, do ombro direito para debaixo do braço esquerdo. Não sei mais com certeza se isso se fez já por ocasião da instituição do SS. Sacramento ou só na hora da unção.

Vi porém, que Jesus lhes comunicou com essa unção uma coisa real e também sobrenatural, não sei como exprimi-lo em palavras. Disse-lhes mais que, depois de terem recebido o Espírito Santo, deviam também consagrar pão e vinho e dar a unção aos outros Apóstolos. Nesse momento tive uma visão sobre Pedro e João que, no dia de Pentecostes, antes do grande batismo, impuseram as mãos aos outros Apóstolos, o que também fizeram, uma semana depois, a alguns outros discípulos. Vi também João, depois da ressurreição de Jesus, dar pela primeira vez o SS. Sacramento a Nossa Senhora. Esse acontecimento foi celebrado pelos Apóstolos com grande solenidade; a Igreja militante não tem mais essa festa, mas vejo-a celebrada ainda na Igreja triunfante. Nos primeiros dias depois de Pentecostes vi só Pedro e João consagrarem a santa Eucaristia, mais tarde a consagraram também os outros.

O Senhor benzeu-lhes também fogo, num vaso de bronze; esse fogo desde então ardeu sempre, até depois de longas ausências era guardado junto ao lugar onde se conservava o SS. Sacramento, numa parte do antigo fogão pascal; ali sempre o buscavam para as cerimônias religiosas.

Tudo que Jesus fez por ocasião da instituição da sagrada Eucaristia e da unção dos Apóstolos, foi debaixo de grande segredo e era também ensinado só secretamente e tem se conservado, na sua essência, pela Igreja até os nossos tempos, aumentando, porém, sob a inspiração do Espírito Santo, conforme as necessidades.

Os Apóstolos ajudaram na preparação e bênção do santo Crisma; quando Jesus os ungiu e lhes impôs as mãos, fez tudo com grande solenidade.

Terminadas as santas cerimônias, o cálice, perto do qual estavam também os santos óleos, foi coberto com a capa e Pedro e João levantaram assim o SS. Sacramento para o fundo da sala, separado do resto por uma cortina e ali era desde então o Santuário. O SS. Sacramento estava por cima do fogão pascal, não muito alto. José de Arimatéia e Nicodemos cuidavam do Santuário e do Cenáculo, na ausência dos Apóstolos.

Jesus ensinou ainda por muito tempo e disse algumas orações com grande fervor. Parecia às vezes conversar com o Pai celeste, cheio de entusiasmo e amor. Os Apóstolos também ficaram penetrados de zelo e ardor e fizeram-lhe várias perguntas, às quais respondeu. Creio que tudo isso está escrito em grande parte na Escritura Sagrada. Durante esses discursos, disse Jesus algumas coisas a Pedro e João separadamente, as quais estes depois deviam comunicar aos outros Apóstolos, como complemento de instruções anteriores e estes aos outros discípulos e às santas mulheres, quando chegassem ao tempo de receberem tais conhecimentos.

Pedro e João estavam sentados perto de Jesus. O Senhor teve também uma conversa particular com João, da qual me lembro agora apenas o prognóstico de que a vida deste Apóstolo seria mais longa que a dos outros; falou-lhe também de sete Igrejas, de coroas, Anjos e outras figuras simbólicas, com as quais designava, como me parece, certas épocas. Os outros Apóstolos sentiram, diante dessa confiança particular, um leve movimento de inveja.

O Mestre falou também diversas vezes do traidor, dizendo o que naquela hora este estava fazendo; viu sempre Judas fazer o que o Senhor dizia. Como Pedro lhe afirmasse, com grande ardor, que havia de permanecer fiel, disse-lhes Jesus: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclama com instância, para vos joeirar como o trigo; mas eu roguei por ti, afim de que tua fé não desfaleça; e tu enfim, depois de convertido, confirma na fé teus irmãos”. Como, porém, Jesus dissesse que onde iria, não poderiam seguí-lo, exclamou Pedro que o seguiria até a morte. Replicou Jesus: “Em verdade antes que o galo cante duas vezes, tu me negarás três vezes”, Quando lhes anunciou os tempos duros que viriam, pergunto-lhes: “Quando vos enviei sem alforje, sem sapatos, faltou-lhes porventura alguma coisa?” Responderam: “Não”. Disse, porém, que daquela hora em diante, quem tivesse bolsa, a tomasse e também alforje e o que nada tivesse, vendesse a túnica e comprasse espada, pois que se devia cumprir a palavra: “E foi reputado por um dos iníquos”. Tudo que fora escrito sobre Ele, devia cumpri-se então.

Os Apóstolos entenderam-no no sentido natural e Pedro mostrou-Lhe duas espadas curtas e largas, como cutelos.

Jesus disse: “Basta, vamo-nos daqui”. Rezaram então um cântico; a mesa foi posta ao lado e dirigiram-se todos ao vestíbulo.

Ali se aproximaram a mãe de Jesus, Maria de Cleofas e Madalena, que lhe pediram instantemente que não fosse ao monte das Oliveiras; pois se propagara o boato de que queriam apoderar-se dEle. Mas Jesus consolou-as com poucas palavras, continuando apressadamente o caminho; eram cerca de 9 horas da noite. Descendo a grandes passos pelo caminho pelo qual Pedro e João tinham vindo ao Cenáculo, dirigiram-se ao monte das Oliveiras.

Oração solene de despedida de Jesus

Não podemos deixar de inserir aqui as últimas palavras e ensinamentos tão profundos, que Jesus, no fim da ceia, dirigiu aos Apóstolos, com tanto amor e carinho e que nos foram transmitidos por S. João no seu Evangelho, Caps. 14 a 17. Jesus disse:

“Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fora, eu vo-lo teria dito: pois vou a aparelhar-vos o lugar. E depois que eu for e vos aparelhar o lugar, virei outra vez, e tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estiver, estejais vós também, para onde eu vou, sabeis vós e sabeis também o caminho”. Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vias, e como podemos saber o caminho?” Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis a mim, também certamente havíeis de conhecer meu Pai; mas conhecê-Lo-eis bem cedo e já o tendes visto”. Disse-lhe Filipe: “Senhor, mostrai-nos o Pai e isso nos basta”. Respondeu-lhe Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me tendes conhecido? Filipe, quem vê a mim, vê também ao Pai. Como dizes logo: “Mostra-nos o Pai?” Não credes que estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é que faz as obras. Não credes que estou no Pai e que o Pai está em mim? Crede ao menos por causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que faço e fará outras ainda maiores; porque vou para o Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.

Se me amais, guardais os meus mandamentos. E rogai ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vos deixarei órfãos; virei a vós. Resta ainda um pouco, depois já o mundo não me verá; mas ver-me-eis vós, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e que os guarda, esse é o que me ama. E aquele que me ama, será amado de meu Pai e eu o amarei também e me manifestarei a ele”.

Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: “Senhores, donde procede que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?” Respondeu-lhes Jesus: “Se alguém me ama, guardará a Minha palavra e meu Pai o amará e viremos a ele e faremos nele morada. O que não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que tendes ouvido, não é minha, mas, sim, do Pai que me enviou. Eu vos disse estas coisas, permanecendo convosco; mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito. A paz vos deixo, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem fique sobressaltado. Já tendes ouvido que eu vos disse: Eu vou e venho a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, é maior do que Eu. Eu vo-lo disse agora, antes que suceda, para que, quando suceder, o creiais. Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo e ele não tem em mim coisa alguma. Mas, para que o mundo conheça que amo o Pai e que faço como me ordena. Levantai-vos, vamo-nos daqui.

Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, Ele o cortará e todos os que derem fruto, limpá-los-á, para que o dêem mais abundante. Vós já estais puros, em virtude da palavra que eu vos disse. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo da videira não pode de si mesmo dar fruto, se não permanecer na videira, assim nem vós podereis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos; o que permanece em mim e em quem eu permaneço, dá muito fruto; porque vós sem mim não podeis fazer nada. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora com o ramo e secará e enfeixá-lo-ão e lançá-lo-ão ao fogo e ali arderá.

Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á feito. Nisso é glorificado meu Pai, em que vós deis muito fruto e em que sejais meus discípulos. Como meu Pai me amou assim vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus preceitos, permanecereis no meu amor, assim como também eu guardei os preceitos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que o minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja completa. O meu preceito é este: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este de dar a própria vida pelos amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando. Já vos não chamarei servos; porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-vos amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes a mim, mas fui eu que vos escolhi a vos constitui, para que vades e deis fruto e para que o vosso fruto permaneça, para que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo conceda. O que eu vos mando, é que vos ameis uns aos outros. Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus; mas porque não sois do mundo, mas do mundo que vos escolhi, por isso é que o mundo vos odeia.

Lembrai-vos da minha palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também vos hão de perseguir a vós. Se guardaram a minha palavra, também vos hão de perseguir a vós. Se guardaram a minha palavra, também hão de guardar a vossa. Mas vos farão tudo isto por causa de meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viesse e não lhe tivesse falado, não teriam pecado; mas agora não há desculpa para o seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, como nenhum outro fez, não haveria da parte deles pecado; mas agora não somente as viram, mas ainda me odiaram, tanto a mim como a meu Pai. Mas é para se cumprir a palavra que está escrita na lei (Sal. 34,19; 68,5): “Eles me odiaram sem motivo”. Quando, porém, vier o Consolador, o Espírito da verdade, que procede do Pai, que eu vos enviarei da parte do Pai, Ele dará testemunho de mim; e também vós dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio.

Eu vos disse estas coisas, para que não vos escandalizeis. Eles vos lançarão fora das sinagogas e está a chegar o tempo em que todo o que vos matar, julgará que nisso faz serviço a Deus. E assim vos tratarão, porque não conhecem o Pai, nem a mim. Ora, eu vos disse estas coisas, para que, quando chegar esse tempo, vos lembreis de que eu vo-las disse. Não vo-las disse, porém, desde o princípio, porque estava convosco. E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós pergunta: Para onde vais? Antes, porque eu vos disse estas coisas, se apoderou do vosso coração a tristeza. Mas eu vos digo a verdade; a vós vos convém que eu vá porque, se eu não for não virá a vós o Consolador; mas, se eu for, vo-Lo enviarei. E Ele, quando vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Sim, do pecado, porque não creram em mim. E da justiça, porque vou para o Pai e não me vereis mais. E do juízo, enfim, porque o príncipe deste mundo já está julgado e condenado. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não as podeis suportar agora. Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos ensinará todas as verdades, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão para vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Um pouco e já me não vereis; e outra vez um pouco e verme-eis; porque vou para o Pai.

Disseram então alguns discípulos uns para os outros. “Que vem a ser isto que Ele nos diz: “Um pouco e já me não vereis e outra vez um pouco e ver-me-eis, porque vou para o Pai”? E diziam: “Que vem a ser isto, que Ele nos diz: um pouco… Não sabemos o que quer dizer”. E entendeu Jesus que lho queriam perguntar e disse-lhes: “Vós perguntais uns aos outros o que é que vos quis significar, quando disse: Um pouco e já me não vereis e outra vez um pouco e ver-me-eis. Em verdade, em verdade vos digo que haveis de chorar e gemer e que o mundo se há de alegrar e que haveis de estar tristes, mas que a vossa tristeza se há de converter em gozo. Quando uma mulher dá à luz, está em tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois que lhe nasceu um filho, já se não lembra do aperto, pelo gozo que tem, de haver nascido ao mundo um homem. Assim também vós outros sem dúvida estais agora tristes, mas hei de ver-vos de novo e o vosso coração ficará cheio de alegria e esta ninguém vo-la tirará.

E naquele dia nada mais me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao meu Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la há de dar. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Tenho vos dito estas coisas debaixo de parábolas. Está chegando o tempo, em que já não vos hei de falar por parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai. Naquele dia pedireis em meu nome e não vos digo que hei de rogar ao Pai por vós. Porque o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e, crestes que saí de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo e torno para o Pai”. Disseram-lhe os discípulos: “Eis que agora nos falava abertamente e não usas de parábola alguma; agora conhecemos que sabeis tudo e que não é necessário fazer-te perguntas; nisto, cremos que saíste de Deus.”Respondeu-lhes Jesus: “Credes agora? Eis que aí vem e já e chegada a hora em que sejais espalhados, cada um para seu lado e que me deixeis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho vos dito estas coisas, para que tenhais paz em mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, eu venci o mundo”.

Assim falou Jesus e, levantando os olhos ao céu, disse: – “Pai, é chegada a hora, glorifica a teu Filho, para que teu Filho te glorifique a ti; assim como tu lhe deste poder sobre todos os homens, afim de que Ele dê a vida eterna a todos que lhe deste. A vida eterna, porém, consiste em que conheçam por um só verdadeiro Deus a ti e a Jesus Cristo, que enviaste. Glorifiquei-te sobre a terra; acabei a obra de que me encarregaste. Tu, pois, agora, Pai, me glorifica a mim em ti mesmo, com aquela gloria que tive em ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eles eram teus e mos deste e eles guardaram a tua palavra. A gora conheceram eles que todas as coisas que me deste, vêm de ti. Porque lhes dei as palavras que me deste; e eles ao receberam e conheceram verdadeiramente que saí de ti e creram que me enviaste. Por eles é que rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus e todas as minhas coisas são tuas e todas as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. E não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo e eu vou para junto de ti.

Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como também nós. Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome. Conservei os que me deste e nenhum destes se perdeu, mas somente o que era filho da perdição, para se cumprir a Escritura. Mas agora vou para junto de ti e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra mas o mundo os odeia, porque não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas, sim, que os guardes do mal.

Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E santifico-me a mim por eles, para que também sejam santificados pela verdade. E não rogo somente por eles, mas rogo também por aqueles que hão de crer em mim por meio das palavras; para que sejam todos um, como tu, Pai, o és em mim e eu em ti, para que também eles sejam um em nós e creia o mundo que enviaste. Dei-lhes a glória que me havias dado, para que sejam um, como nós também como um. Eu estou neles e tu estás em mim, para que eles sejam consumados na unidade e para que o mundo conheça que me enviaste e que os amaste como amaste também a mim.

Pai, a minha vontade é que, onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para verem a minha glória, que me deste; porque me amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci e estes conheceram que me enviaste. E eu lhes fiz conhecer o teu nome e lho farei ainda conhecer, afim de que o mesmo amor com que me amaste, esteja neles e eu neles.

fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/O%20relógio%20da%20Paixão/JESUS%20INSTITUI%20A%20EUCARISTIA.%2020%20hs.htm


Padre Léo cantando “Alô Meu Deus” no Hosana Brasil 2006

março 30, 2009

O RELÓGIO DA PAIXÃO – 19:00h – JESUS LAVA OS PÉS DE SEUS DISCÍPULOS

março 30, 2009

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O RELÓGIO DA PAIXÃO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

19:00 hs. JESUS LAVA OS PÉS DE SEUS DISCÍPULOS

JESUS SE SENTA NA MESA COM OS DOZE

Naquela noite comerão a carne (do cordeiro) assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. (Ex 12,8)

Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. (Lc 22,15)

Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. (Mt 26, 20)

JESUS LAVA OS PÉS DE SEUS DISCÍPULOS.

Durante a ceia, – quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós. (Jo, 13, 2-5. 12-15)

DISCUSSÃO ENTRE OS DISCÍPULOS

Os reis dos pagãos dominam como senhores… Que não seja assim entre vós… (Lc 22, 25-26)

EU estou no meio de vós, como aquele que serve… (Lc 22,27)

O que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve. (Lc 22, 26-27)

Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes. (Jo 13, 16-17)

JESUS ANUNCIA A TRAIÇÃO DE JUDAS.

Até o próprio amigo em que EU confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar. (Sal 40,10)

O Filho do homem vai, segundo o que dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem for traído! Melhor lhe seria que nunca tivesse nascido… (Mc. 14,21)

…Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!… (Jo. 13,21)

Entretanto, eis que a mão de quem me trai está à mesa comigo. O Filho do Homem vai, segundo o que está determinado, mas ai daquele homem por quem ele é traído! Perguntavam então os discípulos entre si quem deles seria o que tal haveria de fazer. (Lc 22,21-23)

Pai Nosso…, Ave Maria…, Glória ao Pai…

Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.

Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich:

Judas tinha ido novamente de Betânia a Jerusalém, sob pretexto de fazer várias compras e pagamentos. De manhã interrogou Jesus os nove Apóstolos a respeito, apesar de saber perfeitamente o que Judas estava fazendo. Este correu todo o dia pelas casas dos fariseus, combinando tudo com estes; O traidor premeditou todos os passos que carecia dar, para que pudesse sempre explicar a sua ausência; não voltou para junto de Nosso Senhor, senão pouco antes de comerem o cordeiro pascal. Vi-lhe todas as conspirações e os pensamentos. Quando Jesus falou a Maria acerca de Judas, vi muitas coisas em relação ao caráter deste; era ativo e atencioso, mas cheio de avareza, ambição e inveja e não lutava contra as paixões. Fizera também milagres e curara doentes na ausência de Jesus.

O Lava-pés.

Levantaram-se da mesa e, enquanto mudavam e arranjavam as vestes, como costumavam fazer antes da oração solene, entrou o mordomo, com os dois criados, para levar a mesa, tirá-la do meio dos assentos que a cercavam e pô-la ao lado. Tendo feito isso, recebeu ordem de Jesus para trazer água ao vestíbulo e saiu da sala, com os dois criados. Jesus, em pé no meio dos Apóstolos, falou-lhes muito tempo em tom solene. Mas tenho até agora visto e ouvido tantas coisas, que não é possível relatar com exatidão a matéria de todos os discursos.

Lembro-me que falou do seu reino, de sua ida para o Pai, prometendo deixar-lhes tudo o que possuía, etc. Também pregou sobre a penitência, exame e confissão das faltas, arrependimento e purificação. Tive a impressão de que essa instrução se relacionava com o lava-pés e vi também que todos conheceram os seus pecados e se arrependeram, com exceção de Judas. Esse discurso foi longo e solene. Tendo terminado, Jesus mandou João e Tiago o Menor trazerem a água do vestíbulo, ordenando aos Apóstolos que colocassem os assentos em semicírculo, Ele próprio foi ao vestíbulo, despiu o manto e arregaçando a túnica, cingiu-se com um pano de linho, cuja extremidade mais longa pendia para baixo.

Durante esse tempo tiveram os Apóstolos uma discussão, sobre qual deles devia ter o primeiro lugar, como o Senhor lhes anunciara claramente que os ia deixar e que o seu reino estava perto, surgiu de novo entre eles a opinião de que Jesus tinha aspirações secretas, um triunfo terrestre, que se realizaria no último momento.

Jesus, que estava no vestíbulo, deu ordem a João para tomar uma bacia e a Tiago o Menor para trazer um odre cheio de água, transportando-o diante do peito, de modo que o bocal pendesse sobre o braço. Depois de ter derramado água do odre na bacia, mandou que os dois O seguissem à sala, onde o mordomo tinha posto no meio outra bacia maior, vazia.

Entretanto pela porta da sala, de forma humilde, Jesus censurou os Apóstolos em poucas palavras, por causa da discussão havia antes entre eles, dizendo, entre outras coisas, que Ele mesmo queria servir-lhes de criado, que tomassem os assentos, para que lhes lavasse os pés. Então se sentaram, na mesma ordem em que foram colocados à mesa, tendo sido os assentos dispostos em semicírculo. Jesus, indo de um a outro, derramou-lhes sobre os pés água da bacia, que João sucessivamente colocava sobre os pés de cada um. Depois tomava o Mestre a extremidade da toalha de linho, com que estava cingido e enxugava-lhes os pés com ambas as mãos. Em seguida se aproximava, com Tiago, do Apóstolo seguinte. João esvaziava de cada vez a água usada, na grande bacia que estava no meio da sala e Jesus enchia de novo a bacia, com água do odre que Tiago segurava, derramando-a sobre os pés do Apóstolo e enxugando-lhos.

O Senhor, que durante toda a ceia pascal se mostrara singularmente afetuoso, desempenhou-se também desta humilde função com o mais tocante amor. Não fazia como uma cerimônia, mas como ato santo de caridade, exprimindo nele todo o seu amor.

Quando chegou a Pedro, este quis recusar, dizendo: “Senhor, Vós me quereis lavar os pés?”. Disse, porém, o Senhor: “Agora não entendes o que faço, mas entendê-lo-ás no futuro”. Pareceu-me que lhe disse em particular: “Simão, tens merecido aprender de Meu Pai quem Sou Eu, donde venho e para onde vou; só tu o tens conhecido e confessado; por isso, construirei sobre ti a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. O meu poder há de ficar também com os teus sucessores, até o fim do mundo”.

Jesus indicou-o aos outros, dizendo-lhes que Pedro devia substituí-lo na administração e no governo da Igreja, quando Ele tivesse saído deste mundo. Pedro, porém, disse: “Vós não me lavareis jamais os pés”. O Senhor respondeu-lhe: “Se eu não tos lavar, não terás parte em mim”. Então lhe disse Pedro: “Senhor, não me lavareis somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem foi lavado, é puro no mais; não é preciso lavar senão os pés. Vós também estais limpos, mas não todos.” Com estas palavras referiu-se a Judas.

Jesus, ensinando sobre o lava-pés, disse que era uma purificação das faltas quotidianas, porque os pés, caminhando descuidosamente na terra, se sujavam continuamente.

Esse banho dos pés era espiritual e uma espécie de absolvição. Pedro, porém, viu nele apenas uma humilhação muito grande para o Mestre; não sabia que Jesus, para salvá-lo e aos outros homens, se humilharia na manhã seguinte até à morte ignominiosa da Cruz.

Quando Jesus lavou os pés de Judas, mostrou-lhe uma afeição comovedora; aproximou o rosto dos pés do Apóstolo infiel, disse-lhe muito baixo que se arrependesse, pois que já por um ano pensava em tornar-se infiel e traidor. Judas, porém, parecia não querer perceber e falava com João. Pedro irritou-se com isso e disse-lhe: “Judas, o Mestre fala-te”. Então disse Judas algumas palavras vagas e evasivas a Jesus, como: “Senhor, tal coisa nunca farei”.

Os outros não perceberam as palavras que Jesus dissera a Judas, pois falara baixo e eles não prestaram atenção; estavam ocupados em calçar as sandálias. Nada, em toda a Paixão, afligiu tão profundamente o Senhor como a traição de Judas. Jesus lavou depois ainda os pés de João e Tiago. Primeiro, se sentou Tiago e Pedro segurou o odre de água, depois se sentou João e Tiago segurou a bacia.

Jesus ensinou ainda sobre a humildade, dizendo que aquele que servia aos outros, era o maior de todos e que dali em diante deviam lavar humildemente os pés uns aos outros; tocou ainda na discussão sobre qual deles havia de ser o maior, dizendo muitas coisas que se encontram também no Evangelho.

“Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, sendo vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, logo deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, assim façais vós também. Em verdade, em verdade, vos digo: não é o servo maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se também as praticardes. Não digo isto de todos vós; sei os que tenho escolhido; mas é necessário que se cumpra o que diz a Escritura: ”O que come o pão comigo, levantará contra mim o calcanhar”. Desde agora vos digo, antes que suceda; para que, quando suceder, creiais que sou eu. Em verdade, em verdade vos digo: “O que recebe aquele que eu enviar, a mim me recebe; e o que me recebe a mim, recebe Aquele que me enviou”. (Jo. 13,12-20).

Jesus vestiu de novo as vestes. Os Apóstolos desenrolaram também as vezes, que antes tinham arregaçado, para comer o cordeiro pascal.

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/O%20RELÓGIO%20DA%20PAIXÃO%20-%20MENU%20.htm

Observação: continua amanhã 31/03/2009


Em Tua Presença/Eu quero estar – Pe. Cleidimar Moreira

março 29, 2009

O RELÓGIO DA PAIXÃO

março 29, 2009

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O RELÓGIO DA PAIXÃO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.

18:00 hs. A PREPARAÇÃO DA PÁSCOA

Conservareis a memória daquele dia, de geração em geração. Vendo o sangue, (do cordeiro) passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor. (Ex 12, 14.13)

Onde queres que preparemos a ceia pascal? – Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos. (Mt 26, 17-18)

Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou Pedro e João, dizendo: Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Ele respondeu: Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha de água; segui-o até a casa em que ele entrar, e direis ao dono da casa: O Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos? Ele vos mostrará no andar superior uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera; e prepararam a Páscoa. (Lc 22, 7-13)

Pai Nosso…, Ave Maria…, Glória ao Pai…

Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.

Segundo as visões da beata Ana Catharina Emmerich:

Preparação para a Ceia Pascal.

(Quinta-feira Santa, 13 de Nisan ou 29 de Março; Jesus na idade de 33 anos, 18 semanas menos 1 dia)

Foi ontem à noite que se efetuou em Betânia e a última e grande refeição de Nosso Senhor e dos seus amigos, em casa de Simão, curado da lepra por Jesus e durante a qual Maria Madalena ungiu Jesus pela última vez. Judas, indignado com isso, correu a Jerusalém, onde negociou ainda uma vez com os príncipes dos sacerdotes, para entregar-lhes Jesus. Depois da refeição, voltou Jesus à casa de Lázaro e uma parte dos discípulos dirigiram-se à albergaria, situada fora de Betânia. Nicodemos veio ainda de noite à casa de Lázaro, onde teve longa conversa com o Senhor; voltou a Jerusalém antes do amanhecer, acompanhado numa parte do caminho por Lázaro.

Os discípulos já tinham perguntado a Jesus onde queria comer o cordeiro pascal. Hoje, antes da madrugada, Nosso Senhor mandou vir Pedro e João e falou-lhes muito de tudo que deviam comprar e preparar em Jerusalém; disse-lhes que, subindo o monte Sião, encontrariam um homem com um jarro de água. (Eles já conheciam esse homem, pois fora quem já na última Páscoa, em Betânia, preparara a ceia de Jesus; por isso diz S. Mateus: um certo homem). Deviam segui-lo até a casa em que morava e dizer-lhe: “ O Mestre manda avisar-te que seu tempo está perto e que quer celebrar a Páscoa em tua casa”. Deviam pedir que lhes mostrasse o Cenáculo que já estaria preparado e fazer-lhe depois todos os preparativos necessários.

Vi os dois Apóstolos subirem a Jerusalém, seguindo um barranco ao Sul do Templo e subirem ao monte Sião pelo lado setentrional. Ao lado Sul do monte do Templo havia algumas fileiras de casas; seguiram um caminho que passava em frente destas casas, ao longo de um ribeiro, que corria no fundo do barranco e os separava das casas. Tendo chegado à altura de Sião, que é mais alto do que o monte do Templo, dirigiram-se a um largo um pouco em declive, na vizinhança de um velho edifício, cercado de pátios; ali, no largo, encontraram o homem que lhes fora indicado, seguiram-no e perto da casa lhe disseram o que Jesus lhes ordenara.

Ele se regozijou muito de os ver e, ouvindo o recado, respondeu-lhes que a refeição já lhe tinha sido encomendada (provavelmente por Nicodemos), sem que soubesse para quem era, mas que muito lhe agradava saber que era para Jesus. Esse homem era Elí, cunhado de Zacarias de Hebron, o mesmo em cuja casa Jesus anunciara, no ano anterior, em Hebron, a morte de S. João Batista. Tinha só um filho, que era Levita e amigo de Lucas, antes deste se juntar a Jesus, anunciara, no ano anterior, em Hebron, a norte de S. João Batista. Tinha só um filho, que era Levita e amigo de Lucas, antes deste se juntar a Jesus, e além desse, também 5 filhas solteiras. Todos os anos ia com os criados à festa e, alugando uma sala, preparava a Páscoa para as pessoas que não tinham casa em Jerusalém. Neste ano tinha alugado um cenáculo, pertencente a Nicodemos e José de Arimatéia. Mostrou aos dois Apóstolos a sala e o arranjo interior.

O Cenáculo ou Casa da Ceia

Ao lado sul do monte Sião, perto do castelo abandonado de Davi e do mercado situado na subida, à leste desse castelo, se acha um velho e sólido edifício, entre duas fileiras de árvores copadas e no meio de um pátio espaçoso, cercado de muros fortes. A direita e à esquerda da entrada há ainda outras construções encostadas ao murro: à direita a habitação do mordomo e, perto desta, outra à qual Nossa Senhora e as santas mulheres às vezes se retiravam, depois da morte de Nosso Senhor. O Cenáculo, antigamente mais espaçoso, servira de morada aos bravos capitães de Davi, que ali se exercitavam no manejo das armas; também estivera ali por algum tempo a Arca da Aliança antes da construção do Templo e ainda há indícios de sua estrada num subterrâneo da casa. Vi também uma vez o profeta Malaquias escondido nos mesmos subterrâneos, onde escreveu as profecias acerca da sagrada Escritura e do sacrifício do Novo Testamento. Salomão tinha também esta casa em muito respeito, por certa relação simbólica, a qual, porém, esqueci. Quando grande parte de Jerusalém foi destruída pelos Babilônicos, ficou salva essa casa, a respeito da qual tenho visto muitas outras coisas, mas lembro-me só do que acabo de contar.

O edifício estava meio arruinado, quando se tornou propriedade de Nicodemos e José de Arimatéia, que restauraram a casa principal e acomodaram-na bem, para a celebração da festa da Páscoa, fim para o qual costumavam alugá-la a forasteiros, como fizeram também na última Páscoa do Senhor. Além disso, serviam-lhes a casa e os pátios de armazém para monumentos sepulcrais e pedras de construção, como também de oficina para os operários, pois José de Arimatéia possuía excelentes pedreiras nas suas terras e negociava em pedras sepulcrais e variadíssimas colunas e capitéis, esculpidos sob sua direção. Nicodemos trabalhava muito como construtor e, nas horas vagas, gostava de ocupar-se também com a escultura, fora da época das festas, esculpia estátuas e monumentos de pedra, na sala ou no subterrâneo debaixo desta. Essa arte pusera-o em contato com José de Arimatéia; tornaram-se amigos e muitas vezes se associaram também nas empresas.

Nessa manhã, enquanto Pedro e João, enviados de Betânia por Jesus, conversavam com o homem que tinha alugado o Cenáculo para aquele ano, vi Nicodemos indo para além e para aquém das casas à esquerda do pátio, para onde tinham sido transportadas muitas pedras, que impediam as entradas da sala do Cenáculo. Havia uma semana, eu vira algumas pessoas ocupadas em pôr as pedras ao lado, em limpar o pátio e preparar o Cenáculo para a celebração da Páscoa; julgo até ter visto, entre outros, alguns discípulos de Jesus, talvez Aram e Temeni, sobrinhos de José de Arimatéia.

A casa principal, o Cenáculo propriamente dito, está quase no meio do pátio, um pouco para o fundo. É um quadrilátero comprido, cercado por uma arcada menos alta de colunas, a qual, afastados os biombos entre pilares, pode ser unida à grande sala interior; pois todo o edifício é aberto de lado a lado e pousa sobre colunas e pilares; apenas estão as passagens fechadas ordinariamente por biombos. A luz entra por aberturas existentes no alto das paredes. Na parte estreita da frente, há um vestíbulo, ao qual conduzem três entradas; depois se entra na grande sala interior, alta e com bom assoalho lajeado; do teto pendem diversas lâmpadas; as paredes estão ornadas para a festa, até meia altura, com belas esteiras e tapetes e no teto há uma abertura coberta com um tecido brilhante, transparente, semelhante à gaze azul.

O fundo da sala está separado do resto por uma cortina igual. Essa divisão do Cenáculo em três partes dá-lhe uma semelhança com o Templo; há também um adro, o santo e o santo dos santos. Nesta última parte é que são guardados, à direita e à esquerda, as vestimentas e vários utensílios. No meio há uma espécie de altar. Sai da parede, um banco de pedra com a ponta cortada no meio das duas faces laterais; deve ser a parte superior do forno, no qual o cordeiro pascal é assado; pois hoje, durante a refeição, estavam os degraus em roda muito quentes. Ao lado dessa parte do Cenáculo, há uma porta, que dá para o alpendre que fica atrás da pedra saliente; de lá é que se desce ao lugar onde se acende o fogo no forno; há ali ainda outros subterrâneos e adegas, debaixo da grande sala.

Naquela pedra ou altar saliente da parede há várias divisões, semelhantes a caixas ou gavetas, que se podem tirar; em cima há também aberturas como de uma grelha, uma abertura também para fazer fogo e outra para apagá-lo. Não sei mais descrever exatamente tudo que ali vi, parece ter sido um forno para cozer o pão ázimo da Páscoa e outros bolos ou também para queimar incenso ou certos restos das refeições da festa; é como uma cozinha pascal. Por cima dele, vi a figura de um cordeiro pascal; tinha cravado na garganta uma faca e o sangue parecia cair gota a gota sobre o altar; não sei mais exatamente como era feito. Dentro do nicho da parede há três armários de diversas cores, os quais se fazem girar como os nossos tabernáculos, para se abrirem e fecharem. Neles vi todas as espécies de vasos para a Páscoa, taças e mais tarde também o SS. Sacramento.

Nas salas laterais do Cenáculo há assentos ou leitos em plano inclinado, feitos de alvenaria, sobre os quais se acham mantas grossas enroladas; são leitos de dormir. Debaixo de todo o edifício há belas adegas; antigamente esteve ali no fundo a Arca da Aliança, onde, em seguida, foi construído o forno pascal. Debaixo da casa há cinco esgotos, que levam todas as águas e imundícies monte abaixo, pois a casa está situada no alto. Já antes vi Jesus curar e ensinar aqui; às vezes passavam alguns discípulos à noite nas salas laterais.

Disposições para a refeição pascal

Tendo os Apóstolos falado com Helí de Hebron, voltou este pátio da casa; eles, porém, se dirigiram para a direita, a Sião, desceram pelo lado norte, passaram uma ponte e, seguindo por veredas ladeadas de sebes verdejantes, foram pelo outro lado do barranco, até às fileiras de casas ao sul do Templo. Ali era a casa do velho Simeão, que morrera depois da apresentação de Jesus no Templo.

Moravam então lá os filhos do venerando ancião; alguns eram secretamente discípulos de Jesus. Os Apóstolos falaram a um deles, que era empregado no Templo; era homem alto e muito moreno. Ele desceu com os Apóstolos, passando a leste do Templo, por aquela parte de Ophel pela qual Jesus entrara triunfalmente em Jerusalém, no domingo de Ramos; assim foram pela cidade, ao norte do Templo, até o Mercado de gado. Vi na parte meridional do mercado pequenos recintos, onde belos cordeiros saltavam como em pequenos jardins.

Na entrada triunfal de Jesus pensei que isso fora feito para abrilhantar a festa; mas eram cordeiros pascais, que se vendiam ali. Vi o filho de Simeão entrar num desses recintos; os cordeiros seguiram-no, saltando, e empurravam-no com as cabeças, como se o conhecessem. Ele escolheu quatro, que foram levados ao Cenáculo. Vi-o também de tarde no Cenáculo, ajudando na preparação do cordeiro pascal.

Vi como Pedro e João deram ainda vários recados na cidade, encomendando muitas coisas. Vi-os também fora de uma porta, ao norte do monte Calvário e a NO da cidade; entraram numa estalagem, onde ficaram nesses dias muitos discípulos, a qual estava sob a administração de Seráfia, (conhecida pelo nome de Verônica). Pedro e João mandaram alguns discípulos de lá ao Cenáculo, para dar alguns recados, dos quais me esqueci.

Foram também à casa de Seráfia, à qual tinham de pedir diversas coisas; o marido desta, membro do conselho, estava a maior parte do tempo fora de casa, em negócios e, mesmo quando estava em casa, ela o via pouco. Seráfia era uma mulher quase de idade da SS. Virgem e há tempo estava em relações com a Sagrada Família; pois quando o Menino Jesus, depois da festa, ficara atrás, em Jerusalém, comera em casa dela.

Os dois Apóstolos receberam ali diversos objetos, em cestos cobertos, que foram levados ao Cenáculo, em parte pelos discípulos. Foi também ali que receberam o cálice de que Nosso Senhor se serviu, na instituição da sagrada Eucaristia.

Jesus vai a Jerusalém

Na manhã em que os dois Apóstolos andaram por Jerusalém, ocupados com os preparativos de Páscoa, Jesus se despediu muito comovido das santas mulheres, de Lázaro e de sua Mãe em Betânia, dando-lhes ainda algumas instruções e exortações.

Vi o Senhor conversar com a Virgem SS. Separadamente; disse-lhes, entre outras coisas, que tinha mandado a Pedro, o representante da fé, e João, o representante do amor, para prepararem a Páscoa em Jerusalém. De Madalena, que estava desvairada de dor e tristeza, disse o Mestre que o seu amor era indizível, mas ainda arraigado na carne e que por isso ficava desatinada de dor. Falou também das intenções traiçoeiras de Judas e a Santíssima Virgem pediu por este.

Judas tinha ido novamente de Betânia a Jerusalém, sob pretexto de fazer várias compras e pagamentos. De manhã interrogou Jesus os nove Apóstolos a respeito, apesar de saber perfeitamente o que Judas estava fazendo. Este correu todo o dia pelas casas dos fariseus, combinando tudo com estes; O traidor premeditou todos os passos que carecia dar, para que pudesse sempre explicar a sua ausência; não voltou para junto de Nosso Senhor, senão pouco antes de comerem o cordeiro pascal. Vi-lhe todas as conspirações e os pensamentos. Quando Jesus falou a Maria acerca de Judas, vi muitas coisas em relação ao caráter deste; era ativo e atencioso, mas cheio de avareza, ambição e inveja e não lutava contra as paixões. Fizera também milagres e curara doentes na ausência de Jesus.

Quando Nosso Senhor comunicou à SS. Virgem o que havia de suceder, pediu ela de modo tocante que a deixasse morrer com Ele. Mas Jesus exortou-a a que mostrasse mais calma na dor do que as outras mulheres; disse-lhe também que ressuscitaria e lhe indicou o lugar onde lhe, apareceria. A Mãe SS. Então não chorou muito, mas ficou tão profundamente triste e séria que impressionou a todos. Nosso Senhor, como Filho piedoso, agradeceu-lhe todo o amor que lhe tinha mostrado; abraçou-o com o braço direito e apertou-a ao coração; disse-lhe também que faria a ceia com ela espiritualmente, indicando-lhe a hora em que a receberia. Ainda se despediu de todos, muito comovido, e instruiu-os sobre muitas coisas.

Cerca de meio dia partiu Jesus de Betânia, com os nove Apóstolos, tomando o caminho de Jerusalém; seguiram-no sete discípulos que, com exceção de Natanael e Silas, eram naturais de Jerusalém e arredores. Lembro-me que entre estes estavam João Marcos e o filho da viúva pobre, que na quinta-feira antecedente oferecera o denário no Templo, enquanto Jesus ensinava. Havia poucos dias Jesus admitira o último como discípulos. As santas mulheres seguiram mais tarde.

Jesus e a comitiva andaram por aqui e por ali, por diversos caminhos ao redor do monte das Oliveiras, no vale de Josafá e até o monte Calvário; durante todo o caminho, continuou a ensinar-lhes. Disse aos Apóstolos, entre outras coisas, que até agora lhes dera pão e vinho, mas hoje queria dar-lhes seu corpo e sangue, que lhes daria e deixaria tudo que tinha. Nosso Senhor disse-o de uma maneira tão tocante, que toda a alma parecia fundir-se Lhe e languir de amor, com o desejo de se lhes dar. Os discípulos não O compreenderam, julgaram que falava do cordeiro pascal. Não se pode exprimir quanto havia de amor e resignação nos últimos discursos que fez em Betânia e aqui. As santas mulheres foram mais tarde à casa de Maria, mãe de Marcos.

Os sete discípulos que seguiram Nosso Senhor a Jerusalém, não O acompanharam no caminho, mas levaram as vestimentas da cerimônia da Páscoa ao Cenáculo, já encontraram todo o vestuário da cerimônia no vestíbulo, onde os discípulos e alguns outros o tinham colocado; também tinham coberto as paredes da sala com tapeçaria, desprendido as aberturas do teto e aprontado três candeeiros de suspensão. Pedro e João foram então ao vale de Josafá, para chamar a Jesus e aos nove Apóstolos. Os discípulos e amigos que comeram com eles o cordeiro pascal vieram mais tarde.

fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/Preparação%20para%20a%20Ceia%20Pascal.htm

OBSERVAÇÃO: CONTINUA AMANHÃ 30/03/09


Eliana Ribeiro Acústico

março 28, 2009

O católico e as Bíblias protestantes

março 28, 2009

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O católico e as Bíblias protestantes

Não se trata de preconceito, mas de coerência de fé

São várias as traduções de Bíblia disponíveis para nós hoje em dia. Segundo comunicado da União das Sociedades Bíblicas, divulgado pela Rádio Vaticano, são 451 línguas para as quais a Bíblia foi traduzida integralmente, enquanto aquelas para as quais foi traduzida em parte são 2.479. Isso confirma a Sagrada Escritura como o livro mais traduzido no mundo e assim 95% da população mundial têm hoje condições de a ler em uma língua conhecida.

No Brasil, por exemplo, são muitas as traduções da Bíblia que temos à disposição. Eu mesmo possuo várias delas como: a Bíblia Jerusalém, TEB, Peregrino, Ave Maria e CNBB. E além dessas, existem outras muito boas também.

Citei algumas das traduções católicas, mas quero chamar a atenção para as de orientação protestante, que são das mais variadas denominações. Quem nunca ganhou uma Bíblia ou um Novo Testamento de orientação protestante? É comum encontrar católicos que ganham esse material de presente e acabam por fazer uso dele. Essa observação é importante porque muitos católicos acabam fazendo uso delas [Bíblias protestantes], inclusive sem saber, ou sem a informação do porquê devem fazer uso de uma Bíblia Católica. Nesse momento você pode se perguntar: e qual problema em usar uma Bíblia protestante se tudo é Bíblia?

Basicamente por dois motivos:

Primeiro, porque para o protestantismo os livros: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16 e Daniel 3,24-20; 13-14 não fazem parte da Bíblia. Por isso, as Bíblias protestantes, para nós católicos, estão incompletas em comparação com as nossas traduções.

O segundo motivo é que, sendo de orientação protestante, essas Bíblias trarão as informações extras, como introduções aos livros bíblicos e notas de rodapé, dicionários bíblicos… entre outros possíveis comentários, orientados pela sua própria doutrina, que é diferente da doutrina católica. E essas informações são muito importantes para o entendimento do texto; e se estas forem de orientação protestante, elas estarão de acordo com a doutrina protestante e não com a católica.

Esse conselho para que o católico faça uso de uma Bíblia católica não se trata de preconceito quanto ao protestantismo. Trata-se mais de uma coerência com a fé professada. Um católico ao usar uma Bíblia protestante pode misturar conteúdos, interpretações causando confusões para si mesmo e para os outros, uma vez que a maneira de entender as Sagradas Escrituras e de construir a doutrina é diferente entre católicos e protestantes. Por isso também sempre aconselho a um protestante a fazer uso de uma Bíblia que vá de acordo com a sua profissão de fé, para evitar as mesmas confusões.

E como vou saber se a Bíblia que eu uso é de orientação católica? Para isso, basta conferir se sua Bíblia possui o imprimatur, que em geral, vem em uma das primeiras páginas da Bíblia e trata-se de uma autorização de um bispo com sua assinatura ou da própria CNBB – uma aprovação eclesiástica permitindo aquela impressão/tradução e afirmando que ela está de acordo com o que corresponde a uma Bíblia da Igreja Católica Apostólica Romana. Dessa maneira, além da garantia de todos os livros do Cânon Católico, você poderá ficar seguro quanto às demais informações trazidas pela sua Bíblia, de que elas estão dispostas conforme a doutrina por nós professada.

Mas o que fazer com a Bíblia protestante que ganhei? Faça como eu. Dê de presente para um protestante. Tenho amigos protestantes com os quais tenho um combinado: quando eu ganho uma Bíblia de orientação protestante eu os presenteio com ela e, por sua vez, quando eles é que ganham uma Bíblia católica, eu sou presenteado por eles. Dessa forma, além de evitarmos confusões quanto ao uso desses livros sagrados e consequentemente de doutrinas diferentes, ao trocarmos esses presentes fortalecemos nossa amizade e os laços cristãos que nos unem.

Que Deus nos abençoe!

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Denis Duarte
contato@denisduarte.com
Denis Duarte Especialista em Bíblia e Cientista da Religião.
www.denisduarte.com

extraído do site: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11385


Salve Rainha

março 27, 2009

Oração da Salve Rainha cantada pela Banda Ihaweh


PEQUENO MANUAL DO CATÓLICO

março 27, 2009

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PEQUENO MANUAL DO CATÓLICO

A Missa e outras obrigações.

O Santo Sacrifício da Missa

1) O que é a Missa?

A missa é o sacrifício da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo que se realiza sobre o altar.

2) Como pode ser a Missa o sacrifício de Jesus se este morreu na Cruz há dois mil anos?

Pelo rito da Santa Missa, o mesmo sacrifício realizado há dois mil anos torna-se presente novamente, de um modo novo, um modo sacramental, ritual, incruento, ou seja, sem derramamento do Sangue, mas verdadeiro e eficaz.

3) Porque dizemos que a missa é o mesmo sacrifício, presente de modo sacramental?

Por que nela aquele mesmo sacrifício de Jesus se apresenta diante de nós através de sinais sensíveis que realizam a graça sacramental. Estes sinais, no caso da missa são as espécies consagradas, o pão e o vinho que, na consagração, se transformam no Corpo e Sangue de Jesus pelas palavras que o sacerdote pronuncia.

4) A Missa é, então, um Sacramento?

Sim, a Missa é a cerimônia na qual se realiza o Sacramento da Eucaristia, que é a presença real de Jesus na hóstia consagrada.

5) Essa presença de Jesus na hóstia consagrada é um símbolo de Jesus?

Não podemos dizer que seja apenas um símbolo. Jesus está realmente presente com todo seu ser. Toda a natureza humana e toda a natureza divina estão presentes na Sagrada Hóstia. Toda a substância do pão e do vinho se transformaram milagrosamente no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

6) A Igreja católica dá um nome especial a esta transformação?

Sim, a Igreja definiu o termo de “transubstanciação” como sendo o único capaz de exprimir o milagre que se opera na transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus.

7) Porque dizemos que a Missa é um sacrifício eficaz?

Por que pela presença real de Jesus nós recebemos não apenas a graça sacramental da Eucaristia, mas o autor mesmo da graça, Jesus Cristo, nosso Deus, a quem adoramos de joelhos. A presença real de Jesus é a maior graça que uma alma pode receber nesta vida.

8) De que modo podemos receber Jesus na Eucaristia?

Pela Santa Comunhão. Sendo um sinal sensível do sacrifício de Cristo, quando comungamos, recebemos Jesus como alimento de nossas almas. Ele vem ao nosso coração de um modo muito real e eficaz.

9) Como podemos nos preparar para receber Jesus no coração?

Antes de tudo, uma boa confissão, um arrependimento sincero dos nossos pecados. Devemos também viver sempre na presença de Deus, consagrando nosso dia a Ele, desde o levantar e agradecendo sempre as graças recebidas ao deitar. Na Santa Missa, estar atento ao que acontece no altar, de preferência seguindo o texto mesmo da missa no missal.

10) Existe algum momento da missa que seja mais importante do que outros?

O mais importante momento da missa é a Consagração. Assim que foram ditas as palavras da forma sacramental, o padre eleva a hóstia e o cálice para serem vistos pelos fiéis. Todos devem estar de joelhos, compenetrados, silenciosos e em adoração.

11) Existe algum outro momento em que devemos estar de joelhos obrigatoriamente?

Sim. Quando o sacrário está aberto, quando a comunhão é distribuída aos fiéis, quando o padre dá a bênção final.

O Templo de Deus.

A Igreja é a casa de Deus. Lugar de oração, lugar de silêncio. Nela, nada de profano deve entrar. Toda a vida de uma igreja gira em torno das coisas de Deus, principalmente do seu culto, do seu louvor, do seu sacrifício.

12) Qual é a parte principal de uma igreja?

É o altar. Ele é o centro e a razão de ser da igreja. Todo altar é de pedra, pois é sobre a pedra que se realiza um sacrifício. No Antigo Testamento vemos diversos exemplos de sacrifícios oferecidos sobre altares de pedra. Noé, quando sai da arca; Abraão quando vai sacrificar Isaac; Jacó quando acorda do sonho etc.

A Igreja mantém este costume. Mas o sacrifício oferecido já não é apenas figurativo do verdadeiro sacrifício, como no Antigo Testamento, mas o próprio sacrifício por excelência, o único agradável a Deus, o sacrifício de seu Filho.

13) Qual a primeira coisa que devemos fazer ao entrar numa igreja?

Molhando os dedos na água benta, fazemos o Sinal da Cruz. Caminhamos até o lugar em que vamos rezar, fazemos a genuflexão e nos ajoelhamos para rezar.

14) O que é uma genuflexão?

É um ato de adoração pelo qual dobramos nosso joelho direito até tocar o solo e voltamos à posição normal.

15) Em que momento devemos fazer a genuflexão?

Quando entramos na igreja, antes de sair da igreja e cada vez que passamos na frente do sacrário.

16) Existe algum outro tipo de genuflexão?

Sim. Devemos genuflectir com os dois joelhos sempre que o Sacrário estiver aberto, ou que um padre estiver elevando a hóstia na consagração de uma missa e que entrarmos nessa hora na igreja, ou ainda se o padre estiver distribuindo a comunhão. Também devemos fazer esta genuflexão com os dois joelhos quando o Santíssimo Sacramento estiver exposto na Custódia, para nossa adoração.

17) Como se faz esta genuflexão com os dois joelhos?

Devemos nos por de joelhos completamente, fazer uma leve inclinação com a cabeça e nos levantar-mos em seguida.

18) Além da água benta, da genuflexão e da oração, o que mais se pede quando se entra numa igreja?

Devemos estar vestidos corretamente, sem bermudas ou shorts, sem chinelos mas bem calçados, sem camisetas de alça, mas com camisas de mangas longas. Os homens e rapazes devem evitar as blusas com desenhos espalhafatosos, de esportes e coisas parecidas. As mulheres não podem entrar numa igreja com os ombros descobertos, sem mangas ou com mini-saias, usar saias longas.

19) É obrigatório para as mulheres o uso do véu?

Desde São Paulo até bem pouco tempo sempre foi pedido às mulheres que cobrissem a cabeça dentro da Igreja. Esse é o costume que mantemos em nossas igrejas. Não somente porque está assim na Bíblia, mas também porque isso favorece o recolhimento e a oração.

20) Porque as mulheres devem vir à igreja de saias?

Porque as calças compridas dão a elas um ar menos feminino, diminuindo a distinção entre os sexos e favorecendo uma atitude menos recatada. Também por isso a saia deve ser abaixo do joelho. Estes são os critérios para as vestimentas em nossas capelas e isso tem mantido um ambiente muito bom, próprio para a oração.

21) Como podemos saber que a Sagrada Hóstia está presente no Sacrário?

O principal sinal da presença do Santíssimo é o véu que cobre o Sacrário. Este véu se chama “conopeu” e costuma ter a cor dos paramentos do dia. Além do conopeu, deve sempre haver uma lamparina acesa perto do Sacrário.

22) Se o Sacrário estiver vazio, devemos fazer a genuflexão?

Não. Diante do Sacrário vazio fazemos apenas uma profunda inclinação ao altar e ao Crucifixo. Neste caso a lamparina deve estar apagada e o conopeu levantado ou ausente.

A Missa vai começar

23) Em que momento devemos entrar na igreja para o início da Missa?

Devemos chegar sempre alguns minutos antes para nos recolhermos na oração, preparar o missal e, sendo necessário, nos confessarmos para poder comungar.

24) É permitido chegar atrasado na Missa?

Não é permitido chegar atrasado porque seria uma falta de respeito para com Deus, além de evidente prejuízo espiritual para as almas.

25) Existe alguma ordem formal da Igreja sobre isso?

Sim, um dos mandamentos da Igreja diz: assistir missa completa todos os domingos.

26) E se acontecer algum imprevisto no meio do caminho?

A Igreja tolera pequenos atrasos não culposos. Por isso ela considera que, chegando na missa dominical (ou festa de preceito) até o Evangelho, pode-se ainda comungar. É preciso, no entanto, evitar sempre o atraso. O prejuízo é muito grande quando se perde as leituras e o sermão da missa.

27) Qual o melhor lugar para se assistir à missa?

Em princípio qualquer banco da igreja deveria servir para a boa assistência. Na prática, constata-se que as pessoas que ficam no fundo têm a tendência a se dispersar, se distrair, conversar, fazer sinais aos vizinhos, chamando a atenção para coisas que distraem do essencial. Evidentemente estes costumes são prejudiciais para as almas e podem chegar a ser pecado.

28) Qual o melhor modo de se assistir à Missa?

Usando o missal Latim-Português podemos acompanhar as belíssimas orações que a Igreja reza durante o Santo Sacrifício. Com o missal, também podemos acompanhar melhor os gestos e ritos que são explicados passo a passo.

29) Existe um modo de se entender melhor as diversas orações que compõem uma missa?

Uma divisão lógica dos textos pode ajudar a se localizar:

Devemos antes de tudo distinguir entre

Ordinário da Missa: são as orações fixas que se rezam em todas as missas

Próprio da Missa: são as orações daquele dia em particular.

No Próprio de toda missa existem:

– 3 antífonas : Intróito, Ofertório e Comunhão – As antífonas são pequenos textos que introduzem um salmo. Na missa, os salmos que seguem estas 3 antífonas ficam reduzidos a um versículo, como podemos ver no missal.

– 3 orações: Coleta, Secreta e Pós-comunhão – A Coleta é a oração sobre os fiéis, nossas necessidades espirituais. A Secreta é a oração sobre as secretas, termo antigo que designava o pão e vinho separados no Ofertório para serem consagrados. A pós-comunhão é a oração de ação de graças pelo alimento sacramental que acabamos de receber.

– 2 leituras, Epístola e Evangelho. Entre as duas curtas meditações que variam de acordo com a época do Ano Litúrgico: Gradual, Aleluia, Trato.

30) Existe ainda outras divisões que possam ajudar a assistir à Missa?

Sim. Considerando a missa de modo cronológico, podemos distinguir três partes.

31) Como se chama a primeira parte da missa?

Chama-se Missa dos Catecúmenos. Assim chamada porque, sendo formada pela parte penitencial e de instrução, era assistida também pelas pessoas que se preparavam para o batismo (os catecúmenos). Estes deviam deixar a igreja após o Credo. Os Santos Mistérios só podiam ser assistidos pelos batizados. Já não se tem este costume, mas o nome permanece. Também se chama a esta parte de Ante-missa.

32) Quais as orações da Missa dos Catecúmenos?

Orações ao pé do altar, com o Salmo Judica me (42) e o Confiteor.

Intróito, Coleta e a parte da Instrução: epístola, evangelho, sermão e o Credo, que é a profissão de fé católica.

33) Qual a segunda parte da Missa?

É a Missa dos Fiéis. Na antiguidade, todos os que, já sendo batizados e tendo podido confessar-se, estavam aptos para assistir o Santo Sacrifício e comungar.

34) Quais as orações ou partes da Missa dos Fiéis?

Ofertório, com o oferecimento do pão e do vinho que serão consagrados

Prefácio, longo canto que exprime o mistério da missa do dia.

Cânon, parte central da Missa. São as mais belas orações que o padre reza em silêncio e que têm seu ápice na Consagração.

Pai Nosso, rezado apenas pelo celebrante porque este ocupa o lugar de Cristo, que o rezou sozinho para ensinar aos Apóstolos

Comunhão

Orações finais

35) Qual a posição que devemos adotar ao longo da missa?

De joelhos:

– orações ao pé do altar até o final do Kyrie (nas missas de roxo ou preto até o fim da Coleta)

– do final do Sanctus até antes do Pai Nosso

– do Agnus Dei, durante toda a comunhão, até que o padre venha rezar a antífona da comunhão

– na bênção final

De pé:

– no Glória

– no Evangelho

– no Orate Fratres até o fim do Sanctus

– no Pai-Nosso até o Agnus Dei

– na antífona da comunhão até o fim do Ite Missa Est.

– no último Evangelho

Sentado:

– durante a Epístola até que o padre entoe o Evangelho

– durante o ofertório até que o padre entoe o Orate Fratres

– é permitido, mas não recomendado, sentar-se após o sacrário ser fechado, depois da comunhão (nunca se sentar durante a distribuição da comunhão ou com o sacrário aberto).

Seria uma falta não estar de joelhos: (salvo doença)

– na consagração

– a partir do Ecce Agnus Dei, quando o padre mostra a hóstia, até que o Sacrário seja fechado

– na bênção final

36) O que se deve fazer após a comunhão?

Quando nos levantamos da mesa de comunhão, carregamos Jesus no coração. Toda nossa atenção deve estar voltada ao hóspede divino que nos vem visitar com tanto amor e misericórdia. Uma atitude compenetrada, o olhar voltado para baixo, silêncio na alma e no corpo. Chegando ao nosso lugar, ficamos de joelhos, procuramos fechar os olhos e rezar em silêncio, saboreando este encontro sublime com Nosso Salvador. Podemos também, para ajudar a concentração, rezar as orações tradicionais de “ação de graças”, como se encontram no próprio missal ou nos livros de oração.

37) Quando o padre sai da igreja, no final da missa, devemos sair também?

Quanto vale um só instante com Jesus presente em nós? Vale a pena prolongar nossas orações e nosso silêncio, principalmente se considerarmos que durante a semana, são raros os momentos de silêncio e oração. Fiquemos alguns instantes com Jesus em ação de graças, após a Santa Missa. O padre também volta à igreja para rezar sua ação de graças. Procuremos não impedi-lo, com nossas necessidades, de fazer sua ação de graças.

O uso do missal.

38) Como podemos nos localizar melhor quando seguimos a missa no missal?

– O Ordinário da Missa fica no meio do missal. Ponha um marcador reservado para o Ordinário. É a parte fixa que se reza em todas as missas.

– Temporal : Toda a parte que precede o Ordinário é chamado de Temporal (missas próprias para o tempo): engloba todas as missas dos domingos ao longo do ano além de algumas outras missas que podem cair em dia de semana mas que estão inseridas nos mistérios da vida de Jesus Cristo: Natal, Epifania e outras. Ponha um marcador reservado também para esta parte

– Santonrl : Logo depois do Ordinário vem o Santoral. Missas dos Santos. Dividido em duas partes:

– Comum dos Santos – são missas indicadas para diversos santos : comum dos confessores, ou comum dos mártires etc. No dia do santo está indicada a página quando se deve usar a missa do comum. Ponha um marcador par o Comum dos santos.

– Próprio dos Santos – são as missas indicadas no dia mesmo do santo. Junto com a missa vem uma breve notícia histórica sobre a vida do santo. Vale a pena abrir todos os dias o missal para acompanhar os santos de cada dia. Ponha um marcador para o próprio dos santos.

– Missas votivas – São missas que rememoram algum mistério fora de época, para quando não houver nenhuma missa indicada naquele dia.

– Missa dos defuntos – todas as orações que devemos fazer nos enterros e nas doenças graves para pedir a Deus pelos nossos parentes e amigos.

– Manual de orações – muitas orações, ladainhas, consagrações, hinos, cânticos se encontram ainda no fim do missal. Não deixe de conhecer profundamente todas elas.

Outras obrigações dos fiéis

39) Além da assistência à Santa Missa, o que mais é pedido aos fiéis?

A Santa Igreja em sua sabedoria e para o bem de nossas almas, maior glória de Deus e para nossa salvação, pede ainda outras obrigações, que devemos procurar realizar com espírito de obediência e amor por Deus Nosso Senhor. São os chamados “Mandamentos da Igreja”.

40) Quais são esses Mandamentos?

São cinco:

– Assistir a missa inteira aos domingos e dias Santos de Guarda

– Confessar-se uma vez por ano pelo menos

– Comungar por ocasião da Páscoa

– Fazer jejum e abstinência nos dias prescritos

– Dar o dízimo segundo o costume

41) Porque a Igreja nos obriga a confessar e comungar na Páscoa?

Sendo a mais importante festa do Ano Litúrgico, centro dos mistérios da vida de Nosso Senhor, a Igreja considera que todos os católicos devem realizar este mínimo de amor por Jesus Sacramentado. Não significa que esta comunhão seja suficiente. O ideal seria que comungássemos todos os domingos. Mas a obrigação da comunhão pascal nos impele a fazer um bom exame de consciência. Quantas pessoas receberam a graça da conversão devido à confissão para a comunhão pascal.

42) Quais os dias Santos de Guarda?

Na Igreja Universal são dias santos de Guarda:

– Oitava de Natal (1º de janeiro)

– Epifania (6 de janeiro)

– São José (19 de março)

– Ascensão de Nosso Senhor

– Corpus Christi

– São Pedro e São Paulo (29 de junho)

– Assunção de N. Senhora (15 de agosto)

– Todos os Santos (1º de novembro)

– N. Sra. da Conceição (8 de dezembro)

Em cada país a legislação muda quanto aos dias feriados. Todos os católicos devem fazer um esforço para ir à Santa Missa nos dias santos de Guarda quando não for feriado.

43) Quais os dias de jejum obrigatório?

Atualmente, apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Mas o espírito da Quaresma nos move a jejuar com maior freqüência, mesmo não sendo de obrigação.

44) Ainda é de rigor a abstinência de carne nas sextas-feiras?

Sim. Toda sexta-feira do ano devemos nos abster de comer carne (podemos comer peixe), em honra e em memória das dores da Paixão de Cristo.

45) Porque existe a obrigação do dízimo?

Os padres não recebem salários, mas se dedicam em tempo integral às almas. Vivem atentos a todas as necessidades espirituais, e muitas vezes, às necessidades materiais dos seus fiéis. Nada mais justo que as famílias prevejam a subsistência do seu padre.

46) Como se paga o dízimo em nossas Capelas?

Cada família costuma deixar no início do mês uma quantia para este fim. Ela varia de acordo com as possibilidades de cada. Mas todos devem estar atentos para não faltar, de modo a cumprir esta grave obrigação que a Igreja nos impõe, em nome da Caridade e que não deixa de reverter-se para o bem dos próprios fiéis.

fonte:
http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/Pequeno%20Manual%20do%20Católico..htm


PARA COMUNGAR BEM.

março 27, 2009

comungar-bem

PARA COMUNGAR BEM.

Dom José Cardoso Sobrinho

Arcebispo de Olinda e Recife – PE.

Nossa Santa Igreja, desde o início, adverte os fiéis sobre a responsabilidade de receber dignamente – isto é, em estado de graça – o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Já no início da Igreja, São Paulo Apóstolo exortava severamente os cristãos da comunidade de Corinto, com as seguintes palavras:

“Todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis por que todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que comer e beber sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação.” (1 Cor. 11,26-29).

Aprendemos no catecismo da infância que, para receber dignamente a Eucaristia, é necessário encontrar-se na graça de Deus, ou seja, não ter consciência de nenhum pecado grave. Quem teve a fragilidade de cometer uma falta grave, deve primeiro converter-se, isto é, mudar de comportamento e depois aproximar-se humildemente do sacramento da confissão para receber a absolvição. Então poderá receber digna e frutuosamente a comunhão eucarística.

Nossa Santa Igreja continua a expor esta doutrina através dos séculos. O Servo de Deus Papa João Paulo II declarou oficialmente:

“Se o cristão tem na consciência o peso de um pecado grave, então o itinerário da penitência, através do sacramento da reconciliação, torna-se o caminho obrigatório para se abeirar e participar plenamente do sacrifício eucarístico” (ENCÍCLICA “ECCLESIA DE EUCHARISTIA” n. 37).

Neste mesmo documento o Papa transcreve a seguinte exortação proferida pelo grande doutor da Igreja São João Crisóstomo: “Também eu levanto a voz e vos suplico, peço e esconjuro para não vos abeirardes desta Mesa sagrada com uma consciência manchada e corrompida. De fato, uma tal aproximação nunca poderá chamar-se comunhão, ainda que toquemos mil vezes o corpo do Senhor, mas condenação, tormento e redobrados castigos”.

“O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA (n. 1415) estabelece o mesmo princípio: “Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente, a absolvição no sacramento da penitência”.

Infelizmente, hoje em dia circulam teorias falsas afirmando que podem receber a comunhão eucarística pessoas que vivem habitualmente em situação de pecado, p. ex., casais que vivem em situação matrimonial irregular, ou seja, na assim chamada “segunda união”. Sobre este problema o mesmo Papa João Paulo II se pronunciou claramente na EXORTAÇÃO APOSTÓLICA “ FAMILIARIS CONSORTIO” n. 84. Eis suas palavras:

“A Igreja, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”.

O mesmo princípio foi reafirmado recentemente pelo atual Santo Padre Bento XVI na sua EXORTAÇÃO APOSTÓLICA “SACRAMENTUM CARITATIS” n. 29:

“O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura (Mc 10, 2-12), de não admitir aos sacramentos os divorciados re-casados, porque o seu estado e condição de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia”.

A insistência do Santo Padre, por meio de declarações oficiais e solenes, demonstra a atualidade e a importância pastoral deste problema. Quem tivesse a ousadia de defender a doutrina contrária afirmando que os que estão em situação de pecado e, especificamente aqueles que vivem “em segunda união matrimonial” podem receber a eucaristia, tal pessoa evidentemente estaria discordando do Vigário de Cristo na terra e colocando-se em grave situação de pecado, por estar induzindo outros a comungar sacrilegamente.

A Eucaristia, como já dizia Santo Tomás de Aquino, “é o bem máximo da Igreja”. O Concílio Vaticano II, declarou: “a Eucaristia é a fonte e ápice de toda a vida Cristã” (LUMEN GENTIUM n. 11).

Podemos então logicamente concluir que nossa vida eucarística é o termômetro de toda a nossa vida espiritual: se quisermos saber qual o atual nível de nossa vida espiritual, é suficiente examinar nossa devoção eucarística.

Fonte: Arquidiocese de Olinda e Recife.

extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/PARA%20COMUNGAR%20BEM..htm


Pe. Léo – Que o sol não se ponha sobre o ressentimento

março 26, 2009

Parte 1

Parte 2


AS BEM-AVENTURANÇAS E OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

março 26, 2009

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AS BEM-AVENTURANÇAS E

OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

Catecismo de São Pio X.

Todo o Evangelho é um convite para viver das virtudes e dos dons do Espírito Santo. Cada passo da vida de Jesus, cada palavra saída de sua boca nos leva a buscar a Deus com mais amor, a vencer as tentações, a agir bem.

Essa vida de virtudes e de dons é o começo da vida eterna, do Paraíso, já presentes na alma em estado de graça. A Vida Eterna também é chamada de Beatitude, que significa felicidade. Os que vivem no céu são os beatos, ou bem-aventurados. Por isso, Nosso Senhor, no sermão da montanha, que lemos no cap. V de São Mateus, chama de bem-aventurados, ou seja, felizes, aqueles que viverem as bem-aventuranças que ele descreve, pois elas são atos que podemos fazer, atos de grande perfeição, que já nos faz participar da felicidade do céu. Eis como nos ensina Nosso Senhor no Evangelho citado.

«Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus.                                                                                                    Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus.»

E Jesus termina resumindo tudo numa só frase: «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus»

Vamos analisar um pouco estas sete bem-aventuranças:

As três primeiras descrevem a recompensa da alma que ama corretamente a si mesmo, que se converte para Deus. Como nos convertemos para Deus?

– vencendo o apego às riquezas e às honras do mundo – são os pobres de espírito

– aprendendo a se controlar, a dominar a raiva, as impaciências – são os mansos

– vencendo a tendência ao conforto, à preguiça, aprendendo a sofrer um pouco no nosso corpo por amor a Deus – são os que choram.

Em seguida vêm duas bem-aventuranças que descrevem a recompensa da alma que ama o seu próximo :

– praticando a justiça, ou seja, dando a cada um o que lhe é devido – são os que têm fome e sede de justiça.

– praticando a bondade, dando ao próximo, por amor de Deus, o que pode agradá-lo – são os misericordiosos.

E por fim, as duas últimas bem-aventuranças descrevem a recompensa da alma que ama a Deus acima de tudo, que na vida de oração procura encontrá-Lo, principalmente levada pelos dons do Espírito Santo:

– os que vivem da virtude e amam agir sempre no bem – são puros de coração.

– os que esperam receber o prêmio pela ajuda que deram ao próximo – são os pacíficos.

Agora que compreendemos o que significa cada uma das bem-aventuranças, fica fácil entender porque Jesus prometeu aos que praticarem as bem-aventuranças os prêmios que estão descritos no Evangelho:

– os que se desapegam das riquezas da terra e são pobres de espírito, recebem um tesouro no céu: deles é o Reino dos Céus.

– os que conseguiram dominar sua agitação, vivendo pacificamente com todos são os mansos: possuirão a terra.

– os que aceitam sofrer no seu corpo por amor a Deus, os que choram: serão consolados

– os que procuram dar a cada um o que lhe é devido, com fome e sede de justiça : serão saciados.

– os que são generosos para com o próximo, os misericordiosos : alcançarão misericórdia.

– os que vivem sempre com reta intenção em tudo o que fazem, os puros de coração : verão a Deus.

– os que imitam a Deus procurando a paz entre os homens, os pacíficos : serão chamados filhos de Deus.

As bem-aventuranças e os dons do Espírito Santo

Mas esta doutrina tão elevada, que nos é ensinada por São Tomás de Aquino não poderia deixar de ser acompanhada, na alma, pelo vento impetuoso do Divino Espírito Santo, que são os dons, como já estudamos. A cada bem-aventurança corresponde um dom.

Para compreendermos bem esta correspondência, vamos retomar aquela divisão das bem-aventuranças que vimos acima:

As três primeiras correspondem à conversão da alma à Deus, o que é realizado pelo Espírito Santo mediante os três primeiros dons:

os pobres de espírito são os que souberam se posicionar corretamente diante das riquezas do mundo. Este posicionamento da alma corresponde ao dom do temor de Deus

os mansos são os que aprenderam a fugir da agitação do mundo, das brigas, raivas etc. Encontram-se em Deus pelo dom da piedade

os que choram são os que aprenderam as causas do sofrimento, porque devemos sofrer em união a Jesus Cristo, na Cruz. Este conhecimento nos é dado pelo dom da Ciência.

As duas seguintes, como vimos antes, indicam a alma que ama ao próximo:

os que têm fome e sede de justiça precisam lutar constantemente para que cada um receba o que lhe é devido. Precisam então do dom da Força

os misericordiosos, que procuram em tudo ajudar aos necessitados, serão conduzidos pelo dom do Conselho.

Enfim, as duas últimas são as que mostram a alma que aprendeu a amar a Deus com perfeição

os puros de coração, sempre agindo por amor de Deus, pelas virtudes infusas, verão a Deus, ou seja, receberão o dom da Inteligência

os pacíficos, os que alcançaram a paz divina, viverão desta paz pelo dom da Sabedoria.

Os frutos do Espírito Santo

Diante desta maravilhosa doutrina a alma chega aos patamares da vida divina, ainda aqui nesta terra. E neste estado em que ela se encontra, reina no coração uma autêntica paz, manifestada por atos de virtudes infusas que são chamados os frutos do Espírito Santo. Eles são enumerados por São Paulo no cap V da Epístola aos Gálatas:

 

1- Caridade – ordena a alma no seu ato de amor

2- Alegria – conseqüência normal do amor verdadeiro

3- Paz – fruto da perfeita alegria, tanto interior quanto exterior

4- Paciência – o equilíbrio da alma que não se perturba com o mal.

5- Bondade – boa vontade para com o próximo

6- Benevolência – agir procurando sempre o bem do próximo

7- Longanimidade –  perseverança na vida da virtude

8- Mansidão – suporta o mal sem se alterar.

9- Fidelidade – não usa de fraude ou enganos.

10- Modéstia – bons modos nas coisas exteriores

11- Continência – a alma aprende a renunciar aos prazeres do corpo lícitos.

12- Castidade –  a alma conserva seu corpo e seu coração puros, fugindo dos prazeres ilícitos.

 

Esses frutos do Espírito Santo fazem a alma fugir dos frutos da carne, que São Paulo também enumera, que são diversos pecados ou vícios que levam a alma para o mal.

Ao contrário, os frutos do Espírito Santo orientam a alma já avançada no amor de Deus em direção à vida eterna, Deus visto como fim último a ser alcançado, Luz Eterna que encherá nossas almas para sempre da Felicidade.

fonte:
http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/Documentártio%20da%20Igreja/AS%20BEM-AVENTURANÇAS%20E%20OS%20FRUTOS%20DO%20ESPÍRITO%20SANTO.htm


dia 25 de março, dia da anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora

março 25, 2009

Nossa homenagem a Nossa amada Mãe. Ao seu sim a Nossa Salvação. Segue abaixo clip com a música “Maria e o Anjo” de Anjos de Resgate.


OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

março 25, 2009

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OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Catecismo Maior de São Pio X.

Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. (Mt. 12,32)

Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça! (Hb. 10,29)

O pontificado do Papa São Pio X de 1903 a 1914 – em seu Catecismo Maior, ensinou que são seis os pecados contra o Espírito Santo:

O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do Espírito Santo.

1º – Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.

2º – Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.

Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.

A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º – Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.

Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.

4º – Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.

5º – A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

6º – A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.

fonte:
http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/Documentártio%20da%20Igreja/OS%20PECADOS%20CONTRA%20O%20ESPÍRITO%20SANTO.htm


PINTURA SURPRESA

março 24, 2009

Assista até o final


OS 10 MADAMENTOS DO CASAL

março 24, 2009

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1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo.
2. Nunca gritar um com o outro.
3. Tomar as decisões de comum acordo.
4. Se for inevitável repreender, fazê-lo com amor.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.
6. Evitar displicência e a indiferença com o cônjuge.
7. Nuca ir dormir sem ter chegado mediante diálogo e perdão , a um acordo.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer um ao outro uma palavra carinhosa.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.
10. Viver a vida a dois como eternos namorados.

extraído do sites:
http://tercodoshomensmaerainhace.org.br/
http://unipe.br/blog/fonoaudiologia/wp-content/uploads/2008/09/casal_idoso1.gif


DEIXAR-SE TRANSFIGURAR POR JESUS

março 23, 2009

Gilda Carvalho

Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e os leva para a montanha. Lá, continua o evangelista, transfigura-se diante deles: sua pele se torna alva, brilhante. Com ele conversam Elias e Moisés. Os apóstolos enchem-se de medo e maravilha.

Pedro quer ficar. Está maravilhado com a glória do Senhor. Naquele momento, os três discípulos puderam provar um pouco do céu. E, como voltar diante de tamanha glória? Mas Senhor aponta que é necessário descer a montanha… Da mesma forma que foi necessário subi-la para no silêncio do local distante encontrar-se com Deus, é necessário desce-la e ir aos homens para mostrar-lhes a glória experimentada.

Conhecemos este episódio porque os discípulos no-lo contaram através dos relatos do Evangelho. Partilharam sua experiência e esta permanece ao longo dos séculos.

Quantas experiências da glória de Deus também nós experimentamos em nossas vidas? Quantas vezes teremos desejado ficar no conforto do daquele momento no qual sabemos – indubitavelmente – que a presença de Deus é tão forte que quase podemos tocá-Lo. Mas o Senhor nos pede que também desçamos nossas montanhas e O testemunhemos à humanidade.

Felizes os que vivem essa experiência de deixar-se maravilhar pela glória de Deus. Felizes os que a encontram escondida sob tantas tragédias e desolações diárias. Felizes, ainda mais, aqueles que a sabem testemunhar e dedicam a vida a mostrá-la a outros e outras.

A transfiguração de Jesus é uma pequena demonstração de Sua glorificação. O brilho de sua pele pode nos mostrar a preciosidade de Seu santíssimo coração. A conversa com Elias e Moisés, o resgate de todos aqueles que nos precederam e vivem desde já junto a Deus.

Transfigurar-se é, sobretudo, transformar-se. E essa transformação é fundamental nesse tempo de Quaresma em que a Igreja insiste no perdão e na reconciliação, na mudança dos corações endurecidos para corações amorosos, na substituição da morte pela vida, na conversão das almas.

Deus nos quer assim: com o coração transformado e pleno de amor, com a alma tranquila, com o semblante resplandecente de paz interior. Foi para essa plenitude que Ele nos criou e não para a desordem do pecado e do desamor.

Texto para reflexão: Mc 9, 2-10

extraído do site:

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11888&cod_canal=30


Somos a Igreja Católica

março 23, 2009

A espera de Maria

março 22, 2009

Gilda Carvalho
gilda@puc-rio.br

Ninguém esperou mais pelo Menino que Sua mãe. Durante nove meses, Maria carregou dentro de si o Salvador e viveu o mistério da maternidade: gerou vida dentro de si, ao mesmo tempo em que gestava a Vida. A gravidez de Maria foi o advento plenamente vivido, e podemos, hoje, vivê-lo em companhia da Mãe de Deus.

Advento, tempo de conversão. Mas, como falar em conversão naquela que é toda pura e cheia de graça? Em Maria não havia pecado. Foi concebida imaculada para que seu ventre pudesse abrigar aquele que trazia em si todo o Bem e todo Amor.

A conversão não está, pois, só no pedido de perdão dos pecados. Se a entendermos assim, não poderemos jamais aplicá-la à Maria. A conversão está, também, no sentido de busca do entendimento contínuo da vontade de Deus.

Na Anunciação, fica claro que Maria não entendia como a vontade de seu Senhor se concretizaria: questiona o anjo, tenta entender o que aos olhos humanos era incompreensível – como gerar vida, se ela não conhecia homem, se era virgem? E o anjo lhe explica como, soprando sobre Ela o Espírito de Deus que a cobriria de entendimento e adoração, reverenciando desde já a Vida que nascia dentro de si.

O acompanhar dos episódios que se seguirão a partir daquele momento de Nazaré é revelador desse desejo de Maria. Ela irá meditar em seu coração sobre os acontecimentos que marcarão o nascimento do Menino. Irá acompanhá-Lo em sua caminhada terrena, ajudando-o a crescer em estatura, conhecimento e graça. E, espantada e sofrida, o assistirá morrer na cruz, tentando entender a vontade do mundo que matava aquele só havia lhe dado amor. E entender um Deus que silenciava para depois explodir em glória com o Ressuscitado.

Observar Maria ao longo da vida de Jesus Cristo nos fará entender como fazer para entendermos a história de um Deus que caminha com a humanidade. O Criador conhece pelo nome cada uma de suas criaturas. Mas, às criaturas não é dado todo o conhecimento de seu Criador. Por isso, a necessidade de saber enxergá-Lo na escuridão, escutá-Lo na turbulência e senti-Lo quando parece estar longe. E este é também um caminho de conversão: aquele que nos conduzirá ao encontro do Senhor, através do sair de nós mesmos para o encontro com aquele que só pode ser visto através do amor e serviço ao outro. Tal como a Virgem de Nazaré o fez.

fonte:
http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11328&cod_canal=32