SAIBA CADA UM DE VOS VIVER SEU MATRIMONIO

julho 31, 2009

VOCÊ É VALIOSO

julho 31, 2009

você é valioso

VOCÊ É VALIOSO

Um aluno chegou a seu professor com um problema: -Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota.
Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais? O professor sem olhá-lo, disse: – Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou: – Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu.
 

– C…Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse: – Monte no cavalo e vá até o mercado. Deve vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas. Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse: – Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu.Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel. – Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda.

Volte aqui com meu anel. O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse: – Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel. – 58 MOEDAS DE OURO! Exclamou o jovem. – Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente… O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu.

– Senta, disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse: – Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por um especialista. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

– Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Repense o seu valor!

 

Fonte: http://www.cot.org.br/refletir.php?action=ver&id=6


O PRINCIPIO 90/10

julho 30, 2009

TRATADO DO MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO – Parte II: O Ministério Desnaturado

julho 30, 2009

Papa JPII

TRATADO DO MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO

O MINISTÉRIO DESNATURADO
 

CAPÍTULO I

O Ministério pode ser Desnaturado
 

O ministério eclesiástico é uma criação de Nosso Senhor. Mas como ele é confiado aos homens, pode acontecer — em conseqüência de ser a natureza humana sujeita a fraquezas — que o ministério não seja por eles mantido na completa integridade de sua natureza.

Nosso Senhor é Deus e homem. Tem havido homens empenhados em afirmar que n’Ele não há unidade de divindade e humanidade; em negar uma e outra; e por conseguinte em destruir, como se tal fosse possível, esse grande mistério, e estancar a torrente de graças das quais Ele é a fonte.

Diz São João que isso é obra do Anticristo: Omnis qui solvit Jesum Antichristus est (Todo aquele que não professa Jesus é do Anticristo — 1 Jo 4,3). Se o mistério da Encarnação pode ser assim mutilado, desagregado e aniquilado quanto a seus efeitos, não é de admirar que o mesmo possa acontecer com o ministério, pois este é uma conseqüência e uma limitação da divina Encarnação.
 

CAPÍTULO II

Como o Ministério pode ser Desnaturado
 

O ministério consistindo essencialmente em três coisas, — oração, pregação e sacramentos —, é evidente que sua natureza seria mudada, alterada, destruída, caso uma dessas três coisas fosse ou suprimida ou alterada.

Quem aliás não vê que a obra de salvação dos homens seria paralisada se a oração cessasse, se a pregação emudecesse, se os sacramentos não fossem mais administrados?

Isto aconteceria não somente se as três coisas desaparecessem ao mesmo tempo, como também se apenas uma qualquer delas viesse a faltar. Mas, mesmo que subsistam todas as três partes essenciais do ministério, este seria infrutuoso se essas três partes não mantivessem à disposição desejada por Deus, se a ordem estabelecida por Ele não fosse exatamente conservada e observada.

A quem serão ministrados os sacramentos e com que proveito serão eles ministrados, se não forem precedidos pela pregação capaz de fazer nascer nas almas a fé, princípio animador das obras necessárias à salvação?

E a pregação terá, para tal fim, a eficácia que Deus lhe quer dar, se não for precedida pela oração, que atrai a graça do alto quer para o pregador quer para quem o ouve?
 

CAPÍTULO III

Continuação do Precedente
 

No ministério há corpo e alma. Faltando-lhe seja uma seja outra dessas duas coisas, ele fica desnaturado

O corpo do ministério é coisa bem conhecida, sendo, ele próprio, composto de coisas santas e muito santas. Mas a alma, o espírito interior que deve vivificar esse corpo, é coisa bem pouco conhecida.

Há aqueles que crêem ter cumprido o ministério quando desempenharam todas as obras exteriores. Mas a parte do ministério denominada oração é freqüentemente considerada como sendo obra particular da pessoa do padre, conquanto seja obra não da pessoa, mas do próprio ministério, conforme já acentuamos (Livro I, cap. IV).

Isto é muito importante. Quando um padre chega a persuadir-se de que poderá cumprir seu ministério, apenas exercendo perante os fiéis tudo aquilo que estes podem cristãmente desejar e requerer dele, acabará então dizendo a si próprio: se não sou um homem interior, um homem de oração, isso é coisa que só a mim concerne e que não tem conseqüência senão para mim próprio. Esse padre, porém, está gravemente enganado. E esse erro é bastante comum, atualmente.

O ministério será, dessa forma, um ministério sem alma, um ministério sem vida e muito freqüentemente um ministério de morte, ministratio mortis (2 Cor 3,7).
 

CAPÍTULO IV

O Ministério Desnaturado na sua Primeira Parte: A Oração
 

Acabamos de dizer como o padre prejudicaria seu ministério se considerasse a oração como uma obrigação não do ministério da Igreja, mas obrigação particular de cristão que é.

O padre não deve nem pode dissociar em si o cristão do padre ou o padre do cristão. Embora seja certo dizer-se que ele é cristão para si e padre para os outros, não menos verdade é isto: ele de fato é um cristão que se fez padre.

Os deveres do cristão e os deveres do padre são uma coisa só, assim como o cristão e o padre são em si apenas uma única pessoa.

Seria, pois, grande engano não reconhecer na oração a maior, a mais importante, a mais indispensável das obrigações do padre. Obrigação que é devida a Deus, à Igreja, às almas e a ele próprio: a Deus do qual é criatura; à Igreja, da qual é ministro; às almas, das quais é servidor; à sua própria alma, da qual, depois de Deus, deve ser o salvador.

É obrigação que jamais cessa: Oportet semper orare (Convém rezar sempre — Lc 18,1). 

Segundo a forma canônica, isso todos hão de convir, porque é de obrigação grave, já que comete pecado mortal quem omite uma só das horas do Ofício Divino. Mas o que geralmente não se considera é que as Horas Canônicas devem ser rezadas nas próprias horas canônicas. No entanto, é bem claro o sentido das palavras do Breviário: Ad Matutinum, ad Primam, ad Terciam, ad Sextam, ad Nonam, ad Vésperas, ad Completorium (em Matinas, em Prima, em Terça, em Sexta, em Nona, em Vésperas, em Completas).

Dir-se-á: sim, outrora era assim. Por certo; mas por que já não o é mais? Hoje, reza-se Matinas em dia antecipado, isto é, faz-se da oração da noite e da manhã uma oração do fim do dia, isto é, uma oração fora de hora.

E isto, por que se terá achado mais fácil despertar tarde, em vez de cedo? Diz-se: é para haver tempo para a meditação. Mas acaso nossos pais não praticavam a meditação? Será que somos nós mais dados a meditação do que nossos pais?

Não há dúvida, porém, de que nós meditamos menos que nossos pais; e possuímos uma dose de preguiça e de imortificação que certamente nossos pais não conceberiam.
 

As horas do dia, — que nossos pais espaçavam tão sabiamente com intervalos de três horas para lembrar-nos, sem cessar, a adoração da Santíssima Trindade —, são hoje recitadas de contínuo, como se fossem uma só peça. Isto, ao que dizem, a fim de que se fique mais livre.

Mais livre! Mas que liberdade é esta, que despreza a pontualidade na oração? Em que será empregada essa liberdade? Será para vagar e divagar? Para rir e para brincar?
 

Ah! A liberdade! Nossos pais tinham sobre ela uma idéia diferente da nossa. Pois admiravam a definição de Santo Agostinho: Libertas est charitas! (liberdade é caridade! [1] Livro I, cap. LXV).

A caridade! Amar a Deus e ao próximo; amar a Deus e rezar; amar ao próximo e trabalhar para a sua salvação. Segundo nossos pais, isso seria a liberdade.

Não há dúvida de que hoje se entende de forma diferente da deles o que seja a liberdade e o dever de rezar.

A oração canônica quase não é mais recitada em lugar algum nas horas canônicas. Não será porventura esta uma das causas pelas quais o ministério frutifica tão pouco, e isto em toda parte?

Ora, se o ministério se mostra assim impotente para salvar aquilo para cuja salvação foi instituído, é caso de concluir-se então que ele deve ser considerado como uma instituição lastimavelmente viciada, ou usando o termo próprio, desnaturada.
 

CAPÍTULO V

O Ministério Desnaturado na sua Segunda Parte: A Pregação
 

Há mais de um modo de desnaturar o ministério, no que concerne à pregação da palavra de Deus.

Antes de mais nada, desnatura-se o ministério quando simplesmente se deixa de pregar, merecendo-se então as palavras que o Espírito Santo aplicava a pastores por demais negligentes aos quais chamava de: canes muti, non valentes latrare (cães mudos, incapazes de ladrar — Is 56,10). 

O Senhor se referia assim às sentinelas de Israel, homens desatentos e ignorantes,, cães que não sabem latir, homens cujos olhos só estão abertos para a vaidade, homens sempre adormecidos que só amam seus próprios sonhos: Speculatores ejus coeco omnes, nesciarunt universi: Canes muti, non valentes latrare, videntes vana, dormientes, amantes somnia (Esses vigias são todos cegos, ignoram tudo; são cães mudos, incapazes de ladrar, interessados em coisas vãs, dorminhocos, amantes do sonho — Is 56,10).

A tais palavras do Espírito Santo nada há que acrescentar.

Em seguida, desnatura-se o ministério quando se prega como palavra de Deus o que não é palavra de Deus. Eis o que o Senhor diz a Jeremias: Falso prophetae vaticinantur in nomine meo; non misi esos et non praecepi eis, neque locutus sum ad eos; visionem mendacem et divinationem et fraudulentiam cordis sui prophetant vobis (profetas que falsamente profetizam em meu nome; não os enviei, não os instruí, nem lhes falei; visão mentirosa, fantasia, fraude, ilusão de seu próprio coração, eis o que eles profetizam — Jer 14,14).

Enfim, mesmo pregando a palavra de Deus, poder-se-á fazê-la sofrer certas alterações como as que São Paulo tinha em mente quando chamava certos pregadores de corruptores, falsificadores, adulteradores da palavra de deus: Adulterantes verbum Dei (2 Cor 2,17 e 4,2)[2].

Adulteram a palavra de Deus, manejando-a dolosamente, todos quantos não a professam tal como lhes foi transmitida, íntegra, pura e sincera, mas de mistura com sabedoria profana ou com doutrina judaica, isto é, com deturpações e erros. Ou então se transmitindo a palavra de Deus deixam de visar à glória de Deus para buscar vantagens pessoais, e querendo agradar os homens acomodam às suas terrenas paixões a palavra de Deus.
 

Para concluir este capítulo, lembramos que a palavra de Deus deve ser pregada com o Espírito de Deus; e o Espírito de Deus não estará conosco se não formos homens de oração. Isso faz-nos ver mais uma vez como todo ministério está na dependência da oração, que São Pedro colocou antes de tudo mais: Nos vero orationi et ministério Verbi instantes erimus (At 6,4).
 

CAPÍTULO VI

O Ministério Desnaturado na Administração dos Sacramentos
 

Dissemos mais acima (Livro I, cap. VII) qual é o papel dos sacramentos na economia da religião e, conseqüentemente, no ministério eclesiástico.

Uma vez que os sacramentos não dão as disposições necessárias para sua frutuosa recepção, é evidente que o ministério será desnaturado se aquele que administra os sacramentos não tiver toda a solicitude necessária para fazer nascer essas disposições, toda indispensável atenção para percebê-las quando efetivamente existentes, e toda firmeza para negar os sacramentos quando não existirem as disposições requeridas pelo próprio Deus.

Quão facilmente as pessoas imaginam hoje que têm as disposições para recepção de um sacramento, desde que sintam vontade de recebê-lo, ou tenham a complacência de aceitá-lo! Não sei se esta norma é aceita por muitos. Mas é fora de dúvida que, onde ela se pratica, o ministério é de todo carente das condições imprescindíveis para que produza frutos.
 

CAPÍTULO VII

Em que se transforma o Ministério Desnaturado
 

O ministério pode desatender à sua finalidade por muitas causas diversas, conforme mostramos nos capítulos precedentes. Tornar-se-á, então, mera rotina, empirismo ou uma espécie de trabalho maquinal, como se explica a seguir.

A rotina é um tipo de ministério eclesiástico que apenas se ocupa em atender ao que lhe é solicitado ou aos casos que se apresentam. Faz-se o que deve ser feito em virtude de uma certa ordem material, de um costume estabelecido que em si mesmo não merece censura. A semelhante ministério falta apenas aquilo, que também os cadáveres não têm: a alma, o espírito. 

O empirismo é palavra chocante, quando aplicada à matéria em consideração. Faz lembrar, com desagrado, aqueles homens — chamados charlatães — que se proclamam detentores de um remédio infalível, capaz de curar todos os males. Quando no exercício do ministério o método seguido se assemelha ao desse tipo de homens, pode-se agir com vontade de obter bom êxito (não confundir com a boa vontade no sentido teologal), com desejo do bem, com empenho no sentido do bem; mas esse empenho é guiado por uma vontade pouco ou mal esclarecida. Pode-se caminhar largos passos esperando chegar, por fim, ao bom caminho, contudo, não se tem clara noção nem do que seja o bom caminho nem das condições requeridas para trilhá-lo com segurança.
 

Chamamos engenhosidade uma forma de ministério eclesiástico, na qual se faz grande aplicação de raciocínio, pois inventam-se mil meios, põem-se em cena mil estímulos, empregam-se múltiplos recursos de imaginação. Mobiliza-se, em suma, o nosso espírito, mas é esquecido o Espírito de Deus.
 

Temos em mão um livro mui recentemente escrito, que foi muito promovido e até premiado em concurso. Esse livro é um verdadeiro método de engenhosidade em questão de ministério. Há nele cem tipos de expedientes, indicados seja para um executivo seja para seu adjunto, para o castelão como para a castelã, para o tabelião, para o médico, para o professor, para o guarda-florestal, etc., etc.

Terminada a leitura desse livro, imaginamos: eis aí coisas que São Pedro e São Paulo não sabiam! Mas depois veio-nos à mente esta reflexão: melhor é saber o que sabiam São Pedro e São Paulo.
 

CAPÍTULO VIII

As Conseqüências do Ministério Desnaturado
 

Quando o ministério é assim desnaturado, o padre que não consegue converter as almas é levado a queixar-se do ministério antes que de si próprio. Não lhe acode dizer: não sou um homem de oração; não trato a palavra de Deus como sendo ela de Deus; não cuido que os sacramentos que são santos sejam santamente recebidos. Mas, ao em vez, pronta mente dirá a si mesmo que os meios à nossa disposição são ineficazes, e que por conseguinte nada podemos e nada há que fazer.

Então, o padre poderá cair numa espécie de torpor espiritual que não lhe permitirá mais perceber para que seu ministério se torne útil, não só ao próximo como a si mesmo.

Se o mal se agrava, poderão surgir dúvidas no espírito do padre sobre a própria razão de ser do ministério; e o fato de, em suas mãos, o ministério se ter verificado inoperante, pode ser por ele atribuído a inoperância intrínseca ao próprio ministério instituído por Nosso Senhor.

Com mais um passo, o padre a princípio desencorajado, em seguida hesitante na fé, cairá na desesperança; poderá perder a fé e deixar-se cair em faltas que não têm mais nome, já que cometidas por um padre. Non peccata, sed monstra (mais que pecados, são monstruosidades) diz Tertuliano.

Queremos dizer que nessa gradação há uma seqüência lógica, não uma inevitável fatalidade, e que uma queda é possível. Queira Deus, porém, que o padre seja dela preservado.

[1] – “De natura et Gratia”, livro I, cap.LXV.
[2] – Na primeira dessas passagens, São Paulo diz: Kapeleuontes, e na segunda: dolountes. A primeira designa o trabalho dos mercadores que introduzem substân cias estranhas em suas mercadorias (p. exp. os mercadores de vinho). A segunda palavra, dolountes, designa toda espécie de falsificação ou adulteração.

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/A%20IMITAÇÃO%20DE%20CRISTO/TRATADO%20DO%20MINISTÉRIO%20ECLESIÁSTICO%20-%20II%20.htm

 


Consulta

julho 29, 2009

FUTEBOL AMERICANO

julho 29, 2009

futebol americano

FUTEBOL AMERICANO

 
 

Um garoto vivia só com seu pai, ambos tinham uma relação extraordinária e muito especial. O jovem pertencia a equipe de futebol americano da escola, normalmente não tinha oportunidade de jogar, bom quase nunca, mesmo assim seu pai permanecia sempre nas grades fazendo companhia. 

O jovem era o mais baixo da classe quando começou o 2º grau e insistia em participar na equipe de futebol do Colégio, seu pai sempre orientava e explicava claramente que ele não tinha que jogar futebol se não quisesse realmente.

Mas o garoto amava jogar futebol e não faltava em nenhum treino ou jogo, estava decidido a dar o melhor de si e se sentia comprometido.

Durante a sua vida no 2º grau chamavam ele de “esquenta banco” porque vivia sentado como reserva… seu pai com espírito lutador, sempre estava nas grades, dando companhia, palavras de consolo e o melhor apoio que algum filho podia esperar!!!!

Quando começou a Universidade, tentou entrar na equipe de futebol, todos estavam certos que não conseguiria, mas venceu a todos, entrando na equipe.

O treinador lhe deu a notícia, admitindo que o tinha aceitado porque ele demonstrava jogar de corpo e alma em cada um dos treinos e ao mesmo tempo dava a toda equipe um grande entusiasmo.

A notícia encheu seu coração por completo, correu ao telefone mais perto e ligou para seu pai, que compartilhou com ele a emoção.

Enviava ao pai todas as entradas para assistir os jogos da universidade. O jovem atleta era muito persistente, nunca faltou em nenhum treino e jogo durante os 4 anos da Universidade e também nunca teve a chance de participarem nenhum jogo.

Era a final da temporada e justo alguns minutos antes de começar o primeiro jogo das eliminatórias, o treinador lhe entregou um telegrama. O jovem pegou e logo depois de ler ficou em silêncio. .. respirou fundo e tremendo disse ao treinador:

– Meu pai morreu esta manhã, existe algum problema se eu faltar no jogo hoje?

O treinador o abraçou e disse: – Fica o resto da semana de folga, filho e nem se preocupe em vir no Sábado.

Chegou o Sábado, e o jogo não estava bom, quando a equipe tinha 10 pontos de desvantagem, o jovem entrou no vestiário, colocou o uniforme em silêncio e correu até o treinador e sua equipe, que ficaram impressionados ao ver seu companheiro regressando.

Treinador por favor, deixa eu jogar… eu tenho que jogar hoje… Implorou o jovem. O treinador não queria escutá-lo, de nenhuma maneira podia deixar que seu pior jogador, entrasse no final das eliminatórias.

Mas o jovem insistiu tanto, que finalmente o treinador sentindo pena, deixou:

– OK filho, pode entrar, o campo é todo teu.

Minutos depois, o treinador, a equipe e o público não podiam acreditar no que estavam vendo. O pequeno desconhecido, que nunca tinha participado em nenhum jogo,estava sendo brilhante, ninguém podia detê-lo no campo, corria facilmente como uma estrela. Sua equipe começou fazer pontos até empatar o jogo.

Nos últimos segundos do jogo o rapaz interceptou um passe e correu todo o campo até ganhar com um touchdown.

As pessoas que estavam nas grades gritavam emocionadas e sua equipe o levou carregado por todo o campo. Finalmente quando tudo terminou, o treinador notou que o jovem estava sentado quieto e só numa esquina.

Aproximou-se e disse: – Garoto não posso acreditar… esteve fantástico !!! Conte-me como conseguiu?!!

O rapaz olhou para o treinador e disse: – O senhor sabe que meu pai morreu…, mas sabia que meu pai era cego??? O jovem fez uma pausa e tratou de sorrir… – Meu pai assistiu todos os meus jogos, mas hoje era a primeira vez que ele realmente podia me ver jogando… e, eu quis mostrar a ele que podia fazê-lo.

 

 Fonte: http://www.cot.org.br/refletir.php?action=ver&id=47

 

 

Tomo Posse

julho 28, 2009

COMUNHÃO ESPIRITUAL

julho 28, 2009

                     

Ostensorio2

COMUNHÃO ESPIRITUAL

 “Oh, meu Jesus, eu envio meu amor e orações até o Santo Tabernáculo onde Tu moras por amor a mim. Eu Te amo, oh meu Deus! Vem, a mim, meu Senhor! Visita-me com a Tua Graça. Vem ao meu coração e purifica-o, santifica-o para que seja Teu. Senhor, não mereço que entres em minha morada mas diz uma palavra e serei salvo”

Fonte: http://voxsilencio.blogspot.com/2009/07/luz-de-cristo.html

 

 

 


SACERDOTES COMO INSTRUMENTOS DE SALVAÇÃO

julho 28, 2009

bento XVI 3

S. S. O PAPA BENTO XVI.

ANGELUS:

 “SACERDOTES TORNEM-SE INSTRUMENTOS DE SALVAÇÃO PARA MUITOS”

26.07.09: Les Combes “Os sacerdotes tornem-se instrumentos de salvação para muitos, para todos”. Foi o que disse Bento XVI neste domingo antes da oração mariana do Angelus diante de milhares de fiéis reunidos em Les Combes, em Vale da Aosta, onde o papa se encontra desde o dia 13 de julho último para transcorrer um período de repouso. O Papa pronunciou a oração do pequeno palco fixo colocado não muito distante da casa onde está transcorrendo esses dias de repouso que estão chegando ao fim. De fato, Bento XVI retornará a Castelgandolfo nas proximidades de Roma, na próxima quarta-feira, dia 29 de julho.

Antes da sua alocução o Santo Padre, foi saudado pelo bispo de Aosta, Dom Giuseppe Anfossi que agradeceu o Papa pelo dom que ele fez, na última sexta-feira, quando foi à antiga Catedral de Aosta, presidir a celebração das Vésperas. Este ano, recebemos um Papa pela 13ª vez − seu predecessor, o Servo de Deus João Paulo II, e o senhor, destacou Dom Anfossi. O bispo de Aosta agradeceu ainda Bento XVI pela sua última encíclica Caritas in veritate, como também pela carta no início do Ano Sacerdotal, uma iniciativa – disse – “que nos colheu de surpresa, mas que nos deu muita satisfação”. Limito-me a dizer-lhe apenas isto: temos o dever de prestar atenção ao que o senhor, Santo Padre, diz e escreve, destacou o bispo.

Já na sua alocução o Santo Padre depois de desejar a todos um bom domingo e agradecer pela hospitalidade dirigiu a sua atenção para a liturgia deste domingo. “A liturgia de hoje prevê como página evangélica o início do capítulo VI de João, que contém antes de tudo o milagre dos pães, quando Jesus deu de comer a milhares de pessoas com somente cinco pães e dois peixes; e o outro prodígio do Senhor que caminha sobre as águas do lago durante uma tempestade; e enfim o discurso no qual Ele se revela como o pão da vida”. 

Narrando o sinal dos pães – destacou ainda o papa – o evangelista sublinha que Cristo antes de distribuí-los, os abençoa com uma oração de agradecimento. O verbo é “eucharistein”, e nos remete diretamente à narração da Última Ceia, na qual, de fato, João não se refere à Instituição da Eucaristia, mas sim ao lava pés. “A Eucaristia é aqui como antecipada no grande sinal do pão da vida”. E o papa continuou a sua alocução falando do sacerdote e do Ano Sacerdotal.

“Neste Ano Sacerdotal, como não recordar que especialmente nós sacerdotes podemos nos espelhar neste texto de João identificando-se nos Apóstolos, lá onde dizem: Onde poderemos encontrar pão para toda essa gente? E lendo sobre aquele anônimo jovem que tem cinco pães de cevada e dois peixes, também a nós vem espontâneo dizer: Mas o que é isso para uma tal multidão? Em outras palavras: quem sou eu? Como posso, com os meus limites, ajudar Jesus na sua missão? E a resposta nos dá o Senhor: precisamente colocando em suas mãos “santas e veneráveis” o pouco que eles são, os sacerdotes tornam-se assim instrumentos de salvação para tantos, para todos!” 

Outro ponto de reflexão o papa tirou da memória litúrgica de hoje: os Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora e, portanto, avós de Jesus.

“Essa recorrência nos faz pensar no tema da educação, que tem um lugar muito importante na pastoral da Igreja. Em particular, nos convida a rezar pelos avós, que na família são os depositários e muitas vezes as testemunhas dos valores fundamentais da vida. A tarefa educativa dos avós é sempre muito importante, e ainda mais quando, por diversas razões, os pais não são capazes de assegurar uma adequada presença ao lado dos filhos, na idade de crescimento”. 

Enfim o papa confiou à proteção de Sant’Ana e São Joaquim todos os avós do mundo, concedendo a eles uma especial bênção. Em seguida Bento XVI concedeu a todos a sua Bênção Apostólica.

Na conclusão do encontro com os fiéis presentes em Les Combes o Santo Padre saudou os diversos grupos em várias línguas, entre as quais o francês e o polonês. (SP)

Fonte: Rádio Vaticano

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/Sacerdotes%20tornem-se%20instrumentos%20de%20salvação%20para%20muitos.htm


Imagine Um Anjo

julho 27, 2009

O QUE É AMAR?

julho 27, 2009

O que é amar

O QUE É AMAR?

 

O namoro é um aprendizado do amor. Fomos criados para viver o amor. Sem ele o homem e a mulher não podem ser felizes. Mas, afinal, o que é amar? O que leva muitos casamentos ao fracasso é a noção falsa que se tem do amor hoje. Há no ar uma “caricatura” do amor. Se eu lhe der uma nota de cem reais falsa, você não aceitará, pois ela não vale nada, e você ainda poderia ser incriminado por causa dela. Se você construir uma casa usando cimento falsificado, cuidado por que ela poderá desabar sobre a sua cabeça. Se você levar para o casamento um amor falso, ele certamente desabará, pois o “cimento” da união é o amor. Para mostrar bem claro o que é amar, vamos iniciar mostrando o que não é amar. Amor não é egoísmo; isto é, preferência por mim, mas pelo outro. Se você come uma fruta com gosto, não pode dizer que a ama. Se você treme de paixão diante de uma menina, e lhe diz : “eu te amo”, esteja certo de que você está mentindo, pois esta tremedeira é sinal de que você quer saciar o seu ego desejoso de prazer. Isto não é amor, é paixão carnal, é egoísmo. Se você está encantada com a beleza dele e se desdobra em declarar o seu amor por ele, saiba que isto também não é ainda amor, pois amor não é pura emoção ou sentimento.

Amar é muito mais do que isso, pois não é satisfazer a si mesmo, mas ao outro. Quando você disser a alguém “eu te amo”, esteja certo de que você não quer a sua própria satisfação ou felicidade, mas a do outro. Cuidado com as “caricaturas” do amor porque são falsas, e não podem fazer a felicidade do casal. Todo jovem tem sede de amar, mas muitas vezes o seu amor é mascarado e se apresenta falso e perigoso. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isto é preciso que você se renuncie, se esqueça. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isto não é amar. Assim o amor morre nas suas mãos. Você só começará a compreender o que é amar, quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si, para satisfazer-se. São precisos oito anos para formar um médico, dez anos para se defender uma tese de doutorado. Para amar de verdade, será preciso uma longa preparação, porque somos egoístas. Sabemos, que a pressa é inimiga da perfeição. Há um provérbio chinês que ensina que tudo aquilo que quisermos construir sem contar com o tempo, ele mesmo se incumbe de destruir. Se você pintar uma parede que ainda está molhada, vai perder o serviço e a tinta. Se você tirar a comida do fogo antes de cozinhá-la, você vai comê-la ainda crua. Se você não aprender de verdade a amar, poderá construir um lar oscilante e de paredes frágeis, que poderão não suportar o peso do telhado.

As paixões sensíveis da adolescência não são o autêntico amor, mas a perturbação de um jovem que encontra diante de si os encantos e a novidade da masculinidade ou da feminilidade. É fácil entender que aqueles que quiserem construir um lar sobre este chão de emoções, estarão construindo uma casa sobre a areia. Muitos casamentos desabaram porque foram realizados “às cegas”, sem preparação para que houvesse harmonia, sem o aprendizado do amor. Amar é dar-se, ensina-nos Michel Quoist. É dar a si mesmo ao outro para completá-lo e construí-lo. Mas para que você possa verdadeiramente dar-se a alguém, você precisa primeiro “possuir-se”. Ninguém pode dar o que não possui. Se você não se possui, se não tem o domínio de si mesmo, como, então, você quer dar-se a alguém? Como você quer amar? A aspiração mais profunda do homem é amar, é a sua “razão de ser” ; mas há muitos mal-entendidos sobre o amor. O amor é hoje uma palavra tão mal usada, tão gasta, que é preciso ser redefinida para ser autêntica. O maior engano que existe hoje sobre o amor, é que, na maioria das vezes, quando alguém fala que está amando, na verdade está amando a si mesmo. Isto não é amor; é egoísmo. Há muitas “miragens” do amor.

Se o seu coração bate acelerado diante de alguém que o atrai, isto é sensibilidade, não chame ainda de amor. Se você perdeu o controle e se entregou a ele, isto é fraqueza, não chame isto ainda de amor. Se você está encantada com a cultura dele, fascinada pela sua bela carreira, e já não consegue mais ficar sem a conversa dele, isto é admiração, ainda não é amor. Mesmo que você esteja até às lágrimas, diante de um fato chocante, isto é mais sensibilidade do que amor. Amar não é “ser fisgado” por alguém, “possuir” alguém, ou ter afeição sensível por ele, ou mesmo render-se a alguém. Amar é, livre e conscientemente, dar-se a alguém para completá-lo e construí-lo. E isto é mais do que um impulso sensível do coração; é uma decisão da razão. Por isso, amar é um longo aprendizado, não é uma aventura como a maioria pensa. Não se aprende a amar trocando a cada dia de parceiro, mas aprendendo a respeitar o mesmo, tanto no corpo quanto na alma. Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade. A decisão é tomada com a razão. Amar não é um ato intuitivo, mecânico, é uma decisão livre e consciente. É um ato da vontade, do querer. Para amar é preciso aceitar “perder-se”, esquecer-se, não voltar a si mesmo. É claro que a sensibilidade ajuda você sair de si mesmo, mas ela não é suficiente para levá-lo a amar. A admiração pelo outro, a afeição, empurram você para ele, mas isto ainda não é amor. Lembre-se, o amor é como uma via de mão única, que sai de você e vai até o outro. Esta é a verdadeira avenida do amor.

É preciso estar sempre atento para não andar na contramão nesta avenida. Isto ocorre quando você está pensando só em você mesmo, se apossando das coisas ou da pessoa do outro, para satisfazer-se. São João Bosco, o grande educador dos jovens, ensinava-lhes que “Deus nos colocou neste mundo para os outros”. É o sentido da vida. É o amor! Não existe outra maneira de ser verdadeiramente feliz. A felicidade verdadeira se constrói quando fazemos o outro feliz; quando amamos. Ela é o prêmio da virtude. E a virtude que gera o verdadeiro amor é a renúncia a si mesmo. Quando você agarra um objeto ou uma pessoa só para você, o amor morre em suas mãos; pois o apego é o oposto do amor. Você precisa ter a coragem de examinar a autenticidade do seu amor. Quando quisermos saber se estamos amando de fato, façamos então estas perguntas a nós mesmos: estou me renunciando? Estou esquecendo-me? Estou dando-me? Se a resposta for afirmativa, esteja certo da presença do amor em sua vida. Muito mais do que dar coisas, presentes, abraços, beijos, amar é dar de si mesmo, integralmente, desinteressadamente. Você precisa desenvolver bem os seus talentos exatamente para que possa dá-los aos outros e servi-los melhor. Quando amamos de verdade, nos tornamos livres de fato, pois o amor nos liberta de nós mesmos e das coisas que nos amarram. O seu egoísmo é o seu tirano! É claro que amar não é fácil. É fácil viver as caricaturas do amor, mas o autêntico amor é exigente. A autenticidade do amor se verifica pela cruz.

Todo amor verdadeiro traz o sinal do sacrifício. E é através desse sinal que você identifica o verdadeiro amor e o falso. Não há amor sem renúncia. Depois que o pecado entrou em nossa história, amar tornou-se uma “imolação a si mesmo”, uma verdadeira crucificação própria. Mas os seus frutos são doces. Não foi isto que Jesus nos ensinou? Ele veio a nós para ensinar o amor. A sua lição foi esta: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Ele se apresentou como o “modelo” do verdadeiro amor. Não apenas Ele mandou amar, mas amar “como Eu vos amo”. E como Ele nos amou? Até à cruz! Antes de abraçá-la, Ele disse aos discípulos: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,12). Esta é a definição divina do amor: “dar a vida”. Isto não quer dizer que para você amar alguém, terá que morrer na cruz por ele, ou morrer de alguma outra forma. Isto significa que você deva “dar a sua vida” pelo outro, até a morte, isto é, o seu tempo, o seu dinheiro, a sua presença, etc. …, e tudo isto desinteressadamente. Se houver uma “segunda intenção” em nosso amor por alguém, ele deixa imediatamente de ser puro, e morre. A grandeza do amor é a sua gratuidade. No “hino ao amor” (1Cor 13), São Paulo ensina que o “amor não busca o seu próprio interesse”. Este é o verdadeiro amor que sustenta o casamento e a família. O resto é caricatura do amor, miragens falsas e perigosas. Nada mais perigoso do que colocar o amor falsificado na base do casamento, pois ele não sustentará o lar. Todas as grandes obras realizadas neste mundo foram projetos de um amor verdadeiro.

Quando se planta amor, se colhe amor, ensinava São João da Cruz. Muitas vezes você pode ter reclamado de que não recebeu amor, mas será que você semeou amor ali naquele lugar? Se você amar gratuitamente, receberá tudo de volta. Se nos apegarmos ciosamente a nós mesmos e às criaturas, acabaremos perdendo tudo. O mesmo São João da Cruz ensina a “dar tudo pelo Tudo”. Quando aceitamos dar tudo, e não reter nada, o próprio Deus se dará a nós. Se você quiser experimentar a verdadeira felicidade, terá então que dar esse passo difícil, de correr o risco, da renúncia no vazio da noite, da caminhada em direção à morte do ego. E tudo isto dará a você a vida. É difícil se desvencilhar dos amores falsos, porque eles são “lucrativos” , trazem o prazer momentâneo e a satisfação para o ego, mas tudo isto passa rápido, e acaba deixando gosto de morte. Somos enganados e seduzidos pelos amores falsos exatamente pela recompensa imediata que eles nos oferecem. Mas é preciso que você saiba que as suas recompensas são efêmeras e se dissipam como bolhas de sabão. Quanto mais você souber dar-se mais saberá amar. E quanto mais você amar, mais feliz será.

Quando você se dá a alguém, total e gratuitamente, esta pessoa o enriquece, pois o amor faz crescer aquele que ama. Quando você ama alguém de verdade, descobre os tesouros desta pessoa e se enriquece com os talentos dela. E isto vai até o infinito… Alguém já disse que “o mundo pode ser salvo pela vitória do amor”. Mas este amor precisa ser autêntico, gratuito e desinteressado, porque o amor falso, as suas miragens (egoísmo, amor-próprio) só geram a tristeza, a decepção, o envelhecimento e o fracasso. Quando você ama de verdade, não só se abre para outro, mas se abre para Deus, pois “Deus é amor”. “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1Jo 7,12). “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Para que o seu namoro seja rico é preciso basear-se neste amor que é doação de si mesmo para construir o outro. Se não houver amor, não haverá crescimento mútuo, e será tempo perdido. O seu namoro só terá sentido se for um aprendizado do autêntico amor. O amor tem muitas faces: a compreensão, a aceitação do outro, o perdão, a busca da verdade, a paciência, a sinceridade, a fidelidade, a bondade, o perdão, e tudo que faz o outro crescer.

Para você meditar:

ORAÇÃO DO SÉCULO XX

Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa comunicação Onde tantos enviam bombas e destruição, Que eu leve uma palavra de união ! Onde tantos procuram ser servidos, Que eu leve a alegria de servir ! Onde tantos fecham a mão para bater, Que eu abra meu coração para acolher ! Onde tantos adoram a máquina, Que eu saiba venerar o homem ! Onde tantos endeusam a técnica, Que eu saiba humanizar a pessoa ! Onde a vida perdeu os sentido, Que eu leve o sentido de viver ! Onde tantos me pedem um peixe, Que eu saiba ensinar a pescar ! Onde tantos me pedem um pão, Que eu saiba ensinar a plantar ! Onde tantos estão sempre distantes, Que eu seja alguém sempre presente ! Onde tantos sofrem de solidão que faz morrer, Que eu seja o amigo que faz viver ! Onde tantos morrem na matéria que passa, Que eu viva no espírito que fica ! Onde tantos olham para a terra, Que eu saiba olhar para o céu !

Pe Atílio Hartmann. S. J.

 

 

Fonte:  http://www.cot.org.br/refletir.php?action=ver&id=35
 

Bíblia para Crianças: José do Egito (Antigo Testamento)

julho 26, 2009

TRATADO DO MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO

julho 26, 2009

Papa JPII

TRATADO DO MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO

NATUREZA DO MINISTÉRIO.

CAPÍTULO I
 

Origem do Ministério
 

Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu Seu Filho Único. E enviando ao mundo Seu Filho Único, Deus lhe confiou um grande ministério a cumprir perante a humanidade decaída. Ao Filho de Deus, como nosso Redentor, coube primordialmente satisfazer à Justiça de seu Pai. Além disso, coube a Ele não só merecer para nós todas as graças necessárias à nossa salvação, como ainda criar uma instituição encarregada de, haurindo incessantemente do tesouro de Seus méritos, dispensar a todos os eleitos as graças necessárias para conduzi-los à vida eterna.

Nosso Senhor cumpriu integralmente o ofício que seu pai lhe atribuiu, e, na véspera de sua morte, podia dizer com toda verdade: Opus consummavi quod dedisdi mihi ut faciam (Cumpri o que mandaste que Eu fizesse — Jo 17,4).
E, um instante antes de morrer, mais expressivamente ainda o disse na cruz: Consummatum est (Está consumado — Jo 19,30).
 

Nosso Senhor tinha formado seus Apóstolos para o ministério; tinha-lhes ensinado toda a verdade; tinha-lhes revelado todas as coisas; e confiou-lhes os sacramentos. Antes, porém, de pô-los em ação para exercer o ministério, infundiu-lhes o Espírito Santo. A obra que eles tinham de levar avante, sendo uma obra divina, não poderia se bem executada senão pelo próprio Espírito de Deus. O espírito do homem não seria suficiente para uma tarefa de tal porte. E, então, o Espírito de Deus lhes foi dado.
 

CAPÍTULO II

O Ministério no Tempo dos Apóstolos
 

Nosso Senhor, depois de ter Ele próprio criado e exercido o santo ministério, confiou-o a seus Apóstolos, como continuadores de Sua obra.

Para esse fim, deu-lhes os poderes de ordem e de jurisdição e ao mesmo tempo as virtudes necessárias para o bom uso desses atemorizantes poderes. Onus angelicis humeris formidandum (Uma carga aterradora para ombros angélicos), diz o Concílio de Trento.

Instituindo os Apóstolos, Nosso Senhor os fez ministros perfeitos, Idoneos nos fecit ministros Novi Testamenti (Ele nos constituiu aptos servidores do Novo Testamento — 2 Cor 3,6), pois que tinha faculdade tanto para dar-lhes virtudes como para dar-lhes poderes. Os Apóstolos transmitiram facilmente os poderes, pois para isso tinham os sacramentos; mas não podiam dar as virtudes [1]. Isto explica porque o ministério pôde ter fracassos; e constitui a razão da fraqueza que afeta os herdeiros dos Apóstolos.

Não nos antecipemos, porém, e vejamos o que era o ministério nas mãos dos Apóstolos.

São Pedro o diz em uma palavra: Nos vero orationi et ministério Verbi instantes erimus (Nós nos consagraremos inteiramente à oração e ao ministério do Verbo — At 6,4).

Para São Pedro, o ministério consiste, em primeiro lugar, na oração; em seguida, na pregação; a administração dos sacramentos vem depois, como coisa secundária, ou parte por assim dizer material, que freqüentemente os Apóstolos confiavam aos diáconos quanto ao batismo, ou aos padres quanto ao batismo e demais sacramentos.
 

São Paulo, que havia convertido grande número de habitantes de Corinto, só batizou, entretanto, nessa cidade, muito poucas pessoas, pois habitualmente os fiéis eram batizados por Apolo e por Cefas. Ele dizia claramente que Nosso Senhor não o mandara batizar, mas sim pregar o Evangelho: Non enim misit me Christus baptizare sed evangelizare (Eis que o Cristo não me mandou batizar, mas evangelizar — 1 Cor 1,17).
 

Isto é de extrema importância, pois hoje as idéias são inteiramente diversas das dos Apóstolos. Os Bispos e os Padres, uma vez tendo administrado os sacramentos, crêem tranqüilamente que cumpriram o seu ministério, mas, de fato, executaram a parte material, em que não está contido o essencial.
 

CAPÍTULO III
 

O Corpo e a Alma do Ministério
 

No ministério compete distinguir, como na Igreja, o corpo e a alma, tal como nas coisas se distingue a matéria e a forma.

O corpo do ministério é a parte exterior, ritual; é a administração dos sacramentos.

A alma do ministério é, certamente, a oração, união interior com Nosso Senhor, e é essa união que nos deve fazer buscar em Deus o espírito interior, capaz, só ele, de fecundar as obras exteriores.

A pregação pertence em parte ao corpo e em parte à alma do ministério, pois considerada como uma função exterior, por certo é operação do corpo do ministério; mas, se considerada como devendo ser inspirada, vivificada, animada na oração para dela colher sua virtude e sua eficácia, então pertencerá à alma do ministério.

E isto faz com que se entenda a profundidade da palavra de São Pedro, citada mais acima: Nos vero orationi et ministério Verbi instantes erimus.
 

CAPÍTULO IV

A Verdadeira Ordem das Três Grandes Funções do Ministério
 

O ministério compreendendo principalmente, portanto, segundo Nosso Senhor e os Apóstolos, estas três funções: oração, pregação e administração dos sacramentos, importa observar-se que São Pedro colocou antes de tudo a oração, em seguida a pregação e por fim, como uma espécie de resultante, a administração dos sacramentos.

Esta é a verdadeira ordem das santas funções.

De início, deve-se buscar a convivência com Deus, pois aí está o ponto capital; é necessário captar sua graça, tornar-se familiar com ela, como diz São Gregório; e em seguida atrair-la para as almas junto às quais terá que ser exercido o ministério.

Depois de se ter rezado, é preciso pregar, é preciso instruir, e a pregação, tornada poderosa pela oração que a precedeu, leva as almas a desejar em seguida a receber os sacramentos.

Esta é a economia da obra de salvação das almas; é nessa ordem que Nosso Senhor deseja que as santas funções sejam cumpridas.

Será que é esta a idéia que hoje se tem do ministério e da ordem a seguir para bem exercê-lo? Muito duvidamos disso. Pois, se não estamos enganados, parece-nos que a grande preocupação é a administração dos sacramentos e em seguida a pregação; quanto à oração, considera-se como uma obra pessoal do padre, não mais como sendo a obra principal do ministério, o que significa pura e simplesmente uma inversão da ordem estabelecida por Deus.
 

CAPÍTULO V
 

Primeira Função do Ministério: A Oração
 

Nosso senhor ensina que é preciso rezar sempre: Oportet semper orare (Lc 18,1).

O cumprimento deste preceito, tomado ao pé da letra, seria impossível para nós. Eis por que os Santos Padres o explicaram como tendo o sentido de que é preciso rezar com bastante freqüência para que a alma esteja continuamente sob a ação, sob a proteção da oração feita precedentemente [2].

Para esse fim, o Espírito Santo inspirou à Igreja a fixação de horas de oração, e se tem considerado como estando em permanente oração aqueles que rezam fielmente nos tempos prescritos para oração, nas horas fixadas, ou melhor, nas “horas canônicas”. Semper orat qui statuta tempora non pratetermittit oranda (reza sempre aquele que não deixa de rezar nos tempos determinados, dizia Beda, o Venerável).

Essas “horas” são bem conhecidas.

Os Apóstolos deram o exemplo da oração feita nas “horas canônicas”.
Media nocte Paulus et Silas orantes laudabant Deum et audiebant eos qui in custodia errante (Pelo meio da noite, Paulo e Silas rezando louvavam a Deus e eram ouvidos pelos que estavam na prisão — At 16,25). Era uma oração vocal, pois que era ouvida pelos que estavam presos com os Apóstolos.
 

No dia de Pentecostes, a Igreja nascente estava reunida para a oração de terça, quando veio o Espírito Santo: Erant omnes pariter in eodem loco… hora diei tertia (estavam todos então reunidos … na hora terça do dia — At 2,1-15).
 

São Pedro sobe para rezar em um quarto no alto da casa; era a hora Sexta: Ascendit… ut oraret circa horam Sextam (subiu… para rezar por volta da hora Sexta — At 10,9).
 

São Pedro e São João sobem ao Templo para a oração da hora Nona: Petrum autem et Joannes ascendebant in templum ad horam orationis Nonam (At 3,1). Esta palavra é especialmente digna de nota: os Apóstolos tinham horas determinadas para rezar: Horam orationis. “Nona” era uma dessas horas.
 

O centurião Cornélio, mesmo antes de ser cristão, rezava na hora Nona, e foi então que recebeu a visita do anjo que o encaminhou a São Pedro: Orans eram, in domo mea hora Nona (estava rezando em minha casa na hora Nona — At 10,30).
 

A Tradição da Igreja é constante quanto a este ponto tão importante da oração nas “horas canônicas”. Os exemplos dos santos são idênticos em todos os séculos. E vemos que todos sempre fazem da oração nas “horas canônicas” o seu primeiro dever. São Pedro dizia: Non est aequum nos derelinquere Verbum Dei et ministrare mensis (não é justo que descuidemos da palavra de Deus para servir às mesas — At 6,2), ensinando assim que não se deve sacrificar a pregação em favor de uma obra exterior de caridade; nem tampouco admitiria ele que se sacrificasse a oração, pois a esta dava proeminência sobre a pregação e sobre todas as coisas, conforme se depreende das seguintes palavras, já citadas: Nos vero orationi et ministerio Verbi instantes erimus (At 6,4).

CAPÍTULO VI
 

Segunda Função do Ministério: A Pregação
 

A pregação da palavra de Deus não é obra humana. A ciência, por maior que seja, a eloqüência, por mais poderosa que seja, não são a pregação da palavra de Deus.

A ciência pode ser útil, a eloqüência pode ser útil; mas na pregação da palavra de Deus há mais que ciência e há algo melhor que eloqüência. Note-se bem esta expressão: Palavra de Deus. Para pronunciar-se esta palavra é preciso tê-la recebido, e se é verdade que ela se recebe da Igreja, não é menos verdade que ela se torna palavra de vida graças ao Espírito de Deus infundido em nós na oração.

A palavra que temos de pregar deve, pois, vir de Deus e além disso é preciso que ela seja anunciada pelo Espírito de Deus. Em Pentecostes é que os Apóstolos pregaram pela primeira vez: Repleti sunt Spiritu Sancto et coeperunt loqui (foram repletos do Espírito Santo e começaram a falar — At 2,4).

Há, pois, uma distância infinita entre nosso ensino e os ensinamentos humanos. Os homens anunciam a palavra do homem, nós a palavra de Deus; os homens falam com seu espírito, a nós é dado o Espírito de Deus; os homens querem comunicar a ciência a quem os escuta, nós a fé. Que diferença!

Ora, como para propagar a ciência é necessário possuir-se a ciência; assim também para gerar a fé nas almas é preciso estar-se pessoalmente imbuído da fé. A palavra que nós anunciamos deve ser a própria palavra da fé: Verbis fidei, diz São Paulo (Rom 10,8) e Fides ex auditu (a fé vem pelo que é ouvido — Rom 10,17).
 

Nós, portanto, não somos professores de religião; somos instrumentos de Deus para fazer que a fé penetre nas almas: Tanquam Deo exhortante per nos (Como se Deus exortasse por nós), diz ainda São Paulo (2 Cor 5,20).
 

Precisamos, pois, não somente pedir a Deus pela oração que nossa palavra seja realmente sua palavra; não somente estar repletos do Espírito de Deus para anunciar a palavra divina. Precisamos, — bem sabendo que nessa atemorizante função executamos uma obra inteiramente divina —, ser humildes, piedosos, suplicantes, despojados não só de nós mesmos como também despojados em alguma forma de toda nossa humanidade, a fim de que nossa obra seja verdadeiramente a obra de Deus e faça brotar a fé em quem nos ouvir. Hoc est opus Dei ut credatis (a obra de Deus consiste em que creiais — Jo 6,29).[3]

CAPÍTULO VII
 

Terceira Função do Ministério: Os Sacramentos
 

Após ter rezado e pregado, o homem de Deus, Homo Dei (1 Tim 6,11), — vendo que a fé nasceu na alma de seus ouvintes e nela opera as obras necessárias à justificação —, ministrará então os sacramentos.

Os sacramentos, que conferem tantas graças, não dão as disposições necessárias para recebê-los. Eis aí um ponto capital da doutrina cristã, e isto mostra quanto se enganam os que crêem que tudo está salvo quando se recebe os sacramentos.

Os sacramentos são sinais visíveis de graças invisíveis. E o padre que administra os sacramentos, além de estar atento ao rito exterior, deve aplicar-se interiormente em pedir a graça interior; ele deve agir em comunhão com Deus que concede a graça [4], com Nosso senhor Jesus Cristo que a mereceu [5] e com a alma que a recebe [6].
 

Não há nada na religião que seja puramente exterior. Deus é Espírito, e tudo que vem Dele, como tudo o que vai para Ele, deve ser espírito.

Nós somos corpo e alma; Nosso Senhor é Deus e homem; os sacramentos têm matéria e forma. Em tudo isso há harmonia entre os dois termos e seria perturbar essa harmonia esquecer-se ou omitir-se em nossa Religião qualquer das coisas que Deus quis que nela fossem guardadas.

O homem que esquecesse sua alma para apenas dar atenção a seu corpo; o homem em que Nosso Senhor não visse senão sua humanidade, imitando por assim dizer os Antigos Antropomorfitas; o padre que nos sacramentos tão somente considerasse o rito exterior: estariam uns e outros fora da Verdade. Ora, só a Verdade salva: Veritas liberabit nos (a Verdade nos libertará — Jo 8,32).

CAPÍTULO VIII
 

O Ministério Eclesiástico é um Ministério Interior
 

Se bem que no ministério haja diversas funções exteriores, é, entretanto, certo dizer-se que, considerado em seu conjunto, o ministério é uma coisa interior.
Com efeito, pedir a graça, contribuir para que ela conquiste as almas, nelas se conserve e aumente, é por certo o essencial e a bem dizer o escopo final do ministério. E quem não percebe que todas essas coisas são coisas interiores?

E sendo isso fora de dúvida, cada vez mais vai se percebendo quanto é profunda a palavra do príncipe dos Apóstolos quando diz: Nos vero orationi er ministério Verbi instantes erimus. Ele dá primazia à oração e o faz porque o ministério, que atua nos homens, desenvolve sobre eles sua eficácia na medida em que o ministro se mantém em relação com Deus pela oração.
 

Somente Deus dá sem ter recebido, porque sendo Deus tem em si mesmo todos os bens; nós, que não somos Deus, não podemos dar senão depois de termos recebido. Quando se trata dos meios de santificar as almas, de quem os poderíamos receber senão de Deus? E como Deus no-los daria com plena eficácia, se não lhe rogássemos com humildade, confiança e perseverança?

Quão admiráveis neste ponto são nossos Pais, os antigos missionários beneditinos! Eles chegavam num país idólatra; procuravam um lugar solitário, um recanto ermo; lá punham-se a rezar, lutavam contra os demônios, contra os animais selvagens, construindo uma simples cabana para se abrigarem, cantando os Salmos nas Horas Canônicas do dia e da noite … Nos vero in orationi instantes erimus.
 

Tendo permanecido em oração, muitas vezes durante anos, afinal alguns pastores vinham vê-los, perguntavam-lhes quem eram e o que faziam; daí às primeiras lições de catecismo era apenas um passo; com o tempo haviam catecúmenos … Orationi et ministerio Verbi instantes erimus.
 

Assim brotava uma cristandade. A perseguição podia vir, mas seria vencida; e a fé, triunfante, era plantada nas almas.

Tudo isso bem provinha de uma ação interior: a oração, a união a Deus. Nesta união, nessa comunicação (conversatia) incessante, os santos recebiam de Deus as graças de luz, de conversão para as almas; e assim era o seu ministério abençoado por Deus.
 

[1]- Não obstante, os Apóstolos as exigiam daqueles a quem ordenavam (2 Tim 2,2). Ver At 6,3.
[2]- E essa é a razão da oração: Divinum auxilium maneat semper nobiscum (sempre conosco permaneça o auxílio divino), que recitamos no final de todas as Horas Canônicas, almejando e pedindo que depois de terminada a Oração Canônica não nos falte, um só instante, a proteção de Deus, a assistência de sua graça, até que uma nova oração nos ponha novamente sob a ação imediata da graça de se estar rezando.
[3]- Aqui o Pe. Emmanuel para completar seu pensamento cita o seguinte texto de São Paulo (2 Cor 4,13): “Possuindo esse mesmo espírito de fé segundo está escrito: ‘Eu cri, por isso falei’: nós também cremos e por isso, então falamos”. Em seguida, ele adverte, em conformidade com outros textos (1 Tess 3,10-12 ; At 13,46-48), que nós não conseguiremos abrir à fé todas as almas.
[4] – Adorar a caridade de Deus, que desejou a salvação dos filhos de Adão por gratuita misericórdia.
[5] – Adorar a caridade do Filho de Deus que se fez vítima por nós.
[6] – Ver o estado interior da alma perante Deus e almejar-lhe a graça.

Fonte: Tratado sobre a vida sacerdotal – Dom Emmanuel M André.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/A%20IMITAÇÃO%20DE%20CRISTO/TRATADO%20DO%20MINISTÉRIO%20ECLESIÁSTICO%20-%20I%20.htm

 


O CARÁTER SAGRADO DA LITURGIA.

julho 25, 2009

o caratér sagrado da liturgia

O CARÁTER SAGRADO DA LITURGIA.

 Entrevista com O bispo Dom Fernando Rifan, diocese de Campos, RJ.
 

– Poderia explicar a diferença entre os termos “sagrado” e “profano”?
 

– Dom Fernando Arêas Rifan: Um dos motivos pelos quais nós conservamos e amamos a liturgia romana na sua forma antiga – que é chamada atualmente de forma extraordinária do rito romano –, é exatamente porque ela expressa bem o caráter sagrado da liturgia. Não que a outra não expresse, mas esta expressa de modo mais claro. Como, aliás, acontece com a diferença entre os vários ritos. Participei recentemente, ao lado de outros bispos, da Missa no rito maronita. O que os bispos mais admiraram foi o respeito e o caráter sagrado que se expressa naquele rito oriental. São modos de expressar a sacralidade, podemos dizer, o caráter vertical da liturgia, de nós para Deus, e não apenas o horizontal, que seria de homem para homem.
 

A liturgia é algo sagrado. Portanto, algo que nos fala de Deus. É interessante que qualquer pessoa sabe disso. Uma das coisas mais tocantes da história do Brasil foi aquela passagem da carta de Pero Vaz de Caminha, quando ele narra a primeira missa no Brasil. Ele conta que os portugueses chegaram, os padres formaram o altar, prepararam o órgão e começou a missa. Os índios foram chegando e começaram a imitar os gestos dos portugueses. Um detalhe interessante é que durante a missa chegou um outro grupo de índios. Um índio do primeiro grupo, que já estava ali, quando certamente interrogado por um índio do segundo grupo sobre o que estava acontecendo, apontou para a missa e apontou para o céu. Para mim este é o melhor comentário sobre a missa. Apontou para a missa e apontou para o céu: quer dizer, está-se passando a comunicação da terra com o céu. Está-se fazendo uma coisa sagrada. Esse caráter sagrado é que a gente não pode deixar perder na liturgia.
 

– Poderia dar exemplos de como se expressa o caráter sagrado?
 

– Dom Fernando Arêas Rifan: O latim, por exemplo, que nós conservamos na liturgia, mas não em tudo, já que as leituras e os cânticos são em português. O latim que se conserva na liturgia é exatamente para preservar o caráter sagrado, para que todo mundo sinta que ali se passa algo que não é comum no dia-a-dia. É algo diferente. Por isso que a língua é sagrada. Aliás, nas grandes religiões também se usa uma língua diferente. No rito maronita, por exemplo, a consagração é em aramaico. Não é a mesma língua que você fala. Até em outras religiões há uma língua sagrada. Não é a língua comum. Então a liturgia nessas religiões tem uma outra língua. Mesmo o Hino Nacional brasileiro não é no linguajar que se usa a cada dia. Mostra que ali há algo sagrado, é o hino da pátria. Não se precisa entender cada palavra. Precisa entender que é algo sagrado que acontece.

A língua, os gestos, as inclinações, as genuflexões, os símbolos, os panos, as toalhas, tudo tem de exprimir um caráter sagrado. Você não usa uma toalha qualquer. É uma toalha diferente. O espaço celebrativo é diferente. Os cânticos são diferentes. Então não se pode usar aquilo que é comum, profano. A não ser que seja santificado, digamos. O pão, por exemplo, você come; mas o pão eucarístico é diferente. É por isso, por exemplo, que existe o ofertório: a retirada de algo do uso comum que se coloca para uso litúrgico. Assim também com a bênção. Você consagra algo para uso mais sagrado. As vestes sacerdotais, o modo de falar. Outro exemplo: o sermão não é um discurso político, não é para ficar contando piada, não é algo reles. Você está ali para ouvir a palavra de Deus. O “terra a terra” você já ouve toda hora. Para que você precisa disso na Igreja?
 

– O que o senhor chama de “terra a terra” tem a ver com o termo “profano”?
 

– Dom Fernando Arêas Rifan: “Profano” vem do latim “pro fanum”, em frente ao templo, fora do templo, não sagrado. Por exemplo, a Igreja diz que o instrumento por excelência a ser usado na liturgia é o órgão de tubos. Ele tem um som que o nosso subconsciente já se acostumou como algo sagrado. A Igreja põe como modelo do canto religioso o canto gregoriano. Porque é um canto em que predomina a oração cantada. A oração de melodia com pouca coisa de harmonia e quase nada de ritmo.

Nas músicas modernas, por exemplo, bem profanas, tem-se a predominância do ritmo sobre a melodia e sobre a harmonia. Isso já mostra o caráter profano da música. Ela pode ser boa em outro lugar. É como dizia o próprio cardeal Ratzinger: há muita gente que confunde a igreja com o salão paroquial. Há coisas que você pode fazer no salão paroquial, mas não na igreja. Eu , por exemplo, toco acordeão. Toco música popular. Mas não na igreja. Eu toco no salão paroquial, com as crianças, na quermesse, onde as crianças tocam pandeiro, tamborim. Na igreja é o órgão. É preciso que se ressalte bem o caráter religioso, sagrado, ou seja, a sacralidade na Igreja. Na liturgia há os tempos de silêncio, porque o silêncio é algo bem respeitoso. Na Igreja não se aplaude, como se aplaude em um comício. O silêncio é tão respeitoso que já diz tudo. Não precisa ficar aplaudindo.
 

Nós preferimos a liturgia tradicional por tudo isso. Mas em qualquer liturgia há que se guardar o caráter religioso, sagrado, e não cair na coisa profana. O próprio Papa João Paulo II lamenta isso na Encíclica Ecclesia de Eucharistia: “às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa” (n. 10). Ou, como disse Bento XVI na carta aos bispos apresentando o Motu Próprio Summorum Pontificum, em muitos lugares, não se atendo às prescrições litúrgicas, consideram-se “autorizados ou até obrigados à criatividade, o que levou frequentemente a deformações da Liturgia ao limite do suportável”. Palavra infelizmente verdadeira: liturgia levada ao limite do suportável! E o Papa acrescenta: “Falo por experiência, porque também eu vivi aquele período com todas as suas expectativas e confusões. E vi como foram profundamente feridas, pelas deformações arbitrárias da Liturgia, pessoas que estav am totalmente radicadas na fé da Igreja”.
 

– Há um renovado interesse pela liturgia tradicional?
 

– Dom Fernando Arêas Rifan: Muitos padres novos querem aprender a liturgia na forma antiga. Há dois anos eu participei de um congresso em Oxford, na Inglaterra, promovido por grupos locais, para ensinar aos padres a liturgia tradicional. Foi aberto pelo arcebispo de Birminghan. Na missa, ele falou: ‘vocês todos estão aqui para aprender a forma antiga do rito romano. Vocês vão voltar para suas paróquias e celebrar o rito normal, de Paulo VI, mas vão celebrar melhor, porque, aprendendo o rito tradicional, aprenderão mais sacralidade, a rezar com mais devoção, e isso vai ajudá-los’.

O Papa quis isso. Quando ele permitiu a missa tradicional para o mundo todo, na forma extraordinária do rito romano, ele quis exatamente isso: a paz litúrgica, que um beneficiasse o outro. O rito tradicional pode se beneficiar do rito novo na maior participação que este traz; por outro lado, o rito novo vai aprender com o rito antigo a característica de mais sacralidade.
 

Depois dessa paz litúrgica que o Papa quis entre os dois ritos, para que um beneficie o outro, tem havido muita procura por sacerdotes. Nós mesmos fizemos um DVD para ensinar o rito tradicional. Muitos padres têm aprendido, muitos bispos têm incentivado nas suas dioceses. Acho que isso é muito importante. Conservar a liturgia tradicional como forma de riqueza da Igreja, uma forma litúrgica de expressar os dogmas eucarísticos e o respeito. Não se trata de confronto, de briga, nada disso. É um modo da Igreja, legítimo, aprovado pela Igreja, sem causar nenhum detrimento à comunhão. Evita divisões. O Bispo local patrocinando a Missa no rito tradicional, colocando-a em suas igrejas com sacerdotes regulares e sob sua jurisdição, evita que alguns católicos caiam na tentação de querer ir buscá-la em grupos separados ou cismáticos. O Bispo poderá dizer: “Nós temos aqui, por que ir buscar a Missa no rito romano antigo em outro lugar?”

http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/O%20CARÁTER%20SAGRADO%20DA%20LITURGIA..htm


Deus cuida de mim

julho 24, 2009

LITURGIA GERAL – CAPITULO IV. O TEMPO SACRO: DIVISÃO DOS DOMINGOS

julho 24, 2009

LITURGIA - os santos sinais

LITURGIA GERAL

CAPITULO IV.

O TEMPO SACRO

§ 63. DIVISÃO DOS DOMINGOS

253.    1. Classes. No missal, p. ex., o primeiro domingo do advento traz a rubrica: 1 classis. Semiduplex. É uma contradição aparente. Pois os domingos são classificados segundo a dignidade (p. ex., 1 classis) e o rito (p. ex., semiduplex).

a) Quanto ao rito, todos os domingos são semiduplex com exceção de 3: Dominica paschalis, Dominica iri Albis, Dominica Pentecostes.

b) Quanto à dignidade, distinguem-se maiores e menores ou comuns (per annum).

c) Os domingos maiores dividem-se em 2 classes conforme o seu respectivo privilégio de preferência.

aa. Os domingos da primeira classe são preferidos na ocorrência (portanto não nas vésperas) a todas as festas são 10: o 1° domingo do advento, os 4 domingos da quaresma e os 4 seguintes até ao domingo da pascoela, e pentecostes. As festas incidentes devem ser transferidas.

254.    bb. Os domingos da segunda classe são preferidos a todas as festas menos às de primeira classe. São 6: o 2°, 3° e 4° do advento, os três antecedentes à quaresma: setuagésima, sexagésima e qüinquagésima.

2. Privilégios. Todos os domingos têm os seguintes privilégios:

a) Neles nenhuma festa pode ser fixada para sempre. Exceções: festa da S. Família, da SS. Trindade, de Cristo Rei ou de outra festa por dispensa rara da S. C. dos Ditos.

b) Nenhuma festa pode ser transferida para um domingo.

c) Nenhum ofício de domingo se omite totalmente; quando impedido deve ser comemorado no ofício e na missa com seu prefácio próprio, ao menos por via de regra, e a missa impedida deve ser rezada na semana seguinte, conforme regras especiais.

3. Número. Nos livros litúrgicos são indicados 53 domingos e 53 ofícios de domingos. Se A é letra dominical ou (no ano bissexto) é uma delas (A g, bA), i. é, quando o 1° de janeiro cai num domingo, ou, no ano bissexto no sábado, lodos os 30 ofícios depois de pentecostes (24 mais 6 da epifania) têm o seu domingo, do contrário só 29, e um ofício antecipado no sábado com os direitos de domingo. Pois, neste caso, são só 52 domingos.

255.    4. Vacantes são os domingos sem ofício e sem comemoração. Ocorrem, às vezes, entre o dia 25 de dezembro e 13 de janeiro e são ocupados por festas.

Vagos (móveis) se chamam o 3°, 4°, 5° e 6° domingo depois da epifania, porque não são fixados num lugar certo, sendo celebrados, ora depois da epifania, ora depois de pentecostes.

256.   5. O primeiro domingo do mês é, na acepção civil, aquele que cai no dia primeiro do mês ou vem logo depois dele. Este cômputo é necessário, quando se trata de fixar uma festa num domingo determinado ou de ganhar indulgências concedidas para certo domingo do mês. No cômputo propriamente eclesiástico o primeiro domingo do mês é aquele que cai no dia primeiro ou que vem mais perto dele. Se o dia primeiro do mês cai numa segunda ou terça ou quarta-feira; o primeiro domingo é aquele que precede estes dias; se cai nos outros dias, é o domingo seguinte. Faz exceção o primeiro domingo do advento que é determinado em relação à festa de S. André. (30 de nov.) Este cômputo decide o princípio das lições da s. escritura no ofício divino.

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/4.%20CURSO%20DE%20LITURGIA%20-%20Pe.%20Reus/LITURGIA%20-%20PARTE%20III.%20.htm#§ 63. DIVISÃO DOS DOMINGOS


PADRE LEO – GLORIFICAI A DEUS COM VOSSO CORPO

julho 23, 2009

A SANTA MISSA NÃO PREJUDICA AO TRABALHO, ANTES O FAVORECE.

julho 23, 2009

santa missa alegria

A SANTA MISSA NÃO PREJUDICA AO TRABALHO,

ANTES O FAVORECE.

         Um dos principais pretextos alegados pelos homens, para dispensar-se da santa Missa, é o trabalho. Dia e noite a ele se entregam, lastimam a perda de tempo, se devem consagrar uma hora ao serviço de Deus, e qualificam de preguiçosos os que encaram, de modo sobrenatural, o emprego da vida. Que erro grosseiro é o destes insensatos!

         Se encontram um amigo, quando vão para o trabalho, param de bom grado para ouvir novidades, conversam sobre isto ou aquilo; tratando-se, porém, de ouvir a santa Missa, a lembrança do trabalho os atormenta. Não vê que o inimigo é quem os torna tão apressados para as cousas da terra e tem grande interesse em afastar da santa Missa? Longe, porém, de prejudicar o trabalho, o santo Sacrifício o adianta e o torna mais lucrativo.

         Nosso divino Mestre nos recomenda a procurar, antes de tudo, o reino de Deus e sua justiça, porque tudo o mais nos será dado por acréscimo. Estas palavras podem se interpretar assim: Não te inquietes do alimento corporal, porém, antes de principiar o trabalho, procura ouvir a santa Missa, ou pelo menos que um membro da família o assista em nome da família toda. Assim prestes a Deus, o culto que lhe é devido, e Deus, em troca, te dará o pão de cada dia.

         Se prestares um serviço importante e agradável a um príncipe deste mundo, não serás recompensado? Ora, assistindo à santa Missa, rendes a Deus uma homenagem relevante, uma glória infinita, uma incomparável satisfação: ofereces um presente mais precioso que o próprio céu. O Senhor, riquíssimo e bondosíssimo, deixaria este ato sem recompensa? Jamais! Se todo e qualquer bem é recompensado por Ele, quanto mais o maior de todos os bens!

         Sim, a santa Missa é o tesouro de que fala o livro da Sabedoria: “É um tesouro inestimável para os homens; os que nele têm parte gozam da amizade de Deus”. É uma mina donde se extrai o ouro terrestre e o celeste. O que assiste a este Sacrifício, sai enriquecido dos méritos de Jesus Cristo, cumulado de bênçãos do Pai celeste: a bênção da santa Missa é, ao mesmo tempo, temporal e espiritual, assim como vemos pela oração que se segue à consagração: … “para que todos, participando deste altar, recebendo o sacrossanto Corpo e Sangue de teu Filho, fiquemos cheios de toda a graça e bênção celestial”.

         Em virtude desta oração e do santo Sacrifício, és abençoado em teu corpo e tua alma, em tuas empresas e teus trabalhos.

         Todos reconhecem a verdade do velho provérbio: “Tudo depende da bênção de Deus”. Por maiores que sejam o zelo e a habilidade do homem no trabalho, sem a mão de Deus, não frutificará. Ora, não há meio mais eficaz neste mundo, de atrair os favores celestes, do que a piedosa audição da santa Missa. Numa visão, Santa Brígida viu o divino Salvador que, depois da elevação da sagrada Hóstia, traçava com a mão direita o sinal da cruz sobre o povo, dizendo: “Eu vos abençôo a vós todos que credes em mim”. – Avalia, pois, o prejuízo, mesmo no teu trabalho, se, podendo assistir à santa Missa, por descuido, lhe perderes as graças abundantes.

         Não digas, caro leitor, que a santa Missa de pouco serve, materialmente falando. Pois, só a ignorância pode afirmar isto e não duvidamos de que a leitura deste livro te iluminará a inteligência e te fará apreciar o valor e eficácia do santo Sacrifício dos nossos altares. “No dia em que ouvires a santa Missa, diz Fornero, bispo de Hebron, teu trabalho andará melhor, tuas penas serão mais aliviadas, tua cruz menos pesada”. “O Senhor te fortificará no corpo e na alma, acrescenta outro autor de vida espiritual, os Anjos te cercarão mais afetuosamente e, se vieres, neste dia, a morrer, Jesus te assistirá no último momento, como o assististe pela manhã na santa Missa”.

         A audição da santa Missa favorece o trabalho; nossa própria experiência no-lo testemunha.

         Lemos, na vida de Santo Isidoro, que cultivava as terras de um rico senhor. Entregava-se ao trabalho com todo o zelo possível, sem, todavia, faltar à santa Missa um dia. Sua devoção agradou de tal modo ao bom Deus, que Ele mandou que os Anjos ajudassem-no nos trabalhos campestres. Quando sua esposa lhe levava a refeição, via, não raras vezes, dois Anjos trabalhando ao lado de Isidoro. Este não os via e a piedosa mulher nada dizia, com receio de incitá-lo ao orgulho.

 Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/A%20santa%20Missa%20não%20prejudica%20ao%20trabalho%20antes%20o%20favorece.htm


Apresentação Comunidade Bethânia

julho 22, 2009

A SANTA MISSA AUMENTA EM NÓS A DIVINA GRAÇA E A GLÓRIA CELESTE.

julho 22, 2009

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A SANTA MISSA AUMENTA EM NÓS A DIVINA GRAÇA

E A GLÓRIA CELESTE.

         É uso, nas cidades e nos arrabaldes, haver mercados e feiras, onde se vendem toda a espécie de objetos úteis.

         A própria Igreja, e o céu também, têm, diariamente, um mercado. Que oferecem? A graça divina e a glória celeste. Mas são cousas preciosas; onde achar bastantes meios para comprá-las? Não tenhas nenhum receio pois podem-se adquirir gratuitamente.

         O profeta Isaías no-lo afirma: “Vós que não tendes dinheiro, vinde, aproximai-vos, comprai sem troca” (Is. 55, 1). Com efeito, o Senhor as dá sempre gratuitamente, porém, raras vezes, com tanta abundância como na santa Missa, o que provaremos neste capítulo.

         Em primeiro lugar, porém, devemos compreender bem o que é a graça.

A graça é um dom, um socorro sobrenatural que Deus nos concede em virtude dos méritos de Jesus Cristo. Distinguem-se duas espécies de graça: a “santificante” e a “atual”.

         A graça “santificante” é um estado de alma que nos torna justos aos olhos de Deus e nos dá o direito de herdar os bens eternos. Esta graça, elevando-nos acima da nossa própria natureza, nos torna participantes da natureza divina. Segundo o Concílio de Trento, não é somente “a remissão de nossos pecados com favor sensível da bondade de Deus”, porém “um estado divino, uma luz brilhante, que nos embeleza a alma”, a qual permanece neste feliz estado até que percamos a graça pelo pecado mortal.

         A graça “atual” é um socorro passageiro, pelo qual Deus ilumina-nos o entendimento e comove-nos a vontade, para evitar o mal e fazer o bem. Se nossa alma está morta, a graça atual ajuda a recuperar a graça santificante; se, pelo contrário, está na amizade de Deus, a graça atual, ajudando-nos a fazer boas obras, aumenta, de mais a mais, esta amizade divina.

         São Tomás de Aquino ensina que “a graça concedida a uma alma vale mais que o mundo inteiro e tudo quanto encerra”. O próprio céu com o seu esplendor não lhe pode ser comparado.

         Grandiosos são os efeitos da graça de Deus: reveste, em primeiro lugar, a alma de uma beleza sem igual. Comparando com este esplendor o sol, as estrelas, as flores, parecem embaciadas, descoradas, sem encantos. Se te fosse dado ver uma alma em estado de graça, tudo o que então tivesse algum brilho para ti, aparecer-te-ia, depois, sem encanto, segundo a palavra do Bem-aventurado Blósio: “Se a beleza de uma alma em estado de graça pudesse ser contemplada, ficaríamos arrebatados”.

         Em segundo lugar, a graça é o laço da caridade entre Deus e o homem. Por ela o Criador e a criatura tornam-se, um para a outra, ternos e confiantes amigos, segundo a palavra de Jesus Cristo: “Não vos chamarei mais servos, e, sim, amigos” (Jo. 15, 15).

         Ora, que há de maior, de mais excelente do que ser chamado amigo de Jesus Cristo e sê-lo realmente? Esta dignidade ultrapassa a natureza humana, porque tudo serve ao Senhor e nada existe que não esteja sob seu domínio. É por isso que Deus eleva os servos a uma dignidade sobrenatural, chamando-os seus amigos e tratando-os como tais. E quando, por nossa infelicidade, pelo pecado, quebramos o laço desta terna amizade, Deus não se afasta inteiramente, fica esperando à porta de nossa alma, bate docemente e pede para entrar: “Eis que estou à porta e bato: se alguém me ouvir a voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Apoc. 3, 20).

         Enfim, terceiro, a alma santificada é de tal modo enobrecida, que se torna a própria filha de Deus. Que honra para o filho de um mendigo ser adotado por um príncipe! Que honra infinitamente maior sê-lo pelo soberano Senhor!

         A este pensamento São João exclama como em êxtase: “Considerai, o amor que nos mostrou o Pai foi tal que chegamos a ser chamados filhos de Deus e o somos” (I Jo. 3, 1). E São Paulo acrescenta: “Se somos filhos, também somos herdeiros, verdadeiramente, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo” (Rom. 8, 17).

         Ser herdeiro de Deus! que sorte, que glória! Nada poderia fazer-nos melhor compreender a excelência da graça desta adoção divina, que é, ao mesmo tempo, a prova manifesta do amor infinito de Deus por suas pobres criaturas.

         Ora, esta graça santificante é, sem cessar, aumentada pela nossa correspondência à graça atual, pela qual Deus orna a alma de virtudes, de piedade, cumula-a de consolações, inspira-lhe santos desejos, concede-lhe a alegria espiritual, protege-a, fortifica-a, governa-a, une-se-lhe, enfim estreitamente e lhe dá tudo o que contribui para a vida e a piedade.

         Estas explicações ensinar-te-ão a conhecer o valor infinito da graça.

Agora provaremos, até a evidência, primeiro, que a santa Missa aumenta poderosamente a graça, depois, que nos aumenta a glória futura, e finalmente, insistiremos sobre a Comunhão espiritual como sobre uma parte da santa Missa muito própria para enriquecer-nos a alma de novas graças.

         Um piedoso autor dizia: “Não somente o sacerdote, mas também os que mandam dizer a Missa ou a assistem, podem, conforme sua piedade, merecer um acréscimo de graça ou de glória, e este benefício lhe é abonado em virtude de sua cooperação ao santo Sacrifício.

         O sacerdote é o primeiro beneficiado; os que mandam dizer a Missa, por si ou por outrem, tiram igualmente os preciosos frutos e um aumento de graças, se estão na amizade de Deus. Finalmente, os assistentes têm parte, não somente pela devoção para com o santo Sacrifício, como também em recompensa das virtudes múltiplas que exercem; assistindo-a, renovam, no coração, a dor de haver pecado, cada vez que batem no peito; exercem a fé, reconhecendo a presença real de Jesus na santa Hóstia e sua imolação pelos pecados dos homens. Esta crença é o fundamento de nossa salvação. Além da fé, produzem ainda atos de adoração interior e, se bem que estes sentimentos sejam devidos a Nosso Senhor, contudo nosso bom Mestre não os julga menos agradáveis e neles se compraz particularmente.

         Se, na elevação da Hóstia e do Cálice, ofereces este dom divino ao Pai eterno, fazes um ato de grande merecimento e, se oras pelos vivos e pelos mortos, acrescentas um ato de caridade; finalmente, se participas do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, ao menos pela Comunhão espiritual, mereces graças particulares.

         Além disso, por causa do desprezo dos hereges pelo divino Sacrifício do Altar que consideram idolatria, Deus olha, amorosamente, para os que reparam estes insultos por sua piedosa assistência. Os Santos Padres falam, freqüentemente, nas recompensas especiais, concedidas a este ato de reparação.

         São Cirilo diz: “Os dons espirituais serão, abundantemente, distribuídos aos que assistirem à santa Missa”. São Cipriano nota por sua vez: “O pão sobrenatural e o cálice consagrado contribuem para a vida e a salvação do homem”. Também o Papa Inocêncio III afirma: “Pela eficácia do santo Sacrifício, todas as virtudes nos são aumentadas e os frutos da graça nos são profusamente distribuídos”. São Máximo, exorta aos cristãos “a não desprezarem a santa Missa, porque as graças do Espírito Santo nela são comunicadas aos assistentes”.

         Citamos ainda o testemunho de Osório: “Deus Padre vos dá, na santa Missa, seu Filho único, em quem reside, unida à humanidade, a plenitude da divindade e onde se acham ocultos todos os tesouros da sabedoria. Dando-nos seu Filho, dá-nos tudo”.

         Sim, dá-nos Jesus com seus méritos, suas satisfações, seu corpo e sua alma. Que poderia dar mais? E que meio mais cômodo poderia inventar, para permitir-nos participar destes tesouros infinitos? Certamente, se tua alma está na indigência, deves, unicamente, ao teu imperdoável torpor, à tua preguiça espiritual.

         Oh delicioso e incompreensível dom da glória celeste para a qual fomos criados e pela qual nosso coração suspira ardentemente! Como poderemos tratar de aumentá-la, visto que o Apóstolo exclama: “Os olhos não viram, nem o ouvido, nem jamais veio à mente do homem, o que Deus preparou para aqueles que o amam!” (Cor. 2, 9). A santa Igreja ensina, é verdade, que as boas obras aumentam a graça e a glória futura, porém não indica o grau desta glória.

         Contentemo-nos, pois, com as palavras de Nosso Senhor a Santa Gertrudes: “O cristão aumenta os méritos para a vida eterna cada vez que assiste, devotamente, à santa Missa”. É desta recompensa eterna que o Evangelho diz: “Derramar-vos-ão, no seio, uma boa medida, bem cheia e recalcada e transbordante”. (Lc. 6, 38).

         Efetivamente, na Missa merecemos um novo grau de glória. O santo Sacrifício é como uma escada celeste: cada vez que o fiel assiste, sobe um degrau e torna-se mais belo, mais resplandecente, mais glorioso, mais estimável aos olhos de Deus e dos Santos. Cada vez que assistes à Missa, o céu o registra e te assegura um grau de glória mais elevado. Esta glória pode ser roubada pelo pecado mortal, mas, pela extrema bondade de Deus, ela te será restituída após uma humilde confissão. Que glória, que riqueza, que felicidade te esperam lá em cima, se todos os dias assistires ao santo Sacrifício!

         “Aquilo que de tribulação nos vem no presente, momentâneo e leve, produz em nós, de modo incomparável e maravilhoso, um peso eterno de glória”. Grava, cristão, estas palavras no coração, e convence-te de que, se o Apóstolo promete tão bela recompensa aos sofrimentos momentâneos, Deus reserva graças muito mais insignes aos fiéis que assistem à santa Missa, porque a esta prática ligam-se uma multidão de pequenas mortificações, e bem as conheces.

         A igreja acha-se afastada de tua casa; é necessário levantar-se mais cedo; o caminho é mau e perigoso no inverno, o vento frio sopra-te no rosto; no verão, o sol dardeja sobre ti os ardentes raios; depois, o ofício é, algumas vezes longo, o fervor desaparece, um trabalho urgente te espera, um lucro te escapa. Mas, coragem! Na santa Missa, há tantos títulos de glória, tantos tesouros para o céu!

         Depois de haver declarado ser o desejo da santa Igreja que todos os fiéis fizessem a santa Comunhão na Missa que assistem, o santo Concílio de Trento recomenda, instantemente, aos que se reconhecem indignos da recepção da Eucaristia, fazer, pelo menos, a Comunhão espiritual que consiste no ardente desejo de receber Jesus Cristo. Esta prática não seria tão recomendada, se não fosse proveitosíssima às nossas almas e um dos principais meios de aumentar-nos a graça divina e a glória celeste.

         Quando Jesus Cristo estava na terra, fez muitas curas pela imposição das mãos; a muitos, porém, restituiu a saúde de longe, sem estar presente, como, por exemplo, à filha da Cananéia e ao servo do centurião. A infinita generosidade de Nosso Senhor não se limita às almas que se aproximam dignamente de seu Sacramento de amor, estende-se também as que não podem recebê-lo sacramentalmente. Não diz ele: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim não terá mais fome, e o que crê em mim, não terá mais sede”?

            Ir a Jesus é crer nele e amá-lo. Quem for a ele deste modo será saciado. Jesus Cristo não ligou sua graça à santa Comunhão, de forma que não possa concedê-la sem a recepção do Sacramento. Uma Comunhão espiritual, feita com ardentes desejos, produz-nos mais graças que uma Comunhão sacramental feita sem fervor. A intensidade de nossos desejos é a medida da graça que nos vem pela Comunhão espiritual.

         Mas, como fazer para bem comungar espiritualmente?

         O sábio Fornero, bispo de Hebron, no-lo ensina: “Todos os que ouvem a santa Missa com boas disposições, são nutridos, de maneira mística, com o corpo de Jesus Cristo. A virtude da santa Missa é tão grande que basta unir-se espiritualmente ao sacerdote, para participar com ele do fruto do Sacrifício” (Sermão 83). – Esta doutrina é muito consoladora, para os que desejam fazer a Comunhão espiritual e não sabem fazê-la. Basta dizer: Uno minha intenção com a do sacerdote, e desejo, comungando com ele, participar do santo Sacrifício.

         “Assim como os nossos membros que não comem, acrescenta o bispo de Hebron, nutrem-se tão bem como a boca, da mesma maneira, os que assistem à santa Missa nutrem-se, espiritualmente, por intermédio do sacerdote, sem comungar realmente. Também é justo que o que está em espírito com o celebrante à mesa do Senhor, seja nutrido em espírito com ele. Se os convidados de um rei não saem com fome da sala do festim, como nosso divino Salvador deixaria ir embora, sem ficarem saciados, os que vieram adorá-lo na santa Missa!”

         A santa Missa; a grande ceia do Senhor; aí, cada um recebe sua parte a não ser que feche, obstinadamente, a boca de sua alma diante da mão de Jesus Cristo, que lhe oferece o Corpo em alimento.

         A Comunhão espiritual é, portanto, santa e salutar. A santa Igreja diz expressamente: “Aqueles que, pelo desejo, comem deste pão celeste, sentem-lhe o fruto e a utilidade, em virtude da fé viva que a caridade torna fecunda” (Conc. de Trento, sessão 13).

 Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20Santa%20Missa/A%20santa%20Missa%20aumenta%20em%20nós%20a%20divina%20graça%20e%20a%20glória%20celeste.htm