PADRE FABIO DE MELO: REAVIVAR A FÉ

outubro 31, 2012

BENTO XVI: AQUELE QUE DETÉM A CHAVE

outubro 31, 2012

BENTO XVI:

AQUELE QUE DETÉM A CHAVE.

“Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.” (Mt. 16, 19)

 

“(…) Quem permanece na doutrina, este possui o Pai e o Filho.” (2 Jo. 9)

 

ÍNDICE

Introdução…… 5
Um outro Cristo e seu Cirineu.. 7
Biografia do Papa Bento XVI – Joseph Ratzinger… 12
O Brasão de Sua Santidade, o Papa Bento XVI.. 14
O Santo Padre, o Papa….. 17
DOCUMENTOS PAPAIS  
Exortação Apostólica Sacramentum CaritatisPapa Bento XVI….. 21
Carta Encíclica DEUS Caritas Est – Papa Bento XVI… 66
Carta Encíclica Spe SalviPapa Bento XVI….. 85
Carta Apostólica Motu Próprio Summorum Pontificum – Papa Bento XVI… 107
Instrução sobre a aplicação da Carta Apostólica Motu Próprio Summorum Pontificum 110
Esclarecimentos sobre o Motu Próprio Summorum Pontificum… 115
Carta Apostólica Motu Próprio Porta Fidei – Papa Bento XVI… 116
Carta Encíclica Pascendi Dominici GregisPapa Pio X (Alertando contra o modernismo na Igreja). 123
Carta Encíclica Mortalium ÂnimosPapa Pio XI (Alertando contra o ecumenismo na Igreja)….. 148
Papa na Missa em Frascati: “o anúncio de CRISTO busca a verdade, não o consenso.”…. 155
Bento XVI consegue cortar os ramos secos, superar os obstáculos e as imensas dificuldades………. 155
O Papa Bento XVI e suas históricas homilias…… 156
Catequese do Papa Bento XVI……….. 157
Cardeal Vallini: “no dia 29 de junho manifestemos nosso afeto ao Sucessor de Pedro.”…… 158
“Sacerdócio não é caminho de poder nem de prestígio social”, recorda o Papa Bento XVI.. 159
Cardeal Tarcísio Bertone: “a ação purificadora do Papa Bento XVI incomoda.”.. 160
Dom Guido Marini explica especial cuidado do Papa Bento com a Missa.. 161
(…)Pôr-se de joelhos na oração exprime precisamente a atitude de Adoração perante DEUS(…) 162
Papa aos padres: “retornai para o confessionário.” 162
Bento XVI: “a revisão das formas litúrgicas manteve-se a um nível exterior e a “participação ativa” 163
“(…) A Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem(…)”……. 164
“(…) Hoje nós vemos de modo realmente aterrorizador que a maior perseguição à Igreja(…)” Papa responde sobre Fátima. terceiro segredo… 165
Papa sugere: “quando não se crê, é melhor ser honesto e deixar a Igreja.” 167
Bento XVI: “os católicos devem ser fiéis a Igreja e ao Papa.”…… 167
Oremos e vigiemos………….. 168
Papa: “as coisas de DEUS são as que merecem urgência.”….. 170
Façamos como Ogilvie….. 171
Papa: “a verdadeira crise da Igreja no mundo ocidental, é uma crise de fé.”. 174
Discurso do Papa Bento XVI ao Parlamento Alemão…… 175
Conclusão……….. 179

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/APOSTILA%20DO%20PAPA%20BENTO%20XVI/1.%20Menu%20da%20Apostila.%20.htm


MARCIO MENDES: A PALAVRA DE DEUS É FORÇA DE SALVAÇÃO

outubro 30, 2012

PARA QUE UM ANO DA FÉ?

outubro 30, 2012

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Para que um Ano da Fé?

Jesus anunciou um ano de graça
No Evangelho de São Lucas (4, 19) Jesus começando seu ministério vai a Sinagoga como era do seu costume, em um dia de sábado, afirmando que veio para cumprir a profecia dada por Isaías, proclamando um ano de graça, na linguagem bíblica, isso significa um Kairós, um ano da graça de Deus.

A força do anúncio cristão
se baseia, não somente na dimensão do perdão dos pecados, mas na salvação de todo o homem. Isso nos oferece uma dimensão no qual coloca o cristianismo, não simplesmente como uma mudança de comportamento moral, mas num projeto de vida, que parte de um encontro pessoal com Jesus Cristo.
Aqui entramos no centro do Ano da Fé desejado por Bento XVI, favorecer um constante encontro pessoal com Jesus Cristo, e este cria em nós a fé. Mas para que serve, o que será e como devemos viver o Ano da fé?

Começamos a responder a estas perguntas, na certeza que o Ano da Fé, tem como centro desejado, a redescoberta do caminho que nos leva a Jesus, e consequentemente nossa Identidade Cristã. Uma coisa leva à outra. Não falamos de descobrir, mas de redescobrir, ou seja, algo que já foi descoberto e que se perdeu, devido a tantas situações, isto gera em nós uma pergunta: Onde está o caminho que nos leva a Jesus?

A resposta é justamente a redescoberta da nossa própria identidade cristã, que, como já foi dito acima, não é apenas uma atitude moral, mas parte de um encontro pessoal com Jesus. Para isso se faz necessário que toda nossa vida se volte a esta realidade e não somente a um cumprimento de ritualismos, pois, ser cristão com identidade cristã é saber agir como Cristo em todas as situações da vida. Isso só acontece a partir da fé que nasce de um encontro pessoal com a Pessoa de Jesus.

Para viver bem este Ano da Fé
, são necessárias colocarmos três ações que devem em comunhão: Crer, Celebrar e Viver. Aqui paramos diante da nossa realidade, e nos perguntamos: Nossa vida condiz com aquilo que cremos, celebramos e vivemos? Esta simples pergunta devemos fazer constantemente. O que vivo, celebro? O que celebro, creio? E o que creio, vivo?
Para vivermos bem este Ano da Fé voltemos para estes três verbos: Crer, Celebrar e Viver, e assim, somos chamados a colocar nossa vida como cristão, num contínuo processo de atenção e tensão, esta é a nossa constante medida de fé.

E o que será este Ano da fé?
Seguramente será um ano de muitas graças e bênçãos para todo o Povo de Deus, mas também será um ano de muita provação, onde a nossa fé será colocada em jogo, devido a todo um sistema contrário a ela e ao cristianismo. Porém neste Ano da Fé, devemos esperar também um verdadeiro Kairós, de testemunho e anúncio, pois, o mundo precisa de cristãos santos que saibam anunciar com a vida e palavras sua fé em Cristo.

Portanto, o que será este Ano da Fé? Somente uma pessoa de fé conseguirá sair dele ainda mais revigorado, solidificado, pois o justo viverá pela fé. (Hab 1,4)

Padre Anderon Marçal
http://blog.cancaonova.com/padreanderson

29/10/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12977


PADRE VAGNER BAIA: PELA FÉ TUDO É POSSÍVEL

outubro 29, 2012

PAPA BENTO XVI: A NATUREZA DA FÉ

outubro 29, 2012

Catequese do Papa Bento XVI

A natureza da fé.

24.10.2012 – Cidade do Vaticano: Milhares de fiéis e peregrinos compareceram esta quarta-feira na Praça S. Pedro para a Audiência Geral com o Santo Padre.

Caros irmãos e irmãs,
Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei com uma nova série de catequeses sobra a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Há ainda um sentido para a fé em um mundo em que a ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje?

De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida.
Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, a partir de certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai para a construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas idéias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras.

Não obstante a grandeza das descobertas da ciência e dos sucessos da técnica, hoje o homem não parece tornar-se verdadeiramente livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça…

Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer comente no que se vê e se toca com as próprias mãos. Por outro lado, porém, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário.

Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: Que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte?
Destas perguntas insuprimíveis, aparece como o mundo do planejamento, do cálculo exato e do experimento, em uma palavra o saber da ciência, embora importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não somente do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajuda a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos.

A fé nos dá propriamente isto: é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diversa, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência. A fé não é um simples consentimento intelectual do homem e da verdade particular sobre Deus; é um ato com o qual confio livremente em um Deus que é Pai e me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança.

Certamente esta adesão a Deus não é privada de conteúdo: com essa sabemos que Deus mesmo se mostrou a nós em Cristo, fez ver a sua face e se fez realmente próximo a cada um de nós. Mais, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é sem medida: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem, nos mostra do modo mais luminoso a que ponto chega este amor, até a doação de si mesmo, até o sacrifício total.

Com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até o fundo na nossa humanidade para trazê-la de volta a Ele, para elevá-la à sua altura. A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, diante do mal e da morte, mas é capaz de transformar cada forma de escravidão, dando a possibilidade da salvação.

Ter fé é encontrar este “Tu”, Deus, que me apoia e me concede a promessa de um amor indestrutível que não só aspira à eternidade, mas a doa; é confiar em Deus com a atitude de uma criança, que sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão seguros no “Tu” da mãe.

E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens. Penso que deveríamos meditar mais vezes – na nossa vida cotidiana, caracterizada por problemas e situações às vezes dramáticas – sobre o fato de que crer de forma cristã significa este abandonar-me com confiança ao sentido profundo que apóia a mim e ao mundo, aquele sentido que nós não somos capazes de dar, mas somente de receber como dom, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem medo. E esta certeza libertadora e tranquilizante da fé, devemos ser capazes de anunciá-la com a palavra e de mostrá-la com a nossa vida de cristãos.
Ao nosso redor, porém, vemos cada dia que muitos permanecem indiferentes ou recusam-se a acolher este anúncio. No final do Evangelho de Marcos, hoje temos palavras duras do Ressuscitado que diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16), perde a si mesmo. Gostaria de convidá-los a refletir sobre isso.

A confiança na ação do Espírito Santo nos deve impulsionar sempre a ir e anunciar o Evangelho, ao corajoso testemunho da fé; mas para além da possibilidade de uma resposta positiva ao dom da fé, há também o risco de rejeição ao Evangelho, do não acolhimento ao nosso encontro vital com Cristo.

Santo Agostinho já colocava este problema em seu comentário da parábola do semeador: “Nós falamos – dizia – lançamos a semente, espalhamos a semente. Existem aqueles que desprezam, aqueles que reprovarão, aquelas que zombam. Se nós temos medo deles, não temos mais nada a semear e no dia da ceifa ficaremos sem colheita. Por isso venha a semente da terra boa” (Discurso sobre a disciplina cristã, 13, 14: PL 40, 677-678).

A recusa, portanto, não pode nos desencorajar. Como cristãos, somos testemunhas deste terreno fértil: a nossa fé, mesmo nas nossas limitações, mostra que existe a terra boa, onde a semente da Palavra de Deus produz frutos abundantes de justiça, de paz e de amor, de nova humanidade, de salvação. E toda a história da Igreja, com todos os problemas, demonstra também que existe a terra boa, existe a semente boa, e dá fruto.
Mas perguntamos: onde atinge o homem aquela abertura do coração e da mente para crer no Deus que se fez visível em Jesus Cristo morto e ressuscitado, para acolher a sua salvação, de forma que Ele e seu Evangelho sejam o guia e a luz da existência?

Resposta: nós podemos crer em Deus porque Ele se aproxima de nós e nos toca, porque o Espírito Santo, dom do Ressuscitado, nos torna capazes de acolher o Deus vivo. A fé então é primeiramente um dom sobrenatural, um dom de Deus.

O Concílio Vaticano II afirma: “Para que se possa fazer este ato de fé, é necessária a graça de Deus que previne e socorre, e são necessários os auxílios interiores do Espírito Santo, o qual mova o coração e o volte a Deus, abra os olhos da mente, e doe ‘a todos doçura para aceitar e acreditar na verdade’” (Cost. dogm. Dei Verbum, 5).

Na base do nosso caminho de fé existe o Batismo, o Sacramento que nos doa o Espírito Santo, fazendo-nos tornar filhos de Deus em Cristo, e marca o ingresso na comunidade de fé, na Igreja: não se crê por si próprio, sem a vinda da graça do Espírito; e não se crê sozinho, mas junto aos irmãos. A partir do Batismo, então, cada crente é chamado a re-viver e fazer própria esta confissão de fé, junto aos irmãos.

A fé é dom de Deus, mas é também ato profundamente livre e humano. O Catecismo da Igreja Católica o diz com clareza: “É impossível crer sem a graça e os auxílios interiores do Espírito Santo. Não é, portanto, menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade e nem à inteligência do homem” (n. 154).

Na verdade, as implica e as exalta, em uma aposta de vida que é como um êxodo, isso é, uma saída de si mesmo, de suas próprias seguranças, de seus próprios pensamentos, para confiar na ação de Deus que nos indica o seu caminho para conseguir a verdadeira liberdade, a nossa identidade humana, a alegria verdadeira do coração, a paz com todos.

Crer é confiar com toda a liberdade e com alegria no plano providencial de Deus na história, como fez o patriarca Abraão, como fez Maria de Nazaré. A fé, então, é um consentimento com o qual a nossa mente e o nosso coração dizem o seu “sim” a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este “sim” transforma a vida, a abre ao caminho para uma plenitude de significado, a torna então nova, rica de alegria e de esperança confiável.
Caros amigos, o nosso tempo requer cristãos que foram apreendidos por Cristo, que cresçam na fé graças à familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. Pessoas que sejam quase um livro aberto que narra a experiência da vida nova no Espírito, a presença daquele Deus que nos sustenta no caminho e nos abre à vida que nunca terá fim. Obrigado.

Fonte: Boletim da sala de Imprensa da Santa Sé.

Exttraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Catequese%20do%20Papa%20Bento%20XVI%20A%20natureza%20da%20fé.%20.htm


MEIOS DE ADQUIRIR A SIMPLICIDADE

outubro 27, 2012

MEIOS DE ADQUIRIR A SIMPLICIDADE

Quem não quereria adquirir a simplicidade?
Mas, como alcançá-la?
Primeiramente, é preciso meditar sobre essa virtude para compreender-lhe a primordial importância e a inevitável necessidade, e para que seja despertado o mais ardente desejo de alcançá-la a qualquer preço.
Sem esse ardente desejo, sem uma inabalável resolução da vontade, nada conseguireis e todos os vossos esforços servirão apenas para construir castelos no ar.
Vossas tentativas e veleidades ruirão desastrosamente diante do egoísmo, do amor próprio, do interesse, das paixões e de todos os objetivos humanos que incessantemente influenciarão e derrubarão o edifício da simplicidade, à medida que o erguerdes.
Mas, desde que tenhais serena e firme vontade de conquistar a simplicidade, eis o que deveis fazer.

Em primeiro lugar, regularizai a vossa vida em geral, e o conjunto das vossas ocupações e atividades, para ficardes certas de que tudo o que fizerdes estará de acordo com a vontade de Deus.
Um regulamento de vida bastante flexível para adaptar-se às diversas exigências de vossa condição e ajustar-se às mil circunstâncias imprevistas que sobrevirão e transformarão vossos planos; mas suficientemente precioso para excluir o capricho e a vontade pessoais que estão sempre tentando fugir à ordem e ao dever: tal regulamento, baseado nos conselhos de um prudente diretor e, sob seu controle, é a primeira condição e o meio indispensável para atingir a pureza de intenção e a simplicidade.

Somente, então, podeis estar seguras de verdadeiramente buscar a vontade de Deus, como fim último de vossas ações e de vossa vida.
Em seguida; toda noite, antes de adormecer, dedicai dois ou três minutos a passar revista ao dia seguinte, planejando as modificações ou acréscimos que deverão ser feitos no vosso regulamento, em geral, e a pôr todas as coisas nos devidos lugares, considerando sempre a vontade de Deus como regra constante e absoluta de todos os vossos atos.
De manhã, logo que acordardes, oferecei em conjunto a Deus todos os pensamentos, palavras e ações do dia. Prometei-Lhe e protestai que tudo desejais fazer por Ele, pela Sua glória, Seu serviço e Seu amor, em união com os atos que Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima realizaram aqui na terra, e que a todo instante o Espírito Santo faz com que sejam realizados pelos justos e pelos santos no mundo.


Se não for retratado, já este primeiro oferecimento comunicará a todas as vossas ações a intenção a que chamamos virtual e que é suficiente para as sobrenaturalizar. Tereis provocado em vossa alma uma disposição interior de simplicidade; e, enquanto durar tal estado, imprimirá aos vossos atos um sinal de santidade que os tornará essencialmente agradáveis a Deus.


Além disso, renovai de quando em vez vossa intenção da manhã, de modo particular, ao começardes alguma ação, sobretudo as principais e as mais demoradas, nem que seja dizendo mentalmente: “Para Vós, meu Deus! para Vós: esta meditação, este trabalho, esta refeição, esta visita, esta boa ação, este sofrimento, esta provação!…”
Conta-se que um piedoso eremita nunca iniciava uma ação sem que antes parasse um momento para levantar os olhos ao céu. E, quando lhe perguntavam a razão disto, respondia: “É para melhor garantir o êxito.”


Como o caçador, antes de atirar, mira a caça por um momento para mais seguramente atingi-la, assim o eremita mirava Deus para certificar-se de que O alcançaria. Fazei como ele: contemplai sempre Deus, antes de agir, formulando uma intenção reta e pura.
Se, no decurso de uma ação assim empreendida, se insinuar uma tentação que vos sugira intenções humanas, menos dignas ou até más, não vos perturbeis e não vos interrompais; respondei, simplesmente, como o venerável João dÁvila, à vaidade: “Chegas demasiado tarde, já dei tudo a Deus”; e continuai o trabalho.
Mesmo que vos agite ou vos amedronte à idéia de que o mundo verá vossas boas obras, nem por isso deveis desistir. Lembrai-vos da palavra do Evangelho: “Que vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.”[1]


Se transparecer o bem que fazeis, outros, a seu turno, desejarão praticá-lo, e Deus será glorificado. Pensai nisto para que vos alegreis e esquecei os elogios e o proveito que podereis conseguir. Desta forma vossa intenção permanecerá pura.
No decurso de vossas ações, principalmente quando se prolongarem, renovai vossa intenção, elevando a alma a Deus e repetindo do fundo do coração: “Para Vós, meu Deus!” Se puderdes interromper  o vosso trabalho alguns instantes, sem, prejudicar àquilo que fazeis, perguntai-vos: “Qual o objetivo que pretendo alcançar?” E logo tornai a dizer: “Para Vós, meu Deus, só para Vós!”


Se, durante a meditação ou a prece, alguém vos importunar, se, por motivo de saúde ou por dever de estado, fordes impedidas de comungar ou de assistir à missa, como de costume, lembrai-vos de que é preciso saber “deixar Deus por Deus.” Renunciando, assim, sem má vontade, porque é Deus quem vos pede, a um exercício de piedade que vos é caro, unir-vos-eis ainda mais estreitamente a Ele; adiantai-vos na simplicidade e, por conseguinte, na perfeição.


Desconfiai da impulsividade, da precipitação, da agitação, do nervosismo, da atividade demasiado natural, muitas vezes febril, que não é abençoada por Deus.
Sede calmas, serenas, tranqüilas. Se não o fordes na imaginação, na sensibilidade, nas faculdades inferiores da alma, que nem sempre podem ser plenamente controladas pela vontade, sede-o pelo menos na parte superior de vós mesmas, em vossa pessoa moral, nas altas regiões que Deus olha quando vos julga, e que são as que dependem unicamente de vosso livre arbítrio. Apressai-vos lentamente, e com maior segurança encontrareis Deus.
Dizei jaculatórias com a maior freqüência possível. Para adquirir este hábito, não hesiteis em empregar meios que pareceriam pueris, se não fossem infinitamente realçados pela grandeza do fim a atingir. Convencionai, por exemplo, elevar por um instante o coração a Deus, todas às vezes em que ouvirdes o bater das horas, que passardes de uma para outra sala, que vos sentardes à mesa ou à secretária, que fechardes uma carta, que vos preparardes para viajar, que entrardes em uma casa ou sairdes dela, e em mil outras circunstâncias que estabelecereis.


Não há meios pequenos quando utilizados para grandes coisas. À medida que vos fordes habituando a recorrer a Deus, vosso coração se aquecerá, vosso amor crescerá. Em breve, não vos será mais necessário meio algum. De tal sorte vossa alma terá fome e sede de Deus, que espontâneamente, e por instinto, para Ele se elevará constantemente.
A agulha imantada da bússola dirige-se para o norte. Se a desviais, exerce pressão nos dedos e assim manifesta sua tendência natural; e, desde que a solteis, volta à sua orientação.


Da mesma maneira, a alma, que alcançou a verdadeira simplicidade, volta-se para Deus por instintiva necessidade. Se, aparentemente, as ocupações da vida a afastam de Deus, no íntimo tende sempre a voltar para Ele e, desde que o pode, retoma inteiramente a Ele.

 

a grande guerra

Fonte: http://www.espacomaria.com.br/?cat=8&id=4014


PADRE FABIO DE MELO: ATUALIZAR O SACRIFÍCIO

outubro 26, 2012

CREIO EM JESUS CRISTO

outubro 26, 2012

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Creio em Jesus Cristo

Seu único Filho, nosso Senhor
O nome de Jesus significa “Deus que salva”. O Arcanjo Gabriel disse esse nome à Mãe do Senhor, “pois Ele salvará seu povo de seus pecados” (cf. Mt 1,21). Ele é o Salvador. São Pedro disse: “Não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”(At 4,12).Cristo significa “Ungido”, “Messias”. “Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder” (At 10,38). Ele é “aquele que há de vir” (Lc 7,19)”. Ele é o Filho Único do Pai e o próprio Deus. Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: Seus silêncios, Seus milagres, gestos, oração e Seu amor aos pequenos e pobres, Sua aceitação do sacrifício na Cruz pela redenção do mundo e Sua Ressurreição.

Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele é igual a nós em tudo, exceto no pecado. Cristo é uma Pessoa divina, mas que possui duas naturezas e duas vontades (humanas e divinas), inseparáveis e inconfundíveis. A Igreja teve de lutar contra muitas heresias que desvirtuavam a Pessoa de Jesus (arianismo, monofisismo, monoteletismo, apolinarismo, modalismos, etc.)

Pela Sua submissão a Nossa Senhora e a São José, assim como por Seu humilde trabalho em Nazaré, Jesus nos deixou o exemplo de santidade na vida da família e do trabalho. Ele entrou em nossa história pela família, quis ter um pai adotivo e um lar. Desde o início de Sua vida pública, em Seu Batismo, o Senhor se fez o “Servo de Javé”, anunciado pelos profetas, inteiramente consagrado à obra redentora da humanidade que o Pai lhe confiou. Na tentação no deserto, Ele venceu Satanás – que vencera Adão – seguindo o desígnio de salvação querido por Deus. 

Cristo inaugurou, na Terra, o Reino dos céus e instituiu a Igreja, que é o Seu Corpo, “sacramento universal da salvação”, “o germe e o começo desde Reino”. Suas chaves foram confiadas a Pedro, o Papa, e aos apóstolos.O Papa Paulo VI disse em sua “Profissão de Fé”: “Cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial a Ele. Por Jesus tudo foi feito. Encarnou por obra do Espírito Santo, de Maria Virgem e se fez homem. Portanto, é igual ao Pai, segundo a divindade, mas inferior ao Pai, segundo a humanidade, absolutamente uno não por uma confusão de naturezas (que é impossível), mas pela unidade da Pessoa”.

“Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Anunciou e fundou o Reino de Deus, manifestando-nos em Si mesmo o Pai. Deu-nos o Seu mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou. Ensinou-nos o caminho das bem-aventuranças evangélicas, isto é: a sermos pobres de espírito e mansos, a tolerar os sofrimentos com paciência, a ter sede de justiça, a ser misericordiosos, puros de coração e pacíficos, a suportar perseguição por causa da virtude” (n.11).

Os milagres de Jesus provam a Sua divindade. Ele é o Senhor de tudo, onipotente, onisciente, onipresente. Mostrou Seu poder sobre a matéria, sobre a natureza, a morte, a doença, os demônios, etc. Eis alguns dos seus fantásticos milagres:

Andando sobre as águas do mar da Galileia, Ele foi ao encontro dos apóstolos que remavam com dificuldade contra o vento (cf. Mateus 14,26); nas Bodas de Caná, transformou 600 litros de água em vinho (cf. João 2); por duas vezes, ao menos, multiplicou os pães e saciou a fome da multidão que O seguia no deserto (cf. Mateus 15,36); curou dez leprosos que vieram ao Seu encontro (cf. Mt 8,3); curou os cegos de nascença em Jericó; curou o paralítico na piscina de Betesda (cf. João 5,5); acalmou a tempestade sobre o mar da Galiléia, que ameaçava fazer virar o barco onde estava com os apóstolos (Mt 8,26); expulsou os demônios de muitos (Mt. 8,32); curou muitos paralíticos (Mt 8,6); ressuscitou a filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum (Mt 9,25); ressuscitou o jovem de Naim, filho único de uma viúva; ressuscitou Lázaro, irmão de Marta e de Maria, de Betânia (Jo11, 43-44); transfigurou-se no Monte Tabor (Mt 17,2); ressuscitou triunfante dos mortos e apareceu aos discípulos e para muitas pessoas (Mt 28,6; 1Cor 15,1s).

Os inimigos da fé católica, os racionalistas inimigos da Igreja comprovaram a autenticidade dos Evangelhos; são eles que provam a divindade de Jesus Cristo. É por isso que São Paulo disse: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Col 2,9). “Ele é a imagem do Deus invisível” (Col 1,15). São Pedro diz, como testemunha: “Vimos a sua majestade com nossos próprios olhos” (2 Pe 1,16). Que nos resta concluir?

Um dia Jesus curou um ceguinho de nascença que esmolava à Porta do Templo. Depois lhe perguntou: “Crês no Filho de Deus”? Ao que o ceguinho Lhe responde: “Senhor, e quem é esse para que eu creia n’Ele”? E Jesus lhe respondeu: “É o que está falando contigo”. “Creio, Senhor, confessou o ceguinho curado, caindo de joelhos em adoração”. (Jo 9,35). É o que nos resta fazer.

Este é o segundo artigo de uma série de outros doze, explicando, resumidamente, cada um dos artigos do ‘Credo’.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.comProf. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”. Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: http://www.cleofas.com.br

24/07/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12866


COMENTÁRIO DO EVANGELHO DE DOMINGO DIA 28/10/2012

outubro 26, 2012

COMENTÁRIO DO EVANGELHO DO XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO B, DO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2012, FEITO PELO PADRE MATEUS MARIA, FMDJ.

Clique no link abaixo e assista:

http://pt.gloria.tv/?media=350740


PADRE JADIR DAGNESE: DEVEMOS SER MISSIONÁRIOS NO LOCAL ONDE VIVEMOS!

outubro 25, 2012

CREIO NA SANTA IGREJA

outubro 25, 2012

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Creio na Santa Igreja

Não cremos em coisas, cremos em pessoas
O Ano da Fénos introduz num campo muito interior do nosso eu. Dar crédito, sobretudo no âmbito religioso, é aninhar no centro do coração proposições impossíveis de verificar pela experiência cotidiana. (P. ex. que Jesus é o Filho de Deus). São acolhidas em plena liberdade, pois a inteligência reconhece a razoabilidade dos artigos em questão.Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo, nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.

Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o Espírito nos concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranqüila da alma, as verdades que a mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é possível livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mínimo nossas vacilações interiores.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, foram elaborados “símbolos” da fé. Estes não contém a totalidade de tudo o que devemos crer. Mas nos levam a ter um coração dócil, para ultrapassar caprichos, e deixar de afagar opiniões de pura auto-afirmação. Não caiamos na teimosia de cultivar artigos de fé inexistentes, ou de rechaçar verdades eternas. Isso poderia nos levar a cair na repreensão do salmista que diz: “Para os ímpios não há conversão” (Sl. 119,155).Mas professemos de coração o que proclamamos no credo: “Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção. No símbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no Espírito Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida eterna.

Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba, MG

25/10/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12973


PROFESSOR FELIPE AQUINO: AS DIFICULDADES NO CASAMENTO

outubro 24, 2012

VERDADEIRAS E FALSAS CRUZES

outubro 24, 2012

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Verdadeiras e falsas cruzes

Dor que faz bem e dor que faz mal
 
Há um fato indiscutível, e é que o sofrimento é nosso companheiroao longo de todo o caminho da vida. E há um segundo fato, igualmente incontestável: conforme as pessoas – conforme a qualidade da alma das pessoas -, o sofrimento esmaga ou faz crescer, destrói ou amadurece.Essa ambivalência da dor – que pode edificar ou arrasar – indica às claras que o problema, para qualquer ser humano, não reside no sofrimento que Deus envia ou permite que apareça na nossa vida, mas na atitude com que aceitamos ou rejeitamos essa cruz, que Deus nos propõe abraçar. Como sucedeu junto de Cristo no Calvário, a cruz rejeitada afundou o mau ladrão, e a cruz aceitada com humildade, com fé e com amor, salvou o bom.

Mas, ao lado dessas cruzes enviadas ou permitidas por Deus há outras que nem Deus quer nem nós queremos, mas aparecem. São as “falsas cruzes”, que nada trazem de bom. Em que consistem?

Trata-se das “cruzes” que nós mesmos “fabricamos”, “inventamos”, e que nunca deveriam ter existido. São as que aparecem só como conseqüência da nossa mesquinhez e dos nossos defeitos. A pessoa egoísta, ciumenta, invejosa, teimosa…, sofre muito e faz sofrer os outros. Mas esses sofrimentos não são “cruzes”, no sentido cristão da palavra. São apenas a destilação amarga do nosso egoísmo. Com certeza não são a vontade de Deus; pelo contrário, trata-se de pecados mais ou menos graves, que evidentemente Deus não quer, mas nós colocamos como pedras no caminho da vida.

Se fôssemos fazer as contas, veríamos que a maioria desses sofrimentos “fabricados” indevidamente por nós brotam de uma dupla fonte: a fonte do amor-próprio e a fonte do amor pequeno.

O amor-próprio é uma fonte de péssimas cruzes. Como o orgulho nos faz sofrer! Que feridas infeccionadas não provoca! Basta uma lufada de ar – uma pequena desconsideração ou indelicadeza -, e o amor-próprio sente-se atingido como por um punhal. Uma pessoa orgulhosa é incapaz de tolerar sem ficar magoada – sem se meter num calvário de sofrimentos íntimos – a menor humilhação, mesmo a causada involuntariamente. Fica alterada, abatida; grava a mágoa na memória e a vai remoendo lá dentro; cultiva-a na imaginação, aquece-a ao fogo da autocompaixão, vai engrossando-a à força de lhe dar importância, e termina fazendo dela uma tortura insuportável.

Bastava que fosse um pouco mais humilde, que soubesse relevar minúcias, que se esforçasse um pouco por compreender, por desculpar, por oferecer a Deus as pequenas contrariedades, e não teria nem um miligrama dessa cruz ruim, que não é a cruz de Cristo.Se a pessoa orgulhosa sofre com tormentos fabricados pelo orgulho, que dizer da invejosa? Sempre comparando-se com os outros, sente subirem-lhe ao coração ondas de melancolia, depressões enciumadas, revoltas contra a sorte e até protestos íntimos contra a Providência de Deus. Essa pessoa invejosa, que chora frustrações, foi ela própria a criadora da sua falsa “cruz”. Se tivesse um coração mais generoso, vislumbraria, feliz e agradecida – na mesma situação em que só vê infortúnios e injustiças da vida -, dez mil bondades de Deus e motivos de ação de graças, um panorama de miúdas e saborosas alegrias, que em vez de lágrimas ou revolta lhe poriam canções dentro da alma.

Vejamos agora a segunda fonte de cruzes doentias: a do amor pequeno. Já de início, poderíamos dizer que existe um sinal infalível de que o nosso amor é pequeno: o mau humor. Para quem ama pouco, toda a doação, toda a paciência, toda a compreensão solicitada pelo próximo é excessiva e aborrecida, qualquer sacrifício causa revolta ou malestar. O amor grande pratica generosidades grandes e nem se apercebe do sacrifício que faz. Como dizia Santo Agostinho: “Quando se ama, ou não se experimenta trabalho, ou o próprio trabalho é amado”.

Pelo contrário, o amor pequeno transforma uma palha numa “cruz” insuportável. Então, um sacrifício que caberia “dentro de um sorriso, esboçado por amor”, não cabe na vida e explode em forma de sofrimento irritado, com contínuos resmungos, queixas constantes e incessantes protestos. O mau humor é a sombra do amor pequeno, o sinal que o dá a conhecer.

Se olharmos de perto o que há por trás desse mau humor, veremos que, em noventa por cento dos casos, é simplesmente a pura e simples realidade da vida, com as suas incidências, lutas, dificuldades e esforços normais. Por outras palavras, o que há na raiz do mau humor é apenas a falta de aceitação da realidade, e da vontade de Deus no dia-a-dia.

É triste lamentar, como se fossem coisa do outro mundo, dificuldades que são normais. Não é nenhuma contrariedade inesperada o fato de que os outros tenham asperezas de caráter, de que o cumprimento do dever canse, de que alcançar metas profissionais custe muito, de que conseguir melhorar os nossos próprios defeitos ou os defeitos dos que nos cercam – especialmente os da mulher, do marido, dos filhos – seja algo lento e demorado. No entanto, é muito comum que, ao constatá-lo, nos sintamos indispostos, nos deixemos levar pelo aborrecimento, pela impaciência, pelo protesto, e percamos o bom humor. Reações de todo desproporcionadas e ridículas, pois lá onde nós imaginamos grandes “cruzes” está apenas a “vida”, a vida que, com um pouco mais de amor e bom humor, ficaria pontilhada de alegrias e coroada de ações de graças.

Cristo pede-nos que tomemos com amor a cruz de cada dia (Lc 9, 23), é certo, mas – lembrando o que dizia João Paulo I – essa cruz deveria ser carregada com o “sorriso cotidiano” e não fazendo dela a “tragédia cotidiana”. No entanto, muitos conseguem mudar o sorriso em tragédia. Bastam-lhes para tanto duas coisas: em primeiro lugar, amar pouco, como já víamos. Em segundo lugar, viver mergulhados num mundo de imaginações escapistas e sonhos irreais.

Muitos são os que reclamam do real – que é a vida, sempre rica em possibilidades de amar, de crescer por dentro, de fazer o bem – e passam a instalar-se, esterilmente, no mundo irreal das hipóteses: se eu tivesse essas outras condições pessoais, essa sorte, essa oportunidade profissional…; se a minha mulher fosse mais bonita, pacífica e econômica…; se o meu país tivesse uma economia mais confiável… E, assim, enquanto vivem no mundo do “tomara que”, atolam-se no que São Josemaria Escrivá chamava a “mística do oxalá”. Desse modo, estragam a realidade, que é a única que existe e que a cada instante nos oferece ocasiões de amar e de servir e, como conseqüência, de sermos felizes.

Quem reclama sem razão da cruz cotidiana perde a cruz de Deus e encontra a “cruz” do diabo. São cheias de sabedoria aquelas palavras da Imitação de Cristo que dizem: “Se levas com gosto a cruz, ela te levará. Se a levas a contragosto, acabas por torná-la mais pesada para ti e a ti mesmo te sobrecarregas. Se rejeitas uma cruz, sem dúvida encontrarás outra, e possivelmente mais pesada”.

Penso que essas reflexões podem ajudar-nos a distinguir, na nossa vida, entre as “verdadeiras” e as “falsas” cruzes. Peçamos a Deus que não nos permita atolar nas cruzes falsas, para que possamos amar as verdadeiras, que nos elevam até Deus.

Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/

22/10/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12968


ELIANA RIBEIRO: DEVEMOS ESPERAR O TEMPO DE DEUS

outubro 23, 2012

PAPA BENTO XVI: O FILHO DO HOMEM VEIO PARA SERVIR E DAR A SUA VIDA COMO RESGATE PARA MUITOS (cf. Mc 10,45)

outubro 23, 2012

Que os novos Santos reforcem

a evangelização em todo o mundo.

O Filho do homem veio para servir

e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45)

21.10.2012 – Cidade do Vaticano: O Santo Padre o Papa Bento XVI beatificou neste domingo, na Praça S. Pedro, sete novos Santos. No Dia Mundial das Missões, em meio ao Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e no início do Ano da Fé, em sua homilia Sua Santidade definiu “providenciais” essas beatificações. Elas nos reavivam a consciência de viver totalmente a Deus e no serviço generoso aos irmãos.
Venerados irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!

Hoje a Igreja escuta mais uma vez estas palavras de Jesus, pronunciadas durante o caminho rumo a Jerusalém, onde devia cumprir-se o seu mistério de paixão, morte e ressurreição. São palavras que manifestam o sentido da missão de Cristo na terra, marcada pela sua imolação, pela sua doação total.

Neste terceiro domingo de outubro, no qual se celebrar o Dia Mundial das Missões, a Igreja as escuta com uma intensidade particular e reaviva a consciência de viver totalmente em um perene estado de serviço ao homem e ao Evangelho, como Aquele que se ofereceu a si mesmo até o sacrifício da vida.
Dirijo a minha cordial saudação a todos vós, que encheis a Praça de São Pedro, nomeadamente as Delegações oficiais e os peregrinos vindos para festejar os novos sete Santos. Saúdo com afeto os Cardeais e Bispos que nestes dias estão participando da Assembléia sinodal sobre a Nova Evangelização. É providencial a coincidência entre esta Assembléia e o Dia das Missões; e a Palavra de Deus que acabamos de escutar se mostra iluminadora para ambas. Esta nos mostra o estilo do evangelizador, chamado a testemunhar e anunciar a mensagem cristã conformando-se a Jesus Cristo, seguindo o Seu mesmo caminho.
O Filho do homem veio para servir e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45).
Estas palavras constituíram o programa de vida dos sete beatos que a Igreja hoje inscreve solenemente na gloriosa fileira dos Santos. Com coragem heróica eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos. São filhos e filhas da Igreja, que escolheram a vereda do serviço seguindo o Senhor.

A santidade na Igreja teve sempre a sua fonte no mistério da Redenção, que já prefigurava o profeta Isaías na primeira Leitura: o Servo do Senhor, o justo que “fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas” (Is 53,11), é Jesus Cristo, crucificado, ressuscitado e vivo na glória. A celebração hodierna constitui uma confirmação eloquente dessa misteriosa realidade salvífica. A tenaz profissão de fé destes sete discípulos generosos de Cristo, a sua conformação ao Filho do Homem resplandece hoje em toda a Igreja.
Jacques Berthie, nascido em 1838, na França, foi desde muito cedo um enamorado de Jesus Cristo.Durante o seu ministério paroquial, desejou ardentemente salvar as almas. Ao fazer-se jesuíta, queria percorrer o mundo para a glória de Deus. Pastor incansável na Ilha de Santa Maria e depois em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando alívio para os pobres e enfermos.

Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do céu, e diziam: Tu és o nosso “pai e mãe”! Ele se fez tudo para todos, haurindo na oração e no amor do Coração de Jesus a força humana e sacerdotal para enfrentar o martírio, em 1896. Morreu dizendo: “Prefiro antes morrer que renunciar à minha fé”.

Queridos amigos, que a vida deste evangelizador seja um encorajamento e um modelo para os sacerdotes, para que sejam homens de Deus como ele o foi! Que o seu exemplo ajude os numerosos cristãos que são perseguidos por causa da sua fé nos dias de hoje! Que a sua intercessão, durante este ano da fé, produza frutos em Madagascar e no Continente africano! Que Deus abençoe o povo malgaxe!

Pedro Calungsod nasceu aproximadamente no ano 1654, na região de Visayas, nas Filipinas. Seu amor a Cristo o inspirou a preparar-se como catequista com os missionários jesuítas da região. Em 1668, junto com outros dois jovens catequistas, acompanhou o Padre Diego Luiz de San Vitores para as Ilhas Marianas com o fim de evangelizar o povo Chamorro.

Nesse lugar, a vida era difícil e os missionários enfrentaram a perseguição nascida da inveja e de calúnias. Pedro, contudo, demonstrou uma grande fé e caridade, e continuou catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho de Cristo através de uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho.

O seu desejo de ganhar almas para Cristo se sobrepunha a tudo, e isso o levou a aceitar decididamente o martírio. Morreu no dia 2 de abril de 1672. Algumas testemunhas contaram que Pedro poderia ter fugido para um lugar seguro, mas escolheu permanecer ao lado do Padre Diego. O sacerdote, antes de ser morto, pôde dar a absolvição a Pedro. Que o exemplo e o testemunho corajoso de Pedro Calungsod inspire o dileto povo das Filipinas a anunciar corajosamente o Reino e ganhar almas para Deus!


Giovanni Battista Piamarta, sacerdote da Diocese de Brescia, foi um grande apóstolo da caridade e da juventude. Percebia a necessidade de uma presença cultural e social do catolicismo no mundo moderno, por isso se dedicou ao progresso cristão, moral e profissional das novas gerações, com a sua esplêndida humanidade e bondade.

Animado por uma confiança inabalável na Providência Divina e de um profundo espírito de sacrifício, enfrentou dificuldades e fatigas para dar vida a diversas obras apostólicas, entre as quais: o Instituto dos pequenos artesãos, a Editora Queriniana, a Congregação masculina da Sagrada Família de Nazaré e a Congregação das Humildes Servas do Senhor.

O segredo da sua vida, intensa e ativa, residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a coração, com o Senhor. Demorava-se de muito bom grado junto do Santíssimo Sacramento, meditando a paixão, morte e ressurreição de Cristo, para alcançar a força espiritual e voltar a lançar-se, sempre com novas iniciativas pastorais, à conquista do coração das pessoas, sobretudo dos jovens, para levá-los de volta para as fontes da vida.
“Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos!” Com essas palavras, a liturgia nos convida a fazer nosso este hino a Deus criador e providente, aceitando o seu plano nas nossas vidas. Assim o fez Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa nascida em Vic, Espanha, em 1848. Vendo a sua esperança preenchida, após muitas dificuldades, ao contemplar o progresso da Congregação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino, pôde cantar junto com a Mãe de Deus: “Seu amor de geração em geração, chega a todos que o respeitam”. A sua obra educativa, confiada à Virgem Imaculada, continua a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo.
Passo agora para Marianne Cope, nascida em 1838 em Heppenheim, na Alemanha.Com apenas um ano de vida, foi levada para os Estados Unidos, e em 1862 entrou na Ordem Terceira Regular de São Francisco, em Siracusa, Nova Iorque. Mais tarde, como Superiora geral da sua congregação, Madre Marianne abraçou voluntariamente a chamada para ir cuidar dos leprosos no Havaí, depois da recusa de muitos.

Ela partiu, junto com seis irmãs da sua congregação, para administrar pessoalmente um hospital em Oahu, fundando em seguida o Hospital Mamulani, em Maui, e abrindo uma casa para meninas de pais leprosos. Cinco anos depois, aceitou o convite para abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem e, encerrando assim seu contato com o mundo exterior. Ali, cuidou do Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heróico com os leprosos, assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos.

Em uma época em que pouco se podia fazer por aqueles que sofriam dessa terrível doença, Marianne Cope demonstrou um imenso amor, coragem e entusiasmo. Ela é um exemplo luminoso e valioso da melhor tradição de religiosas católicas dedicadas à enfermagem e do espírito do seu amado São Francisco de Assis.
Kateri Tekakwitha nasceu no que hoje é o Estado de Nova Iorque, em 1656, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé no Deus vivo. Foi batizada aos 20 anos de idade, para escapar da perseguição, se refugiou na Missão São Francisco Xavier, perto de Montreal. Ali ela trabalhou, fiel às tradições culturais do seu povo, embora renunciando as convicções religiosas deste, até a sua morte com 24 anos. Levando uma vida simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa diária. O seu maior desejo era saber e fazer aquilo que agradava a Deus.
Kateri impressiona-nos pela ação da graça na sua vida, carente de apoios externos, e pela firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente! Possa o seu exemplo nos ajudar a viver lá onde nos encontremos, sem renunciar àquilo que somos, amando a Jesus! Santa Kateri, protetora do Canadá e primeira santa ameríndia, nós te confiamos a renovação da fé entre os povos nativos e em toda a América do Norte! Que Deus abençoe os povos nativos!
A jovem Anna Schäffer, de Mindelstetten, quis entrar em uma congregação missionária.Nascida em uma família humilde, ela conseguiu, trabalhando como doméstica, acumular o dote necessário para poder entrar no convento. Neste emprego, sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um leito pelo resto da vida. Foi assim que o seu quarto de enferma se transformou em uma cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário.

Inicialmente se revoltou contra o seu destino, mas em seguida, compreendeu que a sua situação era uma chamada amorosa do Crucificado para que O seguisse. Fortalecida pela comunhão diária, tornou-se uma intercessora incansável através da oração e um espelho do amor de Deus para as numerosas pessoas que procuravam conselho. Que o seu apostolado de oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja para os crentes de sua terra um exemplo luminoso e que a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas paliativas para doentes terminais.
Queridos irmãos e irmãs! Estes novos Santos, diferentes pela sua origem, língua, nação e condição social, estão unidos com todo o Povo de Deus no mistério de Salvação de Cristo, o Redentor. Junto a eles, também nós aqui reunidos com os Padres sinodais, provenientes de todas as partes do mundo, proclamamos, com as palavras do salmo, que o Senhor é “o nosso auxílio e proteção”, e pedimos: “sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos” (Sal 32, 20-22).

Que o testemunho dos novos Santos, a sua vida oferecida generosamente por amor a Cristo, possa falar hoje a toda a Igreja, e a sua intercessão possa reforçá-la e sustentá-la na sua missão de anunciar o Evangelho no mundo inteiro.

Fonte: Boletim da sala de Imprensa da Santa Sé.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Que%20os%20novos%20Santos%20reforcem%20a%20evangelização%20em%20todo%20o%20mundo.%20.htm


VIRGEM DE NAZARÉ

outubro 23, 2012

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Virgem de Nazaré

A presença da mãe de Deus em meio a seu povo

Belém do Pará, o Brasil e muitas partes do mundo assistiram há poucos dias a uma das mais expressivas manifestações de devoção e piedade popular, quiçá a maior de todo o Orbe católico. Para os paraenses, cada ano, quando chega outubro, sempre se trata do mais lindo de todos, o mais participado de todos os Círios. Como pastor visível da Igreja de Santa Maria de Belém do Grão Pará, confirmo com todo gosto que foi mesmo assim.

Fomos privilegiados com a presença do Senhor Núncio Apostólico no Brasil Dom Giovanni D’Aniello, representante do Papa em nosso país, e do Cardeal Dom Cláudio Hummes, Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, e durante a quadra nazarena, quando acontecem quinze dias de aprofundamento espiritual do tema do Círio, continuaremos a verdadeira missão, aberta em meados de agosto, na qual foram visitadas em peregrinação mais de cento e dez mil famílias da Arquidiocese. Fizemos ainda pequenos “círios”, visitando mais de duzentas entidades da sociedade que solicitaram e escancararam suas portas.

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré é um instrumento, escolhido por Deus, para que a evangelização e a formação catequética cheguem às multidões. Cresceu o conhecimento dos Mandamentos, contribuindo para que mais uma parte do Catecismo da Igreja Católica chegue a todos, num caminho de formação programado até a realização do XVII Congresso Eucarístico Nacional, que acontecerá em nossa Arquidiocese, de quinze a vinte e um de agosto de dois mil e dezesseis, na comemoração do duplo quarto centenário, a saber, do início da Evangelização da Amazônia e da fundação da cidade de Belém.

O reconhecimento da grande obra realizada pela Providência de Deus no Círio de Nazaré, cuja explicação supera nossa capacidade, apura o olhar da fé, para enxergar o mistério humano que se esconde e se revela nos participantes do grande acontecimento. Tive o cuidado de guardar no coração e na mente algumas cenas que me formaram de novo na Escola do seguimento de Jesus. A exiguidade do espaço me leva a escolher algumas experiências.

Um jovem, ao final da grande procissão do domingo, no meio da multidão, com um pedaço da corda, um de nossos ícones do Círio mais apreciados, pede uma bênção e declara, no meio de lágrimas, o sentido de seu esforço para chegar ao final. Tratava-se de um pedido a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora, pelo seu pai, que sofre por uma grave enfermidade. Pude apenas apertar suas mãos, assegurando-lhe minhas preces. Depois, perdeu-se no meio da multidão, mas as lágrimas que se misturaram ao sorriso ampliaram minha compreensão dos muitos mistérios a serem respeitados e acolhidos.

Foi o sinal de Deus para mim, e fiquei até o final, apertando um sem número de mãos de devotos e aspergindo-os com a água santa, que recorda o Batismo, porque só Deus sabe o que existe no coração humano e eu não sou capaz de ver. Descubro outra vez minha missão, que é ir ao encontro de todos, sem exceção, em nome do Senhor e debaixo do manto de Nossa Senhora, buscando aí o espaço para dar guarida especialmente aos que sofrem mais. A profecia de Oséias se cumpria mais uma vez: “Sim, fui eu quem ensinou Efraim a andar, segurando-o pela mão. Só que eles não percebiam que era eu quem deles cuidava. Eu os lacei com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor; fazia com eles como quem toma uma criança ao colo e a traz até junto ao rosto. Para dar-lhes de comer eu me abaixava até eles” (Os 11, 3-4).

Os muitos promesseiros encontraram sempre, ao longo do percurso do Círio, ajuda para cumprir o empenho assumido. Ainda que seja possível mudar, no confessionário, algumas promessas feitas no arroubo das necessidades espirituais e materiais, era obrigatório, no Círio, respeitar a palavra dada por tantas pessoas ao Senhor, contando com a oração da Virgem de Nazaré. Trata-se de um espaço garantido pelo Senhor no mais íntimo da consciência. É terreno sagrado!

“Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não ficará sem receber sua recompensa” (Mt 10,42). No último final de semana devem ter chegado ao Céu muitos registros de tal promessa do Senhor! Brotava do meio da multidão presente pelas ruas de Belém, como nascida do chão, uma quantidade incrível de copos de água. Jovens, sem qualquer acanhamento, giravam por todas as partes para que ninguém ficasse com sede. Uma Comunidade da Assembleia de Deus também se agregou aos católicos do Círio, passando pela porta da água distribuída. Seu pastor escreveu ao Arcebispo e agradecia “pelo seu carinho e amor”. Disse ainda: “Os membros da nossa Igreja, que participaram da comunhão fraternal entre nós, estão felizes pela oportunidade que tiveram de estar próximo do seu rebanho”, e augurava, declarando o amor, em Cristo Jesus, “que Deus possa permitir mais momentos como este”.

Final do Círio, quando multidões gritam de alegria ao conseguirem uma lembrança a ser abençoada pelo Arcebispo, e há uma mão que se estende. Não se tratava de um pedaço de corda a ser levado pela casa, mas era justamente uma mão abençoada que dava um pouco da mesma corda ao que abençoava. Mais do que o sinal externo, era a festa da reciprocidade. Aprendi de novo que o movimento era de mão dupla, dar e receber. O mandamento do amor recíproco se realizava no Círio: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35). Quem nos viu unidos e irmãos no Círio teve o privilégio de acolher o maior espetáculo de todos e se abrir à conversão.

Muitas pessoas só têm contato direto com o Bispo no Círio! Que se sintam convidadas a participarem sempre da Igreja, mas não ouso apagar a chama do fumega, mesmo quando estiverem mergulhadas em tantos problemas, conhecidos no imenso mar da misericórdia de Deus. Viva o Círio! Viva Nossa Senhora de Nazaré! Viva Cristo!

Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém – PADom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

19/10/2012

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12967


PADRE DONIZETE HELENO: AONDE ESTÁ O TEU TESOURO?

outubro 22, 2012

PAPA BENTO XVI: FÉ CRISTÃ, FORÇA TRANSFORMADORA DA VIDA

outubro 22, 2012

Catequese do Papa Bento XVI

 Fé cristã, força transformadora da vida.

17.10.2012 – Cidade do Vaticano: O Ano da Fé, que a Igreja está a celebrar até novembro de 2013, deve lançar os católicos na transformação de uma sociedade superficial e individualista – sublinhou Bento XVI, quarta-feira, na audiência geral, na Praça de São Pedro. “O nosso mundo está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem ideais claros”, alertou o Papa. Nesse sentido, acrescentou, “é essencial redescobrir como a fé é uma força transformadora para a vida”.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de introduzir o novo ciclo de catequeses, que se desenvolve durante todo o Ano da Fé há pouco iniciado e que interrompe – por este período – o ciclo dedicado à escola da oração. Com a Carta apostólica Porta Fidei, convoquei este Ano especial, para que a Igreja renove o entusiasmo de crer em Jesus Cristo, único salvador do mundo, reaviva a alegria de caminhar sobre a via que nos indicou, e testemunhe de modo concreto a força transformadora da fé.
A ocorrência dos cinquenta anos de abertura do Concílio Vaticano II é uma ocasião importante para retornar a Deus, para aprofundar e viver com maior coragem a própria fé, para fortalecer a adesão da Igreja, “mestra da humanidade”, que através do anúncio da Palavra, a celebração dos Sacramentos e as obras de caridade nos guia a encontrar e conhecer Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Trata-se do encontro não com uma ideia ou com um projeto de vida, mas com uma Pessoa viva que transforma em profundidade nós mesmos, revelando-nos a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus. O encontro com Cristo renova os nossos relacionamentos humanos, orientando-lhes, dia após dia, à maior solidariedade e fraternidade, na lógica do amor.

Ter fé no Senhor não é um fato que interessa somente à nossa inteligência, a área do saber intelectual, mas é uma mudança que envolve a vida, todos nós mesmos: sentimento, coração, inteligência, vontade, corporeidade, emoções, razões humanas. Com a fé muda verdadeiramente tudo em nós e para nós, e se revela com clareza o nosso destino futuro, a verdade da nossa vocação dentro da história, o sentido da vida, o gosto de ser peregrino para a Pátria celeste.
Mas – nos perguntamos – a fé é verdadeiramente a força transformadora na nossa vida, na minha vida? Ou é só um dos elementos que fazem parte da existência, sem ser aquele determinante que a envolve totalmente?

Com as catequeses deste Ano da Fé, gostaríamos de fazer um caminho para fortalecer o voltar à alegria da fé, compreendendo que essa não é algo estranho, separado da vida cotidiana, mas é a alma.

A fé em um Deus que é amor, e que se fez próximo ao homem encarnando-se e doando-se a si próprio na cruz para salvar-nos e reabrir-nos as portas do Céu, indica de modo luminoso que somente o amor é a plenitude do homem.

Hoje é necessário confrontar com clareza, enquanto as transformações culturais em ocorrência mostram sempre tantas formas de barbáries, que passam sobre o sinal de “conquistas da civilização”: a fé afirma que não há uma verdadeira humanidade se não nos lugares, nos gestos, nos tempos e nas formas em que o homem é animado pelo amor que vem de Deus, exprime-se como dom, manifesta-se em relações ricas de amor, de compaixão, de atenção e de serviço desinteressado para o outro.

Onde há domínio, possessão, mercantilização, exploração do outro para o próprio egoísmo, onde tem arrogância do eu fechado em si mesmo, o homem está empobrecido, degradado, desfigurado. A fé cristã, operante na caridade e forte na esperança, não limita, mas humaniza a vida, de fato a torna plenamente humana.
A fé é acolher esta mensagem transformadora na nossa vida, é acolher a revelação de Deus, que nos faz conhecer quem Ele é, como atua, quais são os seus projetos para nós. Certo, o mistério de Deus está sempre para além dos nossos conceitos e da nossa razão, dos nossos ritos e da nossa oração.

Contudo, com a revelação é sempre Deus que se autocomunica, que se diz, torna-se acessível. E nós somos feitos capazes de escutar a sua Palavra e de receber a sua verdade. Eis então a maravilha da fé: Deus, no seu amor, cria em nós – por meio da obra do Espírito Santo – as condições adequadas para que possamos reconhecer a sua Palavra. Deus mesmo, na sua vontade de manifestar-se, de entrar em contato conosco, de fazer-se presente na nossa história, nos torna capazes de escutá-Lo e de acolhê-Lo.

São Paulo o exprime com alegria e reconhecimento assim: “Agradeçamos a Deus continuamente, porque, tendo recebido de nós as palavras divinas da pregação, a recebestes não como palavra dos homens, mas, como realmente é, aquela palavra de Deus, que opera em vós que credes” (1 Ts 2,13).
Deus se revelou com palavras e obras em toda uma longa história de amizade com o homem, que culmina na Encarnação do Filho de Deus e no seu Mistério de Morte e Ressurreição. Deus não só se revelou na história de um povo, não só falou por meio dos Profetas, mas cruzou seu Céu para entrar na terra dos homens como homem, para que possamos encontrá-Lo e escutá-Lo.

E de Jerusalém o anúncio do Evangelho da salvação se difundiu até os confins da terra. A Igreja, nascida ao lado de Cristo, tornou-se portadora de uma nova sólida esperança: Jesus de Nazaré, crucificado e ressuscitado, salvador do mundo, que está à direita do Pai e é juiz dos vivos e dos mortos. Este é o querigma, o anúncio central e disruptivo da fé. Mas desde o início colocou-se o problema da “regra da fé”, ou seja, da fidelidade dos crentes à verdade do Evangelho, na qual permanecerem firmes, à verdade salvadora sobre Deus e sobre o homem que deve ser guardada e transmitida. São Paulo escreve: “Sereis salvos, se o conservardes [o evangelho] como vo-lo anunciei. Caso contrário, vós teríeis acreditado em vão” (1 Cor 15,2).
Mas onde encontramos a fórmula essencial da fé? Onde encontramos a verdade que nos foi fielmente transmitida e que constitui a luz para a nossa vida cotidiana?

A resposta é simples: no Credo, na Profissão de Fé o Símbolo da fé, nós nos reportamos ao evento originário da Pessoa e da História de Jesus de Nazaré; torna-se concreto aquilo que o Apóstolo dos gentios dizia aos cristãos de Corinto: “Vos transmiti, antes de tudo, aquilo que eu também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado e ressurgiu ao terceiro dia” (1 Cor 15,3).
Também hoje precisamos que o Credo seja melhor conhecido, compreendido e pregado. Sobretudo é importante que o Credo seja, por assim dizer, “reconhecido”. Conhecer, de fato, poderia ser uma operação somente intelectual, enquanto “reconhecer” quer significar a necessidade de descobrir a ligação profunda entre a verdade que professamos no Credo e a nossa existência cotidiana, para que esta verdade seja verdadeiramente e concretamente – como sempre foi – luz para os passos do nosso viver, água que irriga o calor do nosso caminho, vida que vence certos desertos da vida contemporânea. No Credo se enxerta a vida moral do cristão, que nesse encontra o seu fundamento e a sua justificativa.
Não é por acaso que o Beato João Paulo II quis que o Catecismo da Igreja Católica, norma segura para o ensinamento da fé e fonte certa para uma catequese renovada, fosse baseado no Credo. Tratou-se de confirmar e guardar este núcleo central da verdade da fé, tornando-o uma linguagem mais compreensível aos homens do nosso tempo, a nós.

É um dever da Igreja transmitir a fé, comunicar o Evangelho, a fim de que a verdade cristã seja luz nas novas transformações culturais, e os cristãos sejam capazes de dar razões da esperança que portam (cfr 1 Pt 3,14). Hoje vivemos em uma sociedade profundamente alterada mesmo comparada a um passado recente, e em constante movimento.

Os processos da secularização e de uma mentalidade niilista generalizada, em que tudo é relativo, impactaram fortemente a mentalidade comum. Assim, a vida é vista sempre com leveza, sem ideais claros e esperanças sólidas, dentro das ligações sociais e familiares líquidas, provisórias.

Sobretudo as novas gerações não vêm educadas para a busca da verdade e do sentido profundo da existência que supera o contingente, da sensibilidade dos afetos, da fidelidade. Ao contrário, o relativismo leva a não ter pontos fixos, suspeita e volatilidade causam inconstâncias nas relações humanas, enquanto a vida é vista dentro de experiências que duram pouco, sem assumir responsabilidades.

Se o individualismo e o relativismo parecem dominar a alma de muitos contemporâneos, não se pode dizer que os crentes estão totalmente imunes deste perigo, com o qual somos confrontados na transmissão da fé. A pesquisa promovida em todos os continentes para a celebração do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização evidenciou alguns: uma fé vista de modo passivo e privado, a recusa da educação na fé, o rompimento entre a vida e a fé
O próprio cristão não conhece nem sequer o núcleo central da própria fé católica, do Credo, de modo a deixar espaço a um certo sincretismo e relativismo religioso, sem clareza sobre a verdade de crer e da singularidade salvífica do cristianismo.

Não está tão longe hoje o risco de construir, por assim dizer, uma religião “faça você mesmo”. Devemos, em vez disso, voltar a Deus, ao Deus de Jesus Cristo, devemos redescobrir a mensagem do Evangelho, fazê-lo entrar de modo mais profundo nas nossas consciências e na vida cotidiana.
Nas catequeses deste Ano da Fé gostaria de oferecer uma ajuda para fazer este caminho, para retomar e aprofundar a verdade central da fé em Deus, no homem, na Igreja, em toda a realidade social e cósmica, meditando e refletindo sobre as afirmações do Credo.

E gostaria que ficasse claro que este conteúdo ou verdade da fé (fides quae) se conectam diretamente às nossas vidas; pedem uma conversão da existência, que dá origem a um novo modo de crer em Deus (fides qua). Conhecer Deus, encontrá-Lo, aprofundar o conhecimento de sua face põe em jogo a nossa vida, porque Ele entra nos dinamismos profundos do ser humano.
Possa o caminho que iremos fazer neste ano fazer-nos crescer todos na fé e no amor a Cristo, para que aprendamos a viver, na escolha e nas ações cotidianas, a vida boa e bela do Evangelho. Obrigado.

Fonte: Boletim da sala de Imprensa da Santa Sé.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Catequese%20do%20Papa%20Bento%20XVI%20Fé%20cristã%20força%20transformadora%20da%20vida.%20%20.htm


MARCIO MENDES: NÃO SE DEIXE VENCER PELA MEDIOCRIDADE

outubro 20, 2012