FELIZ 2010

dezembro 31, 2009

Que neste ano que daqui a pouco se inicia Deus possa te dar muita PAZ, SAÚDE, FELICIDADE E REALIZAÇÕES. Que a canção dos Beatles, Let it be, legendada abaixo, possa servir de inspiração para o ano que se inicia e que a Virgem Maria possa está sempre na nossa frente.


FIM DE ANO – TUDO TEM SEU TEMPO E OCASIÃO

dezembro 31, 2009

Fim de ano – tudo tem seu tempo e ocasião

Ao longo do ano, vivemos envolvidos no amor do Pai

“Tudo tem seu tempo e ocasião”, diz o Eclesiastes. “Para cada coisa”, dirá outra tradução, “há um tempo debaixo do sol.” O autor continua a repetir as palavras, sem a menor pressa, criando, em sua narrativa, um ritmo que, por si só, expressa o que ele quer dizer: tudo tem seu tempo, tudo tem seu ritmo.

“Tempo de nascer, tempo de morrer;

tempo de plantar, tempo de colher;

tempo de derrubar, tempo de construir;

tempo de chorar, tempo de rir;

tempo de fazer luto, tempo de bailar;

tempo de abraçar, tempo de separar-se;

tempo de procurar, tempo de perder;

tempo de calar, tempo de falar;

tempo de amar, tempo de odiar;

tempo de guerra, tempo de paz”.

Como não rezar com esta passagem a cada final de ano? Como vivi os tempos que o Senhor providenciou? Como acertei o meu passo ao sábio compasso que marca o ritmo da vida, de tudo o que existe debaixo do sol, inclusive eu? Quem nasceu? Quem morreu? Em que nasci? Em que morri? O que plantei? O que colhi? O que derrubei? O que construí? Como chorei? Como ri? Como vivi o luto e a dança? A quem acolhi? De quem parti? A quem deixei partir?

Como falei? Como calei? O que calei? Para que calei? O que falei? Como falei? Para que falei?

Odiei? Fiz guerra? Perdi, então, todo o meu ritmo, todo o meu tempo. Gastei inutilmente os tempos que o Senhor providenciou. Atravessei o compasso que marca o ritmo da vida, inclusive da minha. Matei e morri. Plantei, mas não colhi. Destruí. Se ri, foi pantomima. Se chorei, foi de desgosto. Se dancei, foi grotesco. Se acolhi, só foi a mim mesma. A tudo e a todos enxotei. Minhas palavras destruíram, meu silêncio foi omissão, falsa proteção a mim mesma. Odiei.

Amei? Então construí e promovi a paz, encontrei, então, o sábio ritmo da vida, o tempo interior só conhecido de quem ama. Aproveitei bem os tempos que me deu a Providência. Dancei, feliz e equilibrada, conduzida por meu divino par, ora valsas, ora noturnos, ora barcarolas, ora polcas e mazurcas, ao compasso que marca o ritmo da vida, de toda vida, da minha vida, da sua vida. Dancei, com toda a criação, com Deus e com os irmãos. Deixei-me conduzir pelo hábil Cavalheiro. Nasci e dei à luz. Plantei e colhi. Derrubei feiura, colhi beleza, bem, verdade. Ri, feliz ao acolher, nas dobras da renúncia do amor, meu irmão, a vida, as circunstâncias. Rodopiei, confiante e tranquila, a guardar segredos de amor em meu coração. Amei.

Ora amei, ora odiei? Natural. Sou pecadora. Sou imperfeita. Sou humana. Simplesmente vivi. Colhi os frutos do meu ódio e do meu amor.

Uma coisa sei que, com a mais absoluta certeza, tive, eu, assim como você: o amor do Pai em toda circunstância. A salvação do Filho todos os dias do nosso ano. A ação santificadora do Espírito, disponível em toda ocasião. Criador e criatura dançamos juntos, tal pai e filha na festa dos quinze anos, tal casal de noivos nas bodas, envolvidos, sempre, por muitos outros pares, milhares, milhões, bilhões de outros pares.

Chegamos ao fim de mais um ano em nossa bela sonata da vida. É preciso dar o comando de replay e assisti-la outra vez, serenamente, ouvindo detalhes perdidos na correria, na emoção dos acontecimentos: stacatos sutis, ligaduras ressonantes, fermatas desconcertantes.

Começa uma nova página. Quantos compassos teremos? Que temas se repetirão? Que novos tons serão adotados? Que novas frases musicais serão relidas, recriadas? Que outros instrumentos entrarão? Que interpretação escolheremos dar? Que passos criaremos? Como faremos a leitura, compasso a compasso?

Deus sabe! E é nisso que reside nossa tranquilidade, nossa confiança. Não conhecemos o que virá, mas pelos temas, frases, harmonias e compassos, pelo ritmo e pelo tom já tocados, sabemos que, tocada a quatro mãos, nossa composição será bela. O ritmo, por vezes sincopado, combinará com soluços. O compasso em sua batida convencional, evocará a rotina, que também revela beleza. As notas que voam, oração. As que ficam na memória, contemplação. As que marcam a base, convicção. As que desenham a melodia, inventividade.

Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Que a proposta de uma vida alucinada não nos seduza. Que o ritmo da evangelização, do amor, este, sim, seja alucinado, sem medida: Jesus tem sede, tem pressa. O ritmo interior, porém, este seja aquele secreto, confiante, sábio, paciente ritmo interior de Maria: “Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Tudo passa! Deus fica! Deus sabe! Para tudo há um tempo debaixo do sol. Não temo! Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe!”

Neste ano, conceda-nos Deus dançarmos tranquilos, ao ritmo interior do mistério da vida.

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por Maria Emmir Nogueira, Co-fundadora da Comunidade Shalom

Revista Shalom Maná

Maria Emmir Nogueira, Com. Shalom


FAMÍLIA CÍRCULO AZUL

dezembro 30, 2009

Mais um ano se finda e nossa amizade segue mais fortalecida pela força de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Somos uma família consagrada ao Senhor. Que Ele se sirva de nós e que possamos corresponder ao Pai Todo Poderoso. Que Maria Santíssima interceda por todos nós.

Um abraço carinhoso e o desejo de muita PAZ, AMOR, FRATERNIDADE, FELICIDADE… A TODOS QUE ACESSARAM E ACESSAM O BLOG. QUE SEUS PEDIDOS DE ORAÇÕES SEJAM ATENDIDOS PELO PAI, MAS QUE SAIBAM QUE O TEMPO DE DEUS É DIFERENTE DO NOSSO E ELE SABE O QUE É MELHOR PARA CADA UM DE NÓS. QUE 2010 SEJA ABENÇOADO PARA TODOS.

Círculo Azul.


AGULHA E A LINHA

dezembro 29, 2009

Agulha e a linha

Nós adoramos apontar onde os outros deveriam mudar
Um conto dos padres do deserto diz que certo monge, vendo a morte chegar, pediu aos seus companheiros que lhe trouxessem a chave do céu: queria morrer agarrado a ela. Um companheiro saiu correndo e lhe trouxe a Bíblia, mas não era isso que o agonizante queria. Outro teve a ideia de trazer a chave do sacrário, também não deu certo. Foi então que alguém que conhecia melhor o doente foi buscar agulha e linha. Agarrado a esses objetos prosaicos, o irmão passou mais tranquilo para a vida eterna. Era o alfaiate da comunidade: sua chave para o céu era a atividade diária, carinhosamente realizada para servir aos seus irmãos.

A historinha nos leva a entender que o trabalho cotidiano do monge foi a sua verdadeira chave para entrar no céu. Com certeza, ele também devia ter rezado muito, meditado bastante, talvez jejuado nos dias certos e cultivado algumas dezenas de outras virtudes. No entanto, ele sabia muito bem que tudo dependia de como ele havia exercido o seu maior serviço na comunidade.

O caminho da santidade pode passar por momentos extraordinários, gestos de heroísmo, façanhas memoráveis; porém, passa, em primeiro lugar, por aquilo que fazemos bem ou mal no dia a dia. Todos nós reconhecemos que, em nossa vida, é muito mais pesado o dever cotidiano do que alguns momentos de esforço, difíceis, sim, mas passageiros.

É por isso que João Batista, o precursor, deu respostas diferentes para os diversos grupos de pessoas que lhe perguntavam: “O que devemos fazer?” Todos deviam partilhar o que estava sobrando de suas roupas e de sua comida. A solidariedade com os necessitados e carentes é o primeiro passo para iniciar uma nova vida. Sem desprendimento não há verdadeira conversão. Depois o profeta do deserto apontou escolhas diferentes para os cobradores de impostos, que extorquiam o povo, e para os soldados que deviam aproveitar demasiadamente da sua força e das suas armas. Significa que cada um deles, naquele tempo, como também nós, hoje, devemos encontrar o nosso próprio caminho de conversão, a partir do lugar onde estamos.

No entanto, nós adoramos apontar onde os outros deveriam mudar e o que deveriam fazer para dar certo. Mais uma vez é muito mais fácil criticar os outros ou declarar como nos comportaríamos se estivéssemos no lugar deles do que começar a corrigir e a melhorar a nossa própria vida.

Os exemplos não faltam. Muitos sabem perfeitamente o que eles fariam se fossem o presidente ou o governador. No entanto, poderiam começar a cuidar melhor das suas famílias e dos seus negócios. Mal conseguem administrar os seus lares; o que fariam se tivessem maior responsabilidade? Não muito diferente acontece na Igreja também. Quem nunca quis dar conselhos ao padre, ao bispo e ao Papa? Com toda razão, talvez, mas nem sempre quem distribui sentenças aplica os mesmos critérios para si mesmo. Com isso não quero dizer que não podemos mais falar ou criticar. Ao contrário, a correção fraterna é evangélica e salutar entre amigos e irmãos. Quando, porém, a crítica é estéril, ou é a descarga de mágoas, invejas e frustrações, ela não serve nem para quem a recebe nem para quem a dispara.

De acordo com nossas responsabilidades, cada um de nós tem muito a melhorar, simplesmente procurando cumprir bem o que se supõe seja o seu dever, ou, ao menos, o seu trabalho cotidiano. Assim os pais poderiam caprichar mais na educação dos seus filhos. Os educadores deveriam ensinar mais humanidade e amor à vida própria e à dos outros. Quem julga, deveria julgar com justiça. Quem administra, fazê-lo com mais honestidade e lisura. Quem comunica, buscar a verdade e não o seu próprio interesse. Quem deve evangelizar também deveria fazê-lo com alegria, entusiasmo e competência, deixando de lado outras preocupações.

Todos precisamos nos agarrar mesmo às “agulhas” e às “linhas” de nossas vidas. Fazer bem o que está ao nosso alcance, no dia a dia, sempre será a melhor chave para entrar no Reino do Céu. Se isso ainda nos interessa.

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá


A CONFISSÃO: CONFESSAI-VOS BEM – Parte XVII

dezembro 28, 2009

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO.

CONFESSAI-VOS BEM !!!

Parte XVII.

Dor e propósito

D. — Padre, é coisa importante sentir a dor dos pecados cometidos?

M.A dor dos pecados é coisa importantíssima, de todo indispensável mesmo, para cada confissão. Sem ela o Sacramento não terá lugar. Assim como o Sacramento do Batismo não se pode realizar sem água, também não é possível o Sacramento da Penitência sem dor…

D. — Então todos aqueles cuja principal preocupação é a procura dos pecados, e que pouco se importam de excitar a dor, não fazem boas confissões?

M.Fazem todos confissões sacrílegas ou nulas; sacrílegas quando se conhece a própria falta de dor; nula se se ignora o fato. É verdade que a boa vontade de se confessar bem, e na diligência em fazer bem o exame a dor está incluída; portanto não há motivos para sustos.

D. — Como é que se deve fazer para excitar a dor dos pecados?

M.Deitemos um olhar para o inferno, merecido com os nossos pecados; contemplemos o Paraíso, perdido, com os nossos pecados. Deitemos um olhar para o crucifixo, onde Jesus agoniza por causa das nossas culpas. Pensemos que Deus é tudo e nós nada; que de uma hora para outra pode abandonar-nos; que muitos, mais moços do que nós, já estão no inferno e que, se nós ainda estamos aqui, é porque Ele usa conosco de misericórdia.

Era uma quinta feira santa. Um oficialzinho elegante chegou ao confessionário e, sem mais nada, foi dizendo:

— Padre, desculpe a minha franqueza: sou militar; não vim aqui para me confessar, mas somente para satisfazer o desejo de minha mãe e de minhas irmãs, que me observam do banco. Elas querem que eu comungue na Páscoa, mas eu não creio nisso, até me rio.

Então o senhor se ri da religião e dos Sacramentos?

— Sim, Padre, eu me rio da religião e dos Sacramentos.

Ri-se também da verdade eterna, do inferno e do Paraíso?

— Sim senhor, Padre, rio disso também.

Sendo assim, o senhor mesmo pode compreender que não posso absolvê-lo, nem mandá-lo para a Comunhão.

— Mas eu tenho que comungar para contentar à minha mãe e ás minhas irmãs.

Bem, façamos então assim: o senhor trate de temporizar com sua mãe e com suas irmãs. Diga-lhes que o Confessor lhe impôs uma penitência antes de Comungar. Enquanto isso, o senhor, cumprirá a penitência que lhe vou dar e voltará aqui.

— Quê penitência vai me dar se não me confessei?

— Quê importa? O senhor, vindo aqui simula uma confissão. Penso que não quer fazer caçoada de mim, portanto fará a penitência: quero que me prometa como bom soldado.

— Seja como quiser: farei a penitência; mas qual?

— Nestas três noites o senhor renunciará o clube e os divertimentos e, assim que se deitar, deverá dizer: Meu Deus, eu creio em Vós, mas me rio da Vossa Religião e dos Vossos Sacramentos. Creio em Vós, mas me rio da morte e do juízo final. Creio… mas me rio do inferno e da eternidade. Depois disso dormirá tranqüilo; fá-lo-á?

— Padre eu lho prometo: palavra de soldado, palavra de rei!

Levanta-se e Vai embora.

Sábado à noite ei-lo de novo no confessionário ajoelha-se, e:

— Padre, exclama, eu sou o oficial da penitência; eu a cumpri e venho para dizer-lhe que, pensando seriamente, não sinto mais vontade de rir de tudo aquilo: pelo contrário, temo tudo. Tenha a bondade de me ajudar a fazer uma boa confissão.

O efeito desejado estava obtido. O pensamento dos “Novíssimos” tinha conseguido o arrependimento do militar, que, no fundo, ainda conservava a fé, mas uma fé adormecida pela má vida a que se tinha entregue, e da qual, em face de Deus, da morte e da eternidade, se tinha envergonhado.

D. — Padre, de quantas espécies pode ser essa dor?

M.Pode ser de duas espécies: dor perfeita também chamada contrição, e dor imperfeita, também chamada atrição. Aquele que se arrepende dos pecados só por medo dos castigos nesta e na outra vida, ou seja, movido por amor interessado, tem só atrição, essa dor é moeda legal, mas é cobre. Aquele que pelo contrário, se arrepende porque ofende a Deus, nosso Pai, ou seja, movido por um amor filial, tem a contrição perfeita, que é moeda de ouro.

D. — É importante ter-se a contrição perfeita?

M.É importantíssimo, porque, aliada ao propósito nos confessarmos assim que for possível, ela obtém a remissão mesmo antes da confissão: se alguém morresse em tal estado salvar-se-ia.

D. — E pode-se comungar?

M.Não, para a comunhão, a confissão prévia é indispensável.

D. — Mas, Padre, se depois a gente mudar de propósito e não confessar, esses pecados revivem?

M.Não, um pecado perdoado não revive mais; mas a pessoa comete uma grave omissão pela qual será sempre responsável.

Portanto, cada vez que por desgraça você cometer um pecado mortal, faça logo o ato de contrição perfeita com o propósito de se confessar o mais breve possível, afim de tranqüilizar a sua consciência.

D. — Padre, é necessário sentir a dor dos pecados?

M.Não, não é necessário sentir essa dor como se sente dor de cabeça ou de dentes; basta tê-la no coração.

— O quê está fazendo, menino? Perguntou o confessor a um garoto que, enquanto esperava para a confissão dava com a cabeça na parede.

— Oh, Padre, estou tratando de sentir a dor dos meus pecados!

D. — Coitadinho… talvez era ainda inocente!… E o quê é propósito?

M. É a vontade resoluta de não cometer o pecado e fugir das ocasiões. É uma conseqüência da dor sendo impossível conceber-se uma verdadeira dor dos pecados, sem se estar, ao mesmo tempo resolvido a não mais os cometer.

D. — Como deve ser o propósito?

M.Deve ser eficaz, ou seja, devemos desligar-nos por completo e a todo o custo de cometê-lo novamente; e isto sem protestos nem rodeios ou intenções pouco honestas. Um tal confessava que tinha roubado uns feixes de lenha.

— Quantos? perguntou o confessor.

— Padre, eu tirei cinco, mas o senhor pode calcular sete.

— Como! são cinco ou sete?

— Eu explico Padre. Dos sete feixes que encontrei tirei cinco, mas hoje à noite irei buscar os outros dois. Confesso-me antecipadamente; por isso o senhor pode calcular sete.

Uma moça que tinha acabado de se confessar, perguntou depois de receber a absolvição:

— Padre, posso comungar hoje?

— Pode sim, e não só hoje como amanhã e nos dias seguintes.

— Ah, amanhã já não poderei mais porque marquei um encontro no baile hoje á noite e não posso faltar.

— Você falou em baile? Mas você não acabou agora mesmo de prometer a Jesus que não O ofenderia mais e que evitaria as ocasiões?

— Padre, eu prometi para o passado e não para o futuro!

Eis aí. A maior parte das vezes promete-se para o passado, isto é, não se promete nada, e assim, a história se repete sempre: confissões e pecados, pecados e confissões. Mas, confessar-se sem se emendar é o caminho certo para a perdição.

D. — De quê modo podemos manter esse propósito?

M.1) Não devemos confiar muito nas nossas próprias forças, mas devemos pedir constantemente a Deus o auxílio da sua graça.

2) Devemos impor-nos, a cada recaída, uma penitência que, além de contribuir para a expiação do pecado, servirá também para conservar-nos vigilantes.

3) Devemos voltar à confissão o mais breve e freqüentemente possível para enfraquecermos o demônio e sairmos vitoriosos sobre ele no futuro.

Os missionários da África contam que, naquele continente, há um animal pouco maior do que o gato comum; justamente por isso é chamado gato selvagem. Esse animal é continuamente assaltado pelas serpentes que abundam na região; muitas vezes trava combates com elas, mas sai quase sempre vencedor. É que ele tem o seu segredo: conhece uma erva cujas virtudes contra a mordedura de cobra são extraordinárias. Assim que se sente mordido, corre para se esfregar nessa erva e volta pronto para a luta. Ferido uma, duas, três vezes, recorre sempre ao mesmo remédio e sara sempre. Dessa maneira, continua a lutar até arrancar a cabeça do inimigo.

Nós também estamos em luta contínua com a serpente infernal que, por todos os meios e com todos os gêneros de pecados nos tenta e nos impele para o mal. Queremos a vitória? O remédio infalível é a confissão freqüente. O demônio não terá então mais nenhum poder sobre nós.

D. Padre, e os que prometem sempre e nunca mantêm?

M.São pobres infelizes cujo fim será certamente bem triste, porque com Deus não se brinca!

Havia muito tempo que uma mãe amorosa, que vivia no temor de Deus, exortava o filho, malandro e viciado, a mudar de vida. Ele prometia sempre, mas eram promessas ao vento.

Da última vez que a pobre mãe, mais com lágrimas do que com palavras, lhe suplicou que se convertesse o filho disse:

— “Pois bem, estou resolvido a seguir os seus conselhos; eu também estou envergonhado e cansado desta minha vida tão má; tenha paciência por mais estes 3 dias de carnaval, e depois farei penitência”. O infeliz jovem pensava que dessa maneira podia ajustar contas com Deus, preparando-se, com novos pecados, para se confessar e se converter.

Mas com Deus não se brinca. Passaram-se os três dias ocupados em pagodes e vícios. Na noite da terça-feira ele volta para casa a altas horas da madrugada, cansado do longo baile. Poucos instantes depois, ouvem barulho no seu quarto; entram apressados e acham-no estendido no chão sufocado por uma golfada de sangue. Assim se acabaram os seus projetos de conversão e os seus propósitos falazes.

O inferno está cheio dessas pessoas que prometem emendar-se sem nunca cumprir a promessa.

D. — E os que dizem: não posso, não posso?!

M.Esses são ainda mais infelizes: isso é sinal de que já são escravos das mais vergonhosas paixões.

D. — Parece-me que quem deseja ardentemente sempre pode; não é mesmo, Padre?

M.É verdade, porque Deus nunca nega a sua graça aos que a procuram sinceramente, e porque a potência do nosso querer também é grande. Posso prová-lo com um fato histórico.

O General Cambronne morto como um herói em 1842, durante a batalha de Waterloo, quando ainda era simples soldado, estando embriagado, esbofeteou um capitão. Julgado pelo conselho de guerra foi condenado à morte.

O Coronel, que lhe conhecia a bravura como soldado, interveio em seu favor e obteve-lhe a graça: porém, chamando-o para uma conversa particular, o fez prometer que nunca mais se embriagaria. Cambronne disse, então:

— Coronel, devo-lhe a vida; o que me pede é pouco, e, para fazer um propósito eficaz juro que nunca mais provarei nem vinho nem licores.

Passaram-se vinte e dois anos; o soldado era agora general, e, tendo acompanhado Napoleão de Canes à Paris, foi convidado para jantar pelo seu Coronel, que já estava aposentado. Aceitou o convite, mas durante: o jantar, não provou vinho. O Coronel que já tinha esquecido o que se passara havia tantos anos, perguntou a razão. Cambronne lembrou­lhe então a promessa feita há vinte e dois anos e à qual se tinha conservado escrupulosamente fiel.

Oh, se no propósito da confissão imitássemos a fidelidade de Cambronne! E se se cumprem as promessas feitas aos homens, por que não cumprir as que se fazem a Deus?

D. — Então, as confissões e as absolvições sem o propósito firme e eficaz de fugir do pecado e das ocasiões, são nulas?

M.São nulas porque, mesmo que o Confessor diga cem vezes: “eu te absolvo”, Jesus Cristo que lê nos corações dirá cem vezes: “eu te condeno”.

D. — Então é certo o provérbio que diz: Confessar-se vale menos do que nada, se a confissão feita não refaz a gente.

Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Vários%20Assuntos/CONFESSAI%20VOS%20BEM/Confessai-vos%20bem%20-%20Parte%20XVII.htm


A VIRGEM MARIA A MÃE DE JESUS APARECE PARA MAIS DE 3.000 PESSOAS.

dezembro 26, 2009

A VIRGEM MARIA A MÃE DE JESUS

APARECE PARA MAIS DE 3.000 PESSOAS.

A Virgem Maria Mãe de Jesus, apareceu sobre uma Igreja Ortodoxa Copta de Warra el-Hadar, Grande Cairo, Egito.

Testemunharam o acontecimento mais de 3.000 (cristãos e muçulmanos), moradores do bairro, ocorrido em 11 de dezembro de 2009. Com aparições luminosas da Santíssima Virgem Maria que apareceu sobre as cúpulas da Igreja Ortodoxa Copta, em El-Warraq.

A localidade de Warraq el-Hadar é uma pequena ilha no rio Nilo Cairo, maior (governadoria Giza, parte da Grande Cairo). É um bairro pobre. As luzes que aparecem no céu durante a noite também puderam ser vistas de vários quilômetros de distância da igreja.

As pessoas usaram seus celulares para fazer vídeos das aparições e compartilhá-los via Bluetooth e no YouTube. A silhueta completa da Bem-aventurada Virgem Maria, trazia um vestido branco puríssimo e o manto azul claro, pode ser visto claramente atravessando sobre as cúpulas da Igreja.

As aparições também receberam ampla cobertura da imprensa local em jornais egípcios e canais de televisões árabes. As aparições tiveram início no mês copta do Kiahk (Dezembro 2009), o mês mariano / Natividade no calendário copta. Durante este mês, a Igreja copta faz uma celebração especial à meia-noite em louvor à Virgem Maria e a Encarnação do Verbo.

Declaração do Bispado Ortodoxo de Giza Copta.

No tempo de Sua Santidade o Papa Shenouda III e Dumadius Anba, o arcebispo de Gizé

O Bispado de Gizé, anuncia que a Santíssima Virgem apareceu em uma transfiguração na igreja com o seu nome em al Warraq-Hadar, Giza, na madrugada de sexta, 11 de dezembro de 2009 às 1:00 hs.

A Santa Virgem apareceu em sua altura total de vestes luminosas, acima da média da abóbada da igreja, em vestido branco puro e um cinto azul royal. Ela tinha uma coroa na cabeça, acima do qual surgiu a cruz no topo da cúpula. As cruzes em cima da cúpula da igreja e as torres brilhavam intensamente com a luz.

A Santíssima Virgem circulou entre as cúpulas e sobre a parte superior da porta da igreja entre as suas duas torres gêmeas. Todos os moradores locais testemunharam o fato. A aparição aconteceu das 1:00 às 4:00 da manhã de sexta-feira e foi registrada por câmeras e telefones celulares.

Cerca de 3.000 pessoas do bairro, áreas circundantes, e transeuntes reuniram-se na rua em frente à igreja para ver a aparição.

Desde sexta-feira, as multidões se reuniram nos arredores da igreja tenho visto luminosos pombos brancos que sobem acima da Igreja durante vários momentos da noite, bem como uma estrela que surge de repente no céu, viaja cerca de 200 metros de diâmetro, em seguida, desaparece. As multidões se reuniram em torno da Igreja e não cessam de cantar hinos e louvores à Virgem Santa.

Esta é uma grande bênção para a Igreja e para todo o povo do Egito.

Que sua intercessão e bênção possa beneficiar a todos nós.

Assinado

Anba Teodósio

Bispo-Geral de Gizé

Veja os vídeos da APARIÇÃO.

http://www.youtube.com/watch?v=92SvKR7ZKn4&feature=player_embedded


A Criança que calou o Mundo por 5 Minutos

dezembro 26, 2009

ABRAÃO PAI DA FÉ

dezembro 26, 2009

Abraão Pai da Fé
Quem nunca ouviu falar de Abraão, o pai da fé? Aquele que foi capaz de abandonar o que tinha por causa de Deus.
Não faz sentido dizer conhecer tal homem sem ter lido ou ouvido falar de Gn 12, onde está escrito a vocação dele.
Abraão viveu numa época em que muitos lutavam por terra, o mais valioso bem que um homem poderia ter. Todos os os que tinham um pedaço de terra para morar, cuidar de seus animais era um felizardo e fazia de tudo para mantê-la, se fosse o caso, até lutar, já que esse bem constituía a garantia de sobrevivência para todos os descendentes.
Um dos patriarcas pertence, provavelmente, a uma série de imigrantes, que entre 200 a 1700 a.C invadiram a Síria e Canaã, vindos do deserto sírio-arábico e da Mesopotâmia. Conforme uma tradição, a sua terra foi Haram (Gn 12,4); conforme outra, foi Ur dos Caldeus, cidade essa que estava ligado através de seu pai Taré. Como relata (Ne 9,7; Jt 5,6).
Os caldeus eram povos politeístas, ou seja, adoravam ou aceitavam a existência de mais de um deus, porém não eram ativos na vida de ninguém, e sim, deuses passivos, que só recebia as oferendas, mas não agiam, eram projetados pelo homem. Deuses que nunca prometiam algo, pois não poderiam cumprir, já que não existiam. Porém, Deus (o criador) fez algo que nenhum outro havia feito antes: prometeu uma terra para ele e seus descendentes.
A promessa que Deus fez para ele e seus descendentes parecia atraente, realmente! Deus prometeu uma terra plena para que todas as gerações de Abraão morassem. Para quem não tinha um lugar fixo para morar essa promessa era a melhor que alguém poderia fazer-lhe. E é aí que está o grande mistério de Abraão. Ele tomou a promessa de Deus(o Criador) como uma verdade e se lançou na estrada em busca daquilo que nenhum outro deus havia prometido. Por trás da fé de Abraão estava a confiança e, acima de tudo, a renúncia, pois foi capaz de abandonar aquilo que ele tinha, apesar de pouco, para ir em busca do que “ainda” não possuía. Daí sua fama como pai da fé.
Diferentemente dos projetados pelos homens, o Deus de Abraão era um Deus que quis se revelar ao homem e se deixar conhecer. Abraão notou essa atitude divina e abraçou as provações, as dificuldades que iria enfrentar para obter a terra que mana leite e mel. Esse Deus demonstrou-se ser o único, pelos seus projetos e atitudes. Por mais que Abraão não soubesse que este era o único e verdadeiro Deus, ele sabia que era o maior e o melhor de todos os deuses.
Abraão realmente deu um tiro no escuro num alvo que ele acreditava já ter acertado. A força da renúncia de Abraão está em renunciar terra, casa, família, que era valioso para ele para ir em busca de algo que ainda não tinha, mas que brevemente teria.
Deus em todo momento quis que Abraão tivesse uma terra fértil, pura, maravilhosa, para que ele pudesse habitar junto àqueles que o cercava. Abraão gostaria de uma terra que tivesse todos esses quesitos, porém Deus sabia que a melhor terra era aquela que tivesse Sua mão, mas Deus por Sua Sabedoria quis que ele confiasse e se lançasse em busca dessa terra prometida. Nossa terra prometida, assim como a de Abraão é uma terra celestial.
Ninguém nos força a buscar a Deus, simplesmente buscamos por nossa própria vontade. Ou por acaso alguém colocou uma arma em sua nuca e te obrigou a servi-lo? Assim como fez com Abrão ele faz conosco, nos convida a uma terra que mana leite e mel, a uma terra santa, a uma terra plena, livre de qualquer mácula.
Abraão teve que renunciar tudo que tinha para ir em busca da vontade de Deus. Ele renunciou o que tinha de bom, para obter algo melhor, algo que vinha do próprio Deus. Quantas vezes abandonamos nossa vontade para fazermos a vontade de Deus? Se sua resposta foi “várias vezes”, afirmo-te, ainda não é o suficiente. Devemos renunciar todos os dias, todos os instantes, tudo o que não pertence ao plano de Deus, a fim de obtermos O Melhor, a vida eterna, a Salvação. Basta termos fé, e nos lançarmos no plano salvífico de Deus e suas promessas se realizarão em nossas vidas.
 
 
Glaydson Barros
Professor Escola Bíblica
 
Fonte: http://www.cot.org.br/formacoes.php?action=formacao&id=45

Parabéns pra JESUS

dezembro 24, 2009

20 reflexões nota 10 para 2010

dezembro 23, 2009

Natal do Senhor e Ano Novo
 
Caro(a) Amigo(a),
Paz e Bem.
 
Pensamos em lhe desejar algo neste Natal e Ano Novo, mas que fosse ao mesmo tempo diferente e prático, possível de alcançar e de viver.
Então escrevemos estas coisas que talvez possa identificar-se com você:
 
1. Na busca pela sobrevivência, não fique se lamentando se tudo não der certo. Entenda que Deus está com você também nos momentos de dificuldade.
 
2. Não tente consertar o mundo, pois ele sempre foi assim: bom e ruim. Ao invés, procure cuidar de você, do ambiente em que vive, dos amigos e das pessoas mais próximas e que lhe são queridas. Fazendo assim você terá consertado um pedaço do mundo.
 
3. Não ponha suas esperanças aqui – para não se decepcionar muito -, mas nas coisas do alto. Estando aqui, viva e trabalhe para Deus.
 
4. Trate de reconciliar-se com Deus e com os irmãos e vê se tira aquele azedume do seu coração.
 
5. Sorria e procure estar bem humorado, mesmo nas adversidades. Quem lhe dá esta capacidade é Deus, através da oração.
 
6. Não corra atrás de muita coisa o tempo todo. Faça uma coisa de cada vez. Lembre-se de São Francisco e da canção: “Faça poucas coisas, mas as faça bem; constrói o teu mundo devagar”.
 
7. Cuide de sua saúde, pois ela é o seu melhor patrimônio. Faça algum exercício.
 
8. Converse com Deus como se estivesse conversando com um amigo, pois o nosso Deus é um Deus vivo.
 
9. Saiba que você vai ressuscitar para a vida eterna. Essa certeza é a razão maior da nossa esperança, e o motivo para não andarmos tristes.
 
10. Guarde-se do pecado, afinal, a quem você pensa que está enganando e se condenando, se não a você mesmo?
 
11. Procure viver segundo o Evangelho do Senhor; é fácil. Difícil é não viver de acordo com o Evangelho.
 
12. Seja seletivo com as ofertas do mundo, pois umas são boas, outras são puro lixo que podem impregnar você e levá-lo à escuridão.
 
13. Nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Portanto, olhe todas as pessoas com amor, e veja nelas refletida a face de Deus. Algo da essência de Deus está ali, naquela criatura pobre, desamparada e só. Se não consegue olhar com amor, pelo menos a veja como uma criatura de Deus. Lembre-se também que ela pode ser infinitamente mais importante do que você, sobretudo se for pobre.
 
14. Preserve a natureza e gaste pouco os recursos naturais, pois este mundo precisará alimentar seu filho e as futuras gerações. Não seja egoísta.
 
15. Procure comer apenas o suficiente, pois seu organismo vai transformar em gordura o que for excesso. Não coma porcaria.
 
16. Estando nas trevas, procure vir para luz. O caminho de volta pode ser difícil, mas uma vez no claro, isto é, na Verdade, as coisas ficam mais fáceis para você. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos  libertará”.
 
17.  Você já tem Deus, que é tudo em todos, então pare de reclamar, afaste a ansiedade e viva a esperança, na paz do Senhor.
 
18. Leia o Salmo 23. Você verá como é o amor de Deus por você. Leia mesmo.
 
19. Todo católico é devoto de Nossa Senhora. Reze o Terço contemplando os mistérios do Senhor. Quando for rezar o Terço, nos pedidos, peça para que Nossa Senhora ajude-o nesta devoção.
 
20. Celebre o Natal do Senhor em paz, com alegria e renovada esperança. Em 2010 anime-se, mantenha o ritmo da caminhada, e não tenha pressa. Ouça boa música e divirta-se, afinal, ninguém é de ferro.

Att.

Celiomar e Célia

Fonte: E-mail recebido da pastoral do dízimo da Paróquia Bom Jesus dos Migrantes de Sobradinho/DF.


Mãe do Novo Homem – Maria Santíssima, Nossa Senhora

dezembro 23, 2009

O DEUS QUE SE ESCONDE

dezembro 23, 2009

O Deus que se esconde
“Moisés olhava: a sarça ardia, mas não se consumia. “Vou me aproximar, dizia ele consigo, para contemplar este extraordinário espetáculo, e saber por que a sarça não se consome.” Vendo o Senhor que ele se aproximou para ver, chamou-o do meio da sarça: “Moisés, Moisés!” – “Eis-me aqui!” respondeu ele. E Deus: “Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa. Eu sou, ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó.” Moisés escondeu o rosto, e não ousava olhar para Deus.” (Ex 3, 2-6)

Vivemos em uma sociedade extremamente ocupada: trabalho, afazeres domésticos, estudos, a busca de informações. E essa vida agitada, todo o barulho exterior, causaram em nós uma dificuldade de nos habituarmos ao silêncio e à quietude. Se estamos em casa, nossa primeira atitude para quebrarmos o silêncio é conversar com alguém, ao mesmo tempo em que ligamos o rádio ou a TV. Hoje, na era da informática, ainda temos a opção de ouvirmos música pelo celular, MP3, Mp4, Ipod, ou pelo computador. E, quando saímos, o barulho do trânsito e as conversas nas ruas nos acompanham. O estilo de vida moderno, se por um lado foi uma evolução social, por outro viciou o homem a viver no barulho e nas ocupações. E, como conseqüência, o homem encontrou maior dificuldade de estar a sós com o Criador.

O episódio da sarça ardente, descrita acima, nos mostra o encontro de Móises com o Deus que se esconde. Observemos que Moíses estava em um monte, o Horeb. E estava realizando o seu trabalho de pastor, cuidando do rebanho de seu sogro, Jetro. Foi quando, por um momento, Moisés deixou o rebanho e aproximou-se da sarça, que ardia, mas não se consumia. E Deus, vendo que ele se aproximara para ver, falou com ele, chamando-o pelo nome.

Assim como Deus se revelou a Moíses na sarça, ele também nos pede que nos aproximemos dele, com nosso coração, a fim de que também ele possa nos falar. A “Montanha de Deus”, o nosso Monte Horeb, é a solidão do Criador, é o silêncio interior de nossa alma. É deixarmos um pouco nossas ocupações, como Moíses que deixou o rebanho por um momento, para nos entretermos com a presença de Deus.

Quando Deus nos pede para vivermos na solidão e no silêncio ele não está pedindo para vivermos isolados do mundo, como os eremitas. Há aqueles que tiveram esse chamado, mas a nós, que fomos chamados a servir a Deus dentro de uma Comunidade Discipular inserida na sociedade, Deus nos pede a solidão interior, que é obtido através do recolhimento em Deus. Eis o que diz São Francisco de Sales, em “Filotéia”, no Capítulo XII:

“Lembra-te, as mais vezes que puderdes durante o dia, da presença de Deus, servindo-te de um dos quatro meios de que tenho te falado. Considera o que Deus fez e o que tu fazes, e verás que Deus tem continuamente os olhos pregados em ti com um amor inefável. Ó meu Deus, hás de exclamar, por que não emprego sempre os olhos para contemplar-vos, assim como vós estais sempre olhando para mim com tanta bondade? Por que pensais tanto em mim, Senhor? E por que eu penso tão raras vezes em vós? Onde é que estamos nós, ó minha alma? A nossa verdadeira habitação é em Deus, e onde é que nos achamos? (…) Lembra-te, Filotéia, de retirar-te muitas vezes à solidão do teu coração, ao passo que as tuas tarefas e conversas o ocupam exteriormente, para estares a sós, com o teu Deus. (…) Recolhe-te, às vezes, à solidão interior do teu coração, e aí, num completo desapego das criaturas, trata dos negócios de salvação e perfeição com Deus, como dois amigos cuidam familiarmente de seus negócios.”

Além da solidão interior, que é, mesmo estando ocupados com nossos afazeres diários, procurarmos pensar em Deus, meditar na vida de Jesus, na grandeza de Deus, em sua bondade para conosco, em seu amor e o mais que o Espírito Santo inspirar, também é necessário para a nossa vida espiritual termos um momento de solidão exterior. Diz São Francisco de Sales, na obra acima anteriormente:

“Tanto procurar como fugir à convivência com os homens são dois extremos censuráveis na devoção, que deve regrar os deveres da vida social. O fugir é um sinal de orgulho e desprezo do próximo e o procurar é fonte de muitas coisas ociosas e inúteis. (…) Além da solidão interior, de que já tenho falado e que deves conservar no meio de todas as conversas, deves amar a solidão exterior, não a ponto de ir procurá-la no deserto, como Santa Maria Egipcíaca, São Paulo, Santo Antão, Santo Arsênio e tantos outros eremitas, mas para que tenhas tempo de estar contigo mesma, quer no teu quarto, quer no teu jardim ou em qualquer outro lugar com mais liberdade, entretendo o coração com boas reflexões ou leituras”.

A solidão exterior nada mais é que nosso momento de estar a sós com Deus, em nossa oração pessoal. É irmos, como Moisés, contemplar o Deus escondido na figura da sarça. Deus se esconde no silêncio do nosso coração, mas para que possamos ouvi-lo é necessário deixarmos tudo de lado, preocupações, pensamentos, todos esses barulhos interiores e até exteriores que nos impedem de nos concentrarmos em Deus, e pensarmos somente Nele. Uma oração popular à Nossa Senhora de Lourdes diz que “ela apareceu no lugar solitário de uma gruta para nos mostrar que é no silêncio e no recolhimento que Deus nos fala e nós falamos com Ele.” Por isso, precisamos habituar nossa alma a estar na presença de Deus, seja na oração pessoal, na leitura na palavra, nas reflexões, leitura da vida dos santos (solidão exterior), seja em nossa solidão interior, com nosso coração recolhido em Deus durante as ocupações do dia a dia, pensando em Deus, mesmo nas conversas com o próximo (pois vivemos em uma sociedade), nos abstendo das conversações inúteis e falando somente o necessário, em nosso trabalho, em nossa família, até em nossa comunidade discipular. Assim, estaremos vivendo em nossa “Clausura Interior”, onde Deus habita, de onde Deus nos chama pelo nome, para nos falar de sua vontade.

Tal como Deus falou a Moisés de sua intenção de libertar o povo de Israel da escravidão do Egito, na clausura interior Deus fala a todos os cristãos de sua intenção de salvar muitas almas, libertando-as do pecado. Atendamos, pois, a este apelo de amor do próprio Deus que nos chama à clausura interior, pois nosso Deus Todo Poderoso, que está no Céu, quis se esconder em nosso coração, em nossa pequenez, e se dá a encontrar a todos aqueles que O buscam.

 
Edilene de Freitas Ferreira
 Professora da Escola de Formação
Fonte:  http://www.cot.org.br/formacoes.php?action=formacao&id=75
 

CONHEÇA OS SÍMBOLOS DE NATAL

dezembro 22, 2009

Conheça os símbolos do Natal

O significado na força de cada um deles
Árvore de Natal

No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição muito antiga que segue a história da humanidade. Os relatos mais antigos que se conhecem acerca da árvore natalina datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa.

Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, únicas árvores que permanecem verdes na neve.

Esse símbolo natalino representa o agradecimento pela vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A estrela

As estrelas na sociedade humana foram sempre tidas como “bússolas naturais” das pessoas. Hoje os aparelhos de navegação evoluíram de tal forma que esses corpos celestes se tornaram apenas ornamentos no céu, objeto de estudo. Contudo, durante milhares de anos eram elas as responsáveis em guiar os navegadores pelos mares e os viajantes pelos desertos. Eram elas que indicavam a direção, o sentido, o porto seguro.

A estrela guiou os Três Reis Magros Baltazar, Gaspar, Melchíor – desde o Oriente até o local onde nasceu Jesus –, para que pudessem presenteá-Lo com ouro, incenso e mirra , é lembrada hoje pelo enfeite que é colocado no topo da árvore natalina. E Jesus Cristo é a Estrela Guia da humanidade. Ele é o Caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.

Os Reis Magos

“Eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém perguntando: ‘Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? […] viemos adorá-Lo’ […]. Eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia-lhes à frente até parar sobre o lugar onde estava o menino […] e o adoraram. Abriram seus cofres e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra” (Mt 2,1-12).

Não eram reis, mas sim, sábios, estudiosos, mas o que isso importa? A mensagem é mais forte que esse detalhe. Essa narração tão plástica e viva, enriquecida posteriormente com aspectos lendários, como o nome dos três (Melchior, Gaspar e Baltazar), traz duas grandes mensagens teológicas:

– Cristo não veio apenas para os judeus, mas para redimir toda a humanidade. Ele é o polo para o qual convergem todas as raças.

– A segunda grande mensagem está relacionada aos presentes oferecidos pelos magos: ouro, incenso e mirra. O evangelista Mateus expressa por meio desses símbolos a fé vivenciada pelos primeiros cristãos: Cristo é Rei dos Reis (daí o ouro), é filho Deus (o incenso) encarnado (a mirra).

Padre Geraldinho – Com. Canção Nova
pegeraldinho@gmail.com


À ESPERA DO NATAL

dezembro 21, 2009

À espera do Natal

Natal é tempo de receber o Presente

Mal começa a preparação de uma festa, qualquer que seja, a febre das compras e das vendas incendeia o comércio. Comprar, para quem tem um bom poder aquisitivo, é fonte de prazer; e vender, para quem comercia, é fonte de lucro. O comércio é o lugar da troca. O dinheiro é o documento que, desde tempos muito antigos, simplificou esta coisa admirável de cambiar serviços e bens.

O papel-moeda, ou simplesmente, a moeda, dá ao portador o direito de receber algum bem ou serviço por já ter oferecido a outros algum bem ou serviço. Que invenção bonita é o dinheiro! O pedreiro, que assentou tijolos, leva consigo a nota de cem reais que comprova ter ele colaborado para construir o abrigo de uma família. Com esse documento nas mãos ele entra no supermercado e volta para a casa com a sacola cheia do alimento que garante a vida de seus filhos.

A sociedade atual, tão complexa, seria um caos sem o dinheiro. Mas como tudo que é sagrado pode ser corrompido, também o dinheiro, símbolo do suor de quem luta para sobreviver com dignidade, deixou de ser o que é: um facilitador da troca amorosa de bens e de serviços, para se tornar, na expressão de Marx, um fetiche.

A idolatria do dinheiro, a voracidade de tudo possuir, a insegurança de não ter e o medo de ficar sem, paralisam o que de melhor existe no ser humano: a alegria da reciprocidade. Há os que acumulam por acumular e morrem sem ter colaborado para a construção do bem comum através do dinheiro que ganharam. Há ainda os que assaltam, carregando títulos de serviços prestados por outros. Há os que dilapidam e se apropriam indebitamente desta coisa bonita, chamada imposto, e que deveria ser oferecida com a alegria de quem se coloca a serviço do bem comum. Mas há pessoas generosas, empresas conscientes de sua importância na construção da paz social, há uma economia de comunhão em andamento no mundo. Nem tudo está perdido.

Mas o que pensar das compras e vendas por ocasião do Natal? E dos presentes? Admirável comércio este que celebramos no Natal. Que troca estupenda! “Ele se fez pobre para nos enriquecer com Sua pobreza”. Seu presente é Sua Presença. Há filhos de pais ricos que ganham presentes, mas não recebem o mais desejado: a Presença, o diálogo, a troca amorosa. Natal é tempo de receber o Presente. Não precisa de dinheiro, basta preparar o coração. Ele veio a primeira vez na humildade, despojado de qualquer poder, em tudo igual a nós, – só não pecou e nem estava inclinado ao pecado –, para salvar-nos da desgraça que nós mesmos havíamos construído. Ele foi, desde a manjedoura, presença da infinita misericórdia de nosso Deus e Pai que n’Ele, seu Filho Unigênito, se curvou sobre nossa miséria e pequenez para envolver-nos em sua infinita ternura.

Os pastores, ao se abeirarem do Recém-Nascido, n’Ele viram uma pobre Criança como as que lhes nasciam em suas próprias casas. Leram-Lhe, entretanto, a infinita dignidade nos olhos enternecidos da mãe que, em profundo silêncio, contemplava no improvisado e pobre berço, envolto nos panos de nossa humana fragilidade, o mistério que lhe acontecera quando da anunciação do Anjo e que por nove meses ela abrigara em seu virginal ventre. Em tão adversas e inesperadas circunstâncias lhe nascera o Filho e sua alma continuou a cantar com igual alegria o hino de exultação pelo poder de seu Deus, que escolhera vir pobre entre os mais pobres. Dispersem-se os soberbos e caiam por terra os poderosos diante do mistério da onipotência amorosa de Deus, que vence todas as distâncias para mergulhar em nossa condição, – até a cruz – e deixar-se tomar pelas nossas trevas para iluminar-nos com Sua luz. Ele virá uma segunda vez para abolir definitivamente toda escravidão e instaurar o dia sem ocaso, só feito de luz, na justiça e na verdade, alegria eterna de um amor sem fim.

Entre a primeira e a segunda vinda estamos nós. Se acolhermos a mensagem da primeira, Ele faz morada em nós, com o Pai e com o Espírito, e nós poderemos já pré-gustar, no caminho, a felicidade da chegada e do encontro definitivo. Seja este Advento o tempo de meditar essas coisas e com Maria experimentar a verdade do Natal: encontro com o Deus que vem. Para isso, escutemos João Batista, pois ele é a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele.

Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas, as vias tortuosas serão endireitadas e os caminhos esburacados, aplanados. E todos verão a salvação que vem de Deus” (Lc 3,4-6). E João recomendava: “Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem e quem tiver comida faça o mesmo…” E aos cobradores de impostos: “não cobreis mais do que foi estabelecido”…E aos soldados: “não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força…” (Lc 3, 10-14). Cada um de nós tem o que mudar na própria vida.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba

Fonte:  http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11681


Bíblia para Crianças – A entrada de Jesus em Jerusalém

dezembro 20, 2009

SOU ESCOLHIDO

dezembro 20, 2009

Sou Escolhido
Muitas vezes, somos nós que tomamos esta atitude: a de escolher, quando escolhemos uma roupa, uma profissão, um lugar para morar, continuar um casamento, continuar a viver, dar uma nova chance a alguém… talvez você esteja até mesmo escolhendo ler ou não este texto, mas não despertamos ainda para a realidade que, nas coisas mais importantes da vida, somos escolhidos como centro da atenção de Deus.

Isso mesmo, nós somos o “centro da atenção” de Deus. Somos escolhidos a uma vocação, à existência, à paciência, ao amor… E Deus não nos obriga a aceitar esta escolha, Ele nos dá o direito de querermos ser escolhidos ou não! Então o que você escolhe?
Por que não confiar que Deus sempre nos escolhe para uma nova tentativa, uma nova chance? Que as escolhas de Deus são as melhores e mais eficazes?

Saiba que Deus te escolheu neste momento para ler este texto, para conversar contigo e para te mostrar que a escolha Dele pode está sendo refletida neste momento da tua vida, em uma situação difícil, alegre, triste, trágica, amarga ou delicada, mas pode ser solucionada no amor e na misericórdia divina, recorra à ela!
Então, confia! A confiança sempre anda ao lado da escolha e do amor e é o amor que o Senhor tem por nós que nos coloca na condição de filhos amados, escolhidos seu.

Em Isaías 43, 1-21, Deus faz uma declaração de amor por nós: “E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou Jacó, e te formou, Israel: nada temas, eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu”. Quando Deus profere essas palavras Ele não as usa em vão, não é um “modo de dizer”, é a realidade, Deus te ama! Deixe-se amar!
Escolha hoje se deixar chamar por Deus, ouvir Aquele que te chama pelo nome; confia tuas dores, preocupações, desilusões a Ele e aceita a ação do amor em tua vida, recebe de coração aberto esta nova chance!

Espelhe-se no exemplo de Maria, mãe de Jesus, ela foi escolhida para ser a mãe do salvador, não sabia muito bem o que significava tudo aquilo, mas aceitou, confiou na vontade e no plano de Deus. Assim também fizeram José, Moisés, Jeremias, Paulo e _______________________ (aqui poderá está escrito seu nome). Você é amado por Deus, não está só, é necessário viver o amor em plenitude, a ter sempre um abraço acolhedor de pai, a encontrar conforto e solução para o impossível de tua vida; é escolhido para ser amado de tal forma que criatura alguma conseguiria a não ser o Criador. Afinal, todos SOMOS ESCOLHIDOS PARA SERMOS FILHOS DE DEUS! Portanto, aceite esta escolha e deixe-se levar pelo mar de misericórdia existente no coração de Jesus Cristo e não menospreze tua existência, ela é sinal de tua ELEIÇÃO! PARABÉNS, VOCÊ É ESCOLHIDO!!!

 
Hisabelita Sindeaux
fProfessora da Escola de Formação COT
 
Fonte: http://www.cot.org.br/formacoes.php?action=formacao&id=28

O CANTICO DE MARIA – WALMIR ALENCAR – ADORACAO E VIDA.

dezembro 19, 2009

PROVIDÊNCIA

dezembro 19, 2009

PROVIDÊNCIA
Quando falamos em providencia imediatamente pensamos naquelas situações nas quais nada temos e o Senhor nos dá além do necessário. Não estamos errados em pensar assim. A providência vai além. Podemos dizer que TUDO que recebemos do Senhor é Providência.

Podemos afirmar que até quem está empregado vive amparado por esta graça, pois Deus é quem providencia o emprego e as demais necessidades. Quem está desempregado da mesma forma está sob os cuidados da Divina providencia pois, percebe que se tiver fé, nada lhe falta.

Durante toda nossa vida percebemos a ação do Senhor que com fidelidade perfeita cumpre Suas promessas para conosco. É simples entendermos, lembremos de Suas palavras:

E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. : (São Lucas 11,9).

A promessa feita pelo Criador de nossas almas manda que digamos o nosso querer e não define o que devemos pedir em dimensão de valor ou intensidade.

Vejamos um exemplo: Se precisamos de um carro, então devemos pedir o carro que nos será útil com todos os seus itens, pois, não recebemos a ordem para pedirmos apenas o simples e unicamente a necessidade para não sobrar. Veja o que diz a Palavra de Deus:

Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum daqueles que confiavam no Senhor foi confundido. (Eclo 2, 11).

Posso lhe mostrar que essa verdade é uma realidade que acompanha todo o povo de Deus através dos séculos, para isso lhe convido, pare agora e pense na sua própria vida, quantas vezes o Senhor já lhe deixou sem resposta? Não é viva e eficaz a manifestação da vontade Dele para contigo?

Se em alguma situação fôssemos convidados a relatar algum fato onde queríamos muito algo e a Divina Providencia nos trouxe de forma inesperada, teríamos, com certeza, muito a contar.

Se nas coisas humanas, é tão clara a manifestação dos cuidados de Deus por nós, então, não temos noção do tamanho desse zelo e amor à nossa alma.

Creiamos em Jesus quem nos garante:

Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem.(Mt 7, 11).

Vemos na Mãe de Deus um perfeito exemplo de quem confia na Santa Misericórdia. Já no primeiro milagre público de Jesus, nas bodas de Caná, percebemos seu cuidado a ponto de interceder pela necessidade daqueles noivos em sua festa de casamento.

Com esta reflexão, aprendamos a confiar fielmente na Divina Providencia, pois, ela vem até nós pelo caminho da fé.
Mãe da Divina Providência, providenciai todas as nossas necessidades Materiais e Espirituais.
Amém.

 
Cosma Moreira
Prof. da Escola de Formação
 
Fonte: http://www.cot.org.br/formacoes.php?action=formacao&id=68

Deus cuida de mim Salette Ferreira

dezembro 18, 2009

PAPA BENTO XVI: HOJE SE COMUNICA MUITO, E SE DIZ POUCO.

dezembro 18, 2009

A Catequese do Papa.

HOJE SE COMUNICA MUITO, E SE DIZ POUCO.

16.12.09 Cidade do Vaticano, – Na Sala Paulo VI, Bento XVI acolheu fiéis e peregrinos, esta quarta-feira, para a Audiência Geral.

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje vamos conhecer a figura de João de Salisbúria, que pertencia a uma das escolas filosóficas e teológicas mais importantes do medievo, a da catedral de Chartres, na França. Também ele, como os teólogos dos que já falei nas últimas semanas, nos ajuda a compreender como a fé, em harmonia com as justas aspirações da razão, conduz o pensamento à verdade revelada, na qual se encontra o verdadeiro bem do homem.

João nasceu na Inglaterra, em Salisbúria, entre os anos 1100 e 1120. Lendo suas obras, sobretudo seu rico epistolário, podemos conhecer os fatos mais importantes da sua vida. Durante doze anos, entre 1136 e 1148, ele se dedicou aos estudos, freqüentando as escolas mais qualificadas da época, nas quais escutou as lições de professores famosos. Dirigiu-se a Paris e depois a Chartres, ambiente que mais marcou sua formação e do qual assimilou sua grande abertura cultural, o interesse pelos problemas especulativos e o apreço pela literatura.

Como acontecia frequentemente naquele tempo, os estudantes mais brilhantes eram requeridos por prelados e soberanos, para ser seus íntimos colaboradores. Isso também aconteceu a João de Salisbúria, que foi apresentado por um grande amigo seu, Bernardo de Claraval, a Teobaldo, arcebispo da Cantuária – sede primaz da Inglaterra –, que o acolheu com prazer em seu clero. Durante onze anos, entre 1150 e 1161, João foi secretário e capelão do ancião bispo. Com zelo infatigável, enquanto continuava dedicando-se ao estudo, levou a cabo uma intensa atividade diplomática, transladando-se em dez ocasiões à Itália, com o objetivo específico de cuidar das relações do Reino e da Igreja da Inglaterra com o pontífice romano.

Entre outras coisas, nesses anos, o papa era Adriano IV, um inglês que teve uma grande amizade com João de Salisbúria. Nos anos consecutivos à morte de Adriano IV, ocorrida em 1159, na Inglaterra se criou uma situação de grave tensão entre a Igreja e o Reino. O rei Henrique II, de fato, pretendia afirmar sua autoridade sobre a vida interna da Igreja, limitando sua liberdade. Esta postura suscitou as reações de João de Salisbúria, sobretudo a valente resistência do sucessor de Teobaldo na cátedra episcopal da Cantuária, S. Tomás Becket, que por este motivo foi exilado, na França. João de Salisbúria o acompanhou e permaneceu ao seu serviço, trabalhando sempre pela reconciliação.

Em 1170, quando tanto João como Tomás Becket já tinham voltado à Inglaterra, este último foi assaltado e assassinado dentro da sua catedral. Morreu como mártir e como tal foi logo venerado pelo povo. João continuou servindo fielmente também o sucessor de Tomás, até que foi eleito bispo de Chartres, onde permaneceu de 1176 a 1180, ano de sua morte.

Das obras de João de Salisbúria, eu gostaria de mencionar duas, que são consideradas suas obras primas e que estão designadas elegantemente com os títulos gregos de Metaloghicon (Em defesa da lógica) e Polycraticus (O homem de governo). Em sua primeira obra, ele – não sem essa fina ironia que caracteriza muitos homens cultos – rejeita a postura daqueles que tinham uma concepção reducionista da cultura, considerada como vazia eloqüência, palavras inúteis. João, ao contrário, elogia a cultura, a autêntica filosofia, isto é, o encontro entre pensamento forte e comunicação, palavra eficaz. Ele escreve: “Como, de fato, não só é temerária, mas também cega a eloqüência não iluminada pela razão, assim a sabedoria que não se emprega no uso da palavra não só é fraca, mas de certa forma se trunca: de fato, ainda que talvez uma sabedoria sem palavra possa aproveitar frente à própria consciência, raramente e pouco aproveita para a sociedade” (Metaloghicon 1,1, PL 199,327).

Este é um ensinamento muito atual. Hoje, o que João chamava de “eloqüência”, isto é, a possibilidade de comunicar com instrumentos cada vez mais elaborados e difundidos, multiplicou-se enormemente. Contudo, continua sendo urgente a necessidade de comunicar mensagens dotadas de “sabedoria”, isto é, inspiradas na verdade, na bondade, na beleza. Esta é uma grande responsabilidade, que interpela em particular as pessoas que trabalham no âmbito multiforme e complexo da cultura, da comunicação, da mídia. E este é um âmbito no qual se pode anunciar o Evangelho com vigor missionário.

No Metaloghicon, João enfrenta os problemas da lógica, em sua época objeto de grande interesse, e se faz uma pergunta fundamental: o que a razão humana pode conhecer? Até que ponto pode corresponder a essa aspiração que existe em cada homem, isto é, a busca da verdade? João de Salisbúria adota uma postura moderada, baseada no ensinamento de alguns tratados de Aristóteles e Cícero. Segundo ele, geralmente a razão humana alcança conhecimentos que não são indiscutíveis, mas prováveis e opináveis. O conhecimento humano – esta é sua conclusão – é imperfeito, porque está sujeito à finitude, ao limite do homem. No entanto, este cresce e se aperfeiçoa graças à experiência e à elaboração de raciocínios corretos e concretos, capazes de estabelecer relações entre os conceitos e a realidade, graças à discussão, à confrontação e ao saber que se enriquece de geração em geração. Somente em Deus existe uma ciência perfeita, que se comunica ao homem, ao menos parcialmente, por meio da Revelação acolhida na fé e, através disso, a ciência da fé realiza as potencialidades da razão e faz avançar com humildade no conhecimento dos mistérios de Deus.

O crente e o teólogo, que aprofundam no tesouro da fé, abrem-se também a um saber prático, que guia as ações cotidianas, isto é, as leis morais e o exercício das virtudes. João de Salisbúria escreve: “A clemência de Deus nos concedeu sua lei, que estabelece que coisas nos são úteis conhecer e indica quanto nos é lícito saber de Deus e quanto é justo indagar (…). Nesta lei, de fato, explicita-se e se torna manifesta a vontade de Deus, para que cada um de nós saiba o que é para ele necessário fazer” (Metaloghicon 4,41, PL 199,944-945).

Existe também, segundo João de Salisbúria, uma verdade objetiva e imutável, cuja origem é Deus, acessível à razão humana e que tem a ver com a atuação prática e social. Trata-se de um direito natural, no qual as leis humanas e as autoridades políticas e religiosas devem inspirar-se, para que possam promover o bem comum. Esta lei natural se caracteriza por uma propriedade que João chama de “equidade”, isto é, a atribuição a cada pessoa dos seus direitos. Dela derivam preceitos que são legítimos para todos os povos e que não podem, em nenhum caso, ser ab-rogados. Esta é a tese central do

Polycraticus, o tratado de filosofia e de teologia política, no qual João de Salisbúria reflete sobre as condições que tornam possível a ação dos governantes justa e consentida.

Enquanto outros temas enfrentados nesta obra estão ligados às circunstâncias históricas nas quais foi composta, o tema da relação entre lei natural e ordenamento jurídico-positivo, mediado pela equidade, é ainda hoje de grande importância. Em nossa época, de fato, sobretudo em alguns países, assistimos a um desapego preocupante entre a razão, que tem a tarefa de descobrir os valores éticos ligados à dignidade da pessoa humana, e a liberdade, que tem a responsabilidade de acolhê-los e promovê-los. Talvez João de Salisbúria nos recordasse hoje que são conformes à equidade somente essas leis que tutelam a sacralidade da vida humana e rejeitam a licitação do aborto, da eutanásia e das experimentações genéticas sem limites, essas leis que respeitam a dignidade do matrimônio entre um homem e uma mulher, que se inspiram em uma correta laicidade do Estado – laicidade que comporta sempre a salvaguarda da liberdade religiosa – e que buscam a subsidiariedade e a solidariedade no âmbito nacional e internacional. Do contrário, acabaria por instaurar-se o que João de Salisbúria define como “a tirania do príncipe” ou, diríamos nós, “a ditadura do relativismo”: um relativismo que, como recordava há alguns anos, “não reconhece nada como definitivo e deixa como última medida somente o próprio eu e seus caprichos” (Missa pro eligendo Romano Pontifice, Homilia, L’Osservatore Romano, 19 de abril de 2005).

Em minha encíclica mais recente, Caritas in veritate, dirigindo-me aos homens de boa vontade, que se empenham para que a ação social e política nunca sejam desligadas da verdade objetiva sobre o homem e sobre sua dignidade, escrevi: “A verdade e o amor que a mesma desvenda não se podem produzir, mas apenas acolher. A sua fonte última não é — nem pode ser — o homem, mas Deus, ou seja, Aquele que é Verdade e Amor. Este princípio é muito importante para a sociedade e para o desenvolvimento, enquanto nem uma nem outro podem ser somente produtos humanos; a própria vocação ao desenvolvimento das pessoas e dos povos não se funda sobre a simples deliberação humana, mas está inscrita num plano que nos precede e constitui para todos nós um dever que há de ser livremente assumido” (n. 52). Este plano que nos precede, esta verdade do ser deve ser buscada por nós e acolhida, para que nasça a justiça, mas podemos encontrá-lo e acolhê-lo somente com um coração, uma vontade, uma razão, purificados na luz de Deus.

[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]

Saúdo, com afeto, a todos vós, amados peregrinos de língua portuguesa, desejando que vos deixeis guiar pela voz de Deus que vos chama, através da consciência, a uma vida santa e rica de boas obras. Confiando à Virgem Mãe esta vossa peregrinação que vos prepara para o Natal, invoco, com a minha bênção sobre os vossos passos e a vossa família, a abundância das graças do divino Salvador.

Fonte: Zenit.org.

Extraído do site: http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Papa%20Bento%20XVI/HOJE%20SE%20COMUNICA%20MUITO,%20E%20SE%20DIZ%20POUCO..htm