PADRE CHRYSTIAN SHANKAR: AS 3 TENTAÇÕES DE HOJE QUE INCENTIVAM A TRAIÇÃO E A INFIDELIDADE

abril 30, 2013

TRABALHAR AS EMOÇÕES FERIDAS

abril 30, 2013

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Trabalhar as emoções feridas

O diálogo curador exige a coragem de ouvir

Problemas existem. Dificuldades de relacionamento são relativamente normais. Não podemos, sob nenhuma hipótese, permitir que essas dificuldades se transformem em ressentimentos.

Existem situações que fogem ao nosso controle, que acabam por gerar desentendimento. Mas isso jamais pode ser um obstáculo para que vivamos como irmãos e nos amemos cada vez mais. O segredo é não deixar o sentimento negativo se transformar em ressentimento. A verdade precisa aparecer sempre. O grande critério para nossos relacionamentos, que tem de estar acima de qualquer dúvida ou discussão é a verdade do Evangelho (cf. Gl 2,14).

É preciso aprender a expressar nossos sentimentos positivos e também os negativos. Não adianta querer se martirizar guardando tudo no coração. Mas é preciso aprender a fabulosa arte de se expressar, especialmente quando somos provocados por sentimentos estragados e encardidos. Se já é difícil expressar os sentimentos bons, quanto mais expressar corretamente os sentimentos estragados. É preciso saber como falar e, acima de tudo, falar com objetivo de fazer crescer, de desejar a cura do outro e não sua destruição.

Precisamos descobrir nossos sentimentos e nossas reações para trabalhar corretamente a fim de que não se transformem em ressentimentos. É preciso aprender a conviver com as limitações do coração e, mais ainda, aprender a partilhar de modo positivo as emoções negativas. A libertação é consequência de um sério esforço com esse objetivo. Ninguém está imune ao ressentimento. Ninguém consegue superá-lo só com alguns bons conselhos.

O ser humano vive e se abastece pelo diálogo. Esse é o modo natural de comunicação, mas parece que nos esquecemos de algo tão óbvio e evidente, e, diante dos problemas de relacionamento, nos fechamos num silêncio sepulcral. Sem a coragem de dialogar não existe a menor possibilidade de evitar que os problemas mais comuns do dia a dia acabem por se transformar em ressentimento. Além do diálogo honesto, maduro, franco, aberto e sincero, é preciso apresentar a Deus nossas dificuldades de relacionamento. Tudo o que somos e tudo o que sentimos deve ser objeto de nossas orações. A cura do ressentimento é fruto dessa dupla dimensão da comunicação humana: diálogo com as pessoas e diálogo com Deus (oração).

Assim como a oração precisa ser sincera, o diálogo também deve obedecer a essa lei fundamental. Sinceridade significa estar desarmado. Não há como um diálogo ser canal de cura se vou ao encontro do outro com o coração armado e pronto para criticar, brigar, ofender e culpar. Isso não é diálogo, é provocação. É claro que preciso ter a liberdade de me expressar com a maior verdade possível. Amar é falar tudo o que penso ao outro, mas é também poder falar sem pensar. Aliás, essa é também a grande oração que precisamos aprender. A oração mais poderosa que fazemos é quando temos a coragem de falar abertamente com Deus. A melhor oração para a cura é aquela que fazemos quando não estamos rezando.

No diálogo fraterno e honesto não pode existir a intenção de ofender o outro ou de devolver a ofensa recebida. Se existe essa intenção, é melhor deixar para outra hora. Tudo o que falamos na hora da exaltação e da raiva só ajuda a aumentar o problema e aprofundar a ferida. O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema, de sanar a ferida e de levar a outra pessoa a crescer. O diálogo só é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é cura do ressentimento.

Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso se colocar no lugar do outro, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como o outro está vendo ou sentindo a situação. Só existem brigas quando essas visões são absolutamente contrárias e quando um ou os dois não conseguem dar o braço a torcer.

Padre Léo, scj

(Extraído do livro “A cura do ressentimento”)

26/04/2013

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13146

 


PADRE ANDERSON: O AMOR É O MAIOR TESTEMUNHO QUE VOCÊ PODE DAR

abril 29, 2013

A ASSISTÊNCIA À SANTA MISSA DOMINICAL

abril 29, 2013

Santa Missa Dominical

A assistência à Santa Missa dominical

Mons. Tihamer Tóth

O domingo é dia de descanso e não devemos fazer trabalhos servis. O descanso é, contudo, só uma parte do terceiro Mandamento, a parte negativa; apresenta o que não nos é lícito fazer. Mas a santificação do domingo tem também uma parte positiva: diz-nos o que devemos fazer ao domingo. A luz do verdadeiro gozo dominical e o seu calor vivificante só podem manter-se no coração daquele que observa igualmente a parte negativa e a parte positiva do Mandamento; assim como na pilha elétrica só se acende a luz quando o fio toca ao mesmo tempo nos dois pólos: o positivo e o negativo.

A santificação completa do domingo exige, além do descanso, a assistência devota à Missa dominical.

Durante séculos quando ressoavam os sinos da igreja anunciando a Missa dominical, os homens prestavam ouvido atento ao convite. Infelizmente uma parte da moderna humanidade já não o quer ouvir. As sereias das fábricas, o ruído das ruas, o ondular encapelado da luta pela vida, os reclamos estrepitosos dos locais de diversão abafam a voz suave dos sinos.

E assim veio a formar-se entre os homens modernos um tipo especial: o daqueles que celebram o domingo a meias. Observam o descanso dominical; exigem-no até; mas de todo esse dia de folga não consagram a Deus nem a Missa de preceito, uma hora ao menos.

Desejo ponderar, agora, esta importante questão da Missa ao domingo.

I – Por que somos obrigados

a ouvir Missa aos domingos

 

A nossa religião sacrossanta impõe-nos, sob pena de pecado grave, a obrigação de ouvir Missa inteira aos domingos e festas de guarda.

É a lei.

Mas ser-nos-á mais fácil o seu cumprimento exato se, em vez de conhecermos apenas a determinação, virmos com toda a clareza as vantagens incalculáveis que oferece para a alma.

Consideramos detidamente o que significa para nós a santificação do domingo. Além de significar que temos de alcançar alegria e forças para as lutas que nos esperam pela semana adiante, indica-nos que devemos renovar profundamente, radicalmente, toda a nossa vida religiosa.

Qual deveria ser, segundo o desejo da Santa Madre Igreja, o resultado prático da assistência à Missa dominical? Renovar de modo radical a circulação do sangue na nossa vida espiritual, tão anêmica, por mal dos nossos pecados!

Que terrível epidemia se vai propagando à humanidade moderna!

Que epidemia? De cólera? De peste? Não. Uma epidemia pior: a anemia espiritual, o raquitismo da alma. O mundo é assolado pelo delírio impetuoso do embrutecimento da vida, da perda do senso moral, da fraude, do roubo, da impudicícia. Todos lamentam que tenhamos chegado a tal extremo: organizam-se em reuniões, conferências e planos… mas são tão poucos os que sabem o motivo por que chegamos a estes pontos!

Diz-nos o profeta Oséias: “Não há conhecimento de Deus na nossa terra”. Por isso “a maldição e a mentira, o homicídio, o roubo e o adultério assaltaram tudo”(Oséias IV, 1-2).

Debilitou-se o sentido religioso da nossa vida; no conceito dos homens, depreciou-se o valor da religião; tornamo-nos anêmicos e cada chaga espiritual que se abre, cada ato que brada ao Céu, cada rebeldia e revolta é manifestação evidente desta anemia latente do organismo da sociedade.

– Mas com que direito se queixa o senhor da insuficiente religiosidade do homem atual? Todo o país é cristão. E na maioria os homens afirmam que são crentes. Não será bastante?

Não, não basta. Nem por isso deixa de ser anêmica a alma do homem moderno.

Que é a anemia do corpo? Escassez de sangue? Não. O enfermo tem o suficiente, mas o que não contém é a necessária quantidade de glóbulos vermelhos, quer dizer, falta-lhe o impulso vivificador que anime todas as ações da sua vida quotidiana e lhe comunique a cor viva da saúde.

Temos de introduzir sangue, força viva da religiosidade, nesta sociedade moderna que se agita, febril. A Missa dominical está indicada para produzir tão salutares resultados.

Vamos um pouco mais longe. Todos os homens necessitam da influência vital da Missa do domingo; ninguém precisa tanto como o que vive numa grande cidade, porque a vida num grande meio citadino cerca-nos por todos os lados, para nos desviar da nossa vida natural humana, e a Missa do domingo é capaz de nos sustentar mais um dia em consonância com a dignidade de homens.

Que faz de nós a grande cidade?

Em primeiro lugar, espectadores de cinema. A vida corre sem freio diante de nós, exatamente como a fita na cena. Novas impressões a cada momento; uma faz desvanecer a outra: agora choramos, logo rimos. Reserva-nos, cada dia, mil surpresas de que nada resta. Assim se move, numa agitação, o homem da grande cidade.

Em segundo lugar, a vida da grande cidade faz de nós leitores superficiais de jornal, pessoas que vão atrás das “sensações” exteriores. Chegam os jornais de manhã cedo… folheamo-los. Às dez chega outro, vários outros à tarde, mais à noite… e todas as notícias nos fazem vibrar os nervos. Quantas coisas têm de passar através do meu pobre cérebro! Que tal ou tal “estrela” de cinema se apresentou perante o oficial do registro para se casar pela terceira vez; que determinado “ás” do desporto começa a treinar-se às tantas da manhã e como fica bem de pijama, que come, onde e como, fulano, o famoso centro de futebol… Queiras ou não, tens de ler tudo. E não te fica tempo livre para outra coisa, para os assuntos sérios, para a ciência, para a leitura de livros religiosos. E é assim que o homem das grandes cidades se torna superficial.

Em terceiro lugar, a vida das grandes cidades faz de nós homens-máquinas, homens sem alma. Subir para o elétrico todas as manhãs, na mesma paragem; esperar sempre pelo ônibus número tantos; passar sempre em frente das mesmas casas; viajar sempre com as mesmas pessoas; descer sempre no mesmo ponto; trabalhar sempre no mesmo escritório; estar 8 horas de pé ou sentado junto da mesma máquina… Não é raro que o homem se automatize e ignore ou desconheça tudo quanto não seja a sua maquininha, os seus próprios alambiques, a sua cátedra ou negócio pessoal… Assim se transforma o homem das grandes cidades em autômato que nada sabe das lides espirituais.

Que faz de nós a grande cidade? Freqüentadores de café. Pobre homem trabalhador, bem mereces descanso e alegria. Mas não é aí, onde os procuras, que os podes encontrar. Pelo menos encontras aquele refrigério, aquele bem-estar e paz de que precisarias? Toda a família entra no café. Tu, ainda assim, passas o tempo a fumar ao mesmo tempo em que lês os jornais diários; a tua esposa, porém, faz flirt enquanto vai saboreando o café. Repara agora no que fazem os teus filhos de seis e oito anos que trouxeste para uma sala cheia de fumo. Olha como as crianças vão formando a alma com aquela revista ilustrada cheia de cabaret; de madrugada para a cama e assim acaba o domingo: sem um único sentimento, sem um pensamento vivificante!

Exagero ao descrever assim a vida da grande cidade?

O domingo! Mas o domingo tal como o concebe e ordena a nossa Madre Igreja: o domingo com a Missa!

O Filho de Deus, que morreu para nos salvar, encontra-se ali presente entre nós e o Seu Sangue preciosíssimo restitui cores de vida à nossa alma definhada, pálida e amarfanhada devido às lutas de toda a semana. É esta a bendita graça da Missa dominical. E o que assistiu a ela com o espírito incendiado em amor de Deus experimentará, durante a semana inteira, a sua influência benéfica. É possível que sinta, como até aí, o peso da vida, mas a luta não redundará em desespero; é possível que sofra as mesmas tentações, mas a tentação não o fará cair em pecado.

E é esse, justamente, o pensamento fundamental da nossa santa religião: fazer combinar a Missa do domingo com o trabalho de toda a semana. O ideal da Igreja não consiste em vestirem os fiéis uma roupa melhor ao domingo, pegarem no missal para ir à Missa, fazerem durante uma hora vários exercícios piedosos, e depois regressarem à casa, pousarem o missal, despirem a roupa e arrumarem a devoção e o cristianismo. Oh! Não! O que Ela quer é que a assistência à Missa dominical seja fonte de forças vigorosas para o trabalho de todos os dias; que o domingo se prolongue através dos dias de semana, a nossa oração através do nosso trabalho, a nossa conversa com Deus através do nosso comportamento com os homens; quer dizer: que a nossa religiosidade impregne a nossa vida. Deste modo, todos os nossos trabalhos se virão a converter em oração, cada lar num templo, cada vida humana em sacrifício aceite por Deus.

É por isto que somos obrigados a ouvir Missa ao domingo.

II – A que nos obriga o preceito

de ouvir Missa ao domingo

 

Se considerarmos que a Santa Missa é a renovação incruenta do sacrifício da Cruz, compreenderemos sem esforço o motivo por que a Igreja obriga os seus fiéis a ouvir Missa inteira aos domingos e dias de festa. Não é possível celebrar mais condignamente o dia do Senhor do que assistindo à Santa Missa.

A formosa árvore da vida religiosa desabrochou durante dois mil anos em esplêndida ramagem, e dela brotaram exercícios piedosos: o santo Rosário, as Ladainhas, a Via-sacra, associações piedosas, romarias… e, contudo, a Igreja a nenhum deles considerou obrigatório: cada fiel pode escolher livremente o exercício que mais lhe quadre. Só fez exceção para a Santa Missa. Todo o católico que haja completado os sete anos de idade – a não ser em caso de doença, de falta de igreja ou de outro impedimento insuperável – está obrigado a ouvir Missa todos os domingos e dias de festa, sob pena de pecado grave. E não basta ouvir Missa pela rádio; tem de ir pessoalmente à igreja. É lícito ouvir o sermão pela rádio; mas não podemos cumprir, por esse meio, a nossa obrigação de assistir à Santa Missa.

Evidentemente que a Igreja é compreensiva, e Deus – se me é permitido exprimir deste modo – atende à nossa verdadeira situação. Há obstáculos que dispensam de assistir à Santa Missa. Estás doente e não podes sair de casa, não estás obrigado a assistir à Missa; tens crianças em casa e não sabes a quem as há de entregar; a igreja mais próxima fica na aldeia vizinha e o caminho está cheio de lama que chega aos joelhos – estás dispensado. Sim. Deus dispensa-nos facilmente, mas nós é que não devemos dispensar-nos com facilidade.

Nestes casos, quando é impossível ir à missa, dediquemos, em casa, à fervorosa adoração de Deus, a meia hora da missa. Aos olhos do Senhor que lê nos corações, um domingo celebrado com este espírito será talvez mais santo que o daqueles que assistem à Missa brincando com o chapéu ou reparando em quem entra e quem sai.

A Igreja aceita um motivo sério, mas não as falsas desculpas. Neste ponto não seria descabido exigir de nós mesmos numa medida mais rigorosa. Porque, se a doença me dispensa de ir à igreja, não me dispensa numa pequena indisposição. “Senti-me mal; não fui à Missa”– dizem com a maior naturalidade alguns que na tarde desse mesmo dia estão sentados numa sala de concertos. “No verão o ar da igreja está tão pesado; é capaz de produzir uma indisposição. E no inverno está tanto frio que há perigo de apanhar um resfriamento”. “A Missa é cedo demais; não posso levantar-me às oito da manhã” – diz outro que, não obstante, costuma levantar-se às seis para uma excursão, e já uma vez se levantou às quatro para admirar o nascer do Sol… Mas não pode levantar-se às oito para ver como se ergue e aparece o Sol da humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo… isso, e nada mais, é a Santa Missa.

Não posso deixar de consignar o que ouvi do antigo e célebre ginecologista da nossa Universidade, o professor João Barsony, poucos meses antes da sua morte: “Andei por toda a Europa, estive na Ásia e na África; mas, se bem me lembro, nem um único domingo deixei de ouvir Missa”. Isto é que é espírito católico!

Sejamos generosos com Deus e o proveito será nosso.

Não nos dispensa de ouvir missa o “estive num sarau no sábado à noite e agora sinto-me cansado”; nem o fato de que “é este o meu único dia livre e vou numa excursão”; nem nos dispensa o mercado, nem o campeonato de um desporto, nem festejo algum seja de que natureza for. Pelo contrário: é nessa ocasião, justamente, que havemos de mostrar quão séria é a nossa religiosidade, observando a lei, mesmo quando exige sacrifícios. E com um pouco de sacrifício, é possível cumpri-lo quase sempre. Certo cavalheiro volta para casa depois de um evento qualquer, pelas seis da madrugada. Se se deita a essas horas já não acordará nem sequer para comer.

Que deve fazer, nesse caso? Vá imediatamente à Missa das seis e deite-se depois. Replicam-se: “Esta Missa não lhe há de servir de muito”. Concordo que não é o ideal.Mas em todo o caso, sempre é melhor do que ficar sem Missa.

Num domingo de manhã, com tempo esplêndido, toda a família se prepara para uma excursão. Depois do trabalho extenuante de toda a semana, bem necessita o homem moderno e bem mereceu o descanso, o refrigério, a excursão – mas não o faças pondo de parte a Missa. Levanta-te meia hora mais cedo e assiste à Missa. A Igreja é tão solícita e atenta neste ponto!

Nas grandes cidades celebram-se Missas a horas e em lugares diversos, para que ninguém possa dizer que não teve meio de cumprir o preceito. Em Nova Iorque celebravam-se Missas às duas da madrugada para os tipógrafos e moços de restaurantes que voltavam a casa depois de terminado o trabalho. Em Munique, na estação principal do caminho de ferro, durante a temporada de turismo, celebravam-se Missas, numa sala de espera, às três, às quatro, cinco e seis da manhã, para os que partiam de excursão. No ano de 1926 houve 172 Missas na sala de espera da estação de Munique, a que assistiram certa de trinta mil pessoas e comungaram umas duas mil. Em Buda, na igreja dos franciscanos, todos os domingos celebrava-se uma Missa às cinco da manhã para os que partiam de excursão. Com um pouco de boa vontade é possível dar solução a tudo.

A pontualidade

Há pessoas que calculam e procuram, com esforço digno de melhor causa, as partes da Santa Missa que podem deixar sem pecado propriamente dito e as que podem deixar sem cometer pecado grave; qual é o derradeiro momento a que podem chegar e o primeiro a que podem sair. Pois bem: esse espírito de escravo – permita-se-me a expressão – não é compatível com a liberdade cristã. Não se poderá aprovar a conduta daquele estudante a quem o professor de Religião pediu contas de não ter ido à Missa: “Eu fui, senhor professor, o que é, cheguei tarde”. “Chegaste tarde? Quando? Em que altura da Missa estavam?”. “Ainda estava uma vela acesa”. Quer dizer que quando chegou, já estavam a apagar as velas, depois da Missa!

Não quero exagerar; não quero exigir mais do que pede a nossa santa religião.Portanto, repito o que a Igreja ensina: quem assiste à parte principal da Missa, isto é, desde o ofertório, desde que se descobre o cálice, cumpre o preceito de ouvir Missa; não é obrigatório, sob pena de pecado grave, assistir às partes anteriores.

Porém, o que mede com esse espírito avaro até que ponto pode tardar sem culpa, até onde pode assistir, não tem idéia do valor maravilhoso da Santa Missa. Se por qualquer motivo chegaste atrasado e não assististe ao princípio da Missa, nem sequer a toda a primeira parte, se chegaste no momento da Elevação, a Igreja não te obriga, repito, a ouvir outra Missa inteira; só te pede que a ouças até ao ponto em que começaste a ouvir a Missa precedente… É deste modo suave a Santa Madre Igreja. Tu é que deves ser generoso assistindo pontualmente; deves preferir esperar alguns minutos a chegar tarde. Afinal, a senhora da casa para onde foste convidado pode levar a mal que entres quando já se está a servir a sopa, pois é delicado chegar alguns minutos mais cedo. A Igreja também tem as suas regras de urbanidade e entre elas figura esta: os devotos não devem ser incomodados a cada passo pelos retardatários.

Quanto haveria a dizer a respeito do incomodar! Por quantas maneiras se pode incomodar quem assiste à Missa? Não é sem razão que, ao entrar na igreja, nos benzemos com água benta. Que significa esse gesto simbólico? Indica a intenção de querer deixar fora, à porta, os nossos pensamentos de todos os dias, os nossos desejos e preocupações terrenas. Lá para dentro, para junto do altar do Senhor, só devemos levar a nossa alma em prece.

O que vai com outro espírito não tirará da Santa Missa forças para si mesmo, e por outro lado, perturbará a devoção dos outros.

São, pois, dignos de censura aqueles que não consideram a Missa como um ato augusto de santidade, nem o templo como um lugar sagrado em que se ergue a alma a Deus. Eles sentem-se, dentro daquele santo recinto, como se estivessem no passeio da moda ou no teatro onde se pode olhar com óculo, com binóculo e com impertinência, o traje, o rosto e a atitude dos presentes. Tal “assistência à Missa” é apenas uma burla ao terceiro Mandamento.

Por outro modo pode perturbar-se o ambiente de devoção: provocando a distração e até dando escândalo aos outros com o comportamento ou a maneira de vestir.

Em nossos dias fala-se muito, na igreja e fora dela, em tom de repreensão, de provocante nudez da moderna moda feminina. Não é aqui o lugar apropriado para tratar desse tema. Apenas uma breve observação: a moral católica condena os modernos trajes femininos, tão incrivelmente curtos e decotados, até nos salões de baile. Mas, finalmente, quem assiste a um baile já sabe o que ali o espera. Que dizer, porém, quando um homem temente a Deus vai à igreja para chorar a sua alma e aí, nesse lugar sagrado, a seu lado e à sua frente, há senhoras que com os trajes decotados, com as meias de seda cor de carne, o obrigam a abater o voo do espírito em oração e a baixar ao nível dos salões de baile?Podem considerar-se rigorosos aqueles bispos estrangeiros que fazem afixar nas portas das igrejas avisos prevenindo as senhoras vestidas desse modo que não lhes é permitido confessar-se e comungar?

Eis uma breve observação.

*     *     *

Vou terminar este artigo. No princípio afirmei que é anêmica a religiosidade de muitas pessoas. O anêmico tem a necessidade de expor o corpo aos raios de sol. Que deverá fazer o anêmico de espírito? Expor a sua alma, cansada e sem forças, à luz das velas do altar.

Oh! A luz das velas do altar da Missa dominical! Sabeis que espécie de luz é essa?Luz firme de estrelas que nos guia até Nosso Senhor, a nós, os longínquos descendentes dos Reis do Oriente que foram em peregrinação ao Menino de Belém.

Ah! Essa luz bendita, cintilante!

O homem moderno, escravo da embaraçada vida social, nunca tem tempo de erguer o espírito até as estrelas; e se procura a luz e fita uma que o guie, muitas vezes escolhe alguma estrela falsa e segue luz falaz. Há pessoas – está o mundo cheio delas – de boa disposição e de boa vontade; mas o mecanismo da vida em marcha contínua não lhes concede um momento para o recolhimento, para a contemplação. Há outros que correm atrás da luz; mas o que supõem ser uma estrela que conduz à felicidade é enganador fogo-fátuo que leva aos pântanos, é a luz cintilante dos cabarets noturnos, é a miragem de ouro, o fogo devorador dos amores sem Deus. E como os homens correm após tais fogos-fátuos! Com um fogo que arde em chamas sinistras; e que fim é o seu!

Qual é o fim?

Quando, no outono, as aves migratórias partem em grandes bandos, o guarda do farol encontra, pela manhã, os pobres animais caídos aos montes junto da torre. Que lhes aconteceu? Passavam, de noite, e brilhou-lhes na frente o foco luminoso. Ah! A luz! A luz! É a vida! Para a luz! E a luz iludiu-as. A lâmpada está guardada por um vidro forte e as pobres aves esmagaram-se contra ele. Pobres animais! E tu, pobre homem! Pobre homem moderno! Assim corres também atrás da ilusão da luz e despedaças-te e matas-te!

Irmãos! Irmãos anêmicos, de alma cansada! Irmãos que procurais a luz! Reparai: no altar da Santa Missa brilha uma luz verdadeira.

Luz que aquece. Luz que alumia. Luz que purifica. Luz que nos ilumina Cristo. Luz que nos guia através da pátria terrena e nos conduz à pátria eterna.

Fonte: christifidei / http://www.mariamaedaigreja.net

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/A%20assist%C3%AAncia%20%C3%A0%20missa%20dominical%20%20.htm


MINISTÉRIO ADORAÇÃO E VIDA: GRATIDÃO

abril 27, 2013

CONSAGRAÇÃO DE UMA MÃE A NOSSA SENHORA

abril 27, 2013

ORAÇÕES À VIRGEM MARIA

Consagração de uma mãe a Nossa Senhora

Oh! Maria, Mãe de Jesus, Nossa Senhora do (diga aqui a invocação de sua devoção)…, Augusta Protetora das mães venho confiar ao vosso Coração materno.
Um depósito sagrado que recebi do Senhor. Já me consagrei toda a Vós, hoje quero oferecer–vos o que tenho de mais caro no mundo.

Oh! Mãe de Jesus, são os meus filhos que eu vos apresento; recebei-os, guardai-os, por amor de Jesus, vosso querido Filho, que se imolou por eles com tanto amor.

Divina Mãe, vosso Coração está sempre aberto, é por nós um abismo de misericórdia e de amor; felizes, mil vezes felizes os que se consagram a Vós.

Meus filhos não podem ainda fazê-lo por si mesmos, mas eu pelo direito que Deus em deu sobre eles, vo-lo consagro inteiramente e vos prometo em seu nome o mais terno amor, a mais constante fidelidade.

Oh! boa Mãe, dignai-vos incluí-los no número dos que protegeis e preservai a sua preciosa inocência, livrai-os de tudo que possa vê-los tornar menos caros, e preparai sua alma para receber com fruto as primeiras impressões de graças e de piedade.

Ainda um favor, Oh! minha santa Protetora! Ajudai-me a cumprir para com essas crianças, que eu amo mais que a mim mesma, os deveres de uma mãe verdadeiramente cristã; ajudai-me a torná-los dignos do belo título de “Filhos de Maria”.

Eu vos prometo, Oh! Virgem Celeste, com a graça de Deus e vossa santa Proteção; inspirar-lhe cedo o gosto da virtude e da piedade; dir-lhe-ei que devem vos amar como sua terna Mãe pois que são vossos filhos.

Oh! feliz Mãe de Jesus, fazei que eu veja meus filhos crescerem em sabedoria e em graça, à proporção que foram crescendo em idade; e dignai-vos estender a minha família a vossa ternura maternal e fazei que sintamos, sem cessar, os efeitos da vossa santa proteção.

Abandono-vos o cuidado dos meus negócios, tanto espirituais, como temporais, particularmente o grande negócio da nossa salvação eterna.

Que tudo seja santo em minha casa como na Vossa em Nazaré.

Oh! Jesus, Oh! Maria reinai sobre nós para sempre. Assim seja.

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/As%20Devo%C3%A7%C3%B5es/2.%20DEVO%C3%87%C3%95ES%20A%20MARIA%20SANT%C3%8DSSIMA/ORA%C3%87%C3%95ES%20A%20NOSSA%20SENHORA/Consagra%C3%A7%C3%A3o%20de%20uma%20m%C3%A3e%20a%20Nossa%20Senhora%20%20.htm


COMENTÁRIO DO EVANGELHO DE DOMINGO DIA 28/04/2013

abril 26, 2013

evangelho1

COMENTÁRIO DO EVANGELHO DO V DOMINGO DA PÁSCOA, ANO C, DO DIA 28 DE ABRIL DE 2013, FEITO PELO PADRE MATEUS MARIA, FMDJ.

Clique no link abaixo e assista:

http://pt.gloria.tv/?media=433867


PADRE CHRYSTIAN SHANKAR: DEIXE O PASSADO NO PASSADO E VOLTE PARA DEUS!

abril 26, 2013

APRENDA A VIVER COM A SIMPLICIDADE DAS CRIANÇAS

abril 26, 2013

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Aprenda a viver com a simplicidade das crianças

No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos

Vivemos em um mundo de intensas dores e ansiedades. Porém, não significa que devemos deixar tudo isso ditar as regras sobre nossa existência. Pelo contrário, precisamos reagir submetendo nossa vida a uma outra lógica, que não nos permitirá ser totalmente engolidos por essa enorme onda de agitação e ansiedade.

O ser humano é, no reino da vida, o único ser dotado de pensamento (razão). Ele é o único capaz de não se permitir determinar pelo meio em que vive e pelos seus instintos. Assim, pode construir uma realidade nova e melhor, que mais eficazmente corresponda à sua autêntica realização.

O homem não é uma massa de manobra que será sempre escrava do tempo e de suas frágeis tendências. Não. Ele é muito mais e foi criado para ir mais longe, pois possui a “dinâmica força da vida” dentro de si.

Não será possível uma vida sem tensões e sofrimentos, e sobre isso já falamos. Mas como gerir esses sofrimentos e tensões tão comuns em nossa vida?

Aqui, não me sinto autorizado a despejar sobre você receitas (ou frases) prontas. Ao contrário, desejo apenas propor caminhos que o possibilitem pensar e, posteriormente, encontrar ferramentas que o auxiliem neste processo.

Gosto de contemplar o jeito como as crianças percebem a vida e as dificuldades nela presentes. Para elas, as coisas são simples e descomplicadas, e quase sempre elas acabam encontrando soluções fáceis e bem humoradas para cada tensão que encontram. Elas não possuem a pretensão de querer reter, instantaneamente, a felicidade debaixo dos braços, mas a buscam experimentar em pequenas porções, a partir de cada pequena coisa que a existência lhes proporciona.

No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos: em uma partida de futebol com os amigos, em uma brincadeira na rua ou em uma refeição cheia de comidas gostosas etc. Enfim, elas conseguem viver bem cada momento, sendo inteiras (e felizes) em cada fragmento.

Com elas podemos aprender algo?

Acredito que aprender a viver com simplicidade sem complicar os fatos, lutando para separar cada coisa e as experienciando uma de cada vez é um concreto caminho para uma boa gerência de tensões (um caminho para a maturidade).

Percebo que uma boa e diária dose de paciência revestida de otimismo,diante de nossa vida e de seus muitos desafios, também nos possibilita bem lidar com nossas frustrações, ensinando-nos a não nos desesperarmos diante das momentâneas derrotas que o dia a dia nos apresentará.

(Extraído do livro “Construindo a felicidade”)

 

Foto Padre Adriano Zandoná

Adriano Zandoná é padre e missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, é articulista e apresenta o programa “Em sintonia com meu Deus” de segunda a sábado – 6h15min – pela TV Canção Nova.
http://twitter.com/peadrianozcn
http://blog.cancaonova.com/padreadrianozandona

25/04/2013

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13144

 


MARCIO MENDES: ACREDITAR NO AMOR QUE DEUS TEM POR VOCÊ

abril 25, 2013

MARIA COMO MEDIADORA E DISPENSADORA DE TODAS AS GRAÇAS

abril 25, 2013

Fr. Garrigou-Lagrange, O.P.

Tradução: Carlos Wolkartt

Maria como mediadora e
dispensadora de todas as graças.

Há muitos iludidos que pretendem alcançar a união com Deus sem recorrer constantemente a Nosso Senhor que é o caminho, a verdade e a vida. Outro erro seria querer chegar a Nosso Senhor sem passar por Maria, a quem a Igreja chama, em uma festa especial, Mediadora de todas as graças. Os protestantes caíram nesse erro. Sem chegar a esse ponto, há católicos que não compreendem a necessidade de recorrer a Maria para conseguir a intimidade com o Salvador. São Luís Maria Grignion de Montfort fala também de “Doutores que não conhecem a Mãe de Deus, senão de uma maneira especulativa, árida, estéril e indiferente; que temem abusar da devoção à Santíssima Virgem, fazer injúria a Nosso Senhor honrando demasiado a sua Santíssima Mãe. Se falam da devoção a Maria, não é tanto para recomendá-la como para reprovar os exageros”; dão a impressão de crer que Maria é um impedimento para conseguir a união com Deus.

Consiste, diz o Santo, em uma grande falta de humildade menosprezar os mediadores que Deus nos oferece, tendo em conta nossa debilidade. A intimidade com Nosso Senhor torna-se muito mais fácil mediante uma verdadeira e profunda devoção a Maria.

Para formarmos uma ideia exata desta devoção, veremos o que se entende por mediação universal e como Maria é a medianeira de todas as graças, conforme afirma a Tradição, o Ofício e a Missa de Maria Mediadora que é rezada no dia 31 de maio. Muito se escreve sobre o assunto nesses últimos tempos; consideraremos essa doutrina em suas relações com a vida interior.

Que é mediação universal?

“Ao ofício de mediador, diz São Tomás (Summ. Theol. III-26-1), corresponde o aproximar e unir àqueles entre quem exerce tal ofício; porque os extremos se unem por um intermediário. Pois bem, unir os homens a Deus é próprio de Jesus Cristo que os reconciliou com o Pai, segundo as palavras de São Paulo (II Cor. V, 19): ‘Deus reconciliou o mundo consigo mesmo em Jesus Cristo’. Por isso, só Jesus Cristo é o perfeito mediador entre Deus e os homens, quando por sua morte reconciliou com Deus o gênero humano. Igualmente, depois de dizer São Paulo: ‘Um só é o mediador entre Deus e os homens’, Cristo Jesus feito homem continua: ‘que se entregou como vítima por todos’. Nada impede, contudo, que, em certo modo, outros sejam chamados mediadores entre Deus e os homens, enquanto cooperam à união dos homens com Deus, como gestores ou ministros”.

Neste sentido, acrescenta Santo Tomás, os profetas e sacerdotes do Antigo Testamento podem chamar-se mediadores; e mesmo os sacerdotes da nova Aliança, como ministros do verdadeiro mediador.

“Jesus Cristo, continua o Santo (Summ. Theol. III-26-2), é mediador enquanto homem; porque enquanto homem é como se encontra entre os dois extremos: inferior a Deus por natureza, superior aos homens pela dignidade de sua graça e de sua glória. Além disso, como homem uniu os homens a Deus ensinando-lhes seus preceitos e dons, e satisfazendo por eles”. Jesus satisfez como homem, mediante uma satisfação e um mérito que de sua personalidade divina recebeu infinito valor. Estamos, pois, diante de uma dupla mediação, descendente e ascendente, que consistiu em trazer aos homens a luz e a graça de Deus, e em oferecer-Lhe, em favor dos homens, o culto e a reparação que Lhe eram devidos.

Nada impede, pois, que, como acabamos de dizer, haja outros mediadores secundários, como o foram os profetas e os sacerdotes da antiga Lei para o povo escolhido. Por isso podemos nos perguntar se não será Maria a mediadora universal para todos os homens e para a distribuição de todas e cada uma das graças. Santo Alberto Magno fala da mediação de Maria como superior a dos profetas, quando diz: “Maria foi eleita pelo Senhor, não como ministra, mas para ser associada de um modo especialíssimo e muito íntimo à obra da redenção do gênero humano”.

Não é Maria, em sua qualidade de Mãe de Deus, naturalmente designada para ser mediadora universal? Não é realmente intermediária entre Deus e os homens? Sem dúvida, por ser uma criatura, é inferior a Deus e a Jesus Cristo; porém está, por sua vez, acima de todos os homens em razão de sua maternidade divina, “que a coloca nas fronteiras da divindade”(Caetano), e pela plenitude da graça recebida no instante de sua concepção imaculada, plenitude que não cessou de aumentar até sua dormição.

E não somente por sua maternidade divina era Maria a designada para esta função de mediadora, senão que a recebeu e exerceu de fato.

Isto é o que nos demonstra a Tradição, que lhe outorgou o título de Mediadora Universal, embora subordinada a Cristo; título por demais consagrado pela festa especial que se celebra na Igreja universal.

Para bem compreender o sentido e o alcance desse título, consideremos que lhe convém a Maria por duas razões principais: primeiro, por haver ela cooperado, pela satisfação e os méritos, ao sacrifício da Cruz; segundo, porque não cessa de interceder em nosso favor e de obter-nos e distribuir-nos todas as graças que recebemos do céu.

Tal é a dupla mediação, ascendente e descendente, que devemos considerar, para dela aproveitarmos sem cessar.

Maria nos obtém e nos distribui todas as graças

É esta uma doutrina certa da Mãe de todos os homens: como Mãe, se interessa por sua salvação, roga por eles e lhes consegue as graças que recebem.

No Ave, Maris Stella, canta-se:

Solve vincla reis,

Profer lumen coecis,

mala nostra pelle,

bona cuncta posce.

  

As prisões aos réus desata.

E a nós cegos alumia;

De tudo que nos maltrata,

Nos livra, o bem nos granjeia.

Leão XIII, numa Encíclica sobre o Rosário, diz: “Por expressa vontade de Deus, nenhum bem nos é concedido se não é por Maria; e como nada pode chegar ao Pai senão pelo Filho, assim geralmente nada pode chegar a Jesus senão por Maria”.

A Igreja, de fato, se dirige a Maria para conseguir graças de toda sorte, tanto temporais como espirituais, e, entre estas últimas, desde a graça da conversão até a da perseverança final, sem excluir as necessárias às virgens para guardar sua virgindade, aos apóstolos para exercer seu apostolado, aos mártires para permanecer invictos na fé. Por isso, nas Litanias Lauretanas, universalmente rezadas na Igreja há muito tempo, Maria é chamada:“saúde dos enfermos, refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, auxílio dos cristãos, rainha dos apóstolos, dos mártires, dos confessores e das virgens”. Sua mão é a dispensadora de toda sorte de graças, e até mesmo, em certo sentido, da graça dos sacramentos, porque ela nos mereceu em união com Nosso Senhor no Calvário, e nos dispõe, também com sua oração, a aproximarmo-nos desses sacramentos e a recebê-los convenientemente; ás vezes até nos envia o sacerdote, sem o qual essa ajuda sacramental não nos seria outorgada.

Enfim, não só toda espécie de graça nos é distribuída pela mão de Maria, senão cada graça em particular. Não é outra coisa o que a fé da Igreja declara nestas palavras da Ave-Maria: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”. Esse “agora” é repetido, a cada minuto, na igreja por milhares de fiéis que pedem desta maneira a graça do presente momento; e esta é a mais particular de todas as graças, pois varia em relação a cada um de nós e para cada um a cada minuto. Embora estejamos distraídos ao pronunciar essas palavras, Maria, que não o está, e conhece nossas necessidades espirituais de cada momento, roga por nós e nos obtém as graças que recebemos.

Tal ensinamento, contido na fé da Igreja e expressado pela oração coletiva (lex orandi, lex credendi), está fundamentado na Escritura e na Tradição. Com efeito, já em sua vida sobre a terra, Maria aparece na Escritura como distribuidora de graças. Por ela, Jesus santifica o Precursor [São João Batista], quando visita sua prima Santa Isabel e entoa o Magnificat. Por ela, Jesus confirma a fé dos discípulos de Caná, concedendo o milagre que pedia. Por ela, fortaleceu a fé de João no Calvário, dizendo-lhe: “Filho, eis aí a tua mãe”. Por ela, enfim, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, já que Maria orava com eles no Cenáculo no dia de Pentecostes, quando o Divino Espírito desceu em forma de línguas de fogo.

Com maior razão, depois da Assunção, desde sua entrada na glória, a Santíssima Virgem Maria é a distribuidora de todas as graças. Como uma Mãe bem aventurada, conhece no céu as necessidades espirituais de todos os homens; e como é Mãe mui terna, roga por seus filhos; e como exerce poder omnímodo sobre o coração de seu Filho, nos obtém todas as graças que chegam à nossas almas e as que se dão aos que não se obstinam no mal. Maria é como o aqueduto das graças e, no corpo místico, em forma de pescoço que junta a cabeça aos membros.

A essa altura, já se compreende quão necessário é fazer com freqüência a oração dos mediadores, isto é, começar esta conversa filial e confiada com Maria, para que nos conduza à intimidade de seu Filho, e a fim de elevar-nos logo, mediante a santíssima alma do Salvador, à união com Deus, já que Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

 

Fontes: Christifidei e http://www.mariamaedaigreja.net

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/4.%20A%20Media%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20de%20Maria%20Sant%C3%ADssima/Maria%20como%20mediadora%20e%20dispensadora%20de%20todas%20as%20gra%C3%A7as.%20%20%20.htm

msmd


SALETTE FERREIRA: DEUS QUE LHE TIRAR DA LAMA DO PECADO

abril 24, 2013

MÉDICOS DO VATICANO APROVAM O SEGUNDO MILAGRE DE JOÃO PAULO II

abril 24, 2013

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Médicos do

Vaticano

aprovam o

segundo milagre

de João Paulo II

O processo de canonização do Papa João Paulo II está procedendo a passos largos e já se fala que ele poderá ser proclamado santo no próximo mês de outubro. Na semana passada, a consulta dos médicos da Congregação das Causas dos Santos reconheceu como inexplicável uma cura de uma mulher atribuída ao bem-aventurado João Paulo II.

O possível milagre deverá ser aprovado também pela comissão de teólogos e cardeais, levando o papa polonês a ser reconhecido santo em tempo recorde, em apenas oito anos desde sua morte.

O processo é realizado em discrição. Em janeiro deste ano, o postulador da causa, monsenhor. Slawomir Oder, apresentou para um parecer preliminar uma cura milagrosa à Congregação vaticana dos Santos. Dois médicos da consulta vaticana examinaram previamente este novo caso, dando ambos um parecer favorável. Então toda a prática foi apresentada oficialmente ao dicastério, que o inseriu imediatamente na agenda dos trabalhos.

Na semana passada, houve debate de uma comissão de sete médicos e o parecer foi favorável. É evidente a vontade da Congregação para as Causas dos Santos, que tem o aval também de papa Francisco, em terminar todo o processo com a canonização do papa polonês.

Em maio, será realizada a congregação dos teólogos e dos cardeais da Congregação para as Causas dos santos e, em junho, o Consistório ordinário com a aprovação do papa.

Fonte:  http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289132


PAPA FRANCISCO: REGINA COELI 21/02/2013

abril 22, 2013

A IGREJA DE FRANCISCO

abril 22, 2013

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A Igreja de Francisco

A Igreja Católica quer ser mãe amorosa de todos

Como costumo fazer quando estou em casa, na manhã do dia 18 de março folheei os jornais de Dourados, a cidade onde resido. Num deles, encontrei dois artigos sobre o Papa Francisco, assinados por pessoas que considero amigas de longa data. Referindo-se aos primeiros dias do pontífice, um articulista dizia: «Sem dúvida, ele deverá cativar as pessoas com muita facilidade, o que vai ser muito bom para a Igreja, que precisa amenizar a carranca e guardar a solenidade para dentro dos templos!».

Preciso reconhecer que, mais do que a simpatia transmitida pelo novo Papa, o que ficou gravado no meu coração foi a “carranca” da Igreja. Certamente, como tantos outros cristãos, o autor ficou tocado pela graça de Deus que irrompe nos ambientes onde Francisco aparece. No domingo em que ele escreveu o artigo, o Papa, no final da missa que rezou na igreja de Santana, colocou-se à porta e se entreteve com os fiéis que haviam participado da celebração. Foi uma festa. As pessoas repetiam comovidas: «O Papa me abraçou! Ele sorriu para mim!».
Confesso que, se a “carranca” da Igreja corresponde à realidade, devo reconhecer que estávamos realmente precisando de um Papa que nos lembrasse uma das principais razões que levou João XXIII a pensar no Concílio Vaticano II, como ele mesmo explicou no dia de sua inauguração, 11 de outubro de 1962: «A Igreja Católica quer ser mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos que dela se separaram».

Quando eu era criança – antes do Concílio – a “linha dura” prevalecia em toda a parte, inclusive nos seminários onde se preparavam os sacerdotes. A metodologia empregada para “educar” e “convencer” não dispensava a palmatória. Formados sob uma disciplina férrea, havia padres que acabavam por adotar o mesmo estilo no trato com o povo que lhes cabia dirigir. Enérgicos e autoritários, mais do que amados, eram temidos e mantidos à distância. Contudo, pela solidez de seus princípios morais e espirituais, a maior parte deles muito contribuiu para o desenvolvimento das comunidades. Mas, não se pode negar, também contribuiu para a “carranca” da Igreja…

O Concílio terminou no dia 8 de dezembro de 1965, quando se iniciava uma profunda revolução cultural na história da humanidade, uma autêntica mudança de época. Em toda a parte, explodiram revoltas populares exigindo democracia, igualdade e justiça. Na Europa, a juventude deu o grito de largada, que se alastrou por inúmeros países. Na África, o processo de descolonização caminhou a passos de gigante. Na América Latina, nasceram as Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da Libertação. Em contato direto com o sofrimento do povo, espoliado pelo poder econômico, não poucos padres e religiosos optaram por ideologias que lhes pareciam mais eficazes do que a “prudência” da Igreja na solução dos problemas sociais. Infelizmente, o radicalismo iracundo de alguns deles também colaborou para a “carranca” da Igreja.

“Tese, antítese e síntese” parece ser o processo normal do amadurecimento cultural e social da humanidade. É o que percebo também na Igreja. Depois de uma época em que alguns agentes de pastoral privilegiavam a salvação da alma, surgiu um período em que a Igreja parecia transformar-se numa “piedosa ONG” – como disse o Papa Francisco aos cardeais no dia 14 de março, logo após a eleição – destinada a resolver os problemas do povo. Graças a Deus, de uns anos para cá voltamos a descobrir a síntese proposta pelo Evangelho: «Se um irmão não tem o que vestir ou comer, e você lhe diz: “Vá em paz, se aqueça e coma bastante”, sem lhe dar o necessário, que adianta isso? Sem obras, a fé está morta!» (Tg 2,15-17).

O articulista de Dourados pede que reservemos a «solenidade para dentro dos templos». De minha parte, penso que também ali convenha sermos simples e fraternos. Um exemplo concreto: anos atrás, quando uma criança traquinava na igreja, havia padres que bradavam: «Essa criança não tem mãe?». Há poucos dias, durante a missa, um pequerrucho galgou o presbitério, aproximou-se do altar e puxou a túnica do padre. Este o abraçou e lhe perguntou: «O que você quer ser quando grande?». «Padre!», foi a resposta do menino. Se Deus continua falando pela boca das crianças (Mt 21,16), a Igreja do Papa Francisco já começou…
Dom Redovino Rizzardo, cs

Bispo de Dourados (MS)

E-mail para contato: redovinorizzardo@gmail.com

22/04/2013

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13139

 


PADRE FABIO DE MELO: NÃO PERMITA QUE CRESÇA NO SEU CORAÇÃO SEMENTES DE MORTE

abril 21, 2013

OVELHAS E PASTORES

abril 21, 2013

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Ovelhas e Pastores

Vocações, sinais da esperança fundada na fé

A Igreja celebra o dia de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas, no Domingo do Bom Pastor, com o tema “Vocações, sinais da esperança fundada na fé”. O mundo inteiro une-se em oração para implorar de Deus o dom de santas vocações e propor, de novo, à reflexão de todos, a urgência da resposta ao chamado divino.

A esperança é expectativa de algo positivo para o futuro, a qual deve, ao mesmo tempo, sustentar o nosso presente marcado, frequentemente, por dissabores e insucessos. Onde está fundada a nossa esperança? Na fidelidade de Deus à aliança, com a qual se comprometeu e renovou sempre que o homem a rompeu pela infidelidade, pelo pecado, desde o tempo do dilúvio (cf. Gn 8,21-22) até o êxodo e o caminho no deserto (cf. Dt 9,7); fidelidade de Deus que foi até o ponto de selar a nova e eterna aliança com o homem por meio do sangue de Seu Filho, morto e ressuscitado para a nossa salvação. A fidelidade de Deus é Seu amor que interpela a nossa existência, pedindo a cada qual uma resposta a propósito do que quer fazer da sua vida e quanto está disposto a apostar para realizá-la plenamente. (Cf. Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial de Orações pelas Vocações).

O cuidado amoroso de Nosso Senhor com seu rebanho se expressa no amor com que dá a vida por nós. Quem tem a chave que abre o livro da vida de cada pessoa (Cf. Ap 5,1-14) e reúne em torno de si uma multidão que ninguém pode contar (Cf. Ap 7,9) é o Cordeiro imolado, Aquele que se entrega inteiramente. O Cordeiro é o Pastor!

O relacionamento do Pastor-Cordeiro com Seu rebanho não é de poder despótico, mas se expressa nos vários passos do Evangelho, nos quais Ele se mostra servidor, atento aos fracos, doentes e pecadores, misericordioso, paciente, atento às demoras daqueles que Ele mesmo chama, pronto a lavar-lhes os pés e dar-lhes a vida em abundância.

Temos a alegria de ver, na Igreja, o multiplicar-se de jovens, rapazes e moças que enxergam um horizonte diferente em suas vidas. Suas perguntas já superam os interesses de posições sociais, riquezas ou reconhecimento social. Quando o novo Papa escolheu o nome Francisco, refloresceu no mundo a admiração pelo pobrezinho de Assis! É que os santos atravessam os séculos com sua ousadia e coragem. Crianças, adolescentes e jovens de nossa época também foram feitos para grande ideais, e o mundo será levado adiante justamente pelos heróis do coração e do serviço desinteressado. Mesmo pessoas afastadas da Igreja exultam ao ouvirem nomes como Beato João Paulo II, Beata Madre Teresa de Calcutá, Santa Edith Stein, Beata Chiara Luce Badano, Dom Helder Câmara, Chiara Lubich e outras personalidades. São pessoas que calibraram suas vidas com a têmpera do céu, dons de Deus oferecidos às gerações atuais.

As vocações para tal forma de vida existem e estão em nossas famílias e comunidades. Um apelo chegue aos pais e mães de família, no clima da Festa do Bom Pastor: comecem a perguntar a seus filhos, em casa, sobre o que Deus quer deles! Não reduzam os horizontes das novas gerações a interesses limitados como “o que você quer?, ou “como você terá maiores salários?”, ou ainda apenas a posição social relevante. Tudo isso pode ser e é importante, desde que as perguntas a respeito de plano e vontade de Deus comecem a ocupar os pensamentos e a orientar rumos das novas gerações. Não nos permitamos diminuir o que Deus pode lhes oferecer!

Para ter a coragem de orientar assim os que devem fazer escolhas na vida, três passos emergem como importantes. O primeiro é proporcionar um conhecimento adequado de Jesus Cristo. Anunciar o Cristo, conversar com Ele junto dos filhos, fazê-Lo hóspede, mais ainda, morador de cada casa. Os pais começam a evangelizar e catequizar seus filhos quando estes estão no ventre materno e não podem interromper esta missão!

Só no conhecimento de Jesus Cristo far-se-á luz a respeito da vida de cada pessoa. Olhar no espelho é muito pouco para descobrir o que se é! Só Jesus Cristo revela a cada ser humano o seu próprio ser e seus dons. Há que começar com Ele para, depois, chegar a cada pessoa com sua história. Perde tempo, ilude-se e não suscita vocações autênticas, inclusive para o matrimônio e, é claro, para a especial consagração do sacerdócio, vida religiosa e missionária e outras formas de consagração, quem não deixa Jesus Cristo passar na frente. Será fatal, pois quem quiser ganhar sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida vai ganhá-la (Cf. Mt 16,25).

Tendo escolhido Deus acima de tudo e encontrado sua própria história, vem à tona a terceira etapa, na qual se pergunta o que fazer e como viver, o que a Igreja chama de vocação específica. Descobri-la é uma graça que Deus quer oferecer a todos os seus filhos e filhas. Especialmente o mundo dos adultos tem sobre si imensa responsabilidade, pois lhes cabe oferecer esta visão inovadora da vida a adolescentes e jovens. Sim, vocação cristã, vocação humana e específica! É a estrada maravilhosa para a descoberta do olhar pessoal de Deus!

Se o desafio parece muito alto, a Igreja põe em nossos lábios e em nossos corações a súplica adequada: “Deus eterno e Todo-Poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Amém.”

Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém – PADom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

19/04/2013

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13137


PADRE LÉO: PRATICAR A CURA INTERIOR

abril 20, 2013

SÍNDROME DA DISPERSÃO

abril 20, 2013

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Síndrome da dispersão

Faça poucas coisas, mas as faça bem

Encontro muitas pessoas que me perguntam: “E aí, padre, correndo muito?”. No começo, eu sentia a obrigação de fazer um relatório completo das mil e uma atividades que me roubavam preciosas horas de sono e ocupavam minha escrivaninha com montes e montes de pastas a considerar e agendas que eu deveria cumprir. Aos poucos, fui percebendo que a sociedade moderna está doente da síndrome da dispersão. Sim, já virou doença. O estresse e a depressão são apenas sintomas dessa causa mais profunda.

Até o que seria um momento de lazer torna-se estressante naquele trânsito parado na descida ou na subida da serra, na padaria que não dá conta dos clientes de fim de semana ou na corrida por aquele pequeno lugar da disputada praia. Estamos doentes. As igrejas multiplicam pastorais e movimentos, nos quais, necessariamente, os cristãos devem estar engajados. Tudo bem. Mas acontece que muitos pertencem a duas, três e até quatro pastorais e simplesmente vivem a semana toda na igreja, muito mais do que com suas próprias famílias.

Padres resolvem ser políticos e médicos pretendem ser gurus; psicólogos querem ser sacerdotes e políticos imaginam ser “deuses”.Todos sentem a obrigação de saber quase nada sobre quase tudo. A superficialidade é filha primogênita da dispersão. Fazemos um amontoado de coisas sem qualidade. Somos obrigados a atingir metas de qualidade total… ou seria de quantidade total?! Nesse caminho, a modernidade enlouquecerá.

Vamos acelerando o carro e, quando percebemos, já passamos, e muito, da velocidade máxima permitida. Reduzir para os 100 quilômetros por hora chega a ser frustrante para aquele que está contaminado pela “síndrome da dispersão”. Parar, então, é simplesmente uma tortura. A ausência da adrenalina pode provocar até doenças físicas. Pasme: estamos viciados em trabalho, perigo e violência. O refrão dessa tragédia é sempre o mesmo: não tenho tempo, não tenho tempo, não tenho tempo! Esta é a cantilena que escutam filhos carentes, namoradas com saudades, esposas e maridos, aquela vovó que espera ansiosa a visita de seus filhos e netos.
 

Sei que estou sendo radical, mas também sei que apenas uma surra da vida costuma tornar possível a cura da síndrome da dispersão. Existem os que ficam realmente doentes e procuram um médico. O problema é que muitos profissionais da saúde têm a mesma doença e resolvem seu próprio problema receitando, irresponsavelmente, uma quantidade enorme de medicamentos que irão tapar o sol com a peneira. É o milagre instantâneo provocado por medicações recentes. Mas sabemos que administrar essa medicação exige criar condições para que o paciente mude suas condições de vida. O terapeuta também deverá ser “paciente”.

Refleti muito sobre a raiz mais profunda dessa síndrome e percebi que é aquele mesmo desejo humano relatado já nas primeiras páginas daBíblia e que originou os outros pecados: “Vós sereis deuses”.

Deixe Deus ser Deus. Somos apenas humanos, feitos de terra e um sopro; somos frágeis. Os sábios não sabem tudo nem fazem tudo, mas saboreiam aquilo que fazem. Sabedoria é saber com sabor. Faça poucas coisas, mas as faça bem.

Teresinha do Menino Jesus, santa das pequenas coisas, rogai por nós!

 

(Extraído do livro “Pronto, falei!”)

Foto

Padre Joãozinho, SCJ
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/
Padre da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), doutor em Teologia, diretor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP), músíco e autor de vários livros.

18/04/2013

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=13136

 


FREI JOSUÉ: EUCARISTIA, AMOR EXTREMO DE DEUS

abril 19, 2013