PADRE LÉO: A CURA A PARTIR DO ENCONTRO PESSOAL COM JESUS

março 31, 2012

PRIMEIRA DEZENA: A EXCELÊNCIA DO SANTO ROSÁRIO NA SUA ORIGEM E NO SEU NOME

março 31, 2012

PRIMEIRA DEZENA: A EXCELÊNCIA DO SANTO ROSÁRIO NA SUA ORIGEM E NO SEU NOME

1ª ROSA
O Rosário compreende duas coisas: a oração mental e a oração vocal. A oração mental do Santo Rosário não é mais que a meditação dos principais mistérios da vida, da morte e da glória de Jesus Cristo e de Sua Santíssima Mãe. A oração vocal consiste em dizer quinze dezenas de Ave-marias precedidas por um Pai-nosso enquanto que se meditam e se contemplam as quinze virtudes principais que Jesus e Maria praticaram nos quinze mistérios do Santo Rosário.
 

No primeiro terço, que é de cinco dezenas, honramos e consideramos os cinco Mistérios Gozosos, no segundo os cinco Mistérios Dolorosos, e no terceiro os cinco Mistérios Gloriosos. Assim o Santo Rosário é uma consagração composta de oração vocal e mental para honrar e imitar os mistérios e as virtudes da vida, da morte e paixão e da glória de Jesus e Maria.

2ª ROSA

Uma vez que o Santo Rosário é essencialmente composto pela oração de Jesus e pela Saudação Angélica, ou seja o Pai-nosso e a Ave-maria, e pela meditação dos mistérios de Jesus e de Maria, é sem dúvida a primeira oração e a primeira devoção dos fiéis, que após os apóstolos e os discípulos foi posta em prática de século em século até aos nossos dias.

Contudo o Santo Rosário, na forma e no método que tem atualmente, não foi inspirado à Igreja, oferecido pela Santíssima Virgem a São Domingos para combater os hereges albigenses e os pecadores, que no ano de 1214, tal como o conta o Bem-aventurado Alain de la Roche no seu famoso livro intitulado: “De Dignitate psalterii”.

São Domingos, vendo que os crimes dos homens eram um obstáculo à conversão dos albigenses, entrou numa floresta próxima de Toulouse e aí passou três dias e três noites em contínua oração e penitência, não cessando de gemer, de chorar e de macerar o corpo com duras disciplinas, afim de apaziguar a cólera de Deus, até que caiu meio morto. A Santíssima Virgem apareceu-lhe então, acompanhada de três princesas do Céu, e disse-lhe: “Sabes, meu querido Domingos, de que arma a Santíssima Trindade se serviu para reformar o mundo? – Ó Senhora, respondeu ele, Vós o sabeis melhor do que eu, porque depois de Vosso Filho Jesus Cristo fostes Vós o principal instrumento da nossa salvação.” Ela acrescentou: “Sabe que a principal arma foi o Saltério Angélico, que é o fundamento do Novo Testamento; portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza o meu Saltério.” O santo levantou-se todo consolado e, ardendo de zelo pela salvação daquela população, dirigiu-se à catedral para pregar. Os sinos começaram a tocar por intervenção dos anjos para reunir os habitantes, e assim que São Domingos começou o seu sermão levantou-se uma tempestade, a terra tremeu, o sol obscureceu-se, e os repetidos trovões e relâmpagos fizeram empalidecer e estremecer todos os ouvintes. O seu terror aumentou quando viram uma imagem da Santíssima Virgem exposta num lugar proeminente, levantar os braços três vezes ao Céu pedindo vingança a Deus contra eles, se não se convertessem e não recorressem à proteção da Santa Mãe de Deus.

O Céu queria através destes prodígios aumentar a nova devoção do Santo Rosário e torná-la mais famosa.

Por fim a tempestade cessou com as orações de São Domingos. Ele continuou o seu sermão e explicou com tanto fervor e força a excelência do Santo Rosário que quase todos os habitantes de Toulouse abraçaram a sua prática, renunciando aos seus erros; e viu-se, em pouco tempo, uma grande mudança na vida e nos costumes da cidade.

3ª ROSA

A forma miraculosa como foi estabelecida a devoção do Rosário, que tem certa semelhança com a maneira como Deus deu ao mundo Sua Lei no Monte Sinai, mostra com clareza a excelência desta divina prática. Também São Domingos, inspirado pelo Espírito Santo, instruído pela Santíssima Virgem e por sua própria experiência, pregou até ao fim da vida o Santo Rosário com seu exemplo e suas palavras, nas cidades e no campo, diante dos grandes e dos pequenos, diante dos sábios e dos ignorantes, diante dos católicos e dos hereges. O Santo Rosário, que rezava todos os dias, era a sua preparação antes da pregação e o seu encontro após a pregação.

Estando o santo na igreja de Notre-Dame de Paris, no dia de São João Evangelista, numa capela atrás do grande altar, rezando o Terço para se preparar para o sermão, a Santíssima Virgem apareceu-lhe e disse-lhe: “Domingos, ainda que seja bom o que preparaste para o teu sermão, eis aqui um sermão bem melhor que te trago.” São Domingos recebeu de Suas mãos um livro onde estava esse sermão, leu-o, saboreou-o e compreendeu-o, dando graças à Santíssima Virgem. À hora do sermão subiu ao púlpito e, apesar da festividade, limitou-se a dizer de São João Evangelista que ele merecera ser guardião da Rainha dos Céus. A assembléia era constituída por doutores e pessoas eminentes, que estavam habituadas a ouvir discursos polidos e originais, mas São Domingos disse-lhes que não lhes falaria de modo nenhum com palavras hábeis da sabedoria humana, mas com a simplicidade e a força do Espírito Santo; pregou-lhes o Santo Rosário, e explicou-lhes palavras por palavra, como a criancinhas, a Saudação Angélica, servindo-se de comparações muito simples, as quais tinha lido no livro que lhe dera a Santíssima Virgem.

Eis as palavras do sábio Cartagène, descrevendo esse episódio, tiradas em parte do livro do Bem-aventurado Alain de la Roche intitulado “De Dignitate psalterii”: B. Alanus Patrem sanctum Dominicum sibi haec in revelatione dixisse testatur: “Tu praedicas, fili, sed uti caveas ne potius laudem humanam quaeras quam animarum fructum, audi quid mihi Parisiis contigit. Debebam in majori ecclesia beatae Mariae praedicare, et volebam curiose non jactantiae causa, sed propter astantium facultatem et dignitatem. Cum igitur more meo per horam fere ante sermonem in psalterio meo (Rosarium intelligit) quadam in capella post altare majus orarem, subito factus in raptum, cernebam amicam meam Dei Genitricem afferentem mihi libellum et dicentem: “Dominice, et si bonum est quod praedicare disposuisti sermonem, tamen longe meliorem attuli.” Laetus librum capio, lego constanter, ut dixit, reperio, gratias ago, adest hora sermonis, adest parisiensis Universitas tota, dominorumque numerus magnus. Audiebant quippe et videbant signa magna quae per me Dominus operabatur; itaque ambonem ascendo. Festum erat sancti Joannis Evangelistae. De eo aliud non dico nisi quod custos singularis esse meruit Reginae coeli. Deinde auditores sic alloquor: Domini et Magistri praestantissimi, aures reverentiae vestrae solitae sunt curiosos audire sermones et auscultare. At nunc ego non in doctis humanae sapientiae verbis, sed in ostensione spiritus et virtutis loquar.” Tunc, ait Carthagena post beatum Alanum, stans Dominicus eis explicavit Salutationem angelicam comparationibus et similitudinibus familiaribus hoc modo.(1)

E o Bem-aventurado Alain de la Roche, como diz o mesmo Cartagène, refere muitas outras aparições de Nosso-Senhor e da Santíssima Virgem a São Domingos, para o instigar e animar cada vez mais na pregação do Santo Rosário, afim de destruir o pecado e de converter os pecadores e os hereges. Ele diz numa passagem: Beatus Alanus dicit sibi a beata Virgine revelatum fuisse Christum Filium suum apparuisse post se sancto Dominico et ipsi dixisse: “Dominice, gaudeo quod non confidas in tua sapientia, sed cum humilitate potius affectas salvare animas quam vanis hominibus placere. Sed multi praedicatores statim volunt contra gravissima peccata instare, ignorantes quod ante gravem medicinam debet fieri praeparatio, ne medicina sit inanis et vacua: quapropter prius homines debent induci ad orationis devotionem et signanter ad psalterium meum angelicum; quoniam, si omnes coeperint hoc orare, non dubium est quin perseverantibus aderit pietas divinae clementiae. Praedica ergo psalterium meum.” (2)

Ele diz em outra passagem: Omnes sermocinantes et praedicantes christicolis exordium pro gratia impetranda a Salutatione angelica faciunt. Hujus rei ratio sumpta est ex revelatione facta beato Dominico cui beata Virgo dixit: “Dominice, fili, nil mireris quod concionando minime proficias. Enimvero aras solum a pluvia non irrigatum. Scitoque, cum Deus renovare decrevit mundum Salutationis angelicae pluviam praemisit; sicque ipse in melius est reformatus. – Hortare igitur homines in concionibus ad Rosarii mei recitationem, et magnos animarum fructus colliges.” Quod sanctus Dominicus strenue executus uberes ex suis concionibus animarum fructus retulit. (3)

É com agrado que reproduzo palavra por palavra estas passagens latinas destes bons autores em favor dos pregadores e sábios que podem pôr em dúvida a maravilhosa virtude do Santo Rosário. Enquanto que a exemplo de São Domingos os pregadores proclamaram a devoção do Santo Rosário, a piedade e o fervor floresceram nas ordens religiosas que praticavam esta devoção, assim como no mundo cristão; mas depois que se negligenciou este presente vindo do Céu, não se vêem mais que pecados e desordens por todo o lado.

4ª ROSA

Todas as coisas, mesmo as mais santas, estão sujeitas a mudanças, sobretudo quando dependem da vontade dos homens. Não é pois de admirar que a confraria do Santo Rosário tenha subsistido apenas, no seu primeiro fervor, mais ou menos cem anos, após a sua instituição, tendo depois caído num quase completo esquecimento. A malícia e a inveja do demônio sem dúvida contribuíram para esse esquecimento como meio de travar o curso das graças de Deus que essa devoção lançava ao mundo. Como consequência, a justiça divina atingiu todos os reinos da Europa no ano de 1349 com a mais terrível das pestes, a qual, vinda do leste, se espalhou pela Itália, Alemanha, França, Polónia, Hungria, e devastou quase todas as suas terras. Em cada cem homens apenas um sobrevivia; as cidades, os burgos, as aldeias e os mosteiros ficaram completamente despovoados durante os três anos que durou este contágio. E a este flagelo de Deus seguiram-se ainda outros dois: a heresia dos Flagelantes e um desgraçado cisma em 1376.

Assim que, pela misericórdia de Deus, estas misérias se findaram, a Santíssima Virgem ordenou ao Bem-aventurado Alain de la Roche, célebre doutor e famoso pregador da ordem de São Domingos, do convento de Dinan de Bretagne, que renovasse a antiga confraria do Santo Rosário, afim de que, uma vez que essa célebre confraria tinha nascido nessa província, um religioso da mesma província tivesse a honra de a restabelecer. Este bem-aventurado padre começou a trabalhar nesta grande obra no ano de 1460, depois de Nosso Senhor Jesus Cristo, para convencê-lo a pregar o Santo Rosário, se manifestou na Sagrada Hóstia, quando um dia ele rezava Missa: “Porque me crucificas tu de novo?” “Como, Senhor?”, perguntou-lhe o Bem-aventurado Alain surpreendido. “São os teus pecados que me crucificam, respondeu-lhe Jesus, e preferiria ser crucificado outra vez a ver meu Pai ofendido pelos pecados que cometeste. E crucificas-me ainda agora, porque tens o conhecimento e quanto é necessário para pregar o Rosário de minha Mãe, e por este meio instruir e desviar muitas almas do pecado salvando-as e afastando-as de grande males, mas não o fazendo tornas-te culpado dos pecados que elas cometem.” Estas terríveis censuras fizerem o Bem-aventurado Alain resolver-se a pregar incessantemente o Rosário.

A Santíssima Virgem disse-lhe assim um dia, para o animar cada vez mais a pregar o Santo Rosário: “Tu foste um grande pecador na tua juventude, mas obtive de meu Filho a tua conversão, rezei por ti e desejei, quanto fosse possível, sofrer toda a espécie de sofrimentos para te salvar, porque os pecadores convertidos são a minha glória e porque queria tornar-te digno de pregar o meu Rosário.” São Domingos, revelando-lhe os grandes frutos que fizera entre os povos através desta bela devoção que pregava continuamente, dizia-lhe: “Vides quomodo profecerim in sermone isto; id etiam facies et tu, et omnes Mariae amatores, ut sic trahatis omnes populos ad omnem scientiam virtutum.” “Vê os frutos que colhi pela pregação do Santo Rosário; faz o mesmo, tu e todos aqueles que amam a Santíssima Virgem, afim de atrair, pelo santo exercício do Rosário, todos os povos à verdadeira ciência das virtudes.”

Eis resumido o que a história nos ensina sobre o estabelecimento do Santo Rosário por São Domingos e da sua renovação pelo Bem-aventurado Alain de la Roche.

5ª ROSA

Falando com exatidão existe apenas uma Confraria do Rosário, na qual os confrades se propõem rezar 150 Ave-marias por dia. Mas se se considerar o fervor das diferentes pessoas que praticam esta devoção existem então três espécies de confrarias, a saber: a do Rosário Comum ou Ordinário, a do Rosário Perpétuo e a do Rosário Quotidiano. A Confraria do Rosário Ordinário exige que se reze o Rosário pelo menos uma vez por semana; a do Rosário Perpétuo uma vez por mês; e a do Rosário Quotidiano que se reze o Rosário todos os dias por inteiro, isto é 150 Ave-marias por dia; sendo que nenhum destes Rosários leva ao pecado, nem mesmo venial, se se vier a falhar, pois tal compromisso é um ato totalmente voluntário e além de toda a obrigação. Em todo o caso não vale a pena ingressar na confraria se não se tem a vontade determinada de rezar o Rosário tal como a confraria o exige, desde que se possa fazê-lo sem descurar das obrigações de estado. Quando a recitação do Santo Rosário entra em conflito com uma ação à qual o estado obriga, deve-se preferir essa ação ao Rosário, por mais santo que ele seja. Quando devido a doença não se pode rezar o Rosário nem por inteiro nem em parte, sem agravo da saúde, não se está obrigado. Quando por uma obediência legítima, ou por um esquecimento involuntário, ou por uma necessidade premente, não se pode rezar o Rosário não há nisso qualquer pecado, mesmo venial. E em nenhum destes casos o confrade deixa de participar das graças e dos méritos dos outros irmãos e irmãs do Santo Rosário que o rezam em todo o mundo.

Cristão, mesmo que não o rezeis por pura negligência, sem nenhum claro menosprezo, ainda assim não pecareis. Contudo, nesse caso, perdereis a participação nas orações, nas boas obras e nos méritos da confraria, e, por vossa infidelidade em coisas pequenas e além da obrigação, caireis insensivelmente na infidelidade nas coisas grandes e de obrigação essencial pois Qui spernit modica paulatim decidet. (4)

6ª ROSA

Desde o tempo em que São Domingos estabeleceu a devoção do Santo Rosário até ao ano de 1460, em que o Bem-aventurado Alain de la Roche, por ordem do Céu, a renovou, se lhe dá o nome de Saltério de Jesus e da Santíssima Virgem; isto porque contém tantas Saudações Angélicas quanto o Saltério de David contém salmos. Uma vez que os simples e os ignorantes não são capazes de rezar o Saltério de David, podem encontrar na recitação do Santo Rosário um fruto igual, e mesmo superior, àquele que se colhe da recitação dos salmos: 1) Porque o Saltério Angélico tem um fruto mais nobre, que é o Verbo incarnado, enquanto que o Saltério de David não faz mais que profetizá-lo; 2) Porque da mesma maneira que a verdade suplanta a imagem e o corpo a sombra, assim o Saltério da Santíssima Virgem suplanta o Saltério de David, que mais não foi que imagem e sombra; 3) Porque o Saltério da Santíssima Virgem ou Rosário, composto pelo Pai-nosso e pela Ave-maria, é obra direta da Santíssima Trindade.

Eis o que o sábio Cartagène diz sobre este assunto: Sapientissimus Aquensis, libro ejus de Rosacea Corona ad Imperatorem Maximilianum conscripto, dicit: “Salutandae Mariae ritus novitiis inventis haud quaquam adscribitur. Si quidem cum ipsa pene ecclesia pullulavit; nam cum inter ipsa nascentis ecclesiae primordia, perfectiores quoque fideles tribus illis Davidicorum psalmorum quinquagenis, divinas laudes assidue celebrarent, ad rudiores quoque qui modo arctius divinis vacabant piis moris aemulatio est derivata… rati id quod erat, cuncta illorum sacramenta psalmorum in coelesti hoc elogio delitescere, si quidem eum quem psalmi venturum concinunt, hunc jam adesse, haec formula nuntiavit; sicque trinas salutationum quinquagenas “Mariae Psalterium” appellare coeperunt, oratione utique dominica in singulas decades ubique praeposita prout a psalmidicis observari ante adverterunt.” (5)

O Saltério ou Rosário da Santíssima Virgem é dividido em três terços de cinco dezenas cada um: 1) para honrar as três pessoas da Santíssima Trindade; 2) para honrar a vida, a morte e a glória de Jesus Cristo; 3) para imitar a Igreja triunfante, para socorrer a militante e para consolar a sofredora; 4) para imitar as três partes do salmos cuja primeira é sobre a vida purgativa, a segunda sobre a vida iluminativa e a terceira sobre a vida unitiva; 5) para nos encher de graça durante a vida, de paz na hora da morte e de glória na eternidade.

7ª ROSA

Depois de o Bem-aventurado Alain de la Roche ter renovado esta devoção, a voz pública, que é a voz de Deus, deu-lhe o nome de Rosário, que significa coroa de rosas. O mesmo é dizer que todas as vezes que se reza como é devido o Rosário se coloca sobre a cabeça de Jesus e de Maria uma coroa composta de cento e cinquenta e três rosas brancas e de seis rosas vermelhas do Paraíso, as quais não perderão jamais a sua beleza nem o seu brilho. A Santíssima Virgem aprovou e confirmou o nome de Rosário, revelando a muitos devotos que por cada Ave-maria que rezavam a presenteavam como uma bela rosa, e que por cada Rosário lhe ofereciam uma coroa feita dessas rosas.

O irmão Alfonso Rodriguez, da Companhia de Jesus, rezava o seu Rosário com tanto ardor que via com frequência, a cada Pai-nosso, sair de sua boca uma rosa vermelha, e a cada Ave-maria uma rosa branca; ambas iguais em beleza e perfume e apenas distintas na cor.

As crônicas de São Francisco contam que um jovem religioso tinha o louvável costume de rezar todos os dias, antes da refeição, a coroa da Santíssima Virgem. Um dia, não sei porque razão, não o fez. Chegou a hora do jantar e ele pediu ao superior que lhe permitisse rezá-la antes de ir para a mesa; com esta permissão, retirou-se para a sua cela. Como demorava, o superior enviou um religioso a chamá-lo, o qual o encontrou em sua cela, todo resplandecente de uma celeste luz, e com a Santíssima Virgem e dois anjos a seu lado. À medida que ele rezava as Ave-marias, belas rosas saíam da sua boca, e os anjos apanhavam essa rosas, uma após outra, e metiam-nas sobre a cabeça da Santíssima Virgem que lhes dava o seu consentimento. Dois outros religiosos enviados para ver a causa da demora dos anteriores viram todo este mistério, e a Santíssima Virgem não desapareceu antes que toda a coroa fosse rezada.

O Rosário é pois uma grande coroa e o Terço uma pequena grinalda de flores ou uma pequena coroa de rosas celestes que se colocam sobre a cabeça de Jesus e de Maria. A rosa é a rainha das flores, do mesmo modo o Rosário é a rosa e a primeira das devoções.

8ª ROSA

Não é possível exprimir o quanto a Santíssima Virgem estima o Rosário acima de todas as devoções e o quanto é magnifica a recompensar aqueles que trabalham para pregá-lo, estabelecê-lo e cultivá-lo; e, pelo contrário, como é terrível para aqueles que querem opor-se-lhe.

São Domingos em nada pôs tanto coração durante a vida como em louvar a Santíssima Virgem, pregar as Suas grandezas e incitar todo o mundo a honrá-lA através do Rosário. Esta poderosa Rainha do Céu por seu lado não cessou de derramar abundantemente Suas bênçãos sobre o santo, e coroou os seus trabalhos de mil prodígios e milagres. Nada houve que São Domingos pedisse a Deus que não obtivesse por intercessão da Santíssima Virgem; como o maior de todos os favores, Ela tornou-o vitorioso sobre a heresia dos Albigenses e fê-lo pai e patriarca de uma grande ordem.

E quanto ao Bem-aventurado Alain de la Roche, reparador desta devoção?

A Virgem Santíssima honrou-o muitas vezes com a Sua visita para o instruir sobre os meios de conseguir a salvação, de ser um bom padre, perfeito religioso e imitador de Jesus Cristo.

Durante as tentações e as horríveis perseguições dos demônios que o reduziam a uma extrema tristeza e quase ao desespero, Ela consolava-o e dissipava com a Sua doce presença todas essas nuvens e trevas. Ela ensinou-lhe o método de rezar o Rosário, suas excelências e seus frutos; favoreceu-o com o glorioso título de Seu novo esposo, e por penhor de suas castas afeições, pôs-lhe um anel no dedo, um colar feito de Seus cabelos ao pescoço, e deu-lhe um rosário. O abade Tritème, o doutor Cartagène, o sábio Martin Navarre e outros falam dele elogiosamente.

Após ter trazido para a confraria do Rosário mais de cem mil almas, morreu em Zwolle, na Flandres, a 8 de Setembro de 1475.

O demônio, invejoso dos grande frutos que o Bem-aventurado Thomas de Saint-Jean, célebre pregador do Santo Rosário, conseguiu com esta prática, reduziu-o, com seus maus tratos, a uma longa e penosa enfermidade na qual os médicos o deixaram sem esperança. Uma noite, em que ele julgava certa a sua morte, o demônio apareceu-lhe com aspecto assustador, mas, elevando devotamente o olhar e o coração para uma imagem da Santíssima Virgem que estava junto do seu leito, gritou com todas as forças: “Ajudai-me, socorrei-me, ó minha dulcíssima Mãe!” Assim que proferiu estas palavras, a Santíssima Virgem, estendendo-lhe a mão da santa imagem, agarrou-lhe o braço e disse-lhe: “Nada temas, meu filho Thomas, eis-me aqui em teu socorro; levanta-te e continua a pregar a devoção do meu Rosário como a começaste. Eu defender-te-ei contra todos os inimigos.” A estas palavras o demônio pôs-se em fuga. O doente levantou-se em perfeita saúde, deu graças à sua boa Mãe com uma torrente de lágrimas, e continuou a pregar o Rosário com um sucesso maravilhoso.

A Santíssima Virgem não favorece somente os pregadores do Rosário, mas recompensa também gloriosamente aqueles que, por seu exemplo, atraem os outros para esta devoção.

Afonso, rei de Leão e Galiza, desejando que todos os seus servos honrassem a Santíssima Virgem através do Rosário, lembrou-se, para os animar com seu exemplo, de trazer um grande rosário no seu cinto, sem que no entanto o rezasse; contudo, tal fez com que toda a corte começasse a rezá-lo devotamente.

O rei caiu gravemente doente e todos o julgaram morto; e assim foi levado em espírito ao tribunal de Jesus Cristo. Ele viu os diabos que o acusavam de todos os crimes que tinha cometido e ia ser condenado às penas eternas, quando a Santíssima Virgem se apresentou em seu favor diante de Seu Filho. Uma balança foi trazida e os seus pecados foram colocados num dos pratos, enquanto no outro a Santíssima Virgem colocou o grande rosário que ele carregara em Sua honra e todos os rosários rezados devido a esse exemplo, os quais pesavam mais que todos os seus pecados, e depois, olhando-o com olhar compassivo, disse-lhe: “Obtive de meu Filho, como recompensa do pequeno serviço que me prestaste carregando o rosário, o prolongamento da tua vida por mais alguns anos. Aproveita-os bem, e faz penitência.” O rei, retornado desse arrebatamento exclamou: “Ó bendito Rosário da Santíssima Virgem, pelo qual fui resgatado da condenação eterna.” Assim que recobrou a saúde passou o resto da vida com grande devoção ao Santo Rosário e rezou-o todos os dias.

Que os devotos da Santíssima Virgem procurem conseguir o maior número de fiéis que puderem para a confraria do Santo Rosário, a exemplo destes santos e deste rei; receberão na terra grandes graças e ganharão a vida eterna. Qui elucidant me vitam aeternam habebunt. (6)

9ª ROSA

Mas vejamos agora que injustiça é impedir o progresso da Confraria do Santo Rosário e quais sãos os castigos com que Deus puniu muitos desgraçados que desprezaram e tentaram destruir a Confraria.

Uma vez que a devoção do Santo Rosário foi autorizada pelo Céu através de muitos prodígios e que é aprovada pela Igreja por diversas bulas papais, apenas os libertinos, os ímpios e os livres pensadores do nosso tempo, tentam manchar ou depreciar a Confraria do Santo Rosário, ou pelo menos afastar dela os fiéis. É fácil perceber que suas línguas estão infectadas com o veneno do inferno e que são movidos pelo espírito maligno, porque ninguém pode desaprovar a devoção do Santo Rosário sem que condene o que há de mais piedoso na religião cristã, a saber: a Oração Dominical, a Saudação Angélica, e os mistérios da vida, da morte e da glória de Jesus Cristo e da Sua Santa Mãe.

Esses livres pensadores, que não suportam que se reze o Rosário, caem com frequência, sem que o percebam, nos juízos condenados dos hereges que têm horror ao Terço e ao Rosário.

É afastar-se de Deus e da verdadeira piedade abominar as confrarias, uma vez que Jesus Cristo nos assegurou que se encontrava no meio daqueles que se juntassem em seu nome. Não é ser bom católico desprezar tantas e tão grandes indulgências como as que a Igreja concede às confrarias. Por fim é ser-se inimigo da salvação das almas, dissuadir os fiéis de pertencerem ao Santo Rosário, pois, por este meio, eles deixam o partido do pecado para abraçar a piedade. Se São Boaventura teve razão ao dizer que morrerá em pecado e será condenado aquele que desprezar a Santíssima Virgem “Qui negligerit illam morietur in peccatis suis”, que castigos devem esperar aqueles que afastam os outros da sua devoção!

10ª ROSA

Quando São Domingos pregava esta devoção em Carcassone, um herege ridicularizava os seu milagres e os 15 mistérios do Santo Rosário, o que impedia a conversão dos hereges. Deus, para punir este ímpio, permitiu que quinze mil demônios entrassem no seu corpo. Perante isto os seus parentes levaram-no ao bem-aventurado Padre São Domingos para o livrar desses espíritos malignos. Ele pôs-se em oração e exortou todos os presente a rezarem com ele o Rosário em alta voz, e a cada Ave-maria, a Santíssima Virgem fazia sair cem demônios do corpo do herege em forma de carvões ardentes. Assim que ficou curado, ele abjurou dos seus erros, converteu-se e entrou na Confraria do Rosário com muitos dos seus companheiros arrependidos por este castigo e pela virtude do Rosário.

O douto Cartagène, da ordem de São Francisco, e muitos outros autores, contam que no ano de 1482, quando o venerável Padre Jacques Sprenger e os seus religiosos trabalhavam com grande zelo para restabelecer a devoção da Confraria do Santo Rosário na cidade de Colônia, dois famosos pregadores, invejosos dos grandes frutos que eles conseguiam com essa prática, procuravam depreciá-la com seus sermões, e como tinham talento, e um grande crédito, dissuadiam muitas pessoas de ingressar na confraria. Um desses pregadores para melhor atingir os fins do seu pernicioso objetivo, preparou um sermão expressamente para o Domingo. A hora do sermão chegou e o pregador não apareceu; chamaram-no, procuraram-no, e por fim encontraram-no morto sem que ninguém o tivesse socorrido. O outro pregador, persuadindo-se de que este acidente era natural, resolveu substituí-lo para abolir a Confraria do Rosário. O dia e a hora do sermão chegaram, e Deus castigou este pregador com uma paralisia que lhe prendeu os movimentos e as palavras. Ele reconheceu o seu erro e o do seu companheiro, e recorreu à Santíssima Virgem no seu coração, prometendo-lhe pregar por todo o lado o Rosário, com tanta força como o tinha combatido, se para isso ela lhe devolvesse a saúde e a palavra, ao que a Santíssima Virgem aquiesceu; e encontrando-se de súbito curado levantou-se como um outro Saul, e de perseguidor tornou-se defensor do Rosário. Ele reconheceu publicamente o seu erro, e pregou com todo o zelo e eloquência a excelência do Santo Rosário.

Por certo que os livres pensadores e críticos deste tempo, ao lerem as histórias deste pequeno livro, porão em dúvida a sua veracidade, como sempre fazem, mas mais não fiz que transcrevê-las de muitos bons autores contemporâneos e em parte de um livro escrito recentemente pelo Reverendo Padre Antonin Thomas, da Ordem dos Pregadores, intitulado “Roseira Mística”.

Todos sabem que há três tipos de fé para as diferentes histórias. Para com as histórias da Sagrada Escritura nós devemos ter uma fé divina; com as histórias profanas, que não repugnam à razão e escritas por bons autores, uma fé humana; e com as histórias piedosas, contadas por bons autores e de modo algum contrárias à razão, à fé e aos bons costumes, ainda que sejam muitas vezes extraordinárias, uma fé piedosa. Julgo que não se deve ser nem demasiado crédulo nem demasiado crítico, e que é preciso estar no meio em tudo para encontrar o ponto da verdade e da virtude; mas também digo que assim como a caridade crê facilmente tudo o que não é contrário à fé nem aos bons costumes “Caritas omnia credit” (7) o orgulho, por outro lado, leva a negar quase todas as histórias bem provadas, sob o pretexto de que elas não se encontram na Sagrada Escritura.

É a armadilha de Satã, onde os hereges que negam a tradição caíram, e onde os críticos de hoje caem insensivelmente, crendo somente no que compreendem, ou naquilo que lhes agrada, sem qualquer outra razão que o orgulho e a suficiência do seu próprio espírito.

Notas:

(1) O Bem-aventurado Alain afirma que seu Pai São Domingos lhe disse um dia numa revelação: “Meu filho, tu pregas; mas para que não busques mais os louvores humanos que a saúde das almas, escuta o que me aconteceu em Paris. Eu devia pregar na grande igreja dedicada à Bem-aventurada Maria, e desejava fazê-lo de uma maneira engenhosa, não por orgulho, mas pela importância e dignidade da minha assistência. Estando, como era meu costume, a rezar o meu Rosário durante a hora que precedia o sermão, tive um arrebatamento. Vi, meu amigo, a Mãe de Deus trazendo-me um livrinho e dizendo-me: “Domingos, por muito bom que seja o sermão que decidiste pregar, trouxe-te um bem melhor.” Felicíssimo, peguei no livro, li-o por inteiro, e, tal como Maria me havia dito, encontrei nele o que era preciso pregar. Agradeci-Lhe de todo o coração. A hora do sermão chegou, eu tinha diante de mim a Universidade de Paris inteira e um grande número de senhores. Eles entendiam e viam os grandes sinais que o Senhor operava através de mim. Subi à tribuna. Estávamos na festa de São João, mas do apóstolo limitei-me a dizer que ele merecera ser escolhido para guardar o Reino dos Céus. Em seguida falei deste modo ao meu auditório: “Senhores e Mestres ilustres, vós estais habituados a ouvir sermões elegantes e sábios; quanto a mim, não pretendo dirigir-vos as doutas palavras da sabedoria humana, mas mostrar-vos o Espírito de Deus e a Sua virtude.” E então, diz Cartagène segundo o Bem-aventurado Alain, São Domingos explicou-lhes a Saudação Angélica através de comparações e de analogias familiares.

(2) O Bem-aventurado Alain diz que a Santíssima Virgem lhe revelou que Jesus Cristo Seu Filho apareceu antes dEla a São Domingos e lhe disse: “Domingos, alegro-me de ver que não te apoias sobre a tua própria sabedoria, e que trabalhas com humildade pela saúde das almas, em vez de tentares agradar aos homens vãos. Mas muitos pregadores querem sem demora levantar a voz contra os pecados mais graves, ignorando que antes de dar um remédio penoso é preciso preparar o doente de modo a recebê-lo e aproveitá-lo. Eis porque eles devem primeiro exortar seus ouvintes ao amor à oração, e especialmente ao meu Angélico Saltério; porque se todos começarem a rezar deste modo, não há razão para duvidar que a divina clemência não seja propícia àqueles que perseverarem. Rezai pois o meu Rosário.”

(3) Todos os pregadores fazem rezar a Saudação Angélica no início dos seus sermões para obter a graça divina. A razão vem de uma revelação feita a São Domingos pela Bem-aventurada Virgem. “Meu filho, disse-lhe Ela, não te espantes de não seres bem sucedido nos teus sermões. Porque tu lavras um solo que não foi ainda regado pela chuva. Sabe que, quando Deus quis renovar o mundo, Ele enviou primeiro a chuva da Saudação Angélica; e por esse modo é que o mundo foi reformado. Exorta pois os homens nos teus sermões a rezar o meu Rosário e recolherás grandes frutos para as almas.” Isto fez São Domingos com constância, e suas pregações obtiveram um sucesso notável.

(4) Sir 19: 1 “Aquele que se descuida das pequenas coisas, cairá pouco a pouco.”

(5) O sapientíssimo escrivão de Aix-la-Chapelle, J. Beyssel, diz em seu livro “A Coroa de Rosas”, dedicado ao imperador Maximiliano: “Não se pode afirmar que a saudação mariana seja uma invenção recente. Ela cresceu com a própria Igreja. Com efeito, desde as origens da Igreja, os fiéis mais instruídos celebravam os louvores divinos pela tripla cinquentena dos Salmos de David. Nas casas simples, que se debatiam com mais dificuldades no serviço divino, nasceu assim uma santa emulação… pensaram, e com razão, que nos celestes elogios do Rosário estavam incluídos todos os divinos segredos dos Salmos, e isto, sobretudo, porque se os Salmos O cantavam como para vir, esta forma de oração se endereçava a Ele como já vindo. Foi assim que começaram a chamar “Saltério de Maria” às três cinquentenas de Saudações, fazendo mesmo preceder cada dezena da Oração Dominical como haviam visto fazer aqueles que recitavam os Salmos.”

(6) Sir 24: 31 “Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna.”

(7) 1 Cor 13: 7 “A caridade tudo crê.”

 
a grande guerra

Fonte: http://www.espacomaria.com.br/?cat=6&id=3831


PADRE CHRYSTIAN SHANKAR: SINAIS DA PRESENÇA DE JESUS EM NOSSA CASA

março 30, 2012

“AMARÁS O SENHOR SOBRE TODAS AS COISAS”

março 30, 2012

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“Amarás o Senhor sobre todas as coisas”

Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade
 

O Senhor revela Sua Lei a Moisés para que este a transmita a Seu povo. A vida de santidade – tanto no Antigo como no Novo Testamento – é direcionada a partir das normas contidas na Aliança de Deus com o Seu povo por intermédio dos Dez Mandamentos (cf. Ex 20, 2-17; Dt 5, 6-21).

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, os Dez Mandamentos, ou Decálogo, significam «dez palavras» (cf. Ex 34,28). Estas palavras se resumem na Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por intermédio de Moisés. Este, ao apresentar os Mandamentos do amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o povo eleito e, para cada um de nós em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

O Decálogo é compreendido à luz dessa Aliança de Deus com Seu povo, no qual o Senhor se revela e dá a conhecer a Sua vontade. Na observância dos Dez Mandamentos, o povo mostra a sua pertença ao Senhor e responde com gratidão à iniciativa de amor d’Ele. Bento XVI nos ensina que Cristo não somente é um modelo de cumprimento perfeito das Leis Divinas, como também é em si a revelação do Pai, o mandamento do Senhor, revelando o pleno significado destas e atestando a sua perenidade. Seguir Jesus implica observá-las [Leis Divinas], o homem é convidado a encontrá-las na pessoa do Divino Mestre.

O primeiro mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda tua alma e com todas as tuas forças”.

Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a Deus e à Sua Igreja, e, uma vez conhecida, abraçá-la e guardá-la fielmente, prestando ao Senhor um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma individual ou associada. 

“Os Dez Mandamentos implicam, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão bem-aventurada de Deus Pai e da Sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus Pai sobre todas as coisas; são rejeitadas, portanto, a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio ao Senhor, que nasce do orgulho” (CCIC n. 445).

Implica da mesma forma, adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-Lhe o culto devido individual e comunitariamente, rezar-Lhe com expressões de louvor, ação de graças, intercessão e de súplica, oferecer-Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o sacrifício perfeito de Cristo, e manter as promessas e os votos que fizermos a Ele.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC n. 445) também afirma que os Dez Mandamentos proíbem o politeísmo e a idolatria, pois estes divinizam a criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demônio. Assim como proíbem a superstição, um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, expressa nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo; bem como a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou atos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas, sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender realidades espirituais. Proíbem também o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção de autonomia humana; e o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, que inclui o indiferentismo e o ateísmo prático.

Outro ponto interessante a ser abordado está na afirmação contida em Êxodos 20,3: “não farás para ti qualquer imagem esculpida”. Isso significa que, no Antigo Testamento, este mandamento proibia representar o Deus absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se trata de uma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem Santíssima, os anjos e os santos.(CCIC, n. 446)

Enfim, na certeza de que esses mandamentos são semelhantes aos sinais de trânsito, que se não observados causam um caos social, devemos respeitar e viver bem os preceitos do Senhor para não causarmos em nós mesmos o caos do pecado, e assim nos afastarmos da nossa meta de santidade. Somos chamados a voltar para o Senhor e amá-Lo sobre todas as coisas, renunciando ao politeísmo, à idolatria, à superstição, à irreligião, ao ateísmo, ao agnosticismo e a tudo o que nos afasta d’Ele, para desta forma restabelecer em nossa vida a aliança com o Senhor.

Redação Portal
Fonte: Catecismo da Igreja Católica

29/03/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12722


ORAÇÃO PELA PAZ – MADRE TEREZA DE CALCUTÁ (CANTADA POR EUGÊNIO JORGE)

março 29, 2012

LAICISMO E INTOLERÂNCIA

março 29, 2012

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Laicismo e intolerância

O laicismo é intrinsecamente intolerante

Uma distinção interessante, proposta pelo Papa Bento XVI, é a que se pode fazer entre laicidade e laicismo. Laicidade, segundo sua definição etimológica, é o caráter próprio do leigo. Laicismo, diferentemente, é a ideologia e o movimento que propõe a exclusão de qualquer influência religiosa na vida pública, social e cultural. A laicidade, diz o Sumo Pontífice, decorre da justa autonomia das realidades temporais. Conforme ensina o Concílio Vaticano II, em seu precioso documento Gaudium et Spes: «Se por autonomia das realidades terrenas entende-se que as coisas criadas e as próprias sociedades têm leis e valores próprios, que o homem irá gradualmente descobrindo, utilizando e organizando, é perfeitamente legítimo exigir tal autonomia.

Para além de ser uma exigência dos homens do nosso tempo, trata-se de algo inteiramente de acordo com a vontade do Criador. Pois, em virtude do próprio fato da criação, todas as coisas possuem consistência, verdade, bondade e leis próprias, que o homem deve respeitar, reconhecendo os métodos peculiares de cada ciência e arte» (n. 36). Sobre esta sadia laicidade, acrescenta o Concílio, no mesmo documento: «As tarefas e atividades seculares competem como próprias, embora não exclusivamente, aos leigos. (…) Compete à sua consciência previamente bem formada imprimir a lei divina na vida da cidade terrestre. (…) Os leigos, que devem tomar parte ativa em toda a vida da Igreja, não devem apenas impregnar o mundo com o espírito cristão, mas são também chamados a serem testemunhas do Cristo, em todas as circunstâncias, no seio da comunidade humana» (n. 43).

O laicismo, como ideologia e movimento político, vai além do simples anticlericalismo. Este pretendia apenas excluir a interferência do clero na política terrena; o laicismo pretende banir qualquer expressão religiosa na vida pública, mais que anticlerical, ele é propriamente antirreligioso. Neste sentido, o laicismo é intrinsecamente intolerante. Aliás, poderíamos dizer que ele é a suma completa da intolerância religiosa: a intolerância laicista não se dirige a uma religião em particular, mas contra toda e qualquer manifestação religiosa, pelo simples fato de ser religiosa, não importando qual seja a religião. O laicismo pretende fundamentar sua intolerância na pretensão de organizar o mundo sem Deus, o que é irrefragavelmente uma falácia. 

Conforme o Concílio Vaticano II, no já citado documento Gaudium et Spes: «Se, porém, com as palavras ‘autonomia das realidades temporais’ entende-se que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem as ordenar ao Criador, ninguém que acredite em Deus deixa de ver a falsidade de tais assertivas. Pois, sem o Criador, a criatura não subsiste. De resto, todos os crentes, de qualquer religião, sempre souberam ouvir a sua voz e manifestação na linguagem das criaturas. Antes, se se esquece Deus, a própria criatura se obscurece» (n. 36).

Fragoroso exemplo dessa intolerância laicista assistimos no começo deste mês, quando o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, atendendo a requerimento da Liga Brasileira de Lésbicas, determinou a retirada de todos os crucifixos e símbolos religiosos presentes nos edifícios do Poder Judiciário sul-rio-grandense. Segundo os laicistas, a presença de símbolos religiosos no espaço público ofende as lésbicas. O problema é que seu argumento é via de mão única: não se reconhece o mesmo direito aos católicos ofendidos por manifestações de lesbianismo em espaço público. Mais que isso: ao mesmo tempo em que retiram os crucifixos das repartições, querem criminalizar todos aqueles que manifestem seu desagrado em relação a expressões de homossexualismo.

«Ó gálatas insensatos, quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, vós, ante cujos olhos foi já representado Jesus Cristo crucificado?» (Gl 3,1).

A presença dos crucifixos não prejudica a laicidade das repartições públicas, ainda que atraia a sanha perseguidora do laicismo que, como dissemos, é a culminância e a suma completa da intolerância religiosa. A retirada dos crucifixos das salas de julgamento do Rio Grande do Sul, além de constituir desrespeito à insubstuível participação do Catolicismo na formação histórica, cultural e moral do Brasil, é um ato de intolerância laicista que, como tal, deve ser combatido e repudiado não apenas pelos católicos, mas por todas as pessoas sensatas e de boa vontade.

Rodrigo R. Pedroso

28/03/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12721


ELIANA RIBEIRO: O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO SEPARA!

março 28, 2012

ORGULHO E SOBERBA SÃOA MESMA COISA?

março 28, 2012

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Orgulho e soberba são a mesma coisa?

A soberba é o oposto da humildade
 

Queridos irmãos, Deus tem um plano para nós, que inclui felicidade e salvação. O pecado é quando erramos o alvo em nossa vida e pagamos o preço, ou seja, as consequências de nossas escolhas erradas. Mas é possível reconhecer que erramos, começar tudo de novo e refazer a nossa caminhada. Deus sempre nos espera de braços abertos como o pai do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32). Refletir sobre o pecado e suas consequências em nossa vida pode nos ajudar muito a entendê-lo melhor e a fugir dele. Medite a Palavra de Deus para você hoje. Vamos, com mais um exercício espiritual, refletir sobre o pecado do orgulho ou soberba:

A soberba é o pior de todos os pecados capitais. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência e ao pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”. Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus, “manso e humilde de coração” (cf. Mt 11,29), e também marcou a vida de Maria, “a serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38), José e todos os santos da Igreja.

São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender da humildade. Por isso, com essa arma o maligno foi vencido por Jesus, Maria, José, São Miguel e os santos. A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17).

O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, depende do Senhor em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, a soberba “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus. São Paulo lembra aos coríntios que: “nossa capacidade vem de Deus” (II Cor 3,5). Aos romanos ele disse: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto” (Rm 12,3). “Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). Aos gálatas, o apóstolo dos gentios destacou: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3). A soberba tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência, presunção, autossuficiência, amor-próprio, exibicionismo, egocentrismo, egolatria, entre outros.

Podemos dizer que a soberba é a “cultura do ego”. Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra “eu”? “Eu vou, eu acho, eu penso que…, mas eu prefiro…”, etc. A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, afirmou: “Não busco a minha glória” (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).

A soberba é o oposto da humildade, palavra esta que vem de “húmus”, aquilo que se acha na terra, pó. O humilde é aquele que reconhece o seu “nada”, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a Terra, a glória d’Ele, como dizia santo Irineu, já no século II. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, no século V, ressaltou que: “Toda a vitória do Salvador dominando o demônio e o mundo foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”.

Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf. Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Cristo foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso Ele afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar será humilhado. Façamos como santa Teresinha do Menino Jesus que procurava o último lugar. Nosso Senhor Jesus já nos deu a receita para vencermos o orgulho e a soberba: a virtude da HUMILDADE.

Oração Diante das Tentações
Mãe querida, acolhe-me em teu regaço, cobre-me com teu manto protetor e, com esse doce carinho que tens por teus filhos afasta de mim as ciladas do inimigo, e intercede intensamente para impedir que suas astúcias me façam cair. A ti me confio e em tua intercessão espero. Enchei o meu coração das virtudes da humildade e mansidão, que são qualidades que a senhora imprimiu no teu filho Jesus Cristo. Amém.

Padre Luizinho – Comunidade Canção Nova
blog.cancaonova.com/padreluizinho

27/03/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12720


PADRE CHRYSTIAN SHANKAR: 10 CONSELHOS PARA MANTER UM RELACIONAMENTO

março 27, 2012

QUEREMOS VER JESUS

março 27, 2012

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Queremos ver Jesus

Faça a experiência com o Senhor
 

Jesus, ao chegar a Jerusalém para a festa da Páscoa judaica, é aclamado pela multidão de peregrinos que acorrem à cidade para o cumprimento do preceito religioso de participação nessa festa. Entre esses peregrinos, encontram-se gregos que se dirigem a Filipe e manifestam o desejo de ver Jesus, o qual os atrai mais do que a própria festividade.

O Senhor, na ocasião de Seu batismo por João, disse a André e ao outro discípulo que o acompanhava, quando perguntaram a Ele onde Ele morava: “Vem e vê”. Depois, o próprio Filipe, que já havia sido chamado por Jesus para segui-Lo, convidou também Natanael para o encontro com Cristo, com a mesma expressão: “Vem e vê”. Agora são os gregos da região de Betsaida que se empenham para ver o Messias. “Ver” significa “conhecer”, ter a experiência da presença e do diálogo, em um tempo de convívio e comunicação com Jesus. Filipe, diante do pedido dos gregos, diz isso a André, pois, assim como este e Pedro, ele também era de Betsaida, cidade de cultura grega.

Quando Filipe e André falam com Jesus, Ele lhes responde procurando remover qualquer equívoco. Está próximo o desenlace do Seu ministério de amor e dom de si, sem temer perseguições, ameaças e morte. A glória de Cristo não é o poder e o sucesso, mas o dom total de Sua vida no amor, a ser assumido também pelos discípulos.

O dom da própria vida é o ato fecundo que gera mais vida, tanto naquele que se doa como naqueles que são tocados por seu amor. A vida é fruto do amor e ela será tanto mais pujante quanto maior for a plenitude do amor, no dom total.

A metáfora do grão sendo transformado exprime muito mais potencialidades do homem do que aquelas que lhe são conhecidas. O grão que desaparece para dar lugar à planta e ao fruto é a conversão de vida. É libertar a vida da submissão e escravidão aos interesses dos chefes deste mundo e colocá-la a serviço de Jesus, presente no nosso próximo. É alcançar a liberdade da vida eterna na prática do amor. Com o dom de si novas e surpreendentes potencialidades se revelam. A morte, sem ser um fim trágico, pode ser também o começo de uma vida nova, mais plena, já neste mundo.

Morrer para os limites e valores impostos por uma cultura de consumo e opressão para viver livre na comunhão de amor e vida com os irmãos, particularmente os mais necessitados. Isso é servir Jesus, é assim que se manifesta a glória de Cristo e a glória do Pai. Quem não teme a própria morte confunde o opressor poderoso, chefe deste mundo, e conquista a liberdade, que tudo transforma pelo amor.

Viver é dar a vida, e tem-se a vida à medida que ela é dada.

Padre Wagner Augusto Portugal
Vigário Judicial da Diocese da Campanha (MG)

26/03/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12718


ROBERTO TANNUS: CURA ENTRE AS GERAÇÕES

março 26, 2012

PAPA BENTO XVI: TRIBUTO A NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

março 26, 2012

Angelus do Papa Bento XVI

Tributo a Nossa Senhora de Guadalupe.

25.03.2012 – Leon, México: Após celebrar a Santa Missa no Parque Bicentenário de León, o Papa rezou com os fiéis – como o faz todos os domingos – a oração mariana do Angelus. A reflexão de Bento XVI se concentrou em Maria Santíssima, e mais especificamente, na Virgem Santa Maria de Guadalupe, que há séculos é honrada fervorosamente como sinal de reconciliação e da infinita bondade de Deus pelo mundo.
Amados irmãos e irmãs!
No Evangelho deste domingo, Jesus fala do grão de trigo que cai na terra, morre e se multiplica, respondendo a alguns gregos que se aproximam do apóstolo Filipe para lhe pedir: «Nós queríamos ver Jesus» (Jo 12, 21). Hoje nós, dirigindo-nos a Maria Santíssima, também Lhe suplicamos: «Mostrai-nos Jesus».

Com efeito, ao rezarmos agora o Angelus, que recorda a Anunciação do Senhor, em espírito também os nossos olhos se dirigem para a colina de Tepeyac, o lugar onde a Mãe de Deus, sob o título de «a sempre Virgem Santa Maria de Guadalupe», há séculos que é honrada fervorosamente como sinal de reconciliação e da infinita bondade de Deus pelo mundo.
Os meus Predecessores na Cátedra de São Pedro honraram-Na com títulos especiais como Senhora do México, Padroeira celeste da América Latina, Mãe e Imperatriz deste Continente. Por sua vez, os seus filhos fiéis, que experimentam a sua ajuda, invocam-Na, cheios de confiança, com nomes tão carinhosos e familiares como Rosa do México, Senhora do Céu, Virgem Morena, Mãe de Tepeyac, Nobre Indiazinha.
Amados irmãos, não esqueçais que a verdadeira devoção à Virgem Maria aproxima-nos sempre de Jesus, e «não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa Mãe e a imitar as suas virtudes» (Lumen gentium, 67). Amá-La é comprometer-se a escutar o seu Filho; venerar a «Guadalupana» é viver segundo as palavras do fruto bendito do seu ventre.

Neste tempo em que tantas famílias se encontram divididas ou forçadas a emigrar, quando muitas sofrem por causa da pobreza, da corrupção, da violência doméstica, do narcotráfico, da crise de valores ou da criminalidade, recorramos a Maria à procura de conforto, fortaleza e esperança.

É a Mãe do verdadeiro Deus, que nos convida a permanecer à sua sombra pela fé e a caridade, para deste modo superarmos todo o mal e instaurarmos uma sociedade mais justa e solidária.
Com estes sentimentos, desejo colocar de novo sob o doce olhar da Nossa Senhora de Guadalupe este país e toda a América Latina e o Caribe. Confio cada um dos seus filhos à Estrela da primeira e da nova evangelização, que animou com o seu amor materno a história cristã destas terras, dando características particulares aos grandes acontecimentos da sua história, às suas iniciativas comunitárias e sociais, à vida familiar, à devoção pessoal e à Missão Continental que está em curso agora nestas nobres terras.

Em tempos de tribulação e sofrimento, Ela foi invocada por tantos mártires que, ao grito «Viva Cristo Rei e Maria de Guadalupe», deram testemunho de inquebrantável fidelidade ao Evangelho e entrega à Igreja. Agora, suplico-Lhe que a sua presença nesta querida nação continue a ser apelo ao respeito, defesa e promoção da vida humana e à consolidação da fraternidade, evitando a vingança inútil e desterrando o ódio que divide. Santa Maria de Guadalupe nos abençoe e obtenha, com a sua intercessão, abundantes graças do Céu.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Angelus%20do%20Papa%20Bento%20XVI%2025.03.2012%20.htm


PADRE CRYSTIAN SHANKAR: O VERDADEIRO CRISTÃO NÃO TEM PROBLEMAS, TEM DESAFIOS

março 25, 2012

SDS


PAPA BENTO XVI: “VENHO COMO PEREGRINO DA FÉ, DA ESPERANÇA E DA CARIDADE”

março 25, 2012
Papa Bento XVI no México.
“Venho como peregrino da fé,
da esperança e da caridade”
23.03.2012 – Guanajuato – México: Papa Bento XVI já se encontra em território mexicano aonde chegou por volta das 16h30 da tarde, hora local, 19h30 hora de Brasília, depois de quase 14 horas de viagem. O Pontífice foi recebido no Aeroporto Internacional de Guanajuato pelo Presidente da República Felipe Calderón e autoridades locais. Após a cerimônia de boas-vindas o Santo Padre seguiu diretamente para o Colégio Santíssima Virgem de Miraflores, onde se hospedará. A programação oficial terá início neste, sábado.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Distintas Autoridades,
Amado povo de Guanajuato e do México inteiro!

Sinto-me muito feliz por me encontrar aqui, dando graças a Deus que me permitiu realizar o desejo, presente há muito tempo no meu coração, de poder confirmar na fé o Povo de Deus desta grande nação, na sua própria terra. É notória a veneração do povo mexicano pelo Sucessor de Pedro, que, por sua vez, sempre o tem muito presente na sua oração.

Apraz-me dizê-lo neste lugar, considerado o centro geográfico do território nacional; aqui desejou vir o meu venerado predecessor, o beato João Paulo II, já na sua primeira viagem. Não podendo fazê-lo, deixou então uma mensagem de encorajamento e bênção, quando sobrevoava o seu espaço aéreo. Hoje tenho a alegria de me fazer eco das suas palavras, em terra firme e no vosso meio: Agradeço – dizia ele na sua mensagem – a estima pelo Papa e a fidelidade ao Senhor dos fiéis do Bajío e de Guanajuato. Que Deus vos acompanhe sempre (cf. Telegrama, 30 de Janeiro de 1979).
Juntamente com esta íntima lembrança, agradeço-lhe, Senhor Presidente, a sua calorosa recepção e, com deferência, saúdo a sua distinta esposa e as outras autoridades que quiseram honrar-me com a sua presença. Uma saudação muito especial a D. José Guadalupe Martín Rábago, Arcebispo de León, e também a D. Carlos Aguiar Retes, Arcebispo de Tlalnepantla e Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e do Conselho Episcopal Latino-Americano.

Com esta breve visita, desejo cumprimentar todos os mexicanos e abraçar as nações e povos latino-americanos, aqui bem representados por tantos Bispos, precisamente neste lugar onde o majestoso monumento a Cristo Rei, no morro do Cubilete, testemunha o enraizamento da fé católica entre os mexicanos que, em todas as vicissitudes, se acolhem à sua bênção incessante.

O México e a maioria dos povos latino-americanos comemoraram o bicentenário da sua independência, ou estão para o fazer nestes anos. Muitas foram as celebrações religiosas promovidas para dar graças a Deus por este momento tão importante e significativo. E nelas – como se verificou na Santa Missa celebrada na Basílica de São Pedro, em Roma, na solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe –, invocou-se fervorosamente Maria Santíssima, que fez ver, com doçura, como o Senhor ama a todos e por todos, sem distinção, Se entregou. A nossa Mãe do Céu continuou a velar pela fé dos seus filhos também na formação destas nações, e continua a fazê-lo hoje face aos novos desafios que se lhes apresentam.
Venho como peregrino da fé, da esperança e da caridade. Desejo confirmar e consolidar na fé todos os crentes em Cristo e encorajá-los a revitalizá-la através da escuta da Palavra de Deus, dos sacramentos e da coerência de vida. Deste modo poderão, como missionários no meio dos seus irmãos, partilhar a fé com os outros e ser fermento na sociedade, contribuindo para uma convivência respeitadora e pacífica, assente na incomparável dignidade de toda a pessoa humana, criada por Deus, e que nenhum poder tem o direito de esquecer ou desprezar. Tal dignidade manifesta-se de forma eminente no direito fundamental à liberdade religiosa, quando vista no seu genuíno significado e na sua plena integridade.
Como peregrino da esperança, digo-lhes com São Paulo: «Não andem tristes como os outros, que não têm esperança» (1 Ts 4, 13). A confiança em Deus dá-nos a certeza de O encontrar e receber a sua graça, e nisto assenta a esperança de quem crê. E, ciente disto, o fiel esforça-se também por transformar as estruturas e os acontecimentos menos benignos da hora presente, que parecem imutáveis e invencíveis, ajudando quem não encontra sentido nem futuro na vida. Sim, a esperança muda, efetivamente, a existência concreta de cada homem e de cada mulher (cf. Spe salvi, 2).

A esperança aponta para «um novo céu e uma nova terra» (Ap 21, 1), procurando tornar palpáveis já agora alguns dos seus reflexos. Além disso, quando se enraíza num povo e é compartilhada, ela irradia como a luz que afugenta as trevas opacas e opressivas. Este país e o Continente inteiro são chamados a viver a esperança em Deus como uma convicção profunda, transformando-a numa atitude do coração e num compromisso concreto de caminhar juntos para um mundo melhor. Como disse em Roma, «continuem a progredir sem desanimar na construção de uma sociedade fundada no progresso do bem, no triunfo do amor e na difusão da justiça» (Homilia na solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, Roma, 12 de Dezembro de 2011).

Juntamente com a fé e a esperança, o crente em Cristo e a Igreja no seu conjunto vivem e praticam a caridade como elemento essencial da sua missão. Na sua acepção primária, a caridade é «simplesmente a resposta àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade imediata» (Deus caritas est, 31a), tal como socorrer quem padece fome, carece de abrigo, está doente ou necessitado em qualquer vertente da sua vida.

Ninguém fica excluído, por causa da sua origem ou das suas convicções, desta missão da Igreja, a qual não entra em competição com outras iniciativas privadas ou públicas, antes, pelo contrário, colabora de bom grado com quem persegue estes mesmos fins. Nada mais pretende senão fazer, de maneira desinteressada e respeitadora, o bem ao necessitado, a quem tantas vezes o que mais falta é precisamente uma prova de amor autêntico.
Senhor Presidente, amigos todos! Nestes dias, pedirei com insistência ao Senhor e à Virgem de Guadalupe por este povo para que honre a fé recebida e as suas melhores tradições; e rezarei de forma especial por quem mais necessita, particularmente pelos que sofrem por causa de antigas e novas rivalidades, ressentimentos e formas de violência. Já sei que estou num país que se orgulha da sua hospitalidade e deseja que ninguém se sinta estranho na sua terra. Sei disso; mas, aquilo que já sabia, agora vejo-o e sinto-o no mais íntimo do coração. Espero com toda a minha alma que o sintam também tantos mexicanos que vivem fora da sua pátria nativa, mas que nunca a esquecem e desejam vê-la crescer na concórdia e num verdadeiro desenvolvimento integral. Muito obrigado!

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Papa%20Bento%20XVI%20no%20México.%20%20.htm

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ELIANA RIBEIRO: GRAÇAS PAI

março 24, 2012

SANTO ROSÁRIO – ORAÇÃO SUBLIME

março 24, 2012

SANTO ROSÁRIO – ORAÇÃO SUBLIME

“Evite cuidadosamente fazer o que certa piedosa mas voluntariosa senhora de Roma fez. Era uma pessoa tão piedosa e fervorosa que com sua vida santa confundiu os religiosos mais austeros da Igreja de Deus.Ao pedir a São Domingos que lhe aconselhasse sobre sua vida espiritual ela pediu-lhe que a ouvisse em confissão. Por penitência, ele lhe mandou que rezasse um Rosário completo e aconselhou-a que o rezasse diariamente.

Ela disse que não tinha tempo para rezá-lo, desculpando-se e dizendo que tinha que fazer as Estações de Roma [trata-se de uma devoção da Igreja Primitiva; consiste-se em visitar certas igrejas estacionárias em Roma e rezar certas orações prescritas em cada uma delas. Esta prática tinha cunho penitente – “Encyclopaedia Catholica”] todo dia, que vestia roupas de sacas, camisas de cilício, que tomava disciplina sobre si várias vezes por semana, que tinha tantas outras penitências e que jejuava bastante. São Domingos aconselhou-a novamente e várias outras vezes a seguir seu conselho e rezar o Rosário, mas ela continuava a recusar. Ela saiu do confessionário, horrorizada pela tática de seu novo diretor espiritual, que arduamente lhe persuadia a seguir a devoção que não era de seu agrado.

Mais tarde, quando ela estava orando, caiu em êxtase, e viu sua alma se apresentando diante do Trono do Julgamento de Nosso Senhor. São Miguel pôs todas as suas penitências e outras orações em um dos pratos da balança e todos os seus pecados e imperfeições no outro. O prato das boas obras ficou grandemente suspenso sem conseguir se equilibrar ao outro dos pecados e imperfeições.

Cheia de espanto ela chamou por misericórdia, implorando o auxílio da Santíssima Virgem, sua graciosa Advogada, que pegou o único Rosário que ela tinha rezado por aquela penitência e o pôs no prato das boas obras. Só este único Rosário era tão pesado que pesava mais que todos seus pecados e também suas boas obras. Nossa Senhora, então, repreendeu-a por não ter seguido o conselho de Seu servo Domingos e por não ter rezado o Rosário diariamente.

Logo que voltou a si, correu e se pôs aos pés de São Domingos e lhe disse o acontecera, implorou seu perdão por não ter acreditado e prometeu rezar o Rosário fielmente todos os dias. Por este meio ela se elevou à perfeição cristã e finalmente à glória da vida eterna (…)”.

 
O Segredo do Rosário, por São Luis Maria Grignion de
Montfort. Pgs. 75 e 76.

Fonte: http://www.espacomaria.com.br/?cat=6&id=3800


COMENTÁRIO DO EVANGELHO DE DOMINGO DIA 25/03/2012

março 23, 2012

COMENTÁRIO DO EVANGELHO DO V DOMINGO DA QUARESMA, ANO: B, DO DIA 23 DE MARÇO DE 2012, FEITO PELO PADRE MATEUS MARIA, FMDJ.

Clique no link abaixo e assista:

http://pt.gloria.tv/?media=268459


PADRE ADEMIR: CUIDADO: NÃO CRIE UM DEUS PARA SATISFAZER AS SUAS VONTADES

março 23, 2012

ORAÇÃO, VIA DE SANTIFICAÇÃO

março 23, 2012

Ricardo Gaiotti

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

 

Oração, via de santificação

Todo questionamento é bom, pois ele gera em nós a possibilidade de encontrar uma resposta. E assim é em tudo durante nossa vida, desde as decisões mais simples às mais importantes, sempre buscamos referências e nos questionamos.O questionamento que muitas pessoas vivem hoje é: “

Onde está Deus?” As pessoas fazem essas perguntas diante de algumas situações ruins que acontecem e, dificilmente, enxergam a ação de Deus.E o relativismo que a nossa sociedade vive hoje faz com que determinadas situações sejam comuns. Há algumas décadas, era muito difícil ver homem e mulher vivendo juntos sem o sacramento do matrimônio; não existia luta pela aprovação do aborto ou notícias de alunos agredindo professores.

Mas a ditadura do relativismo, denunciada pelo Papa Bento XVI, tem gerado tudo isso na nossa sociedade. Hoje o senso de certo e errado foi deturpado, as pessoas relacionam suas atitudes com algumas situações para depois determinarem se aquilo é ou não pecado.

Os nossos pecados são uma negativa a Deus, mas, ao mesmo tempo, um desejo indireto pela busca de uma satisfação que só pode ser encontrada no Senhor. E a via que pode nos levar por esse caminho é a oração.

Quando estamos em oração, entramos em comunhão com o Senhor, porque é pela oração que cultivamos a verdadeira amizade com Ele. Assim nos ensina o Papa Bento XVI: “a amizade com Jesus, vivendo n’Ele e com Ele, é a relação filial com o Pai por intermédio da oração fiel e constante”.

Por isso, a oração deve ser algo da nossa natureza, fluindo com naturalidade, assim como a nossa respiração, pois somente com a ajuda dela é que seremos capazes de espantar a tibieza, a mornidão que insiste em atingir o coração do cristão.

Jesus viveu Seu maior momento de intimidade com o Pai quando se retirou para o deserto a fim de orar ao Pai. Só depois de intensificar o relacionamento com Deus é que Cristo inicia a vida pública. E quando os discípulos decidem viver a mesma intimidade de Cristo com o Pai, o Senhor lhes ensina a oração do Pai-Nosso, dizendo que não há oração maior.

“O seu coração é a morada silenciosa de Deus”, recorda Ricardo Gaiotti
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Mas não haverá oração concreta se ela não for acompanhada com o silêncio. A prece não pode ser um monólogo, é preciso se abrir e ouvir a resposta do Pai, pois ela deve ser um diálogo, assim como uma conversa entre dois amigos.

O seu coração é a morada silenciosa de Deus, é lá que Ele deseja entrar e, definitivamente, fazer morada eterna. E a Igreja nos apresenta alguns modelos de pessoas que viveram uma vida íntima de oração. Entre eles está Abraão, que caminhou ao lado do Senhor, sabendo ouvir Suas palavras e, mesmo diante dos maiores desafios, foi obediente até o fim, sendo agraciado assim com a Providência Divina.

Toda oração, bem fundamentada, é direcionada pelo Espírito Santo. Só assim seremos capazes de nos abandonar em Deus, deixando que Ele faça Sua vontade em nossa vida.

Uma boa forma de exercitar a oração é com a leitura da Sagrada Escritura. Mas essa leitura não deve ser realizada de qualquer forma, mas com empenho, dedicação e, acima de tudo, contemplação, para compreender a Palavra que foi dada pelo Pai, sabendo assim viver a verdadeira intimidade com Deus.

Portanto, aprendemos que a oração é a resposta do homem à pergunta: “Onde está Deus?” E a resposta é que Ele sempre esteve cravado em nosso coração. Porém, cabe a nós, por intermédio das vias que nos são apresentadas, permitir que Ele habite em nosso interior e nos preencha com Seu amor.

 

Transcrição e adaptação: Gustavo Souza
 

Ricardo Gaiotti

Missionário da Comunidade Canção Nova

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?cod=2676&pre=7382&tit=Oração,%20via%20de%20santificação


O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

março 22, 2012

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O sacramento da unção dos enfermos

Une intimamente o doente a Cristo

No ritual da unção dos enfermos encontra-se a seguinte petição a Deus: “Por esta santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos”. Esta oração contém o objeto central desse sacramento, ou seja, confere a ele uma graça especial que une mais intimamente o doente a Cristo.

Jesus veio para revelar o amor de Deus. Frequentemente faz isso nas áreas e situações em que nos sentimos especialmente ameaçados em função da fragilidade de nossa vida, devido às doenças, morte, etc.. Deus Pai quer que nos tornemos saudáveis no corpo e na alma e reconheçamos nisso a instauração do Reino d’Ele. Por vezes, só com a experiência da enfermidade percebemos que precisamos do Senhor mais do que tudo. Não temos vida, a não ser em Cristo. Por isso os doentes e os pecadores têm um especial instinto para perceber o que é essencial.

No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites e, ao mesmo tempo, percebe que a doença está ligada misteriosamente ao pecado. Os profetas intuíram que a enfermidade poderia ter também um valor redentor em relação aos próprios pecados e aos dos outros. Assim, a doença era vivida diante de Deus, do qual o homem implorava a cura. No Novo Testamento eram os enfermos que procuravam a proximidade de Jesus, procurando “tocá-Lo, pois d’Ele saía uma força que a todos curava” (Lc 6,19). A compaixão de Jesus Cristo pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que, com Ele, chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a Paixão e Morte o Senhor dá um novo sentido ao sofrimento, o qual, se for unido ao d’Ele, pode ser meio de purificação e de salvação para nós e para os outros.

A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pôr isso em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui, sobretudo, um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por São Tiago: «Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter ungido com óleo no nome do Senhor» (Tg 5,14-15).

Desta forma, o sacramento da unção dos enfermos pode ser recebido pelo fiel que começa a se sentir em perigo de morte por doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-lo também outras vezes se a doença se agravar ou então no caso doutra enfermidade grave. A celebração desse sacramento, se possível, deve ser precedida pela confissão individual do doente. A celebração deste sacramento consiste essencialmente na unção com óleo benzido, se possível, pelo bispo, na fronte e nas mãos do enfermo (no rito romano, ou também noutras partes do corpo segundo outros ritos), acompanhada da oração do sacerdote, que implora a graça especial desse sacramento. Ele só pode ser administrado pelos sacerdotes (bispos ou presbíteros).

Este sacramento confere uma graça especial que une mais intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu bem e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e também o perdão dos pecados, se ele não puder se confessar. E consente, por vezes, se for a vontade de Deus, também a recuperação da saúde física do fiel. Em todo o caso, essa unção prepara o enfermo para a passagem à Casa do Pai. Por isso, concede-lhe consolação, paz, força e une profundamente a Cristo o doente que se encontra em situação precária e em sofrimento. Tendo em vista que Senhor passou pelas nossas angústias e tomou sobre Si as nossas dores.

Muitos doentes têm medo desse sacramento, e adiam-no para o fim, porque pensam se tratar de uma espécie de “sentença de morte”. No entanto, é o contrário disso: a unção dos enfermos é uma espécie de “seguro de vida”. Quem, como cristão, acompanha um enfermo deve libertá-lo desse falso temor. A maior parte das pessoas que está em risco de vida tem a intuição de que nada mais é importante nesse momento do que a confiança imediata e incondicional Àquele que superou a morte e é a própria Vida: Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

Redação Portal

22/03/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12717