COMENTÁRIO DO EVANGELHO DE DOMINGO DIA 02/09/2012
agosto 31, 2012COMENTÁRIO DO EVANGELHO DO XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO B, DO DIA 02 DE SETEMBRO DE 2012, FEITO PELO PADRE MATEUS MARIA, FMDJ.
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ACOLHIMENTO, UMA FORMA CONCRETA DE AMAR
agosto 30, 2012Acolhimento, uma forma concreta de amar
Como Dom Bosco, precisamos ser sal e luz no mundo
“O Sal é bom. Mas se este perde o sabor, com que se há de salgar? Não serve nem pra jogar na terra, nem para o esterco, mas só para ser jogado fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lc 14,34-35).
Somos criados por Deus para uma finalidade: sermos Seus filhos e adorá-Lo, por isso o nosso primeiro chamado é a santidade. (cf. Ef 1,4). Se nossa vida perde este sentido primário [a santidade], não serve para mais nada, pois fica sem sabor. Então, seremos apenas seres ambulantes num espaço chamado Terra.
Como consagrados pelo batismo, escolhidos e separados por Deus e para Ele, recebemos do Senhor uma missão. Porém, cada pessoa chamada recebe dons diferentes para que a missão aconteça com a contribuição de cada um. No entanto, os dons recebidos de Deus precisam ser instrumentos eficazes para nossa vida e para a vida dos outros. O dom se torna “graça” quando colocado à disposição da vida daqueles que nos rodeiam.
Dom Bosco tinha virtudes espetaculares: a bondade e o acolhimento. A Família Salesiana tem um pouco dessa essência de Dom Bosco, mas para não perdê-la, precisamos renová-la a cada dia.
O acolhimento é, antes de tudo, ver no outro aquilo que ele é sem colocar-lhe máscaras. Na Canção Nova – um ramo da videira Salesiana –, experimentamos, por meio dos testemunhos dos peregrinos que nos visitam, a eficácia do acolhimento. As pessoas, ao se encontrarem com um membro da Canção Nova, não têm receio de abrir seu coração e partilhar de suas vidas, pois se sentem acolhidas como se fosse pelo próprio Cristo.
Esta é nossa missão: comunicar ao mundo a vida nova que Cristo nos trouxe. Precisamos ser “sal” e dar sabor, com nossa vida de consagrados, à vida dos nossos irmãos. Para que isto aconteça é necessário assumir nossa identidade de consagrados.
Seja qual for o lugar – na escola, no trabalho, na paróquia, no ônibus, em todo tempo e lugar -, sejamos acolhedores. O mundo está carente de amor e nós podemos dar a ele o amor puro e gratuito que recebemos de Deus.
Que o Senhor nos dê esta graça!
Adailton Batista
http://blog.cancaonova.com/metanoia
29/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12908
O DOM DA AMIZADE
agosto 29, 2012O dom da amizade
Muitas amizades terminam, porque nunca começaram de verdade
Na amizade de Jesus por cada um de nós encontramos o caminho para uma amizade verdadeira que se doa, gratuitamente, por aqueles que fazem parte de nossa história. Amizade verdadeira tem em Cristo o seu fundamento de amor, caridade, entrega e partilha.
Facebook.com/padreflaviosobreiro e http://www.flaviosobreiro.com27/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12904
VALOR DO ESSENCIAL
agosto 28, 2012Valor do essencial
No plano de Deus o mais importante é o amor
Na visão da Sagrada Escritura, deve sair do coração humano todo tipo de “imundície e malícia” que degrada a sua dignidade. Somente a docilidade aos ensinamentos da Palavra revelada poderá proporcionar vida e solidariedade para com quem passa por dificuldades e criar ambiente capaz de condicionar vida fraterna.
Numa realidade injusta, o Estado se arma de muitos “espiões”, de fiscais e cobradores de impostos, porque a distribuição não é fraterna. Há atrelamento com um sistema de leis que mais oprime e exclui do que liberta as pessoas. Leis que nem sempre condizem com o que está inscrito no coração das pessoas. Diga-se que o Brasil é campeão na cobrança de impostos.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba – MG
28/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12906
PAPA BENTO XVI: JESUS: O PÃO DA VIDA; ACREDITAR PARA SABER
agosto 27, 2012Angelus do Papa Bento XVI.
JESUS: O Pão da Vida;
Acreditar para saber.
26.08.2012 – Castel Gandolfo: Nas palavras dirigidas este domingo aos fiéis do mundo inteiro e especialmente aos que se reuniram com ele em Castel Gandolfo para a oração mariana do Angelus, ao meio dia, Bento XVI retomou as meditações que tem vindo a fazer sobre “o pão da vida”, ou seja o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes.
O Papa deteve-se sobre a reação dos discípulos às palavras de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, reação provocada por Ele próprio. Uma reação que mostra que os discípulos não compreenderam o significado das palavras de Jesus que dizia “Eu sou o pão da vida, descido dos Céus e quem comer da minha carne e beber do meu sangue viverá eternamente”. Mas não compreenderam porquê?
“Esta revelação permanecia para eles incompreensível, porque a entendiam em sentido material, enquanto que aquelas palavras preanunciavam o mistério pascal de Jesus, em que Ele teria dado si próprio para a salvação do mundo”.
Então, vendo que muitos discípulos o abandonavam, Jesus perguntou aos apóstolos se também eles o queriam abandonar.
Como sempre, Pedro tomou a palavra em nome de todos e disse: “Senhor para quem havemos de ir. Tu tens palavras de vida eterna e nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus”. Mas atenção, não diz sabemos e acreditamos, mas sim acreditamos e sabemos – disse o Papa recorrendo aos comentários de Santo Agostinho a esta passagem do Evangelho de São João, dizendo:
“Acreditamos para poder saber: Se com efeito, tivéssemos procurado saber antes de acreditar, não teríamos conseguido nem conhecer, nem acreditar. O que acreditamos e o que soubemos? Que tu és Cristo Filho de Deus, isto é que tu és a vida eterna e através da tua carne e do teu sangue nos dás aquilo que tu próprio és.”
O Papa salientou também que entre os doze apóstolos havia um que não acreditava: Judas. Ele podia ter abandonado Jesus como fizeram os outros discípulos, mas não o fez. Ficou.
“Ficou não por fé, não por amor, mas pela secreta intenção de vingar-se do Mestre”.
Mas porquê? Porque enquanto zelota Judas esperava num messias capaz de guiar a rebelião contra os romanos e Jesus que não tinha vindo para isso desiludiu-o e ele queria, então, vingar-se dele. A sua culpa foi mais grave da dos outros – disse o Papa: a culpa de falsidade que é uma marca do diabo…
“Por isso Jesus disse aos doze: um de vós é um diabo”…
Bento XVI concluiu rezando a Nossa Senhora para que (tal como São Pedro acreditou) nos ajude a acreditar em Jesus e a ser sempre sinceros com Ele e com todos.
Depois da oração mariana do Angelus, Bento XVI saudou os fiéis em várias línguas, tendo muitos dos grupos reagido com cânticos e palmas. Em italiano enalteceu, entre outras, a presença de Religiosas do Santo Rosto, desejando-lhes um feliz capítulo geral, e a dum grupo de religiosos salesianos que celebram 50 anos de profissão perpétua, entre os quais o pároco de Castelo Gandolfo, onde o Papa continua a estar neste período de Verão.
Fonte: Rádio Vaticano.
Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Angelus%20do%20Papa%20Bento%20XVI%20-%20JESUS%20-%20O%20Pão%20da%20Vida;%20Acreditar%20para%20saber..htm
VIVA A VIDA NOVA EM CRISTO
agosto 26, 2012Viva a vida nova em Cristo
Ponde vossos membros a serviço de Deus
Cristo morreu e ressuscitou para nos dar a vida nova e não para que continuássemos na vida de pecado, pois o velho homem foi crucificado com Cristo. Pelo Batismo fomos inseridos na vida nova em Cristo, portanto tudo o que era velho passou, mas tudo se faz novo. “E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).
Muitas vezes, não temos assumido esta vida nova que Cristo adquiriu com Seu Sangue e Sua Cruz, também com Sua Ressurreição. E deixamos o nosso corpo ser dominado pelo homem velho, pelas práticas da vida passada que estão latentes em nós, pelos apetites carnais que nos levam ao pecado. Acabamos, portanto, nos acostumando com o pecado e somos levados por ele. Não podemos submeter nossos membros a serviço do pecado, mas a serviço de Deus, no amor, na justiça e santidade.
Muitos oferecem seus membros para destruir os outros e a si próprio. As nossas mãos não podem ser instrumentos para o roubo, para matar ou para a masturbação; porém para louvar o Senhor e tocar naquilo que é santo.
Os nossos olhos não podem ser instrumentos de cobiça e pecado, mas para serem fixados no Senhor e olhar os outros com pureza; nossas pernas não podem ser usadas para nos levar para longe de Deus e sim, para perto do Senhor; a nossa boca precisa ser usada para receber o corpo de Cristo, cantar e falar os louvores do Senhor, palavras puras e benção; mas não para falar coisas impuras, como palavrões, piadas, maldições, etc.
Assista também: “Canalize seus desejos para Deus”, com o saudoso padre Léo
O mesmo deve acontecer com nossos ouvidos, eles não podem ser usados para ouvir músicas ou piadas impuras, mas devem ser purificados, a fim de ouvirmos a voz do Senhor, Sua palavra. E também nossa sexualidade e genitalidade, como dom de Deus, não podem ser instrumentos ou estar a serviço da impureza, depravação, porém para nos santificar.
“Que o pecado não reine mais em vosso corpo mortal, levando-vos a obedecer às suas paixões. Não ofereçais mais vossos membros ao pecado como armas de injustiça. Pelo contrário, oferecei-vos a Deus como pessoas que passaram da morte à vida, e ponde vossos membros a serviço de Deus como armas de justiça” (Rm 6,12-13).
Porém, estamos a serviço Daquele que reina para sempre, o Senhor. Fomos libertos do pecado por causa de Sua entrega total; por este motivo, não podemos nos submeter mais ao jugo do pecado, e sim, buscarmos a nossa liberdade.
O nosso corpo precisa estar inteiramente a serviço de Deus e não pela metade. Sei também que em nosso corpo há marcas do pecado que querem nos arrastar para o mal e o pecado, principalmente o da sexualidade, mas permaneçamos firmes na graça do Senhor e ofereçamos a Deus o nosso templo, o corpo.
“Devido a vossas limitações naturais, falo de maneira humana: assim como outrora oferecerdes vossos membros como escravos à impureza e à iniqüidade, para viverdes iniquamente, agora oferecei-vos como escravos à justiça, para a vossa santificação. Que fruto colhíeis, então, de ações das quais hoje vos envergonhais? Agora, porém, libertados do pecado e como servos de Deus, produzis frutos para a vossa santificação, tendo como meta a vida eterna” (Rm 6,19.21-22).
@padrereinaldocn
Sacerdote membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da comunidade. Autor do livro: “Onde está Deus?”. Acesse: blog.cancaonova.com/padrereinaldo24/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12905
A RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA EM CRISTO
agosto 25, 2012A restauração da família em Cristo
Elas precisam “ressuscitar” para a vida nova em Jesus Cristo
Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à Sua imagem e semelhança” (cf. Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Se ela for destruída, a sociedade também o será. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (§ 2205). Jesus nasceu e viveu numa família; fez Seu primeiro milagre nas Bodas de Caná, onde nascia uma nova família.
Mais do que nunca, hoje a família é ameaçada e atingida – como diz o Papa João Paulo II – pela praga do divórcio, das “uniões livres”, do aborto, da eutanásia, do chamado “amor livre”, do “sexo seguro”, da “produção independente”, dos “casamentos” de homossexuais, dos preservativos, etc. Todos frutos de uma sociedade mergulhada no consumismo e no utilitarismo, a qual fez uma opção pela “cultura do prazer”.
O Papa disse, na Carta às Famílias, que “nos nossos dias, infelizmente, vários programas, sustentados por meios muito poderosos, parecem apostar na desagregação da família” (CF,5). “No contexto da civilização do desfrutamento, a mulher pode se tornar para o homem um objeto; o filho, um obstáculo para os pais; a família, uma instituição embaraçante para a liberdade dos membros que a compõem” (CF,13).
Quando, em 1994, o Parlamento Europeu reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles. A esta situação, o Papa João Paulo II reagiu de maneira forte e imediata: “Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca e para com quem não é capaz de se libertar desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral… Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação” (20/02/94). Quando se cria “famílias” falsas, que não estão de acordo com a vontade de Deus, destrói-se a família verdadeira e põe-se em risco a sociedade.
Hoje, estamos vendo, como disse o Papa João Paulo II, no Brasil, em 1997, milhares de “filhos órfãos de pais vivos” por causa do “sexo livre” e irresponsável. São milhares de crianças sendo criadas sem o calor do pai. E as mães tendo de lutar bravamente e sozinhas para que não falte o pão dos filhos. Por que? Porque se destruiu a família, o “Santuário da vida”; então, quem sofre são as próprias pessoas, especialmente os mais inocentes. A criança não pediu para vir ao mundo; não pediu para nascer; então, quem lhes dá a vida deve cuidar para que elas tenham um pai, uma mãe, um lar…
Por isso, as famílias precisam “ressuscitar”para uma vida nova em Jesus Cristo; isto é, viver segundo a lei de Deus: não pecar contra a castidade, não viver a vida sexual fora do casamento nem antes dele; casar apenas um homem com uma mulher unidos pelo sacramento do matrimônio. Nada de divórcio, amor e fidelidade até a morte. Está é a lei de Deus; este é o caminho da felicidade, da paz e da vida eterna no Senhor.Como disse o padre Zezinho: “Que nenhuma família comece em qualquer de repente, que nenhuma família termine por falta de amor. Que marido e mulher não se traiam e não traiam os seus filhos, que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois”.
Felipe Aquino
22/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12899
EDUCAR PARA A LIBERDADE
agosto 24, 2012Educar para a liberdade
A liberdade somente encontra sentido na verdade
Pelo contrário, essa nobreza manifesta-se, de forma pervertida e, frequentemente, violenta contra aqueles que se limitam a satisfazer os seus caprichos. À primeira vista, esta atitude é mais cômoda, mas, a longo prazo, os custos são muito mais gravosos e, sobretudo, não ajuda a amadurecer, pois não os prepara para a vida.
Quem se acostuma, desde pequeno, a pensar que tudo se resolve de forma automática, sem nenhum esforço ou abnegação, provavelmente não amadurecerá no tempo devido. E quando a vida magoar – coisa que inevitavelmente acontecerá – talvez não tenha conserto. O homem deve modelar o seu caráter, aprender a esperar os resultados de um esforço longo e continuado, a superar a escravidão do imediato.
Certamente, o ambiente hedonista e consumista que hoje respiram muitas famílias no chamado “primeiro mundo” – e também noutros muitos ambientes de países menos desenvolvidos – não facilita captar o valor da virtude ou a importância de atrasar uma satisfação para obter um bem maior.
Todos estamos chamados a conseguir essa liberdade moral, que só se pode obter com o uso, moralmente bom, da liberdade de arbítrio. Constitui um desafio para os educadores, em particular para os pais, mostrar, de modo convincente, que o uso autenticamente humano da liberdade não consiste tanto em fazer o que nos apeteça, mas o bem, como costumava dizer São Josemaria.
É esse o caminho para se libertar do clima asfixiante de suspeita e de coação moral que impedem procurar, pacificamente, a verdade e o bem, aderir, cordialmente, a eles. Não há cegueira maior do que a de quem se deixa levar pelas paixões, pelas “vontades” (ou pela falta delas). Quem só pode aspirar ao que lhe apetece é menos livre do que aquele que pode procurar, não apenas na teoria, mas com obras, um bem árduo. Não há desgraça maior do que a de quem, ambicionando um bem, surpreende-se sem forças para o levar a cabo, porque a liberdade encontra todo o seu sentido quando se exercita no serviço da verdade que resgata, “quando se gasta em procurar o Amor infinito de Deus, que nos desata de todas as escravidões”, afirma São Josemaria Escrivá em sua obra ‘Amigos de Deus’.
J.M. Barrio
http://www.opusdei.org.br
23/08/2012
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12900
COMENTÁRIO DO EVANGELHO DE DOMINGO DIA 26/08/2012
agosto 24, 2012COMENTÁRIO DO EVANGELHO DO XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO B, DO DIA 26 DE AGOSTO DE 2012, FEITO PELO PADRE MATEUS MARIA, FMDJ.
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PAPA BENTO XVI: NOSSA SENHORA RAINHA
agosto 23, 2012Catequese do Papa
Bento XVI.
Nossa Senhora Rainha.
22.08.2012 – Castel Gandolfo – Como todas as quartas-feiras, o Santo Padre recebeu para audiência geral um numeroso e alegre grupo de fiéis oriundos de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. A Audiência Geral foi realizada na Praça da Liberdade, diante do portão principal da Residência de Verão dos Papas, em Castel Gandolfo. Bento XVI se ateve à comemoração de hoje marcada pelo calendário litúrgico: Nossa Senhora Rainha.
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje celebramos a festa da Santíssima Virgem Maria, invocada com o título: “Rainha”. É uma festa criada recentemente, mas antiga na origem e na devoção. Foi estabelecida pelo Venerável Pio XII, em 1954, no final do Ano Mariano, para o dia 31 de maio (cf. Carta Apostólica Ad caeli Reginam, 11 octobris 1954: AAS 46 [1954], 625-640).
Nesta ocasião, o Papa disse que a Maria é rainha mais que qualquer outra criatura pela elevação de sua alma e a excelência dos dons recebidos. Ela nunca deixa de conceder os tesouros de seu amor e seu cuidado para a humanidade (cf. Discurso em honra de Maria Rainha, 1º de novembro de 1954). Mas após a reforma pós-conciliar do calendário litúrgico foi estipulada para oito dias após a Solenidade da Assunção para enfatizar a estreita relação entre a realeza de Maria e sua glorificação em alma e corpo junto ao seu Filho. Na Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II lemos assim: “Maria foi assunta à glória celeste e exaltada por Deus como Rainha do universo, para que fosse plenamente conformada a seu Filho” (Lumen gentium, 59).
E esta é a origem da festa de hoje: Maria é rainha porque é associada de forma única a seu Filho, tanto na vida terrena, como na glória do céu. O grande santo da Síria, Efrém da Síria, afirma, sobre a realeza de Maria, que ela vem de sua maternidade: Ela é a Mãe do Senhor, o Rei dos reis (cf. Is 9,1-6) e nos mostra Jesus como vida, salvação e nossa esperança.
O Servo de Deus Paulo VI recordou na Exortação Apostólica Marialis Cultus: “Na Virgem Maria tudo é relativo a Cristo e tudo depende dele: em vista Dele, o Pai, desde toda a eternidade, a escolheu Mãe, toda santa, e a adornou dos dons do Espírito, concedidos a mais ninguém”(n. 25).
Mas agora nos perguntamos: o que significa Maria Rainha? É apenas um título como os outros, a coroa, um ornamento como os outros? O que quer dizer? O que significa esta realeza?
Como já indicado, é uma conseqüência do seu ser unido ao Filho, do seu ser no céu, que está em comunhão com Deus. Ela participa da responsabilidade de Deus para com o mundo e do amor de Deus pelo mundo. Há uma idéia comum, de rei ou rainha: seria uma pessoa com poder e riqueza. Mas este não é o tipo de realeza de Jesus e Maria.
Pensemos no Senhor: a realeza, a condição de rei de Cristo é revestida de humildade, serviço, amor: é, acima de tudo, servir, ajudar, amar. Lembremo-nos de que Jesus foi proclamado rei na cruz com a inscrição escrita por Pilatos: “Rei dos Judeus” (cf. Mc. 15,26). Naquele momento na cruz se prova que Ele é rei. E como é rei?
Sofrendo conosco, por nós, amando até o fim e assim governa e inaugura o amor, a verdade e a justiça. Ou pensemos também em outro momento: na Última Ceia inclina-se para lavar os pés dos seus. A realeza de Jesus não tem nada a ver com a dos poderosos da terra. É um rei que serve os seus servos, assim agiu em toda sua vida.
E o mesmo vale para Maria: é Rainha no serviço a Deus para a humanidade, é rainha do amor, que vive o dom de si a Deus para entrar no plano de salvação do homem. Ao anjo responde: Eis aqui a serva do Senhor (cf. Lc. 1,38) e canta no Magnificat: Deus olhou para a humildade de sua serva (cf. Lc. 1,48). Ela nos ajuda. É rainha amando-nos, ajudando-nos em todas as nossas necessidades, é a nossa irmã, serva humilde.
E assim chegamos ao ponto: como Maria exerceu a realeza de serviço e amor? Cuidando de nós, seus filhos, os filhos que se voltam a ela em oração, para agradecer ou para pedir sua proteção maternal e ajuda celeste, talvez depois de terem se perdido no caminho, oprimidos pela dor ou angústia, pelas tristes e incômodas vicissitudes da vida.
Na serenidade ou na escuridão da existência, voltamo-nos a Maria, confiando em sua contínua intercessão, para que do Filho possamos obter toda a graça e misericórdia necessária para a nossa peregrinação ao longo da estrada do mundo. A Ele, que governa o mundo e detém os destinos do universo, nós nos voltamos confiantes, através da Virgem Maria.
Ela, pelos séculos, é invocada como uma rainha celeste do Céu; oito vezes, depois da oração do Santo Rosário é invocada na ladainha lauretana como a Rainha dos Anjos, dos patriarcas, profetas, apóstolos, mártires, confessores, virgens, todos os Santos e todas as famílias.
O ritmo dessas invocações antigas e orações diárias como a Salve Rainha, ajuda-nos a compreender que a Virgem Santíssima, nossa Mãe junto a seu Filho Jesus na glória do céu, está sempre conosco, no desenrolar cotidiano da nossa vida.
O título de rainha é, então, título de confiança, de alegria, de amor. E sabemos que aquela que tem nas mãos o destino do mundo é boa, nos ama e nos ajuda em nossas dificuldades.
Queridos amigos, a devoção a Nossa Senhora é um elemento importante da vida espiritual. Em nossa oração, não deixemos de recorrer confiantes a ela. Maria não deixará de interceder por nós junto a seu Filho. Olhando para ela, imitemos a fé, a disponibilidade plena no projeto de amor de Deus, o generoso acolhimento de Jesus. Aprendamos a viver como Maria. Maria é a Rainha do céu perto de Deus, mas é também a mãe perto de cada um de nós, que nos ama e ouve a nossa voz. Obrigado pela atenção.
Fonte: Boletim da sala de Imprensa da Santa Sé.
Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Catequese%20do%20Papa%20Bento%20XVI%20-%20Nossa%20Senhora%20Rainha.%20.htm